O Lelo Bo

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

A Lelo é uma companhia Sueca de sex-toys (existe alguma expressão para isto em Português que não soe envergonhada?), que já ando a namorar há uns anos. Os brinquedos deles sempre me pareceram uns furos acima daquilo que a generalidade do mercado tem para oferecer: objectos bem desenhados, com a anatomia em causa em mente e não coisas dantescas com ondas e protuberâncias e saliências de plástico que sempre me pareceram mais dolorosas que outra coisa.

Mas adiante… nunca me cheguei a decidir encomendar nada de lá, porque não calhou, embora de vez em quando lá fosse passar os olhos no catálogo. Mas conversa puxa conversa (hoje em dia, no Twitter), e, pouco antes do Natal, a Ana ofereceu-se para me mandar um Bo para review.

Já o tenho, portanto, há uns tempos, mas não tenho tido o tempo necessário para fazer a review que o pequeno aparelho merece… e se merece.

Antes de mais nada, salta imediatamente í  vista que os gadgets da Lelo não são iguais aos outros. Em vez de uma embalagem rude e boçal, amplamente ilustrada com pornstars exibindo colossais mamas de silicone, os Lelo vêm em embalagens dignas de qualquer produto de electrónica de gama alta.

Para quem aprecia e se diverte com este tipo de brinquedos para adultos, a sua automática ligação í  mais óbvia e obscena pornografia não é necessariamente agradável. E atenção: eu não tenho nada contra pornografia, embora seja mais apreciador dos clássicos dos anos 70/80 do que das cenas chapa-7 que começam e acabam sempre da mesma maneira, com poucas variações no seu conteúdo e sem qualquer tentativa de história ou diálogos bacocos que faziam do porno a diversão que era quando eu tinha 14 anos.

Portanto a apresentação do Bo é imediatamente um dos seus pontos fortes: uma caixa preta, com as letras prateadas gravadas e no seu interior uma caixa de cartão rí­gida que permite manter tudo guardado sem confusões.

Mas a embalagem ainda melhora: é que o próprio brinquedo tem a sua caixinha de plástico, í  medida, fácil de abrir (não muito fácil de fechar, mas não há azar, geralmente a pressa é para abrir, depois há tempo para arrumações…) e que permite transportá-lo para qualquer lado, levá-lo em viagem ou simplesmente tê-lo na gaveta da cómoda.

Bom, já expliquei que a embalagem é fantástica, mas afinal o que é que vem lá dentro?

O Bo é um anel vibratório peniano, ou seja, um cockring. E serve para transformar qualquer orgulhosa pila num vibrador, basicamente. Digo que serve para isso, porque o Bo serve realmente para isso. Outros produtos no mercado não fazem o que este faz… é um bocadinho difí­cil de explicar, mas aquilo está desenhado de tal forma que a vibração vai por ali fora e chega a dar vontade de rir.

Honestamente, se a vossa pila nunca vibrou de uma ponta í  outra, ainda não viveram.

O que, num brinquedo, é óptimo. Isto porque estas coisas são mesmo para rir, para um gajo e uma gaja (ou outro gajo, ou duas gajas, ou três anões e um bezerro), se divertirem, de preferência í  grande e í  francesa.

Tendo já usado outros produtos semelhantes, posso afirmar sem qualquer sombra de dúvida que o Bo está completamente numa classe í  parte. Não é só a apresentação da magní­fica embalagem, nem a discrição da sua cor (neste caso, o azul escuro), é a qualidade do material – uma borracha mais firme, que estica menos, talvez dificultando um pouco a colocação, mas que oferece uma sensação mais firme, se me faço entender.

A vibração é também excelente, sem exageros, já que alguns dos brinquedos que por aí­ andam professam aquela filosofia do quanto mais melhor e chegam a parecer tuneladeiras tal é a potência daquilo e torna-se impossí­vel encostar seja onde for sem, pelo menos, um bufferzinho têxtil.

E a pií¨ce de résistance desta maravilha da técnica é o facto de ser recarregável. Normalmente, este anéis têm uma bateria de relógio, chatí­ssima de substituir, mas não o Bo; o Bo é recarregável, via um pequeno adaptador de corrente, nada diferente dos de telemóvel.

Em suma: talvez nem todos os homens apreciem a ideia de colocar um anel de razoavelmente pequeno diâmetro na base do seu ganha-pão mas quando confrontados com a entumescência daí­ resultante talvez de sintam tentados usá-lo diariamente (mas atenção, não convém usar durante mais de uma hora).

Se tiverem o í -vontade e curiosidade necessários para explorar as opções mais do que diversas que a vibração deste pequeno aparelho oferece e passarem uns bocados divertidos com a vossa parceira, ou parceiro, ou o tal bezerro, então o Bo é definitivamente uma compra obrigatória.

É que não vale a pena gastarem dinheiro em produtos inferiores que nunca serão capazes de igualar a qualidade da Lelo. Honestamente, se estão curiosos para comprar um cockring, esta deve ser a vossa única opção.

Finalmente:

Prós:

– Produto de alta qualidade, feito para pessoas que gostam de sex toys mas não precisam de sentir-se como uma porn-star sempre que os usam, apresentado numa embalagem elegante

– Materiais superiores de aparência extremamente durável e de superfí­cie suave

– Extremamente confortável de usar

– Vibração agradável, sem exageros

– Bateria recarregável

– Resultados interessantes, uma vez encontrado o posicionamento ideal para cada pessoa

– Preço bastante atraente, tendo em conta a qualidade

– Não precisa de ser estritamente usado como anel no pénis, uma vez que metido í  volta de dois dedos pode perfeitamente ser usado como vibrador sem qualquer presença de um pénis num raio de 10 km. A menos que o bezerro ande por aí­, claro.

Contras:

– Um nadinha complicado de colocar, devido í  rigidez do anel, embora isto também distinga o Bo da concorrência que normalmente é mais maleável, mas acaba por alargar rapidamente com alguns usos.

E, sinceramente, não me ocorre mais nenhum contra.

Após alguma experimentação, para encontrar a posição ideal, a coisa é extremamente eficaz, embora exija alguma suavidade de movimentos, mas haverá algo de errado com isso? Para mim… parece-me bem assim.

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A trampa da rádio

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Há uns meses que andava a pensar trocar de despertador, para ver se passava a acordar com alguma música e a minha ideia era arranjar um rádio.

No Natal, a Dee ofereceu-me um fantástico despertador encabeçado pelo Dark Lord of the Sith ele próprio, Darth Vader e tinha rádio e tudo!

A minha rádio de eleição no carro é, como não podia deixar de ser, a M80, provavelmente a melhor rádio do mundo, excepto quando passa porcaria e aí­ mudo para a Radar, provavelmente a rádio mais pretensiosa de Portugal, excepto quando passa algo audí­vel.

Bom, mas adiante. Programei então o Anakin Skywalker, versão Dark Side, para me acordar com o som da M80 e fui dormir, todo pimpão.

Ao fim de alguns dias já não aguentava mais: estava a acordar todas as manhãs ao som de um programa pseudo-informativo que vendia dietas ou comprimidos de dieta ou algo do género. A coisa era conduzida em tom de entrevista com uma pessoa que quer perder peso e recebe conselhos. Desprezí­vel e longe da minha ideia inicial de acordar com música.

Que porra! A M80 que tem um espólio invejável de música pop/rock dos anos 70, 80 e 90, em vez de me dar música, dava-me publicidade.

Alterei a hora de acordar para tentar escapar a este flagelo. Foi então que comecei a acordar com música… portuguesa.

Ao primeiro dia fiz snooze até os idiotas dos Delfins se calarem… no dia seguinte era o Tim, com os seus problemas de adenóides que me invadiram os ouvidos e depois o pobre do Reininho com aquela doença das cordas vocais a que ele gosta de chamar “voz”.

Pensei que se tratava de uma conspiração, porque todas as manhãs, quando o rádio disparava, lá estava um portuga qualquer a tentar fazer-se passar por músico.

Já devem ter compreendido que o pop português não é das minhas coisas favoritas: GNR, Xutos, Delfins, UHF e companhia desagradam-me quase na sua totalidade e, sinceramente, não é o que me apetece ouvir logo pela manhã.

Resolvi então sintonizar a Antena 3, na esperança de acordar ao som de algum artista de 19 anos de que nunca ouvi falar. Não começou mal… o rádio disparou e estava a tocar algo semelhante a música (muito vagamente, mas ok), só que depois foi tudo por água abaixo: fui violentamente recordado que as manhãs da Antena 3 são animadas por uma série de tipos que gostam imenso de se divertir entre si, com um microfone ligado í  frente e que é suposto que nós, em casa, ouçamos a sua conversa matinal e achemos muita piada.

É um conceito que não compreendo e que também existe na tv. Pessoas que se acham tão fabulosas que acham que o público deve estar interessado em ouvi-los trocar bocas í  mesa de café entre si.

Eu também me divirto com os meus amigos, í  mesa do café, mas não me passaria pela cabeça emitir isso entrecortado por música reles e publicidade enganosa.

Agora estou sem saber o que fazer. Podia tentar a Radar, mas tenho medo que de manhã passem música tão seca e chata que só me faça apetecer ficar na cama ou afogar-me na banheira.

A rádio hoje em dia parece-me uma grande trampa, preciso de uma estação que passe música com poucas interrupções e de preferência onde estejam banidos artistas Nacionais. Kthxbai.

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Algumas coisas importantes sobre paternidade

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

O meu filho aproxima-se dos dois anos. Está na altura de começar a legar a futuros pais o conhecimento que tenho adquirido. Para bem (ou mal, não sei bem), da comunidade, aqui vão algumas pérolas para crianças até 2 anos:

1 – Quando pensamos que começámos a entender o nosso filho, ele muda; í s vezes, radicalmente. Ele pode parecer estar a alimentar-se bem, ou a dormir perfeitamente ou a gostar do banho. Nada disto é permanente: para a semana recusa-se a comer, acorda cinco vezes durante a noite e manda-te tomar banho a ti.

2 – A casa de banho é um santuário. A sério: durante os primeiros tempos, as vossas idas í  casa de banho vão parecer pequenas férias de luxo. Ali estarão, sentados numa bela poltrona, com um bom livro na mão ou o vosso puzzle favorito. Aconselho a que ponham água a correr no bidé, parece mesmo que estão numa cachoeira no Mato Grosso.

3 – “Tempo livre” torna-se um conceito complexo de compreender. Quase tão impossí­vel de perceber como será para os vossos amigos sem filhos entender porque vos apetece bater-lhes quando vos convidam para grandes parties até í s 2 da manhã.

4 – No iní­cio, não saberão fazer nada, serão toscos e mal-adaptados, incapazes de lidar com o mundo e de fazer seja o que for sem ajuda. E os vossos filhos também.

5 – Existe uma enorme probabilidade que deixem completamente de achar piada a graçolas sobre crianças, sobretudo se envolverem violência. Vão tentar lembrar-se de quando não tinham filhos e como podiam achar piada a anedotas de criancinhas sem braços ou que levaram com um frigorí­fico na cabeça, mas depois de serem pais, poderão rir-se para benefí­cio dos vossos amigos, mas lá no fundo estarão a pensar se a criancinha terá recuperado e como podem prender o vosso frigorí­fico í  parede, porque nunca se sabe.

6 – Se são gajos durões, comecem a preparar estratégias de explicar porque estão a chorar no fim do Wall-E. A sério, uma ou duas boas desculpas servem.

7 – Preparem-se para se sentirem mais jovens e mais velhos, tudo ao mesmo tempo. E para se portarem de formas ainda mais infantis que os vossos filhos. Finalmente, vão ter carta branca para serem putos. Se não se comportarem de forma infantil e ridí­cula para a vossa idade, estão a fazer qualquer coisa mal. A sério: gatinhar não estraga os joelhos, rebolar não chão não magoa as costas e fazer caretas não afecta a vossa posição social.

8 – Preparem-se para se tornarem mestres em ignorar ruí­dos de alto volume. Nomeadamente: berros, gritos, guinchos e choros. Há algo de verdadeiramente zen em conseguirmos sentar-nos calmamente a ler uma revista enquanto um puto de ano e meio se atira para o chão, bate com a cabeça nos móveis e grita como se o estivessem a levar para uma sessão de waterboarding presidida pelo próprio Dick Cheney. E o mais engraçado é que, na maioria das vezes, nem se percebe o que eles querem.

9 – Podem tentar, mas o mais certo é que, até aos dois anos, ele não jogue Playstation, não ligue nenhuma ao Star Wars e não compreenda o conceito de Co-Op Multiplayer em TeamFortress. Isso não deve ser impedimento de tentar.

10 – Nos piores dias de todos, quando já consideraram muito seriamente em atirar a famí­lia toda da janela (incluindo e provavelmente começando por vós próprios), os putos conseguem fazer uma coisa que mais ninguém na vossa vida consegue quando estão mesmo, mesmo, lixados: resolver tudo com um sorriso. Plim.

Se isto não funciona para vocês, façam o favor ao mundo e aos vossos futuros filhos… vão já í  farmácia comprar contraceptivos.

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E tu… onde estavas quando o Obama tomou posse?

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Quer se queira, quer não; quer se seja cí­nico ou um idealista cheio de esperança, a eleição de Barack Obama para Presidente do “Paí­s Que Tem As Bombas” é um acontecimento Histórico de inegável impacto.

E por isso, muitos de nós estiveram hoje a assistir í quela mescla de missa do galo com circo e show de patinagem no gelo com cantores pop e poesia ranhosa a que os Americanos chamam de “inauguração”.

Aquilo a que nós chamamos tomada de posse.

Epá… é que até trombetas com bandeiras penduradas houve. Só faltaram os elefantes. Ou se calhar não faltaram e fui eu que não vi tudo até ao fim.

Mas vi, a parte essencial. Vi no CNN Live, online, claro. E estava no quinto piso do Edifí­cio da PT em Picoas, que é onde passo a maioria do meu tempo, diga-se de passagem e… e… tu, ouve lá… onde é que tu estavas… quando o Obama tomou posse?

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De molho

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Ainda não passou um mês do meu Natal-maravilha e já estou com outra em cima. Desta vez uma gripe “com todos”: dores de cabeça, dores musculares, dores de garganta, tosse, espirros, nariz a pingar, expectoração, ranho verde e febre! Falta alguma coisa? Acho que não, tenho tudo.

Tenho estado em casa, a tentar – a espaços – trabalhar um pouco e a adormecer ocasionalmente pelos cantos mais incrí­veis da casa. Assim, sem mais nem menos, adormeço encostado a qualquer coisa. Patético.

Detesto estar doente e sempre detestei. Mas agora detesto ainda mais porque sei que mais tarde ou mais cedo vou por o Tiago doente também.

É tão certo e tão sabido que já está: ontem voltou da escola já deitado abaixo e tivemos que o meter na cama mais cedo, í s 8, o que não o impediu de dormir quase até í s dez da manhã (muito mais tarde que o habitual, portanto).

Passou a manhã inteira deitado ao meu colo a ver Pocoyo, almoçou e foi dormir. Está de rastos, o que não é nada habitual nele e irrita-me que seja por causa de um ví­rus qualquer que eu trouxe para casa.

Um dia destes, começo a andar de máscara como o Michael Jackson!

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O Lelo Bo

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A Lelo é uma companhia Sueca de sex-toys (existe alguma expressão para isto em Português que não soe envergonhada?), que já ando a namorar há uns anos. Os brinquedos deles sempre me pareceram uns furos acima daquilo que a generalidade do mercado tem para oferecer: objectos bem desenhados, com a anatomia em causa em mente […]

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A trampa da rádio

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Algumas coisas importantes sobre paternidade

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Quer se queira, quer não; quer se seja cí­nico ou um idealista cheio de esperança, a eleição de Barack Obama para Presidente do “Paí­s Que Tem As Bombas” é um acontecimento Histórico de inegável impacto. E por isso, muitos de nós estiveram hoje a assistir í quela mescla de missa do galo com circo e show […]

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De molho

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Ainda não passou um mês do meu Natal-maravilha e já estou com outra em cima. Desta vez uma gripe “com todos”: dores de cabeça, dores musculares, dores de garganta, tosse, espirros, nariz a pingar, expectoração, ranho verde e febre! Falta alguma coisa? Acho que não, tenho tudo. Tenho estado em casa, a tentar – a […]

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