O tempo passa e as coisas mudam. Antes, não teria comprado um novo Windows, teria sacado da net (ou mesmo arranjado uma cópia em diskettes, de um amigo). Com um serial gamado, instalava, dava erro, tentava de novo, dava erro, crashava durante a instalação, mudava o hardware, fazia update í BIOS, passava dois dias de volta disto e a minha cópia piratada do Windows ficava a funcionar.
Agora, compro.
Saco a aplicação que analiza o computador, que diz que sim senhor, posso fazer upgrade para Windows 8. Pago. Faço o download, a instalação começa e falha imediatamente. Leio uns foruns, diz para desligar todas as apps do startup, faço-o, a instalação corre mas no fim, falha novamente.
Desisto, faço restore í versão anterior e mando um mail í Microsoft exigindo o meu dinheiro de volta.
Ah e aconselho toda a gente a piratear o Windows 8, se quiserem, não desperdicem dinheiro, já que vão ter que desperdiçar tempo. Ou, provavelmente o melhor: comprem um Mac.
Hoje fiz uma tarte de maçã, coisa que já tinha feito várias vezes, mas sem nunca ter ficado nada de especial. A que fiz hoje ficou muito boa, tão boa, que decidi partilhar aqui a receita.
Melhor ainda: a tarte pode ser melhorada com canela, ingrediente que me faltava e portanto não entrou. Mas o melhor da tarte foi mesmo que comprei massa já feita, no supermercado, o que rapou horas de trabalho e espera sem que ficasse, por isso, menos boa.
Ingredientes
2 bases de massa quebrada fresca Pingo Doce
6 maçãs
1 limão
120 g de manteiga com sal
3 colheres de sopa de farinha
6 cl de água (3 dedos de um copo)
100 g de açúcar branco
100 g de açúcar mascavado
Preparação
Liga-se o forno para 220 graus. Descascam-se, descaroçam-se e cortam-se as maçãs em fatias muito fininhas. Eu usei um robot de cozinha com acessório para fatiar. Acho que a tarte ficou melhor por as maçãs estarem mesmo muito fininhas.
À medida que se vão cortando as maçãs, vai-se regando com sumo do limão, para não ficarem castanhas.
As bases de massa quebrada do Pingo Doce já vêm com papel vegetal e tudo, portanto é só colocar uma no fundo de uma tarteira com o diâmetro adequado e pressionar contra o rebordo. Caso se use outra massa, convém usar o papel vegetal, para ser fácil removê-la da forma depois de cozinhada.
Deitam-se as maçãs para dentro da tarteira e distribuem-se bem.
Corta-se a outra base de tarte em tiras de 1,5/2 cm e colocam-se umas cinco com uns 2 cm de intervalo entre cada uma, depois, colocam-se as restantes, prependiculares í s primeiras, entrançando uma-sim-uma-não. Basicamente, faz-se uma grelha com tiras de massa, por cima das maçãs.
Agora o molho: Derrete-se a manteiga em lume brando até estar completamente líquida. Junta-se a farinha e mistura-se até formar uma pasta, acrescenta-se então os açúcares, misturando e finalmente a água. Mexe-se bem e deixa-se apurar durante cinco minutos em lume brando.
Deita-se o molho por cima da tarte, muito devagarinho, fazendo especial pontaria aos buracos entre as tiras de massa e deixando que o molho escorra bem para entre as maçãs. Vai-se deitando devagrinho até a tarte estar toda coberta e bastante molho ter sido absorvido para o interior.
Coloca-se no forno durante 15 minutos, após o que se baixa a temperatura para 175 graus e se deixa cozer mais 45 minutos.
Convém ir vigiando o topo da tarte para que não fique demasiado queimado. Eu cobri a minha com alumínio durante cerca de meia-hora e só a destapei nos últimos 10 minutos. Portanto, 20 minutos destapada, 30 minutos tapada e 10 minutos novamente destapada.
Não é fácil criar um dicionário do que diz a Joana, acima de tudo porque a Joana se faz entender perfeitamente com palavras, gestos e mesmo frases completas, por exemplo, se quer uma batata, “pai, batata, Joana” serve perfeitamente.
Mas como o Tiago foi muito calado durante muito tempo e depois desatou a falar com tempos verbais correctos e sinónimos para evitar a repetição de termos, estamos a passar por uma coisa nova com a Joana, graças ao seu desenvolvimento verbal bem mais precoce que o do irmão.
Assim, apesar da sua dicção quase irrepreensível aos dois anos, a Joana ainda tem alguns termos giros que vale a pena registar.
À televisão, chama gijão, por exemplo. E é incapaz de alinhar as sílabas da palavra “tampa”, dizendo sempre “panta”.
Sumo é sumo, mas ainda há uma certa confusão entre o puré de fruta e o iogurte, sendo ambos atuta. Hoje já a apanhei a tentar formar melhor a palavra iogurte, mas água continua a ser auáua, continuando a tendência da fruta para colocar o artigo “a” junto com a palavra.
O seu coelhinho de chuchar que há uns meses era tati, evoluiu entretanto para yaí que frequentemente fica “sudo” e precisa de ir para lavar (felizmente, há seis iguais, para irem para o cesto da roupa diariamente, já que o peluche chuchado liberta um odor nauseabundo).
O seu próprio nome, até há muito pouco tempo “Nana”, de tal forma que os pais alinda a tratam assim de vez em quando, evoluiu há umas semanas para Joana, embora, de vez em quando, ainda saia mais Chúana.
Mas nada bate a Joana, de vestidinho acabado de por, a gritar “paieeeeeé!” e a vir ter comigo, por um pezinho em ponta, segurar na roda do vestido e dizer, “pai, chúana, mnita!” com o maior sorriso do mundo.
Ontem, dia 15 de Setembro, fui í primeira manifestação da minha vida. Imagino que tenha andado por umas durante o PREC, mas não me lembro.
Não fui chamar nomes ao governo, não fui protestar contra a troika, fui, porque simplesmente tinha que ir. Senti-me compelido a ir e aprendi uma coisa, aprendi o valor destes acontecimentos. Quando são assim, organizados por “ninguém”, sem partidos, sem sindicatos, sem uma agenda política definitiva, são a forma que temos de falar ao país. Nós, cidadãos comuns, não temos tempo de antena, não somos entrevistados por jornalistas no telejornal, não escrevemos editoriais em semanários; nós, cidadãos comuns, não temos outra maneira de passar a nossa mensagem.
Em Lisboa, parece que foram 500 mil pessoas. E eu não gosto muito de pessoas, mas senti-me bem ali. Andámos e pouco mais, deslocámos-nos do ponto A para o ponto B. Alguns gritaram, cantaram, alguns levaram cartazes. Alguns, claro, não perceberão nada do que se passa e acharão que a solução para o país é apenas deixar andar e pronto. Outros estarão mais informados ou terão melhor conhecimento para achar que tem que se fazer algo, mas que esse algo tem que ser outro algo que não o que o governo está a fazer.
Eu fui porque achei que a mensagem tinha que ser grande, tinha que se fazer ouvir e a única maneira para eu contribuir para isso, era ir. E levei um pedaço da mensagem, da minha mensagem. Eu não digo Passos gatuno, governo fora, nem sequer que se lixe a troika. Eu digo chega deste país, chega deste sistema partidário que se governa a si mesmo, antes de governar quem o sustenta.
Para mim, o essencial do que se passa em Portugal, é que fomos longe demais depressa demais. Quisemos demais – estádios, estradas, mega-eventos desportivos e culturais, condomínios fechados, carros potentes, férias e mais – quisemos tudo e deixámos que quem mais tinha a ganhar com isso, ganhasse. Que se fizessem contratos brutais, obras inacreditáveis e não só se gastasse o dinheiro necessário para as executar, mas o dobro, o triplo, vinte vezes mais.
Somos, há tempo demais, governados por um punhado de pequenas organizações cujos principais objectivos incluem o bem estar e sucesso pessoal dos seus membros, bem como a entre-ajuda dos mesmos. Organizações, chamadas partidos políticos, que pouco ou nada realmente se importam com os portugueses e que portanto gerem o país dia a dia, sem plano, sem responsabilidade, sem consequências para si próprios. Essas, ficam para nós.
Eu quero um país novo. Quero um país governado por pessoas cujo objectivo seja governar o país para que este tenha sucesso, como se governa uma empresa para que esta seja lucrativa. Quero pessoas que sejam competentes naquilo que fazem, que governem em áreas em que são especialistas e que defendam a sua equipa, nós, perante todas as outras: alemães, holandeses, chineses, seja o que for, troika ou sem troika.
Não fui lá ontem para que o governo caia e eu vote no PS. Não votarei no PS, não votarei no PCP, nem no BE, não votarei nos partidos actualmente no governo e não consigo imaginar, para já, um futuro em que um partido político volte a receber o meu voto. Eles são o que está errado na liderança do nosso país neste momento e não imagino que outro sistema surja entretanto.
Agora, espero que o governo se aguente, mas que reveja as suas medidas, que pense melhor, que se lembre não só dos mercados e do trabalho dantesco que tem pela frente (que acredito que seja difícil), mas dos cidadãos do país que até acho que são malta para aguentar uns tempos se lhes mostrarem que a seguir vem algo melhor, se lhes mostrarem o plano. Onde está o plano? Pedro Passos Coelho, onde está o teu plano de negócios para Portugal?
O tempo passa e as coisas mudam. Antes, não teria comprado um novo Windows, teria sacado da net (ou mesmo arranjado uma cópia em diskettes, de um amigo). Com um serial gamado, instalava, dava erro, tentava de novo, dava erro, crashava durante a instalação, mudava o hardware, fazia update í BIOS, passava dois dias de […]
Hoje fiz uma tarte de maçã, coisa que já tinha feito várias vezes, mas sem nunca ter ficado nada de especial. A que fiz hoje ficou muito boa, tão boa, que decidi partilhar aqui a receita. Melhor ainda: a tarte pode ser melhorada com canela, ingrediente que me faltava e portanto não entrou. Mas o […]
Tiago, 5 anos: bolas, a comida está coberta de molho! Eu: sim, é molho de cogumelos, como o que comeste no outro dia, no fórum. Como gostaste, fiz igual. Tiago: oh pai, desculpa lá… Molho é um líquido, portanto, devia estar em baixo! Eu: …
Não é fácil criar um dicionário do que diz a Joana, acima de tudo porque a Joana se faz entender perfeitamente com palavras, gestos e mesmo frases completas, por exemplo, se quer uma batata, “pai, batata, Joana” serve perfeitamente. Mas como o Tiago foi muito calado durante muito tempo e depois desatou a falar com […]
Ontem, dia 15 de Setembro, fui í primeira manifestação da minha vida. Imagino que tenha andado por umas durante o PREC, mas não me lembro. Não fui chamar nomes ao governo, não fui protestar contra a troika, fui, porque simplesmente tinha que ir. Senti-me compelido a ir e aprendi uma coisa, aprendi o valor destes […]