Reencontro com o velho inimigo

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Fui, em tempos, não só passageiro, como defensor do metro de Almada. Embora com algumas reservas, o metro ligeiro da margem sul parecia-me um excelente transporte público: rápido, confortável e não especialmente caro.
Entretanto, a minha opinião mudou radicalmente. Hoje em dia, apenas desejo que o meu horário não dependa do metro em altura alguma.
Depois de meses de atrasos e frustração, deixei de usar o metro, passando a ir de carro para a estação. Apesar do custo da gasolina e de ter que pagar parque de estacionamento, prefiro, de longe o carro ao serviço da MTS (Metro Transportes do Sul).
E, precisando de recordação, tive-a, na semana passada em mais uma voltinha, mais uma viagem… falhada.
Deixei o carro na Midas para uma revisão aos 210.000 km (óptimo serviço, mais uma vez, já agora), e dirigi-me para a estação da MTS mais próxima, a Bento Gonçalves, que fica a 20 passos. Quando lá cheguei, faltavam 9 minutos para o comboio seguinte. Decidi ir a pé até í  estação seguinte – Ramalha – imaginando queimar assim uns 7 ou 8 minutos, tendo depois apenas que esperar 2 ou 3 até ao comboio passar.
Ia começar esta frase com “qual não foi o meu espanto”, mas a verdade, é que já nem fico espantado. Quando cheguei í  estação da Ramalha, verifiquei que faltavam 10 minutos para o próximo comboio,
Como cronometrei, sei que andei 8 minutos entre a Bento Gonçalves e a Ramalha, portanto, como poderiam faltar 10 minutos para passar um comboio para o qual, por há 8 minutos atrás, faltavam 9 minutos, na estação anterior?
Esperei 2 minutos para ver se o quadro electrónico actualizava e depois fui a pé para a estação de comboios do Pragal.
Escusado será dizer que não passou por mim nenhum comboio da MTS, durante o resto do percurso.
Felizmente, não cheguei a comprar bilhete, o que me leva ao assunto seguinte: os seguranças.
Na viagem de regresso ao fim do dia, para recolher o carro na oficina, não tendo pressa, apanhei o metro. Na carruagem, iam 5 ou 6 rapazes da SOV, empresa de segurança que, desde o iní­cio, se encarrega da fiscalização no MTS.
Os fulanos parecem seguranças de discoteca; não são meros “picas” e ainda por cima em grupo, tornam-se um pouco intimidantes. Não é que metam medo, nem eu nego que faça sentido ter uma força de segurança e fiscalização numa só, mas a forma agressiva com que vi estes tipos a cercar os velhotes que iam entrando, certificando-se de que picavam o bilhete, é completamente desnecessária.
Em suma, o metro de Almada é um transporte a evitar. A sua construção destruiu o trânsito e estacionamento na cidade, os seus horários são, na melhor das hipóteses, erráticos e o “pessoal de bordo”, por bem intencionados que sejam, parecem um bando de Marines.

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3 comentários a “Reencontro com o velho inimigo”

  1. ontem foi demais.

    foram-se embora 3 metros vazios, 2 deles com o letreiro “Reservado” e um “Universidade” (sim, dizia Universidade, mas foi-se embora sem levar ninguém).

    meia hora depois ainda estava o pessoal a rapar frio na estação de cacilhas, sem informação rigorosamente nenhuma sobre a razão da demora.

    acabámos por ir de autocarro e pagar outra vez bilhete.

    não dou nem mais um cêntimo a esses nojentos.

    sinceramente espero que tenham a decência de admitir que aquilo é um fracasso e encerrar aquilo de vez. não funciona, ponto final.

  2. A minha experiência com eles resume-se a esperar que não passe nenhum quando saio da estação do Pragal…. Fazem o sinal mudar para vermelho e congestionam tudo.

    Já nem falo quando ia de carro para Lisboa e a zona de entrada junto ao Centro Sul estava toda atulhada de carros e metros que se entupiam uns aos outros.

    Aquilo até podia ser viável, mas uma aposta falhada num mau modelo de picagem, troços no minimo estranhos tíŠm tudo para dar mau resultado.

    Porque não apostaram numa linha até ao fórum almada em vez daquilo ir lá para trás do sol posto?

    Acho que a próxima linha a ser feita era ir até í  Caparica. Não sei se alguma vez verá o sol da Caparica, mas outros percursos seriam interessantes.

    • Pois. A pergunta na cabeça de muita gente é precisamente: porque é que se construiu uma rede de metro ligeiro e não se fez uma estação í  porta do Centro Comercial mais concorrido da zona?

      Eu acho que a resposta estará no espí­ritozinho socialista “tadinho do comércio tradicional” da nossa Câmara que, afinal, lixou í  grande o dito com as obras e a eliminação de circulação e estacionamento no centro.

      Quanto aos semáforos, lembraste-me de outra coisa que queria incluir no post e acabei por me esquecer. Ali por baixo do viaduto do caminho de ferro, é sempre uma rleta russa, ou fica vermelho minutos a fio e não passa metro nenhum – as pessoas chegam a ter que decidir seguir apesar do sinal vermelho, porque estão ali parados para nada – ou, como já me aconteceu, sinal laranja e um metro a passar í  grande.

      Eu sei o que significa o laranja intermitente, mas é que, ainda por cima, a visibilidade ali, para qualquer dos sentidos da linha de metro, é muito limitada, portanto ir a atravessar a linha e ver um comboio vir na nossa direcção de repente é algo desagradável.

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