Nights of the living dead

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

De há umas semanas para cá, o Tiago tem-se tornado cada vez mais ligado aos pais. É extremamente carinhoso, distribuindo beijinhos e abraços e chamando por nós. À noite, distribui a escovas de dentes e entrega-nos o tubo da pasta já aberto, para lavarmos os três os dentes.

Mas toda esta simpatia tem outro lado: está a ficar extremamente dependente e quase incapaz de se separar de nós.

Começou por fazer uma grande fita para ficar na creche, ele que até já corria para a sala sozinho e ficava a brincar com outros miúdos sem olhar duas vezes para a porta e este fim de semana fez uma grande birra para ficar com os avós, coisa nunca vista já que ele adora passar tempo com os meus pais.

E, claro, o mais complicado de tudo: as noites. Há semanas que não conseguimos dormir uma noite de seguida. Seja í  uma, seja í s quatro, mais tarde ou mais cedo, ele acorda e só quer colo. Recusa-se a adormecer – nem na nossa cama – fica simplesmente deitado no nosso colo, de olhos abertos.

Isto dá-nos umas duas horas por noite de tentativas de o fazer voltar a dormir, sempre sem sucesso. Acabamos por ter que o por na cama, onde ele fica a chorar durante uns 10 minutos até cair para o lado a dormir.

Entretanto nós, que demoramos a adormecer porque já estamos com o stress dele acordar e depois dele voltar para a cama voltamos a ter dificuldade em adormecer, andamos a dormir umas 3 ou 4 horas por noite, com sorte.

E hoje piorou ainda um pouco mais: não quis tomar banho e não quis ir para a cama, coisa que até aqui tinha corrido bem. Depois de mais de meia hora com ele ao colo, a contar histórias e cantar, continuava acordadí­ssimo e sempre que o punha na cama, punha-se novamente de pé, a chorar.

Sei que é uma fase, que se calhar, daqui a uns anos vou ter saudades da altura em que ele só queria colinho do papá, mas ainda assim, quando são cinco da manhã e é impossí­vel dormir cá em casa e tanto eu como a Dee – revesadamente – tentamos não adormecer com ele ao colo enquanto ele mira o tecto, impávido e sereno, não consigo deixar de pensar: o que raio dá na cabeça das pessoas… para terem outro filho?

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10 comentários a “Nights of the living dead”

  1. tatas says:

    chorar dez minutos e adormecer é mto bom. o meu berrava horas se fosse preciso e atirava-se das grades abaixo!!! (foi por isso que mudei a cama)
    eu adormeço-o todos os dias com festinhas e historias na cama dele qd antes ele adormecia sozinho, dps, invariavelmente, por volta das duas, levanta-se para beber água e abancar-se na minha cama. pouco me importo já, desde que durmamos descansados : )

    • Dee says:

      Tatas, o problema do nosso é que não quer só dormir na nossa cama: quer dormir em cima de nós. E quando não consegue a opção é atravessado na cama com a cabeça encostada a mim e a dar pontapés ao pai – assim ninguém dorme :)
      Mas isso das grades também começa a tornar-se um problema, só que sem elas duvido que fique na cama. Tinha esperança que a cama de grades durasse mais um ano…

    • Sim… não é mau. Não me importaria que ele viesse dormir para a nossa cama, se ele dormisse, mas não dorme. O puto é estranho, deve sair ao pai, com insónias. Fica acordado, de olhos muito abertos e se não o forçarmos a ficar na cama dele, não adormece.

  2. artur says:

    O que faz as pessoas quererem outro filho?… que raio de pergunta, Pedro! Tantas coisas: por exemplo, tentar, com o segundo, não cometer os mesmos erros que cometemos com o primeiro…

  3. Ao ler este post via google reader não pode deixar de vir cá deixar um comentário..

    Ler a situação que está a viver com o seu filho, no que diz respeito ao querer e só adormecer na vossa cama junto a vós, fez-me lembrar as birras que eu fiz para obter a mesma regalia quando era pequeno…

    Achei-me a pensar, a tentar-me relembrar, o que sentia eu nesses dias/noites.. e que me levava a fazê-lo… umas das vezes era o medo… na minha cabecinha.. lá no escuro… desenrolavam-se grandes histórias… de forças escondidas lá no escuro que me queriam ameaçar.. e a melhor forma que eu tinha de me proteger.. era ir para junto dos meus pais.. é claro.. q após a primeira tentativa bem sucedida.. a minha resistência contra essas forças do escuro tornaram-se menores… e por tudo e por nada lá estava eu a tentar ir até lá… até que os meus pais começaram a recusar.. e lá ficava eu sozinho no quarto… acabando por constatar q afinal.. não haveria nada a temer..
    Por sua vez.. como vi que não havia nada a temer… essa vontade de ir dormir para o quarto dos meus pais… começou também a diminuir.. até que desapareceu…

    resumo da história..
    julgo q deve ser uma fase normal.. contudo talvez algum dos dias.. terão de rejeitar essa pretensão do vosso filho… ou pelo menos não aceitar todas.. para que ele comece a ganhar confiança nele..

    pronto fica o comment..

    Cumprimentos,
    Ricardo Martins

    • Bom, mas certamente que essas memórias são mais recentes do que os 2 anos.

      Se calhar o meu post pareceu ter uma proporção desmesurada, própria de algo que é escrito depois de uns bons dias seguidos sem dormir. É que o Tiago dorme lindamente e sempre o fez desde muito cedo. Tem, ocasionalmente, umas semanas em que dorme pior e, quando o nosso cérebro frita, temos que ventilar nos blogs. Mas a verdade é que, bem vistas as coisas e tendo em conta casos de outros miúdos que já ouvi, o nosso filho é um porreiraço durante a noite.

  4. Alexandra says:

    í s vezes os miúdos percepcionam coisas que não estão espressas como: se vocês estão “grávidos” ou a pensar ter outro bebé e ele tiver ouvido ou sentido esse desejo está a tentar ser o bebé para que não tenha de partilhar os pais com outro(a), tipo: se eles querem um bebé eu posso continuar a ser, não precisam de mais nenhum.
    Se for o caso, poderá haver necessidade de o tranquilizar, mostrar-lhe que é mais divertido ser o irmão grande.bj.

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