Foi uma semana complicada, a 33ª, com uma ecografia a mostrar o Tiago pélvico em vez de cefálico – que estava já há montes de tempo – e uma indicação de pé boto, impossível de confirmar pela dificuldade em ver com clareza a posição dos pés.
Ainda me caíram os tomates ao chão e só os apanhei quando comecei a perceber que a coisa é muito vulgar e tratável e que eu próprio nasci assim com as patinhas metidas para dentro e que não é por isso que hoje não ando a direito.
Mas é fodido, qualquer coisinha agora é um golpe de que custa a recuperar. A semana foi toda um bocado ensombrada pelas notícias de terça, apesar de tudo o resto ser bom sinal: bom peso, bom crescimento, bons indicadores de bem-estar fetal.
O Tiago completou 33 semanas, com 2.123 gramas e em cheio no percentil 50 de crescimento. Começa a semana 34 e começam – na segunda – as obras para por uma porta normal no quarto dele (a actual é de vidro).
Estou ansioso, mas não posso fingir que não estou cheio de medo também.
Tenho-me apercebido que há pessoas que amanhã vão votar “não”, apesar de serem contra a penalização do aborto! Há inclusivamente quem diga: “vou votar não, para acabar com a criminalização das mulheres”.
Oh minha gente, por favor acordem! Se querem despenalizar as mulheres, têm que votar SIM. O “não” é exactamente o oposto!
E já agora, aqui vai um esclarecimento para muita gente que anda por aí muito pouca esclarecida: o aborto não vai acabar se o não ganhar.
Votar “não”, não é acabar com o aborto, meus palhacinhos, é apenas mantê-lo na clandestinidade. Compreendem, ou é muito avançado? Repito: este referendo não vai, nem nunca pretendeu, pí´r fim ao aborto.
Espero que pelo menos algumas cabecinhas por aí se esclareçam nas próximas 24 horas.
Estou rodeado de idiotas. Vivo rodeado de pessoas com um QI vastamente inferior ao meu e estou farto.
Não falo dos meus amigos, família ou colegas de trabalho. Felizmente, esses três importantes grupos sociais são compostos de várias pessoas inteligentes com quem gosto de estar, conversar e trocar ideias.
Falo da vasta maioria do que sobra. O lixo de gente que popula as ruas, os transportes, os serviços. Há alturas em que pura e simplesmente me farto, me sinto cansado de ter que passar o tempo a adaptar o meu discurso para me fazer entender por pessoas que – sejamos claros – não têm capacidade intelectual de um humano normal.
As ruas estão forradas de pessoas estúpidas, já viram bem? Já pararam para pensar nisso, nos tempos mais recentes? A quantidade de pessoas estúpidas que andam por aí é verdadeiramente alarmante. E eu sinto-me cansado. E há dias em que sinto que vou perder a cabeça, vou-me passar e vou atirar uma velha feia para a linha do metro, vou esmagar o crâneo de um adolescente arrogante contra a esquina de uma parede, vou obrigar um foleirão a comer o seu telemóvel 3G.
Agora vou respirar fundo, vou pensar para comigo mesmo – mais uma vez – que essas pessoas, esses milhões de pessoas, precisam de ser ignorados. E que as pessoas capazes de raciocínio lógico, discussão inteligente e ideias organizadas são as que merecem atenção e esforço.
Não tenho dúvidas de que a evolução humana não se deu em saltos, mas em mutações que levaram í coexistência de várias espécies em diferentes níveis de evolução. E ainda é assim hoje em dia: já temos pessoas capazes de um nível elevado de civilidade, raciocínio e criatividade que, infelizmente, continuam a ter que partilhar o planeta com uma espécie inferior de gorilas brutos, básicos e estúpidos.
Já votei no primeiro e desde então não mudei de ideias, vou – obviamente – votar sim. A hipótese do não é medieval, pura e simplesmente. Mas sobre este assunto, o grande filósofo Carlin disse-o melhor que ninguém:
“don’t you find it a little ironic that the people who are against abortion are people you wouldn’t wanna fuck in the first place?”
Foi uma semana complicada, a 33ª, com uma ecografia a mostrar o Tiago pélvico em vez de cefálico – que estava já há montes de tempo – e uma indicação de pé boto, impossível de confirmar pela dificuldade em ver com clareza a posição dos pés. Ainda me caíram os tomates ao chão e só […]
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Já votei no primeiro e desde então não mudei de ideias, vou – obviamente – votar sim. A hipótese do não é medieval, pura e simplesmente. Mas sobre este assunto, o grande filósofo Carlin disse-o melhor que ninguém: “don’t you find it a little ironic that the people who are against abortion are people you […]