So, you want to go nuclear

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Havia duas hipóteses este ano: ou os Nuclear Tacos eram um fracasso, porque quem tinha comido no ano anterior não queria sofrer novamente, ou eram um sucesso por haver quem ainda não tinha experimentado e também por uma grande dose de sí­ndrome de Estocolmo.

Confirmámos a segunda hipótese quando nos alguém veio dizer que a fila percorria mais de metade da Sala Tejo.

Como os nossos tacos são feitos no Codebits e no verdadeiro espí­rito que caracteriza o evento, a minha receita é, evidentemente, open source, ou creative commons, ou… epá, é já a seguir:

Como já disse anteriormente, este ano, quando o Celso pediu para fazer algo diferente, tentei esgalhar um esquema qualquer de fazer ní­veis de intensidade, tal como tí­nhamos encontrado no Texas. Depois de andar í s voltas com a ideia e ter achado que era demasiado complicado, para depois achar que era fácil e finalmente decidir que dava muito trabalho, concluí­ que era possí­vel. Confusos? Óptimo.

Embora já tivesse ensaiado mentalmente como ia fazer a coisa, foi apenas no próprio dia que me sentei com um bom e velho lápis e papel, a definir as receitas.

Como nós cozinhámos 10 kg de carne, cada frigideira levou 1100 g de cada vez e fez-se um ní­vel por ronda. Ou seja, tí­nhamos 3,3 kg de carne para cada ní­vel, mas para facilitar, vou dar as receitas para 1 kg de carne apenas.

First and foremost, há duas coisas que não são fáceis de encontrar. Tudo o resto se vende em supermercados. Para reproduzir estas receitas terão então que comprar pó de Bhut Jolokia, que aconselho que encomendem da South Devon Chili Farm e pimentos africanos que se vendem nalguns supermercados étnicos, nomeadamente ali na Almirante Reis. Estes últimos são uma espécie de pimentos vermelhos pequenos (pouco maiores que uma noz), que vêm geralmente com o aviso “muito picante”.

Não são assim tão picantes, mas são bons.

Para todas as receitas vão precisar de cebola e alho picados í  mão e é essencial que tenham uma liquidificadora. No primeiro ano usámos uma picadora 1-2-3 e eu nem sabia que a mesma tinha um acessório liquidificador. Como fui eu que montei a cozinha este ano, dei com a coisa e foi o que usámos para obter a consistência ideal dos pimentos.

A preparação consiste então de picar a cebola e o alho com uma faca, de tirar os talos aos pimentos e de os liquefazer na máquina. Ajuda se se adicionar um pouco de água í  medida que se vai dando í  lâmina, como o Pedro e o Fernando descobriram. É a estes pimentos desfeitos que me refiro quando digo “pasta”, a seguir (ver, por exemplo, esta foto do David).

Vamos ao sumo.

Ní­vel 1

  • 20 g bhut jolokia
  • 70 g de pasta de piri-piri
  • 200 g de pasta de malagueta
  • 20 g de piri-piri em pó
  • 20 g de cominhos moí­dos
  • 20 g de paprika
  • 1 embalagem de tempero para tacos ‘Old El Paso’
  • 1 lata de tomate em pedaços

Ní­vel 2

  • 30 g de bhut jolokia
  • 70 g de pasta de piri-piri
  • 150 g de pasta de pimento africano
  • 20 g de piri-piri em pó
  • 20 g de cominhos moí­dos
  • 20 g de paprika
  • 1 embalagem de tempero para tacos ‘Old El Paso’
  • 1 lata de tomate em pedaços

Ní­vel 3

  • 70 g de bhut jolokia
  • 70 g de pasta de piri-piri
  • 150 g de pasta de pimento africano
  • 100 g de pasta de malagueta
  • 30 g de piri-piri em pó
  • 30 g de cominhos moí­dos
  • 30 g de paprika
  • 30 g de pimenta cayenne moí­da
  • 1 embalagem de tempero para tacos ‘Old El Paso’
  • 1 lata de tomate em pedaços

Para quem possa ter dúvidas: piri-piri aqui refere-se í queles pimentinhos pequeninos e vermelhos, malagueta refere-se aos mesmos, mas mais crescidos, compridos, finos e geralmente, verdes. E, claro, leva tudo um pouco de sal e é frito em óleo vegetal.

Dúvidas?

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4 comentários a “So, you want to go nuclear”

  1. Edgar Durão says:

    Pffuu…. do 2 para o 3 vão 40 g de diferença de bhut jolokia.
    Se o 2 me deu lágrimas, o 3 deve ser cá uma bomba que nem sei.

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