Publicado em , por Pedro Couto e Santos
No SAPO:
“Tabaco
70% dos fumadores não consegue deixar vício por falta dinheiro para medicamentos-HSM (Lusa)”
oooooooh, coi-ta-diiiiiiiinhos.
Epá, mas espera lá, ocorreu-me uma coisa… o tabaco não custa dinheiro?!
Devo ser só eu que faço estas deduções brilhantes…
[tags]tabaco,ideias,peregrinas,conclusões,imbecis,jornalismo,da,tanga[/tags]
Pensei exactamente o mesmo quando ouvi esta «preciosidade». Coincidência? Claro que não, apenas óbvio demais.
É que já punham o tabaco a pelo menos 20€… era vê-los a ganir! :P
Era vê-las fazer moo….
Pá… de todas as desculpas… esta é a mais esfarrapada e idiota que eu já ouvi! :D
70% dos portugueses são hipócritas, subsídio-dependentes, idiotas e completamente totós. Aliás, estes fumadores que não conseguem deixar o vício por falta de dinheiro para os medicamentos, fazem-me lembrar os tipos com cancro na laringe que querem sacar indemnizações í s tabaqueiras porque não sabiam que o tabaco pode provocar o cancro!
Neste caso não sei quem é o maior hipócrita. É que convém não esquecer que o Estado legisla com uma mão e recebe dinheiro com a outra, sendo sócio maioritário de todas as tabaqueiras por via dos impostos exorbitantes que cobra sobre o tabaco. Não vou discutir a legitimidade de impostos sobre o vício ou “impostos moralistas”. Mas se o estado factura tanto com os fumadores, podia comparticipar os medicamentos para aqueles que querem parar de fumar.
Tanto quanto sei, o tabagismo é a única toxicodependência cuja cura de desintoxicação não é comparticipada como um acto médico. E não se pode usar o argumento de ser legal porque o álcool é legal e os tratamentos para alcoólicos são comparticipados. Porquê?
Será que o Estado precisa de manter a sua fachada políticamente correcta de ser contra o tabagismo para conquistar votos, mas por outro lado está viciado nos lucros provenientes do imposto sobre o tabaco? Isto sou só eu a sonhar alto…
Já agora, consegui deixar de fumar ao fim de várias tentativas. Não sou tão perfeito como outras pessoas, e por isso a a dada altura cometi a burrice de começar a fumar. Deixar de fumar foi uma das coisas mais difícies que já fiz na vida. Não estou í espera de palminhas nem coisa que tal, mas para quem nunca passou por isso… é difícil. Consegui com recurso a pensos de nicotina e calmantes. Durante o período de tratamento, gastei mais dinheiro em medicamentos do que gastaria em cigarros.
Acho curioso que conheço pessoas que estão a deixar de fumar precisamente porque não querem pagar pelo tabaco.
Eu também tenho uma pequena dependência medicamentosa e sei o que custa largar um vício. Tanto que ainda não consegui e a ressaca é lixada.
Ideias peregrinas, conclusões imbecis, jornalismo da tanga. Mais tags geniais. Nem tinha reparado quando li a primeira vez. De facto, o jornalismo português trata o assunto do tabaco com grande parcialidade. Já li de tudo: o Estado não pode ser nosso pai, os nazis também eram anti-tabaco, a lei é esquizofrénica, se proibem o tabaco também têm que proibir o açúcar, jihad anti-tabaco, zelotas anti-fumadores, Teixeira de Pascoaes deixou uns cigarros no seu espólio e o tabaco serviu de inspiração a muitos escritores e o Estado quer acabar com o livre arbítrio, os fumadores contribuem para a Economia porque morrem precocemente e já não chegam a receber dinheiro das reformas. Reconheço que estas «notas soltas» estão aqui descontextualizadas mas os textos no seu todo eram completamente parciais.
…Eu cá acho que o Estado devia ajudar os coitados que começaram a fumar porque é giro ou dá estilo, sim, porque se a vida for realmente má, não deverá ser a nicotina a droga de excelência. No entanto, e uma vez que consegui não ser agarrado por esse bicho papão que nos persegue e quase se envia nas nossas bocas, gostava que o Estado me ajudasse pagando parte do empréstimo da minha casa, ou ter um bonús redutor de impostos digamos na ordem dos 100%, que tal… ui que bom que era… ficava quase com as mesmas regalias que os ciganos…
Em Portugal, 80% do preço de um maço de tabaco é imposto.
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=642674
Vamos supor que um fumador fuma 1 maço por dia durante 10 anos. Nada de anormal. Vamos arredondar para baixo e supor que o maço custa €2,5:
365 x 10 x 2,5 x 0,8 = 7300
Em moeda antiga, este fumador já pagou quase mil e quinhentos contos ao estado em imposto, só por fumar. Será assim tão absurdo pedir que 1% desse valor seja usado para comparticipar os substitutos de nicotina da mesma forma que se comparticipam tantos outros medicamentos? Se isto é um subsídio, é o pior subsídio do mundo.
bintxo: quer um negócio parecido para a sua casa? Eu financio-o. Primeiro paga-me €5000 por mes durante 10 anos e depois eu pago-lhe a casa toda. Prometo.
Que confusão que para aí vai! Ora bem: eu fumo desde os 15 anos e tenho 54 anos e, ainda por cima, sou médico. Penso que isto me dá direito a dizer o seguinte: o Estado cria impostos naquilo que lhe parece mais fácil taxar (a gasolina, o tabaco, e o álcool, por exemplo – já agora, Sr. Menezes, nem todos os medicamentos anti-álcool são comparticipados). Quanto ao tabaco (assunto em discussão), os verdadeiros fumadores (como eu), estão-se cagando para impostos, medicamentos, tratamentos, imposições legais, restrições e tudo o mais. Limitamo-nos a continuar a fumar porque nos dá gozo, embora tentemos ser politicamente correctos e respeitar os direitos dos não fumadores.
O grande problema, meus senhores (não fumadores e falsos fumadores) é confundir vício com prazer.
Se é um vício, combata-se!
Se é um prazer, estimule-se!
Capice?
Correcção: este post não tem NADA a ver com tabaco.