Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Desde que comecei a usar o iTunes que fiquei viciado. Nunca tinha tido paciência para organizar a minha biblioteca de música (meloteca?), mas com o iTunes a coisa mudou. A começar pelo “keep organized”, que me põe a música toda numa directoria, sem ter que andar í cata de ficheiros, nem arriscar-me a estragar tudo por acrescentar um disco ao sistema e depois por todas as opções de organização disponíveis: playlists, smart playlists e rating.
Ora… para usar um sistema de rating, é preciso dar-lhe significado. E como o significado das estrelinhas, tão prevalente em sistemas de qualificação de conteúdos, não é universal, cada um tem que dar o valor que bem entender í s suas estrelinhas (isto quase parece poético).
Então, como organizo as minhas estrelas, no iTunes?
Uma estrela
Dou uma estrela a música má, daquelas que um gajo guarda porque é tão piroso que tem piada, ou porque pode querer mostrar a alguém mais tarde.
Também é possível ter um álbum inteiro com faixas más lá no meio, a que dou uma estrela, mas que não apago porque quero ficar com o álbum completo.
Finalmente, dou uma estrela a sound clips e coisas assim, cuja qualidade não me interessa, mas que ficam marcados como não sendo necessariamente música.
Por exemplo: “My lord”, do Horace Andy – odeio a voz deste gajo que, na minha humilde opinião, destrói muitas músicas dos Massive Attack que podiam ser fabulosas; “Run”, dos Air – SECA! ou “This used to be my playground”, da Madonna… aliás, acho que vou mas é apagar isto, o que raio está aqui a fazer?!
Duas estrelas
Dou duas estrelas a música “audível”. São geralmente faixas que não gosto particularmente de ouvir, mas que não ferem os meus tímpanos e que, especialmente no contexto de um álbum, se aceitam razoavelmente bem.
Exemplos: “Hello”, do Prince: sintetizadores irritantes e harmonias maradas, não é uma das suas melhores faixas, mas tipicamente Prince daquela época;Â “Stand by me”, dos Oasis: típico pop de 3 acordes e com demasiado sabor a déja vu, mas ocasionalmente audível – aliás, Oasis só mesmo ocasionalmente; “Sound and Vision”, do David Bowie: mais uma daquelas faixas não fantásticas, mas aturáveis, sobretudo numa sessão Bowie-only, o pior aqui é mesmo a produção, tornando a música irritante para os ouvidos, com demasiados agudos.
Três estrelas
Com três estrelas ponho a música boa. Tudo o que é bom, se ouve bem e não chateia mas que, apesar de tudo, ainda leva uns skips valentes e não merece ir parar í s playlists de “agora é que eu vou mesmo ouvir música”.
Exemplos são “You’ve got her in your pocket”, dos White Stripes, “Doughnut song”, da Tori Amos, “The church of what’s happening now”, da Sia, “Head”, do Prince ou “Abra cadaver, dos Hives. Mas estes são poucos exemplos… há muitos mais.
A categoria de três estrelas é provavelmente a mais populada da minha library.
Quatro estrelas
Com quatro estrelas tenho música excelente. Faixas que raramente são passadas í frente, que dão gozo ouvir, fazem um gajo dançar e/ou cantar, batucar na mesa e, no geral, gozar que nem um porco.
Por exemplo “Past the mission”, da Tori Amos feat. Trent Reznor (Under the pink continua a ser o meu álbum de referência da Tori); “Jambi”, dos Tool, uma faixa com uma intro verdadeiramente “fuck yeah”; “Tearjerker”, dos Red Hot Chili Peppers, uma música que soa a California por todos os lados; “Another one bites the dust”, dos Queen – provavelmente uma das linhas de baixo mais conhecidas do mundo ou “St. Anger”, dos Metallica.
Em bastante menos quantidade do que as faixas de três estrelas, as de quatro são provavelmente o grosso da minha audição diária.
Cinco estrelas
Se três estrelas representam música “boa” e quatro, “excelente”, para que servem as cinco estrelas? Servem para música perfeita, claro.
Faixas que posso meter numa playlist e nunca fazer skip a nada. São aquelas faixas que posso por em repeat e ouvi-las 15 vezes seguidas sem me cansar. São faixas que excitam, emocionam e divertem a um nível inultrapassável.
Música que causa reacções neurológicas involuntárias, movimentos espasmódicos corporais e emissão de sons guturais e ocasionais gritos de contentamento.
São apenas 565 faixas, de um total de 7.535, mas são 565 que valem a pena, como “This is the sea”, dos Waterboys, cuja letra – estou convencido – foi escrita para mim (até acerta na minha data de nascimento); “Seven nation army”, dos Whitestripes, com uma das melhores linhas de baixo de tempos recentes… que nem sequer é de baixo, porque é tocada numa guitarra com um octaver; “Blood roses”, da Tori Amos – provavelmente a melhor música rock com cravo que já ouvi; “The Grudge”, dos Tool, que só apetece chamar nomes ao Danny Carey; “Anarchy in the UK”, dos Sex Pistols – a definição de punk; “Karma police”, dos Radiohead – simplesmente brilhante ou o imortal “Shine on you crazy diamond”, dos Pink Floyd, que mostra como é que se faz rock progressivo.
E isto, claro, é a minha música no escritório. Em casa tenho mais, mas mais í balda, confesso.
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Boas!! O iTunes só é compatível com iPod? Eu possuo um Creative Vision: M, mas o serviço da creative homólogo ao iTunes não me agrada mesmo nada.
E desculpa a santa ignorância em relação ao assunto.
Olha, gostava de ajudar, mas não sei, porque só tenho um iPod. Alguém sabe se o iTunes funciona com o Vision?
Aparentemente, mais ninguém sabe!!! Agradeço na mesma. Vou tentar usar o iTunes, experimentar se “funcemina” com o Creative. Grazie!