Publicado em , por Pedro Couto e Santos
SHiFT significa Social and human ideias for technology e é uma conferência a decorrer em Lisboa, organizada por portugueses, sobre os temas da humanização da tecnologia e a sua componente social e de comunicação.
Tive o privilégio de estar ontem na SHiFT e presenciar um evento bem organizado e, sobretudo, muito interessante. Fiquei sobretudo impressionado com a visão centrada no design que existe já de forma sólida, sobretudo nos Estados Unidos; a maneira como o design está a ser visto como disciplina completa, por contraste com a visão “os designers são os tipos dos bonecos”, que ainda reina em terras lusas.
Talvez o futuro traga finalmente um lugar apropriado para o design dentro do processo de criação de valor das empresas modernas. As actuais tecnologias de comunicação e interacção social baseadas na internet representam uma oportunidade única para, uma vez mais, o designer ter um papel fundamental não só na criação visual e ergonómica, mas também na implementação de estratégias de produção e optimização de produtos e sistemas.
Ainda guardo alguma esperança que um dia, numa reunião de produto, alguém sugira “vamos ter uma ideia nova”, em vez de “vamos ver o que fazem os outros”. Precisamos que em Portugal também se grite “eureka”.
Se por acaso não fosse tratador de cavalos em miniatura, teria todo o interesse em que o design fosse final e justamente empregue como a ferramenta interdisciplinar definidora, no caso concreto da sua aplicação í web, uma espécie de astrolábio da comunicação e não visto como o redutor mas costumeiro “por as coisas mais bonitinhas”. Até porque me chateia de morte que se confunda a etimologia de “design” com desenho em vez de desígnio.
Ah.. quem me dera ser désainér como tu…
galopante:
das gnü
É um tema muito interessante. No entanto, acho que parte (significativa) do problema está nos próprios designers. Acho que a maioria se “cola” confortavelmente í imagem do “fazedor de coisas bonitinhas”, e dispensa de bom grado a parte associada í estrutura de informação, í interacção, í experiência, etc.
Acho que a mudança tem de partir, em grande parte, de designers com vontade de intervir e participar em partes que fazem parte integrante do *design*. Os designers têm de assumir como deles partes associadas í estruturação de informação ou í interacção (só para dar alguns exemplos).
Existe uma grande confusão entre grafismo e design. A maior parte das pessoas formadas em design faz “apenas” grafismo… e não espera fazer mais.
O problema dos profissionais que não são profissionais existe em todas as profissões. Para mim o problema começa quando a profissão não tem o reconhecimento que merece. Só para dar um exemplo, a actividade económica “designer”, não existe, para o Ministério das Finanças.
Dentro destes temas, uma sugestão de leitura – http://ressabiator.blogspot.com/
Em particular – http://ressabiator.blogspot.com/2006/08/o-direito-burocracia.html