Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Hoje fomos ao Dr. João Paulo Marques fazer a ecografia do primeiro trimestre, com o importante exame da translucência da nuca, para despiste da trissomia 21.
É também o primeiro dia de Outono e a coisa resolveu revelar-se em grande com uma bela chuvada e céu cinzento.
A caminho do consultório, dei com um autocarro avariado, a bloquear a Rua Rosas do Pombal, que eu queria subir. Felizmente, tinha decidido levar o Smart, pelo que subi o passeio, passando para o outro lado e contornando o obstáculo. Which was nice.
Estava ansiosíssimo, pelo significado desta eco e porque ainda não tinhamos conseguido voltar a ouvir o coração do bebé com o doppler que a minha mãe trouxe. Mas como a ansiedade é uma coisa auto-alimentada e, no meu caso, ainda estava com fome, chegámos í s nove e meia apenas para saber que o médico estava preso no trânsito, em Lisboa, sem grandes hipóteses de se despachar em breve.
Acabou por ser uma hora e meia de espera, durante a qual tive – obviously – que ir experimentar a sanita do consultório, que fotografei, claro.
Enfim, chegou o Dr. Marques e rapidamente tivemos a confirmação de que estava tudo bem. Aquela perturbação da imagem ecográfica que indica o batimento cardíaco lá estava, confirmando isso mesmo.
A ecografia correu toda bem, com os indicadores de t21 negativos. Segue-se o rastreio bioquímico, que da primeira vez deu um falso positivo, obrigando a uma amniocentese, exame com um nível de risco elevado e que apesar de tudo, seria simpático evitar.
De regresso a casa, foi a vez da saga da cassette. Já não tenho muito a dizer sobre a Fnac de Almada. De facto é já quase uma piada, mencionar a palavra Fnac.
Comprámos ontem uma simples cassette VHS TDK, de 180 minutos e apesar de ser uma coisa simples e extremamente vulgar, estava em más condições e depois de tentativas com três vídeos diferentes e mesmo depois do Artur ter levado a cassette para testar num quarto vídeo, não foi possível ver a gravação.
O meu primeiro insitino é meter-me calmamente no carro, ir até Fnac e matar toda a gente que lá trabalha, usando apenas a cassette que me venderam.
Mas entretanto já me passou… não é isso que me vai preocupar. O importante é que o nosso bebé está bem e recomenda-se, com 12 semanas e cinco dias.
Bora lá puto!
[tags]Tiago,gravidez,ecografia[/tags]
No meu tempo… (como se eu fosse um velhadas já acabado). Vou começar outra vez.
Na altura em que o meu primeiro filho nasceu, aqui há uns 13 anos, falava-se muito mal das ecografias. Com ou sem razão, não sei. Lembro-me de ouvir dizer que a criança podia ficar surda se se fizessem muitas ecografias nos primeiros 3 meses. Como a minha avó nasceu sem ecografias, eu decidi que não devíamos fazer nenhuma. A minha mulher só começou a fazer ecografias a partir do 3º filho. Eu sei que és filho de um médico, mas não exagerem.
Quanto í preocupação, eu entendo-vos: a vossa experiência anterior não foi boa. Mas a atitude que eu acho que se deve ter quando se está grávida é a daquela mãe do filme “O Sentido da Vida” dos Monty Python, interpretada por Terry Jones, que já tinha uma centena de filhos e que está a lavar a loiça quando lhe cai mais um por entre as pernas, e pede a um dos filhos que por ali está: ” Apanha aí a criança”. Ou seja, não se preocupem mais do que o necessário.
É preciso que a Dee viva alegre e não preocupada. Isso tem influência sobre todo o seu metabolismo e sobre a criança também. Vê lá se a consegues distrair.
Olá,
nos dois putos que tivemos, fizemos ecografia mensais. Não somos (e fosse nunca admitiria) hipocondríacos, mas o conforto com que se fica pode sempre compensar.
E sim, concordo com o terceiro parágrafo do comentário do Alex: também entendo de onde vem a preocupação, mas em moderação é sempre bem.
BTW, espero que seja uma miúda, porque os meus dois precisam de mulheres í altura :)
Relativamente í cassete da FNAC, verifica tb a maquina de ecografias do Dr. Marques. Uma breve história: o nosso médico aceita sempre de bom grado as cassetes que lhe levamos e faz o procedimento todo para gravar as eco’s. No entanto nunca ninguém leva uma cassete pela segunda vez, porque o sistema dele tá marado e não grava nada. A parte fantástica é que é mais ou menos conhecimento geral das suas pacientes, mas ninguém tem coragem para dizer ao senhor …. :))
abraços aos dois,
A ideia de que ultrassons podem ensurdecer parece-me arcaica, portanto vou encomendar um ecógrafo do eBay (30 mil dólares) e tê-lo permanentemente ligado.
Quanto a ser uma miúda, começo a preocupar-me… o Fernando tb diz o mesmo que tu, vamos lá ver onde é que esses vossos ranhosos metem as mãozinhas :-)
Já te apercebeste que a ciência actual é, na grande maioria, probabilística. E isso dá-te razão na questão dos ultra-sons e da surdez: não há associação estatisticamente significativa (demonstrada) entre os dois. Mas aqui há 13 ou 14 anos atrás, as ecografias eram coisas novas e não havia dados nem estudos suficientes sobre esse facto. Houve uns casos de surdez e alguém aventou a hipótese de serem causados ppelas ecografias.
Já outras intervenções, como a amniocentese, acarretam uma probabilidade conhecida de aborto ou morte do feto.
Mas embora não haja demonstração de qualquer relação entre umas ecografias pontuais e consequências para o feto, acho que aquilo que tu falas, uma monitorização ecográfica permanente um exagero.
Pensa no seguinte: Por volta de 1925, Heisenberg enunciou o princípio da incerteza que diz o seguinte: “Não é possível determinar com precisão, simultaneamente, a posição e a velocidade de um electrão”. Ou sabemos a posição ou sabemos a velocidade, mas nunca as duas em simultâneo.
Bertrand Russel explica: Os mecanismos que temos para determinar a posição e/ou velocidade do electrão são intrusivos, quer dizer, alteram aquilo que estamos a observar. Por exemplo, a luz que fazemos incidir sobre o electrão para o observar modifica a sua velocidade, porque lhe fornece energia ao irradiá-lo com fotões.
E é nesse ponto da intrusão que eu gostava que tu pensasses antes de encomendares o aparelho de ecografia.
Eu sei que é quase impossível demover alguém do signo Búfalo das suas ideias. Tenho vários grandes amigos Búfalo, inclusive uma filha, e NUNCA tive sucesso nestes meus 44 anos de vida. Mas pensa em termos probabilísticos (ou científicos): aquilo que vos aconteceu no passado é raríssimo e a probabilidade de acontecer outra vez é infinitesimal. Por outro lado, uma monitorização permanente com ultra-sons é NECESSíRIAMENTE intrusiva. Estou preocupado.
Um outro exemplo, contrário a este, mas ainda assim relevante, talvez te faça pensar melhor sobre as influências do ambiente exterior sobre o desenvolvimento do ser humano.
Alguma vez ouviste falar do conceito de imprinting? Podes procurar na net, mas tens aqui um link que fala exactamente do que vou expor: http://glossary.cassiopaea.com/glossary.php?id=903&lsel=I
(lê o 2º parágrafo)
Se tapares os olhos a uma criança durante as primeiras semanas de vida, a criança pode ficar cega para sempre. Isto porque a visão aprende-se, não é inata, e há um período da vida em que essa aprendizagem é favorecida.
O que é que isto tem a ver com os ultra-sons? A luz ao entrar no globo ocular numa determinada altura modifica o aparelho da visão. Tu sabes o que é que uma amplitude elevada de ultra-sons permanentes causa sobre o feto? Eu não.
Huh, tens razão, acho que em vez de ultrassons vou mas é usar raios gama.
Ok, não tens emenda. Boa sorte.
De repente fez-se luz na minha cabeça. Nós somos os tipos mais radicais e fundamentalistas que eu conheço. Eu, porque não quiz ecografias e os meus filhos nasceram em casa. Tu, no outro extremo, com a ecografia permanente.
Pelos vistos há pessoas com uma incapacidade nata para reconhecer sarcasmo. É um bocado como ser daltónico.
Mas o que me irrita mais é a constante necessidade que este gajo tem de estar sempre a dar lições de tudo e mais alguma coisa nos sites de toda a gente como se fosse a única pessoa culta e informada no mundo. Cada comentário é um livro e nesta quantidade já não há paciência.
Epá Alex, arranjo um hobby!
O que vai para aí! Eu, que sou médico e tenho a obrigação de saber um pouco mais destas merdas, tenho a dizer o seguinte: Alex, obrigado pela preocupação mas escuta um aviso: a paranóia aproxima-se, inexorável! Too much information is no information at all! Pedro e Dalila: que bom é voltar a ser aví´!
o alex faz-me lembrar um conhecido do meu marido…
“É pá calma!, ao contrário do que vocês pensam, eu não sou uma enciclopédia!”
good grief! :-P
Tenho 23 anos e a minha mãe deve ter feito umas 2 ou 3 ecografias durante a gravidez e cá estou eu, com ouvido de tízica (ahh se calhar fez o efeito contrário!).
Talvez os ultrassons permanentes vos ajudem contra o barulho dos vizinhos… :P
Dei de caras com este blog.
E, realmente, fiquei perplexa!!!!
Se por um lado há a ansiedade com o facto de algo correr mal durante a gravidez, e voçês como pais rodeiam-se de toda a informação possível a esse nível, porque, então, rejeitam a informação do outro lado e muito bem explicada até pelo Alex, que é real e que é objecto de vários estudos efectuados durante as décadas de 80 e 90.
Eu, também tenho 3 filhos, também sofri imensa ansiedade (claro que não se compara com o que voçês passaram), mas tentei sempre manter a informação equilibrada, tentando saber, por um lado o que se passava com o bébé, mas não exagerando ao usar as tecnologias diponíveis, como se fossem totalmente inofensivas. É que elas não são nada enofenssiveis. Há riscos.
Como pais informados que me parecem ser, tomem em conta os avisos, provavelmente ficarão livres de muitos dissabores.
De qualquer das formas devem fazer como acharem melhor, tendo em conta o bem estar presente e futuro do bébé.
Espero que tudo corra bem para todos. E vai correr concerteza! ;))
Bom, como parece que o sarcasmo de facto não passa aqui vai literalmente: é ÓBVIO que eu não vou comprar um ecógrafo e mantê-lo permanentemente ligado, mas também me parece ÓBVIO que vou seguir o protocolo indicado para uma gravidez normal e que inclui ecografias que despistam dezenas de problemas e malformações.
Pronto: fico mais descansadinha. eheheheheh