Estágio de Meditação e Qigong 2

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Hoje foi o segundo (e último) dia do estágio de Qigong com o Mestre Yang. Tivemos hora e meia de teoria de manhã e depois passámos para o ginásio, onde fomos fazer alguns exercí­cios de Qigong.

A parte mais estranha destas aulas é quando começamos experimentar coisas que nos parecem incrí­veis, através dos exercí­cios mais simples do mundo. Não nos sentamos em posição de lótus, torcendo a cabeça para trás com os braços entrelaçados, não nos colocamos de pernas para o ar, nem pomos pernas atrás dos ombros.

São coisas infinitamente mais simples e quando pensamos para nós próprios “qi, o raio… qual qi, qual quê”, sentimos qualquer coisa estranha. Parece que o nosso próprio corpo não participa do nosso cépticismo. Senti-me muito bem.

Aprendemos muitas coisas hoje. Coisas diferentes das que aprendemos ontem, mas muito interessantes também. Fiquei a perceber que o corpo pode ser regulado das maneiras mais estupidamente simples do mundo, como abanar os braços para trás a e para a frente, todos os dias, durante vinte minutos, ou ficar numa determinada postura durante cinco minutos.

Também percebi que meditar é uma coisa complexa e difí­cil. Obviamente, como ocidental, tinha outra ideia, uma que acho que anda muito para aí­, como é fácil chegar ali, sentar numa determinada posição, dizer “om” durante duas horas… não dá, não pode ser assim. Como o Mestre explicou, os primeiros tempos de meditação, a tal regulação da respiração, em que não fazemos mais nada que não tentar regular e aprofundar os nossos ciclos respiratórios, é uma altura de limpeza, de recordação e conciliação. Uma espécie de terapia. Pode levar seis meses, pode levar um ano, dois ou três. Não interessa, o processo da meditação é tão longo e difí­cil que praticamente não serve para pessoas que vivem no nosso mundo, que esperam que a meditação lhes seja entregue num pacote, por exemplo, numa cassete, ou num site, como eu já fiz. Fiquei a perceber como isso é ridí­culo.

Nada como aprender qualquer coisa.

Este pequeno curso também sublinhou uma ideia que já tinha há algum tempo e que, curiosamente, o Cunhado também adquiriu agora: há por aí­ muita porcaria, muitas escolas da treta, muitos gurus de plástico, marca registada, made in “fui uma vez í  í­ndia e sei tudo sobre o nirvana”.

Bom, acabado o estágio viemos embora e eu fui com a Dee para casa dos meus pais. O meu pai faz hoje anos, eeeeeeh happy birthday. Saí­mos para jantar no chinês e eu senti-me estupidamente mal disposto… a minha mãe acabou por ter que ir comigo a casa, dar-me um Motilium, bendito medicamento. Voltámos para o restaurante e eu senti-me melhor e ainda jantei.

Regressámos a casa dos meus pais, estivemos um bocado, demos as prendas ao meu pai e conversámos. Depois, casa, ainda fui acabar umas ilustrações e depois, dormir.

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