J\u00e1 v\u00e1rias pessoas me tinham aconselhado a ver uma s\u00e9rie de TV chamada \u00c2\u00abDexter\u00c2\u00bb. Nunca tinha experimentado, n\u00e3o por n\u00e3o confiar nos conselhos dessas pessoas, mas simplesmente porque \u00e9 dif\u00ed\u00adcil de gerir a quantidade de s\u00e9ries que tentamos ver, no tempo limitado de que dispomos: House, Bones, Jericho, Heroes, 24, Lost, Battlestar Galactica, Dead like me, Nip\/Tuck, etc.<\/p>\n

Finalmente, o Pecus<\/a> emprestou-me a s\u00e9rie e como ela ficou rapidamente nas minhas m\u00e3os e dispon\u00ed\u00advel para ver, aproveitei.<\/p>\n

Estou completamente e inalteravelmente viciado.<\/p>\n

A s\u00e9rie \u00e9 tanto melhor quanto n\u00e3o se faz ideia o que esperar da dita. Com um nome como \u00c2\u00abDexter\u00c2\u00bb, a \u00fanica coisa que me ocorria era o desenho animado da Cartoon Network: \u00c2\u00abDexter’s Lab\u00c2\u00bb e portanto n\u00e3o tinha qualquer ideia pr\u00e9-concebida sobre a s\u00e9rie que n\u00e3o envolvesse um pequeno cientista ruivo.<\/p>\n

Desaconselho a leitura a quem nunca viu, a partir deste ponto. <\/em><\/p>\n

E o mais curioso \u00e9 que a s\u00e9rie \u00e9 efectivamente sobre um cientista ruivo.<\/p>\n

Dexter Morgan, desempenhado por Michael C. Hall (o David de \u00c2\u00abSix feet under\u00c2\u00bb), \u00e9 um especialista forense da pol\u00ed\u00adcia de Miami. Mais especificamente, especialista em sangue: an\u00e1lise do dito e das suas formas e manchas, quando \u00e9 espalhado em cenas de crime.<\/p>\n

Mas h\u00e1 algo mais interessante sobre Dexter: ele \u00e9 um serial killer. Adoptado por um pol\u00ed\u00adcia que cedo se apercebeu dos impulsos assassinos do seu filho adoptivo, Dexter cresceu sob o “c\u00f3digo de Harry”. Harry, o tal pol\u00ed\u00adcia, ensinou Dexter a manter-se dentro da sociedade: integrado e aparentemente normal, dirigindo a sua necessidade de matar exclusivamente contra criminosos que escapam por entre as malhas do sistema.<\/p>\n

E \u00e9 assim que, durrante o dia, Dexter ajuda a pol\u00ed\u00adcia de Miami a capturar criminosos, com a sua ci\u00eancia e, durante a noite, captura os seus pr\u00f3prios malfeitores e os faz em pequenas postas.
A s\u00e9rie \u00e9 mais um belo exemplo de como a fasquia da qualidade se elevou, em termos de televis\u00e3o, nos \u00faltimos anos. Scripts excelentes, di\u00e1logos impec\u00e1veis, bons personagens, fotografia irrepreens\u00ed\u00advel, realiza\u00e7\u00e3o perfeita e – de entre um leque de bons actores – Michael C. Hall \u00e9 um Dexter brilhante, de olhar vazio, fingindo emo\u00e7\u00f5es para parecer normal e integrado, s\u00f3 o vemos sorrir com verdadeiro prazer ao fim de sete epis\u00f3dios.<\/p>\n

A s\u00e9rie \u00e9 baseada numa colec\u00e7\u00e3o de livros – mais um tra\u00e7o usualmente cinematogr\u00e1fico, que vemos passar para a TV com sucesso – de Jeff Lindsay (pseud\u00f3nimo), sendo a primeira season de 12 epis\u00f3dios baseada no primeiro romance da colec\u00e7\u00e3o: \u00c2\u00abDarkly dreaming Dexter\u00c2\u00bb. J\u00e1 est\u00e1 em prepara\u00e7\u00e3o uma segunda season.<\/p>\n

Absolutamente brilhante e a n\u00e3o perder de forma nenhuma.<\/p>\n

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