O \u00e1lbum tem nove faixas, embora originalmente tivesse 11. Achei que ficava mais composto com estas nove, que me parecem fazer um bom fluxo de umas para as outras. Passei algum tempo a orden\u00e1-las e reorden\u00e1-las para me fazerem sentido em sequ\u00eancia. S\u00e3o 57 minutos de m\u00fasica instrumental, com algumas samples de voz e duas interven\u00e7\u00f5es minhas. Mas n\u00e3o se preocupem, n\u00e3o canto.<\/p>\n\n\n\n

As tr\u00eas primeiras m\u00fasicas, Handmade, Rising e I Walk Alone incluem guitarra e um final de bateria tocada por mim (com horas e horas de correc\u00e7\u00f5es \u00ed\u00a0 unha :P). Rising \u00e9 tamb\u00e9m a faixa mais recente de todas, sendo que j\u00e1 tinha 10 m\u00fasicas alinhadas quando uma manh\u00e3 de um fim de semana qualquer comecei a produzir esta, que acabou por ficar no \u00e1lbum em detrimento de outras duas.<\/p>\n\n\n\n

Na faixa I Walk Alone, o breakdown de piano \u00e9 acompanhado por uma grava\u00e7\u00e3o que fiz num passeio a p\u00e9 e \u00ed\u00a0 chuva, no dia 20 de Agosto de 2020, na Serra da Estrela.<\/p>\n\n\n\n

De f\u00e9rias com a fam\u00ed\u00adlia, em pleno Agosto, choveu o tempo quase todo e a certa altura j\u00e1 ningu\u00e9m queria ir a lado nenhum. Portanto, eu fui fazer uma caminhada pelos montes em redor de Linhares da Beira. A certa altura, lembrei-me de pegar no telefone e gravar o som dos meus passos e da chuva. \u00c9 mais uma demonstra\u00e7\u00e3o de como, nos nossos tempos, basta ter um telem\u00f3vel no bolso para capturar som que pode servir para um projecto. N\u00e3o \u00e9 uma grava\u00e7\u00e3o super mega profissional, mas funciona.<\/p>\n\n\n\n

Da mesma forma, a faixa Silver Dust termina com passarinhos. Foram gravados h\u00e1 n\u00e3o muito tempo, dia 7 de Mar\u00e7o de 2021, num passeio a p\u00e9 por Almada. J\u00e1 o discurso de Sir Winston Churchill \u00e9 mais famoso que qualquer passarinho.<\/p>\n\n\n\n

Em Lost Abilities e The Female Form, ouve-se a minha voz. No primeiro, um discurso improvisado, com tudo o que isso implica de pensamentos cruzados e hesita\u00e7\u00f5es; no segundo, um poema de Walt Whitman, retirado da sua obra “The Body Electric” e livre de copyright (ajuda).<\/p>\n\n\n\n

Para The Female Form, tinha uma melodia de trompete, tocada num sampler, mesmo para dar aquele toquezinho chique-piroso, mas soava t\u00e3o falso que me irritava, sempre que o ouvia. Ent\u00e3o decidi ir at\u00e9 ao Fiverr, mais um servi\u00e7o incr\u00ed\u00advel dos tempos modernos. A\u00ed\u00ad, o trompetista Oli Parker gravou-me umas melodias que acabei por usar de forma completamente diferente, na m\u00fasica. Por pouco mais de \u20ac30, tinha trompete na m\u00fasica.<\/p>\n\n\n\n

This Here Drum Machine nasceu de ter comprado uns packs de samples e n\u00e3o saber o que fazer com eles. Comecei a brincar e acabei por fazer uma coisa \u00ed\u00a0 volta de sons de bateria programados. Nenhum deles veio do sample pack, mas o break de flauta sim!<\/p>\n\n\n\n

Finalmente, as duas \u00faltimas faixas fazem uma esp\u00e9cie de conjunto para fechar o \u00e1lbum: Black Stone e Walk. A primeira refere-se ao voo at\u00e9 \u00ed\u00a0 Lua e a segunda, aos primeiros passos na mesma. S\u00e3o faixas mais “espaciais” e incluem grava\u00e7\u00f5es dos astronautas, disponibilizadas pela NASA no seu arquivo. Tal como no caso do discurso de Churchill, fiz os contactos poss\u00ed\u00adveis para me certificar que as samples podiam ser usadas, mas n\u00e3o obtive resposta. <\/p>\n\n\n\n

Resta-me convidar-vos a ouvir a m\u00fasica, partilhar com amigos, deixar likes, ou mesmo dislikes. Espero que algumas pessoas por a\u00ed\u00ad achem piada porque a mim deu-me muito gozo fazer e, sobretudo, publicar.<\/p>\n\n\n\n