O Fernando pediu a receita e como tive que parar um bocadinho para pensar o que fiz, achei que, já agora, punha isto num post.
Aviso já que recorri a um molho de frasco, mas acho que o molho é bem bom e vale a pena. Portanto, aqui fica a receita para fajitas de frango com pico de gallo
Para o frango
1 kg de peito de frango cortado em pedaços pequenos
sal grosso
pimenta preta
uma cebola grande
um pimento vermelho
um frasco de molho para fajitas Old El Paso
óleo vegetal (pode ser azeite, eu usei girassol)
queijo ralado í escolha (usei uma mistura de 3 queijos daquelas para massas)
tortilhas de trigo
Para o pico de gallo
dois tomates médios
uma cebola roxa
uma malagueta vermelha ou verde
um molhinho de coentros
duas limas
sal e pimenta
Fajitas com Pico de Gallo
Aquece-se o óleo vegetal uma frigideira de 28 cm (óleo suficiente para cobrir o fundo) e coloca-se a cebola, cortada em rodelas de forma a que não se sobreponham, salgando todas as rodelas com sal grosso. A temperatura deve ser média-baixa (4 e meio/5 na indução). Deixa-se a cebola amolecer, devagarinho e quando já estiver quase toda transparente, junta-se o pimento vermelho cortado em pedacinhos. Mantém-se a temperatura baixinha e deixa-se cozinhar, mexendo ocasionalmente, uns bons 15 minutos, o pimento vai começar a desfazer-se.
Junta-se o peito de frango e sobe-se a temperatura para média-alta. Deita-se sal e pimenta preta a gosto. Quando o óleo voltar a ganhar temperatura depois de ter levado com o frango frio, deixa-se a coisa ali pouco mais de meio gás (7 na indução) e deixa-se cozinhar o frango muito bem.
Primeiro o frango vai cozer um bocado e depois vai dourar por fora. Quando estiver bem douradinho, tira-se do fogão e adiciona-se o molho, envolvendo-se bem o frango no mesmo. Volta-se a por a meio-gás no fogão e deixa-se cozinhar 10 minutos.
Finalmente, coloca-se uma porção de frango numa tortilha, cobre-se com queijo ralado e leva-se ao microondas 1 minuto e meio para derreter o queijo, junta-se pico de gallo bem geladinho e come-se.
Pico de Gallo
Pico de gallo é a melhor salada do universo e mais além. E é tão fácil de fazer que um gajo até fica a olhar para aquilo e a pensar como é que algo tão básico pode saber tão bem.
Abrem-se os tomates e tiram-se as grainhas, cortando depois tudo em pedacinhos pequeninos. Segue-se a cebola, toda em pedacinhos pequeninos e a malagueta, também em pedacinhos; quem não gostar de picante, pode usar pimento verde, vermelho, laranja, whatever, tem é que ser em pedacinhos pequeninos. Finalmente, os coentros bem picadinhos. Junta-se tudo numa tijela.
Para terminar, o essencial: espremem-se as duas limas e junta-se o sumo. Tempera-se tudo com sal e pimenta, mistura-se bem e refrigera-se, que o pico de gallo quer-se fresquinho.
O contraste entre o quente da fajita e o frio do pico é fenomenal.
Embora haja um buraco no arquivo, nunca houve um buraco na sua existência. Tem-se mantido activo desde 30 de Março de 1999, ininterruptamente. O buraco no arquivo é só preguiça de copiar coisas antigas feitas í mão em HTML para o WordPress (mas já não falta muito).
Fica a efeméride e a intenção de continuar. Obrigado por me lerem.
A minha filha Joana gosta de subir para cima do móvel da sala e escolher um filme da estante bookworm que temos na parede.
Este sábado de manhã, optou pelo Despicable Me.
É um dos meus filmes animados preferidos, cheio de humor e com uma história invulgar e divertida.
No entanto, colocar o filme para os miúdos é uma espécie de tortura chinesa que nos é propiciada pelos editores. Antes do filme surgem uma quantidade infindável de logotipos, avisos, informações, promoções e outras idiotices que, no caso particular do blu-ray deste filme, duram mais de cinco minutos.
Para uma criança de ano e meio que acabou de pedir um filme, cinco minutos é uma insuportável eternidade e para um pai que está a tentar deixar a criança entretida para poder ir beber um café, é uma irritação digna de vendetta sobre os responsáveis, daquelas que mete cabeças de cavalo.
Mas eu fiz uma lista, para ser mais claro. Vejamos, antes do filme arrancar temos:
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Logotipo da Universal
Logotipo da Universal animado
Promoção ao blu-ray (inútil, visto que eu estou a ver um blu-ray, porque já tenho um leitor de blu-ray e compro filmes em blu-ray, estão a vender-me algo que eu já tenho)
Logotipo
Promoção a outro filme (skipable)
Logotipo
Promoção a outro filme (skipable)
Promoção a um parque temático (skipable)
Logotipo
Menu de linguagem
Aviso legal
Informação sobre as opiniões dos intervenientes não reflectirem as do editor
Aviso sobre capacidades do blu- poderem requerer um update de software
Mensagem de agradecimento a quem comprou o disco
Promoção a outro filme (not skipable)
Logotipo
Outro logotipo
Menu principal
Filme!
Com os skips que pude fazer, consegui reduzir a experiência a apenas 3 minutos. O processo pára duas vezes, uma para se escolher a língua e outra, no menu principal onde se escolhe arrancar com o filme ou outras opções, pelo que não se pode deixar a correr e esperar que mais tarde ou mais cedo o filme arranque, não: é mesmo preciso estar a monitorizar a coisa.
O que é que apetece? Apetece ripar o filme para um disco rígido de forma a poder aceder-lhe sem demora quando os miúdos o quiserem ver.
Mas depois, vem a Canavilhas e lixa-nos!
Numa época em que se fala tanto de UX que até já há tipos que são especializados na coisa, este é um excelente exemplo de uma péssima experiência de utilização, em que o utilizador é castigado por ter comprado um produto original em que o editor se acha no direito de impingir produtos e marcas porque, nessa altura, tem o espectador na palma da mão.
Não tenho escrito muito, porque não tenho muito tempo para escrever. Mas í medida que o blog caminha a passos largos para o seu décimo terceiro aniversário, não tenho qualquer intenção de parar.
Até porque há muito para deixar escrito, sobretudo coisas que quero que os meus filhos possam ler quando quiserem – se quiserem.
E assim, fica um resumo do status quo, as it were.
O Tiago está a menos de uma semana de completar cinco anos. Está a caminho do metro e vinte de altura e possui uma energia praticamente inesgotável. Foi graças a ela que, na sexta-feira passada, abriu o sobrolho direito na bancada de granito da nossa cozinha.
Ainda tem um penso, mas prevê-se que fique com uma cicatriz. Nesse fim de semana também o vi jogar futebol pela primeira vez, já que, nos últimos quase cinco anos, demonstrou pouco ou nenhum interesse por bolas. Prefere, ainda assim, Lego, o seu brinquedo de eleição dos últimos meses.
Os avós começaram a comprar-lhe Lego e o entusiasmo dele foi tal que praticamente todas as prendas de aniversário que temos para ele são Lego. Acima de tudo, gosta de brinquedos que possa montar e desmontar e é grande adepto de seguir instruções para obter um resultado.
Tem um discurso complexo e cheio de “portantos” e “directamentes” e “imediatamentes”.
Para minha angústia, anda preocupado com a morte. Pergunta-me se todos ficamos velhos e se depois, todos morremos. Desata a chorar, com lágrimas a correr-lhe pela cara abaixo, “pai, eu não gosto nada de morrer”. E eu ali a tentar ser o adulto que explica as coisas de forma simples, racional, sem fantasias, mas também sem o assustar. É difícil.
A Joana está a provar dia atrás de dia que se há coisas que se aprendem com um e se aplicam limpinho ao outro, também é possível dar como verdadeiras frases como “o segundo é muito mais fácil” ou “as meninas são completamente diferentes dos rapazes”.
Com um ano e meio raramente não está a sorrir – e quando não está, está a berrar; já fala, muito – muito mais do que o irmão falava nesta idade (que era nada), corre pela casa, sempre a rir, brinca com o irmão, muitas vezes a provocá-lo já que ele fica muito incomodado e a tenta dissuadir com discursos: “Joana, pára de me seguir, se faz favor, estás-me a distrair e eu quero acabar a minha construção!”.
Está extremamente bem integrada na escola e raras são as vezes que fica a chorar, embora ainda aconteça ocasionalmente. Adora a mãe, claro, está Â na idade, mas é mimosa com toda a gente e faz montes de coisas que o Tiago nunca fez, como dar grandes abraços ou por-se aos beijinhos a fotografias. À noite, se eu já estiver em casa, antes de ir dormir, faz questão de me dar um abraço, dizer “xau” e acenar com a mão. Depois vai dormir.
E dormem ambos muito bem, sem grandes stresses, mesmo quando estão doentes. A Joana ainda acorda ocasionalmente a meio da noite, mas geralmente volta a adormecer sem problemas. O Tiago já começou a acordar de manhã ao fim de semana e se vê que nós ainda estamos a dormir, abre o estore e fica a brincar no quarto até nos levantarmos.
Os meus filhos continuam a crescer e vê-los crescer continua a ser o ponto alto dos meus dias.
É até me estamparem o carro pela primeira vez ou me irem ao armário do whiskey, claro!
-Â Tudo, disse o marquês, pondo-se a caminhar ao lado dele com uma lentidão de moribundo. Deitei-me tarde. Cansaço. Opressão no peito. Pigarreira. Dores no lado. Um horror… Levo já aqui rebuçados.
– Não seja piegas, homem! Você o que precisa é roast-beef e uma garrafa de Borgonha… Não é hoje que você janta lá no Ramalhete?… É, até tem lá o Craft e o Dâmaso… Então descemos por essa rua do Alecrim, que já não chove, depois pelo Aterro fora, a passo ginástico, e em chegando lá você está curado.”
in “Os Maias”, Eça de Queiroz
Pergunto-me… será que o país também lá vai com roast-beef e um garrafa de Borgonha…?
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“(…) -Â Tudo, disse o marquês, pondo-se a caminhar ao lado dele com uma lentidão de moribundo. Deitei-me tarde. Cansaço. Opressão no peito. Pigarreira. Dores no lado. Um horror… Levo já aqui rebuçados. – Não seja piegas, homem! Você o que precisa é roast-beef e uma garrafa de Borgonha… Não é hoje que você janta lá […]