Na sexta-feira foi a última festa de Natal do Tiago, no pré-escolar. As festas diversas na escola não eram fáceis, o Tiago não gostava muito, participava pouco, apesar dos papéis já curtos que lhe eram dados. Muitas vezes, amuava e ficava sentado a um canto do palco.
Mas ultimamente, isso tinha vindo a melhorar, até que sexta-feira, o Tiago esteve em palco com toda a propriedade e orgulho. Falou alto, de cabeça levantada para projectar a voz. Quando uma amiga demorou a responder í educadora o nome do poema que iam dizer em conjunto, foi ele que se chegou í frente para colmatar o esquecimento.
Dançou, fez a sua mímica, disse as suas falas e não hesitou, não amuou, não se envergonhou.
Quando ele nasceu, este blog foi muito verboso, depois, ele foi crescendo e os posts foram desacelerando. Mas de vez em quando, sinto que é importante fazer um registo. E este é o registo de uma mudança fundamental. De um Tiago tímido e calado para um Tiago extrovertido e falador.
E a mudança nota-se todos os dias, como se exprime connosco, as histórias que inventa, as suas constantes brincadeiras com robots e naves espaciais, os desenhos baseados no Star Wars de que recentemente se tornou fã (sobretudo dos robots), ou em jogos e desenhos animados; custa a crer que há cerca de três anos estavamos preocupados porque ele dizia muito poucas palavras.
Com cinco anos, já não muito longe dos seis e da escola primária, o Tiago é carinhoso, é falador, imaginativo e preocupado com os que o rodeiam. É extremamente responsável e muito ciente das consequências das coisas. Ainda há um mês, quando partiu um braço, caído no chão a chorar com dores, o que se lhe ofereceu dizer foi “que parvo que eu fui, a culpa é minha!”. De um miúdo desta idade, eu esperaria algo como “não tive culpa, a cadeira escorregou!”.
Se magoa a irmã por acidente, geralmente chora mais que ela, tal é a preocupação. E aliás, o amor que tem pela irmã, que disfarça o melhor que pode, é provavelmente a sua mais nobre faceta. Sempre í distância, sempre reservadamente, certifica-se que a Joana está bem e não contém um sorriso quando ela consegue pequenas vitórias.
Toda a gente acha que os seus filhos são especiais. Toda a gente os acha únicos. Praticamente não valeria a pena dizer como único e especial é o Tiago, seria imediatamente invalidado pelo próximo pai ou mãe que aqui passasse, pensando que especial e único é o seu.
Mas o Tiago é especial e único. Nas coisas que diz, na energia que tem, até mesmo nas pequenas estranhezas que demonstra, nas ocasionais crises que tem. O Tiago continua, todos os dias, a ensinar-me a ser pai e a mostrar-me que vale sempre a pena mais um minuto, mais uma história, mais uma brincadeira e vale a pena continuar a olhar para o futuro, de alguma forma, de alguma maneira, com ou sem crises, com ou sem políticos e banqueiros, porque se todos formos um bocadinho mais como o Tiago, o mundo será de certeza um sítio melhor.
Na semana passada decidi fazer um lombo com farinheira, por sugestão da Marta, lá no SAPO e como ficou bom e me pediram a receita, aqui vai.
Os ingredientes que usei foram:
Lombo de porco com 650 g
Uma farinheira
Massa de pimentão
Pimenta preta
Alho
Sal
Louro
Margarina
Whiskey
É muito simples. Basta pegar numa faca estreita e comprida e furar o lombo, longitudinalmente, de um lado ao outro. Depois, tira-se a pele í farinheira e enfia-se no buraco, de um lado ao outro. Eu parti a farinheira ao meio e enfiei cada metade de um dos lados. Fecha-se as pontas do lombo com palitos para a farinheira não sair para fora durante a cozedura.
Aquece-se o forno a 180 graus e deita-se um bocado de massa de pimentão, duas colheres de chá de sal, uma pitada de pimenta preta, duas ou três folhas de louro e três dentes de alho com casca para dentro de um almofariz e esmigalha-se e mistura-se tudo bem.
Na ausência de almofariz, pode deitar-se tudo numa tigela e desfazer com um garfo e misturar bem. Depois barra-se o lombo com a mistura, usando as mãos, tendo o cuidado de que fique tudo coberto de ambos os lados.
Coloca-se o lombo no centro de um tabuleiro de ir ao forno e rega-se com Whiskey, de forma a que o lombo fiquei bem molhado e sobre líquido suficiente para cobrir o fundo do tabuleiro que deve ser pouco maior que o lombo. Finalmente, põe-se margarina em cima da carne e leva-se ao forno durante uma hora a hora e meia, até estar bem dourarinho.
Na ausência de Whiskey ou não querendo gastar líquido tão precioso desta forma, vinho branco também é aceitável, embora o resultado final seja necessariamente diferente.
O tempo passa e as coisas mudam. Antes, não teria comprado um novo Windows, teria sacado da net (ou mesmo arranjado uma cópia em diskettes, de um amigo). Com um serial gamado, instalava, dava erro, tentava de novo, dava erro, crashava durante a instalação, mudava o hardware, fazia update í BIOS, passava dois dias de volta disto e a minha cópia piratada do Windows ficava a funcionar.
Agora, compro.
Saco a aplicação que analiza o computador, que diz que sim senhor, posso fazer upgrade para Windows 8. Pago. Faço o download, a instalação começa e falha imediatamente. Leio uns foruns, diz para desligar todas as apps do startup, faço-o, a instalação corre mas no fim, falha novamente.
Desisto, faço restore í versão anterior e mando um mail í Microsoft exigindo o meu dinheiro de volta.
Ah e aconselho toda a gente a piratear o Windows 8, se quiserem, não desperdicem dinheiro, já que vão ter que desperdiçar tempo. Ou, provavelmente o melhor: comprem um Mac.
Hoje fiz uma tarte de maçã, coisa que já tinha feito várias vezes, mas sem nunca ter ficado nada de especial. A que fiz hoje ficou muito boa, tão boa, que decidi partilhar aqui a receita.
Melhor ainda: a tarte pode ser melhorada com canela, ingrediente que me faltava e portanto não entrou. Mas o melhor da tarte foi mesmo que comprei massa já feita, no supermercado, o que rapou horas de trabalho e espera sem que ficasse, por isso, menos boa.
Ingredientes
2 bases de massa quebrada fresca Pingo Doce
6 maçãs
1 limão
120 g de manteiga com sal
3 colheres de sopa de farinha
6 cl de água (3 dedos de um copo)
100 g de açúcar branco
100 g de açúcar mascavado
Preparação
Liga-se o forno para 220 graus. Descascam-se, descaroçam-se e cortam-se as maçãs em fatias muito fininhas. Eu usei um robot de cozinha com acessório para fatiar. Acho que a tarte ficou melhor por as maçãs estarem mesmo muito fininhas.
À medida que se vão cortando as maçãs, vai-se regando com sumo do limão, para não ficarem castanhas.
As bases de massa quebrada do Pingo Doce já vêm com papel vegetal e tudo, portanto é só colocar uma no fundo de uma tarteira com o diâmetro adequado e pressionar contra o rebordo. Caso se use outra massa, convém usar o papel vegetal, para ser fácil removê-la da forma depois de cozinhada.
Deitam-se as maçãs para dentro da tarteira e distribuem-se bem.
Corta-se a outra base de tarte em tiras de 1,5/2 cm e colocam-se umas cinco com uns 2 cm de intervalo entre cada uma, depois, colocam-se as restantes, prependiculares í s primeiras, entrançando uma-sim-uma-não. Basicamente, faz-se uma grelha com tiras de massa, por cima das maçãs.
Agora o molho: Derrete-se a manteiga em lume brando até estar completamente líquida. Junta-se a farinha e mistura-se até formar uma pasta, acrescenta-se então os açúcares, misturando e finalmente a água. Mexe-se bem e deixa-se apurar durante cinco minutos em lume brando.
Deita-se o molho por cima da tarte, muito devagarinho, fazendo especial pontaria aos buracos entre as tiras de massa e deixando que o molho escorra bem para entre as maçãs. Vai-se deitando devagrinho até a tarte estar toda coberta e bastante molho ter sido absorvido para o interior.
Coloca-se no forno durante 15 minutos, após o que se baixa a temperatura para 175 graus e se deixa cozer mais 45 minutos.
Convém ir vigiando o topo da tarte para que não fique demasiado queimado. Eu cobri a minha com alumínio durante cerca de meia-hora e só a destapei nos últimos 10 minutos. Portanto, 20 minutos destapada, 30 minutos tapada e 10 minutos novamente destapada.
Na sexta-feira foi a última festa de Natal do Tiago, no pré-escolar. As festas diversas na escola não eram fáceis, o Tiago não gostava muito, participava pouco, apesar dos papéis já curtos que lhe eram dados. Muitas vezes, amuava e ficava sentado a um canto do palco. Mas ultimamente, isso tinha vindo a melhorar, até […]
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