Quando o Tiago nasceu, refiz o blog. Na altura, tinha um tema a puxar para o construtivismo soviético, um layout de três colunas, tudo muito confuso e desactualizado em termos do que a web era na altura.
Sentei-me no sofá da sala nos momentos em que o meu filho dormia placidamente na espreguiçadeira í minha frente e refiz o template de WordPress todo. O novo tema chamou-se Helveticus, era simples, despojado e ficou com a promessa suspensa de vir a ter umas ilustrações que imaginei na altura mas que nunca fiz.
Passaram-se oito anos, muita coisa mudou na minha vida, na web, no meu trabalho. O site estava desactualizado, eu já não me revia numa coisa tão minimalista, tinha saudades do sabor a CCCP do meu template antigo e já não escrevia código há uns tempos valentes. Também estou, confesso, cansado desta web bonitinha que temos. É tudo lindo, com imagens estupendas, blocos direitinhos e alinhados, tudo muito bem pensado, planeado e implementado. De tal maneira que em muitos casos se perde o gozo, se perde a essência, um certo cambalear típico dos miúdos que parece que se vão desmanchar todos, mas acabam por dar dois passos e nós ficamos com os olhos a brilhar. Sim, estou a ficar mais velho e mais saudosista, sue me.
Juntei então todas as minhas pequenas frustrações e comecei a redesenhar o blog, aos bocadinhos, para responder í quilo que eu sentia que me apetecia ver e usar. Aproveitei para voltar a pegar em código, para experimentar (finalmente), SASS, para usar o Ink e para de uma vez por todas devolver o gozo aqui ao já vetusto estabelecimento.
Trabalhar com o Ink foi um descanso e é tão simples e intuitivo que só um macaco morto seria incapaz de o utilizar com rapidez e eficiência. De resto, o Ink veio potenciar a minha forma usual de trabalhar o blog, que é por pura improvisação: agora isto, agora aquilo, experimento aqui, mudo ali e a coisa vai-se compondo aos poucos.
Portanto, não esperem uma coisa bonita e refinada, bem pensada e sem falhas. Mas sim uma coisa que, antes de mais, devolve o Macacos Sem Galho a uma estética que ostentou durante anos e que me agrada í brava e que nasceu sobretuto de um projecto de gozo pessoal.
Nada disto implica que eu não queira que as coisas funcionem como deve ser pelo que, se derem por bugs e cenas partidas, não hesitem em avisar. Fiz a coisa para correr em três larguras de ecrã e tentei não ser demasiado rígido com espaços, larguras e alinhamentos. No entanto, claro, por favor não me chateiem com problemas de Internet Explorer, façam simplesmente um favor a vocês próprios e mudem de browser. Chrome ou Firefox servem perfeitamente.
Alterei também ligeiramente a publicidade, porque, convenhamos, esta merda não me dá um tostão e era porreiro que pelo menos me pagasse o domínio, caso contrário, mais vale não ter nada. Portanto, agora há um banner maior e banners adaptados para as várias larguras de ecrã e vou ver se a coisa melhora. Se não melhorar, é possível que simplesmente desista.
E pronto, não há muito mais história a contar. Este é o Macacos Sem Galho, começou em Março de 1999 e ainda aqui está, agora com 120% mais UX, quase inteiramente responsive e multiplataforma, baseado em extensa user research (mostrei í minha mulher) e completamente disruptivo. Agradeço sinceramente a todos os que, ao longo dos anos, por aqui têm passado e de uma forma especialmente carinhosa aos que ainda cá vêm com alguma regularidade, até mesmo aos trolls. Isto é o que é, porque há pessoas desse lado.
Dou então assim inaugurado o novo tema deste blog, de seu título Constructivist Ape. Que a produtividade do proletariado chova sobre todos nós em gloriosas gotas de liberdade e igualdade. Viva o comité central! Viva o Povo! Vivam os macacos!
Nos últimos dias de Maio, o SAPO começou a preparar conteúdo especial para a homepage, alusivo ao Dia Internacional da Criança. Enquanto a Isa desenhava o layout do conteúdo para a página (ela é a designer da homepage do SAPO, btw), eu fiquei incumbido de criar o logotipo ilustrado que figuraria em substituição do nosso habitual logo de topo.
Tinha uma ideia simples na cabeça, nada de extraordinariamente original, mas também algo que eu nunca tinha realmente feito. Uma ilustração simples, sem a linha preta de “tinta da china” a que estou mais habituado quando desenho os Especialistas e ainda por cima, um desenho de crianças, algo que me é particularmente difícil de desenhar (pior, só mesmo mulheres, daí ter muito poucas mulheres nas minhas BDs e não por qualquer estranha razão sexista como algumas pessoas pensam).
Afinal, o processo correu muito melhor do que eu esperava e consegui obter o que queria em apenas algumas horas. O desenho foi inteiramente digital, feito no Photoshop, com uma Wacom Cintiq 12WX. Uso sempre brushes do Frenden, a quem comprei o conjunto Pencils & Inks que recomendo vivamente.
Comecei então por esboçar com o lápis azul mais ou menos o que queria, esboço que depois refinei em figuras já concretas, para usar como base.
Para me certificar que tinha uma composição razoável para a palavra SAPO, escrevi-a a azul sobre o esboço vermelho até ficar satisfeito com o ritmo das letras nas camisolas dos miúdos.
Seguiu-se um desenho mais fino a lápis de grafite que acabei por abandonar na versão final, mas que me serviu de guia para a fase seguinte: colorir os bonecos. Tive especial cuidado para manter a ilustração colorida e sobretudo para que a cor da pele das crianças fosse variada, uma vez que o SAPO tem uma audiência ampla e muitas vezes a tendência para desenhar os bonecos todos com o mesmo tom de pele (invariavalmente parecido com o nosso), acaba por ser natural e é precisa uma decisão consciente para não esquecer de representar a multiplicidade de tons que existem í nossa volta.
As feições foram acrescentadas por cima e depois retirei as linhas de lápis para ficar apenas com as manchas de cor, algo que me agradou e decidi manter. No entanto, o contraste era pouco e alguns detalhes como os dedos perderam-se, pelo que acrescentei mais uma passagem de pormenores, sombras e algumas linhas de demarcação de zonas de pouco contraste, a conselho da Dalila e que fizeram muita diferença no resultado final.
Embora a ilustração estivesse praticamente terminada, uma das ideias que tinha na cabeça era a de usar alguma textura. Seleccionei então uma foto de uma aguarela que encontrei na net (gratuita), alterei as cores e adicionei como “soft light” por cima de todo o desenho, com uma máscara para não afectar o fundo branco. O resultado final dá uma tonalidade mais quente a toda a ilustração e acrescenta a tal textura que acho que lhe dá mais riqueza e algo de “natural”, apesar de todo o trabalho ser digital.
A ilustração foi publicada nas várias homepages do SAPO, não só em Portugal, mas também nos internacionais e acho que cumpriu bem o seu papel. Para mim foi uma óptima experiência e acho que consegui um bom resultado num estilo diferente do que estou habituado. Fiquei com vontade de fazer mais coisas deste género ou, talvez, de experimentar outros estilos completamente diferentes.
Acima de tudo, desenhar continua a ser uma das coisas que mais prazer me dá. Espero que gostem!
Numa quinta-feira cheguei ao meu prédio, entrei e dei com um rapaz a segurar-me a porta do elevador. Agradeci, entrei e ele carregou para o meu andar, onde só vivo eu. “Esse é o meu andar”, informei.
“Ainda bem”, disse-me, “andamos a verificar qual a potência contratada dos contadores”.
“Está bem, o meu contador está virado para fora”. Em minha defesa, era quinta-feira de uma semana de merda e eu não vinha sequer com o cérebro ligado e quando ele me respondeu que não dava porque a potência no contador está em amperes e ele precisava de outra medida e eu ainda perguntei se era kVA, ao que ele me olhou com um ar de bovino perante edificação palaciana, o meu alarme não disparou.
Enfim, já estão a ver o filme, certamente.
Chegámos lá acima, procurou-se o contrato da EDP e enquanto se procurava o dito, eu lá acordei para a vida e disse: “eu ainda não lhe perguntei, mas certamente o senhor é da EDP, tem a sua identificação?”
O rapaz, muito nervoso, o que conseguiu dizer foi que o fornecimento é da EDP, mas ele era da Endesa e partiu ainda, já bastante nervoso, para a conversa: “sabe se tem algum desconto na sua factura?”
Bom, o rapaz foi-se embora, deixando um folheto e já a gaguejar. Era um miúdo novo, provavelmente ciente da fraude que estava a cometer e a sentir-se mal com isso, não me pareceu simpático estar a chatear-me com ele, embora, confesso, me tenha apetecido muito.
A Endesa pelos vistos acha bem mandar vendedores seus (provavelmente precários, mas isso é outra história), bater í porta das pessoas, identificar-se como um técnico que anda a “verificar a potência contratada do contador”, para, na verdade, tentar vender o serviço eléctrico da dita Endesa.
Fez-me lembrar aquela vez em que me tocaram í porta e afirmaram ser “da companhia dos telefones”. Era, evidentemente, um vendedor de uma das operadoras de telecomunicações. Quando privatizarem a água, não me admirará o primeiro que cá aparecer a dizer que vêm verificar o caudal.
Portanto, senhores da Endesa: obrigado, mas não obrigado, seus energúmenos desonestos. E fica uma sugestão, da próxima vez, façam assim: “olá, sou representante da Endesa, que vende electricidade e está a oferecer 15% de desconto durante um ano aos novos clientes”. Bem mais honesto e, quem sabe, algumas pessoas poderão até estar interessadas, visto que a EDP é um ninho de facínoras gananciosos.
Foi no dia 30 de Março de 1999 que comecei a escrever este blog. Na altura, chamávamos-lhes ainda Weblogs ou mesmo, simplesmente, diários online.
A comunidade era pequena, liamo-nos uns aos outros e editávamos directamente em ficheiros de HTML, alojados em servidores pessoais, onde colocávamos ficheiros por FTP.
Não haviam plataformas de blogging, nem software de gestão de conteúdo, nem sistemas de comentários, nem redes sociais. Mas a essência da coisa permaneceu a mesma: escrever e soltar os textos na web e assistir, com gozo, aos seus ocasionais encontros com estranhos de várias partes do mundo.
Tudo se transforma e parece que nada se perde, mas não é verdade, perde-se sempre algo, mesmo que se ganhem coisas novas. Perdeu-se o deslumbramento de estarmos aqui e entrarmos em contacto com alguém na Nova Zelândia, com descobrirmos, por acidente, um gopher com GIFs de Lamborghinis ou simplesmente de termos quatro e-mails novos… E serem todos para nós, escritos por alguém, para nós. Agora, tudo é conteúdo social repartilhável, vídeo viral monetizável ou startup tecnológica disruptiva e, sinceramente — e perdoem-me o cliché do gajo quarentão que acha que dantes é que era bom — acho que já não tem tanta graça.
É por isso que mantenho este blog. Porque ainda me lembro de quanto resisti a chamar-lhe blog, porque isso era uma moda idiota (ainda alguém se lembra de quando este site e outros diziam, orgulhosamente, “Ceci n’est pas un blog”?) e porque, no fundo, sinto algumas saudades do tal deslumbramento da net, da novidade, de quando isto era nosso, era artesanal, era aprendizagem e era aberto, era partilhado porque nós queríamos e não porque uma enorme empresa americana guardava todos os nossos dados pessoais numa gigante base de dados com a qual não sabe ainda muito bem, exactamente, o que vai fazer.
Portanto, parabéns ao Macacos Sem Galho e a mim, por 16 anos disto. E a quem por cá também já andava no fim dos anos 90, mas acabou por desistir — e aos que ficaram, claro. Parabéns aos fóruns, í s mailing lists moderadas, í s diskettes cheias de porno com menos resolução que um telemóvel barato de hoje em dia, ao pesadelo do RealAudio e até í quele GIF animado do homenzinho a trabalhar nas obras.
Eu acho que está na altura de começarmos a pensar como é que a web pode ser das pessoas, outra vez.
Tendo sido criança durante os anos 70 e 80 e tendo agora filhos que são crianças já na segunda década do novo século, é impossível não reparar em todas as pequenas diferenças que existem no mundo entre o “meu” tempo e o deles.
Há coisas absolutamente evidentes e que me fariam estar aqui o dia todo, como não haver computadores pessoais em 1980, quando eu tinha oito anos e como agora o meu filho de oito anos maneja um comando de PlayStation durante horas para jogar Minecraft que, ironia ainda maior, é um jogo moderno que recorre a gráficos já considerados “clássicos” como linha estilística.
Mas não, nada disso. Interessa-me mais falar dos comportamentos novos em que participamos todos, que envolvem as nossas crianças mas que, no fundo, devem ter sido criados pela nossa própria geração.
As festas de aniversário, por exemplo. Não é que eu não tenha tido festas de aniversário ou que nunca tenha ido a nenhuma, sim, “fiz” (leia-se, os meus pais fizeram), algumas festas com amigos da escola e fui a algumas eu também. Mas agora todos os meninos fazem festa de aniversário e convidam todos os meninos da escola. Todos.
E não nos ficamos por aí: as festas são, invariavelmente, organizadas em espaços que têm surgido por aí como cogumelos, especializados no assunto. São festas temáticas, em parques de diversões, salas de jogos ou quintas com animais. Custam sempre uns duzentos euros ou mais (aos paizinhos que organizam, claro) e geralmente ocorrem em paralelo com mais uma, duas, três, cinco, sete festas, no mesmo espaço.
Já estive em festas em tendas com insufláveis, em picadeiros com cavalos, em matas com arborismo, em ginásios com teatro para miúdos, enfim, de tudo um pouco.
Os meninos fazem anos, os amigos são todos convidados e toda a gente vai, mesmo que haja uma festa no sábado de manhã e outra no sábado de tarde, de dois meninos da mesma turma, em que os convidados são os mesmos. Ou uma no sábado e outra no domingo logo a seguir. Toda a gente se junta outra vez, num outro espaço de festas com baldes de pipocas, tigelas de batatas fritas e garrafas de Cola do Lidl.
Quando as duas ou três horas de aluguer do espaço começam a aproximar-se do fim, é chegada a altura do bolo e de cantar os parabéns. Até aqui tudo bem, canta-se os parabéns ao alegre petiz, um dos amigos está a um canto amuado e a recusar-se a cantar (sim, confesso, muitas das vezes é um dos meus), outro chora ao colo da mãe porque algo correu mal na última volta no castelo mágico e uma série de adultos que passaram a manhã a fazer conversa de circunstância começam a recuperar o brilho nos olhos de quem em breve estará ao volante do seu automóvel, a caminho do Pizza Hut.
Mas aqui entra outra neo-tradição: as canções de aniversário. Originalmente, cantava-se o “Parabéns a você” e isso chegava perfeitamente. Se algum miúdo queria apagar novamente as velas, cantava-se uma versão rápida da mesma canção, com “lá lá lá” nos versos e depois um aplauso para o soprar da coisa.
Agora não. Agora, depois do “Parabéns a você”, o aniversariante, muitas vezes instigado pela mãezinha (quase sempre a mãe, o pai está do outro lado, a tirar fotos com a máquina fotográfica cara demais, que só sai do saco para estas ocasiões), instigado pela mãe, dizia eu e muitas vezes lutando contra uma timidez compreensível por estar rodeado de pessoas que não conhece, canta “Obrigado amiguinhos”. O “Obrigado amiguinhos”, é a canção de agradecimento a quem cantou o “Parabéns a você”, é como se tivéssemos que obrigar as nossas crianças a agradecer publicamente a todos por terem ido í festa demasiado extravagante que nós próprios os ensinámos a desejar anualmente.
Quando comecei a ouvir isto, primeiro pensei que fosse só uma fase, mas desde então, a coisa tem-se multiplicado e já praticamente não há festa de aniversário em que não se cantem ambas as canções. Ambas? Ambas não, porque há mais! Sim, há mais! Depois das duas canções, todas as crianças irrompem em “Parabéns para ti, parabéns para ti, mas o bolo é para mim!”. Uma terceira canção, de teor humorístico que finalmente permite que se avance para o corte do bolo, o lambuzamento das caras e a partida, em derrapagem, dos veículos, rumo a casa ou a uma refeição decente.
E o bolo? O que aconteceu ao belo bolo coberto de maçapão, com um magnífico “parabéns” manuscrito a chocolate e com flores azuis se for menino e flores cor de rosa se for menina? Ou o bolo campo de futebol/rato Mickey? Nada disso, os bolos agora são fantásticos (e são mesmo!), verdadeiras esculturas de pasta de açúcar e recheio de chocolate. São todos feitos por “cake designers” e custam outros duzentos euros. Não estaremos a exagerar? Quer dizer, são belos bolos, mas… São bolos, aquilo é para cortar aos bocados e comer.
Mas mesmo depois de violentarmos uma estatueta comestível, ainda não é hora de partir. Não, ainda não estamos despachados, porque quando a festa termina é chegado o momento de outra coisa que eu nunca tinha visto na vida, mas que agora é standard: o saquinho de brindes.
Todos os meninos que foram í festa têm direito a um saquinho com brindes, no final. Os saquinhos costumam conter coisas diversas como gomas, balões e um pequeno brinquedo como um bonequinho, carrinho, bolinha saltitante, etc. É uma simpatia, não digo que não. Mas não é simpatia suficiente alugar um parque infantil inteiro, pagar a uma moça para pintar borboletas na cara dos miúdos e a dois palhaços para fazerem animais de balões? É mesmo preciso entregar saquinhos de brindes no final? Que mais? Uma massagem nas costas cansadas dos pais?
Ou seja, não só temos que comprar umas prendas para o nosso filho aniversariante, como ainda temos que comprar mais vinte e cinco prendas para os seus vinte e cinco colegas de escolinha, convidados da festa.
Mais do que questionar a validade de qualquer uma destas coisas, eu pergunto-me é de onde vieram. Nada disto foi ideia minha, garanto! Mas foi de alguém que andou comigo na escola, quase de certeza, ou talvez de alguém um pouco mais velho, mas não da geração dos meus pais, altura em que nada disto existia.
Portanto, vamos lá ver… Acusem-se! Quem de vocês, que cresceu nos anos 70 ou 80, que, na melhor das hipóteses, fez um aniversário no baldio nas traseiras da vivenda clandestina de um tio na Charneca da Caparica, com um bolo rectangular, branco, com dois estrumpfes de plástico em cima, com quatro ou cinco dos vossos melhores amigos (três nem na mesma escola andavam) e se limitaram a ouvir o “Parabéns a você”, cantado uma única vez e já com um certo cheiro a álcool no ar, é que inventou todas estas novas tradições que nos custam dinheiro, causam ansiedade e não servem para absolutamente nada?
Mais uma ou duas gerações e as festas de aniversário vão tornar-se verdadeiras cerimónias com pompa e circunstância, quando na verdade, se calhar, dois ou três miúdos, umas prendas, umas sandochas e um bolo, chegavam.
Defendo, portanto, que nisto das festas de aniversário, mais simples é, muito provavelmente melhor. É que uma coisa não muda, por muitos anos que passem: dá-se um brinquedo super sofisticado e moderno a uma criança e ela vai achar muito mais piada í caixa em que ele veio!
Quando o Tiago nasceu, refiz o blog. Na altura, tinha um tema a puxar para o construtivismo soviético, um layout de três colunas, tudo muito confuso e desactualizado em termos do que a web era na altura. Sentei-me no sofá da sala nos momentos em que o meu filho dormia placidamente na espreguiçadeira í minha […]
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