Como vem sendo razoavelmente habitual, faço anos amanhã e, como é sabido, sendo hoje feriado (de acordo com o nosso Presidente da República, que, aparentemente, ainda vive em 1958, dia da Raça), foi o dia ideal para organizar uma festa de anos.
Pronto, uma festa de despedida do último ano, como algumas pessoas lhe chamaram. Tendo em conta que dia 11 é dia de trabalho (acredito que, após a minha morte, o dia do meu aniversário venha a ser considerado Feriado Nacional, mas, alas, nessa altura não estarei disponível para festas), o feriado do dia de Portugal, Camões, das Comunidades e, ao que parece, novamente da Raça, é um bom dia para tratar dos festejos adequados.
Aqui por casa vamos com frequência ao Parque da Paz, sentar um bocado na relva a apanhar Sol e ver os patos. É simpático, é perto, não apanhamos trânsito e não voltamos para casa com o cú cheio de areia.
Notarão que usei a palavra “cú”, para, de certa forma, agradar aos leitores, fãs do Fernando Rocha que, acidentalmente aqui tenham aterrado. Mais í frente, poderei tentar fazer piadas com “xixi”, mantenham-se atentos, fãs do Gato Fedorento.
Dizia eu que, numa das visitas ao dito Parque da garbosa cidade de Almada, ocorreu-me que ali seria um bom sítio para organizar um belo picnic de aniversário. Um get-together í povo, uma cocktail party labrega, um verdadeiro festival de pipa e melancia debaixo do braço.
Comecei a tentar convidar alguns amigos, que imediatamente tiveram que sair do país em negócios, foram atropelados por comboios ou… “ah e tal, tenho que ir fazer xixi” e nunca mais os vi. (Notaram?)
Mas a minha família não tem outro remédio senão aturar-me (sim, isto é um texto fortemente dramatizado para efeitos de impacto – e sim, hoje em dia usa-se a palavra impacto sem explicação adicional), disse toda que sim, embora tenha havido quem saísse do país (mas foi sem querer).
As coisas estavam em andamento. Hoje, ao início da tarde, fui buscar bolos, a Dee fez sandes, fizémos pâtés e até tínhamos uma mesa de campismo que comprámos ontem na Decathlon para a Dee levar para a feira de artesanato de Almada, no próximo Sábado (btw, be there or be square).
Juntámo-nos todos, em bom estilo suburbano í sombra de um castanheiro e de três armários de distribuição da EDP. Mesita armada, 40 sandes, 3 tipos de pâté diferentes, tostas, batatas fritas, coca-cola, super bock, sumos e água, 1,5 kg de miniaturas, 2 bolos brigadeiro e 1 bolo de aniversário. Foi o que levámos. Eina cum caraças!
Estava Sol, éramos 19 pessoas – incluindo o Gus e a Xana, que, apesar de avisados do que se tratava, decidiram aparecer na mesma. Comemos, bebemos, não cantámos, mas fomos felizes.
Esteve-se bem, o Tiago foi, evidentemente, o centro das atenções e, no geral, correu muito bem. A comida foi um bocadinho sobre-estimada, mas isso só significa que tenho um brigadeiro inteiro no frigorífico e vou ser obrigado a comê-lo. É uma pena, mas há que fazer estes esforços, pelo bem da humanidade.
E agora, só porque foi um grande êxito, aqui está a receita do meu pâté de jalapeí±o:
Experimentei, finalmente, usar a minha máquina de pão para fazer massa para depois cozer noutro sítio. Já há algum tempo que andava para experimentar fazer baguettes ou pizzas e decidi-me por estas últimas.
Posso dizer que correu bastante bem, foi o nosso jantar e estava óptimo. A experiência com a massa podia ter sido melhor, acho que ficou pouco homogénea e rasgou muito ao tender.
O resultado foram pizzas muito finas, com rebordo crocante e centro macio. Mas passemos í receita (para 5 pizzas médias)…
Para a massa usei os seguintes ingredientes:
500 g de farinha de trigo sem fermento
12 g de sal grosso (não ficou minimamente salgado)
1 colher de chá de fermento de padeiro granulado
6 cl de azeite
40 cl de água gelada (fria, portanto, não é gelo)
E é tudo.
Deitei tudo isto para dentro da cuba da máquina de pão, coloquei no programa de massa e deixei-a trabalhar. Levou cerca de hora e meia, entre amassar e deixar repousar. Adicionei alguma farinha a olho.
Depois da massa pronta, enchi o balcão da cozinha de farinha e deitei a dita na pedra. Enfarinhei as mãos e dei mais uma tareia na massa, até estar satisfeito com a consistência. A seguir, peguei numa faca e cortei-a em 5 pedaços vagamente iguais.
As pizzas resultantes deram para que cada um de nós comesse metade e ficasse bem jantado. Para pizzas maiores há que cortar em menos de cinco porções e para menores… bom, parece-me evidente.
Untei uma folha de papel vegetal com azeite e bezuntei as mãos com mais um pouco do mesmo. Transformei cada pedaço de massa numa bola, que coloquei no papel vegetal. Cobri as cinco bolas com mais uma folha de papel vegetal e foi tudo para o frigorífico.
A coisa aguenta-se assim durante 3 dias. Se preferirem congelar a massa, pode fazer-se, cada bolinha num saco individual, duram três meses no congelador.
Mais tarde…
Duas horas antes de fazer o jantar, saquei duas bolinhas do frigo e espetei-as no balcão da cozinha (previamente enfarinhado). Espalmei cada uma delas até obter dois discos com cerca de 15 cm. Cobri com celofane e deixei ficar.
Quando se aproximou a hora de jantar liguei o forno no máximo (o meu vai até 250 graus), e comecei a estender a massa. Foi aqui que a porca torceu o rabo, porque a massa rasgou muito e tive que tentar várias vezes até conseguir uma pizza redondinha com uns 30 cm de diâmetro.
Claro que isto é tudo muito mais fácil usando o rolo da massa, mas eu quis usar as mãos. Para a segunda pizza usei o rolo e foi estupidamente mais fácil.
E está feita a parte da massa. Para a cobertura, usei molho para pizzas Mutti, que comprei no Jumbo, sem conhecer e gostei bastante – não é especialmente ácido para um molho pré-feito, enlatado – usei ainda queijo mozzarella fresco (1 bola, cortada em rodelas), azeitonas pretas, fiambre em cubos e óregãos.
Para dentro do forno com ela 10 minutos num prato de metal para pizzas levemente enfarinhado e está feito. Ficou delicioso. Jantámos e a seguir fiz outra para ficar para o almoço da Dee amanhã, com os mesmos ingredientes e ainda uns cogumelos.
Sem dúvida uma primeira experiência bem sucedida e a repetir.
Aqui vai uma receita simples de pão com chouriço que tenho feito na minha máquina caseira:
500 g de farinha sem fermento (tipo 55)
10 g de sal grosso
9 g de fermento de padeiro granulado
30 cl de água morna
1 chouriço
Coloca-se na cuba da máquina a farinha e abre-se um buraco no meio onde se deita o sal grosso (10 g são duas colheres de chá), o fermento (uso da marca Vahiné, duas saquetas de 4,6 g), e a água morna (uso simplesmente água aquecida pelo esquentador).
Liga-se a máquina e vai-se dando uns toques na farinha para misturar tudo bem. Pode ser preciso acrescentar água. Enquanto a máquina amassa, tira-se a pele ao chouriço (eu uso chouriço de Barrancos), corta-se em pedaços e pica-se, não muito fino, só o suficiente para ficar em pedaços de diferentes tamanhos.
A máquina há-de misturar tudo e repousar após o que apita para avisar que iniciou o ciclo em que se podem adicionar recheios (a minha funciona assim, pelo menos). Evidentemente, junta-se o chouriço.
E é tudo. Fica um pão deliciosamente gorduroso, facílimo de cortar, bom de comer í fatia, sem mais nada ou torrado. Eu, como sou guloso, torro e ponho manteiga ou faço tostas ou sandes de queijo com ele. Fica excelente.
Se por um acaso inexplicável vos apetecer jantar um jantar igual ao meu jantar, aconselho a que juntem estes ingredientes:
1 pimento verde
1 ovo cozido
1 gurken grande ou 3 pequenos
1 lata de grão cozido
2 ou 3 talos de couve-flor em pickle
1 molhinho generoso de jalapeí±os cortados
azeite e vinagre q.b. e mais uma pitada de sal
Com estes ingredientes e partindo tudo em pedacinhos (excepto o grão, o azeite e o vinagre), misturando tudo, de preferência í mão, terão um jantar que se assemelha de forma verdadeiramente inequívoca e mesmo talvez um pouco surpreendente, ao meu jantar.
Nunca tinha cozinhado almí´ndegas, hoje foi a primeira vez. Eu gosto de cozinhar, mas ando com pouco tempo, muito cansaço e pouca paciência, pelo que o recurso a ingredientes congelados é valioso.
Alho, cebola, salsa: compro tudo congelado. Já vem picadinho e tudo e mais: não fica sem sabor, como alternativas secas ou de lata. Mas a grande vantagem é mesmo ser rápido e prático. Nunca teria feito as almí´ndegas pseudo-italianas que fiz hoje, não fossem os preciosos ingredientes congelados.
Fiz assim:
Numa panela deitei
Um pacote de polpa de tomate compal de 210 g.
Uma chávena (daquelas grandes boas para café com leite), de cogumelos laminados congelados
Meia chávena de cebola picada congelada
O equivalente a uns dois dentes de alho picados congelados
Uma colher de chá de massa de alho Quinta d’Avó
Duas colheres de sopa de açúcar mascavado
Duas pitadas de sal
Meia caneca de água com Maizena express diluída em água (a meia caneca é maioritariamente água, entenda-se)
Duas colheres de sopa de salsa picada congelada
Uma colher de chá de óregãos secos
Uma colher de chá de mangericão seco
Pus isto em lume fraquinho durante 15 minutos. Ao fim de dez minutos, aqueci azeite numa frigideira e deitei para lá as 15 almí´ndegas, pré-fabricadas, de carne de vaca, que comprei no jumbo e salguei-as ao de leve.
Salteei as almí´ndegas até ficarem castanhas por fora e depois juntei-as ao molho, fiz reset ao timer para mais 20 minutos e fui mexendo, sempre em lume brando. Aproveitei também para pí´r água a ferver para o macarrão.
E pumba: belas almí´ndegas, com um molhinho delicioso – e nem por isso gorduroso – com massa. E estava muito bom!
O melhor é que no fim, não fiquei com a cozinha completamente de pantanas, senão vejamos: teria pelo menos cascas de cebola, cascas de alho, talos de salsa por todo lado e mais tábuas de cortar e facas para lavar. Já para não falar no tempo que poupei.
Há muitos anos que o meu lema é: “faz-se o que se pode”, já quando viva em casa dos meus pais tinha uma plaquinha com este dizer na porta do quarto, oferecida pela minha irmã. E é um lema muito mais positivo do que parece, se pensarem bem :-)
Como vem sendo razoavelmente habitual, faço anos amanhã e, como é sabido, sendo hoje feriado (de acordo com o nosso Presidente da República, que, aparentemente, ainda vive em 1958, dia da Raça), foi o dia ideal para organizar uma festa de anos. Pronto, uma festa de despedida do último ano, como algumas pessoas lhe chamaram. […]
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