Wharfedale Diamond 12.3

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

No último trimestre do ano passado, arranjei um segundo trabalho. Os últimos meses do ano foram de trabalho intenso, como já não fazia há uns anos — leia-se: noites e fins de semana.

A compensação foi, não só um projecto interessante com desafios e oportunidades e essas cenas corporate, mas também algum dinheiro extra. Com os pagamentos a 60 dias, uma das fatias desse projecto, chegou agora, no início de 2025.

Esperei pacientemente pelo dito, já com um prémio que tinha decidido para mim próprio, pelas semanas de 70 horas que passei a trabalhar, sobretudo em Outubro. Um par de floor standers para a minha sala, sobretudo para ouvir discos, agora que a minha colecção já está bastante decente (material para outro post) e até tenho um móvel espectacular para a guardar (material para ainda outro post, talvez).

Depois de alguma investigação, aterrei nas Wharfedale Diamond 12.3. Vencedoras de alguns prémios de melhores colunas floor standing no segmento budget (as melhores, segundo a What Hi-Fi, por 4 anos consecutivos), com diversas reviews óptimas em vários sites de referência e canais de YouTube.

Comprar colunas sem as ouvir pode ser um risco, porque, por muito boas que sejam para diversos profissionais de áudio, podem não agradar. O som tem uma parte individual muito relevante, que pode fazer com que o “excelente som” de um, seja só “meh”, para outro. Apesar de estarem no segmento budget, trata-se de um par de colunas de 850 euros.

Enquanto esperava que entrasse o guito, dei um salto ao Kuanto Kusta e marquei as colunas como favoritas, com actualizações caso houvesse mudanças de preço. Nessa altura, já estavam em promoção a 780 paus, mas quis a sorte que num período de cinco dias, tenham caído para 701… e qual não foi a minha sorte, que o pagamento entrou no segundo desses cinco dias. Encomendei, da loja Mestres da Música e uns dias depois, cá estavam duas caixinhas de 21kg cada uma.

E que tal?

Para começar, as colunas são lindas. Optei pelo acabamento de nogueira, cujo único problema é não ligar com a madeira do subwoofer Monitor Audio, nem com o armário dos discos, mas não se pode ter tudo. Por si só, é uma maravilha. A frente das colunas é em preto piano que, isso sim, liga com o móvel da TV (sim, eu sei, é só materiais diferentes, nesta sala…)

O painel é magnético e protege as três vias destas colunas, descritas como 2.5 pela marca: dois altifalantes “Klarity” de 130 mm para graves e médios e um tweeter com uma cúpula de 25 mm. Têm uma saída de ar atrás e ligações duplas, para bi-wiring, ou bi-amping. Ainda não o fiz, mas irei experimentar. bi-wiring, que amplificador, só tenho um.

Ligadas ao Denon X2800H, em modo stereo, sem processamento, têm um som que, para mim, tem duas características que as fazem valer a pena: a definição ou clareza e o soundstage, ou imagem. (Nota: não sou nenhum especialista, descrevo as coisas como as oiço.)

A ouvir “Hallelujah”, na versão do Jeff Buckley, salta imediatamente à vista o detalhe sensacional destas colunas, cada respiração, cada ruído das cordas da guitarra e todo o reverb que caracteriza esta gravação são apresentados com definição, mas sem saltarem do seu lugar na mistura. Com o “Unfinished Sympathy”, dos Massive Attack, os graves estão lá, sem serem obscenos e a voz da Shara Nelson evidencia-se, no meio do arranjo preenchido da música.

Passando para “The Holy Men”, do World Saxophone Quartet, o tal soundstage exibe-se à descarada: os diversos riffs de saxofone saltam pela sala, nunca parecendo vir directamente das colunas, mas dispostos em nosso redor, como se os músicos estivessem na sala.

Estar sentado a ouvir música com este tipo de som cuidado e definido, é quase uma experiência religiosa. Uma das melhores músicas da Billie Eilish (e ela tem muitas), “The Greatest” começa por soar como se ela estivesse connosco na sala, mais o irmão e torna-se numa espécie de explosão cósmica.

Tudo isto, sem o apoio do tal subwoofer, um Monitor Audio ASW-100, que era do meu pai. Quando o dito é ligado, complementa as frequências abaixo de 45 Hz (a resposta das Diamond é 45Hz-20kHz) e torna tudo apenas mais apetitoso.

Faltava apenas integrar as Wharfedale com o surround Frankenstein que tenho na sala: As ditas e o sub, Kefs no centro e surround e Monitor Audio no surround back. Faz-se o que se pode. Depois de corrido o Audyssey ficou bastante claro que todo o sistema ganhou umas octanas sonoras valentes. Ainda não estou 100% contente com a configuração e creio que valerá a pena trocar as MA com as Kef, já que são maiores e têm presença a mais para estarem como surround back, mas a melhoria em relação ao que tinha antes, é notória.

A série Diamond também tem colunas 3D, leia-se, que disparam para o tecto, que encaixam em cima destas 12.3, para criar um sistema Atmos. Infelizmente, custam 550 paus… para duas pequenas colunas inclinadas. A considerar, mas não para já…

Para já… é por discos e ficar ali sentado, a lembrar-me da sorte que tenho. Recomendo, 10/10.

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