De há umas semanas para cá, não conseguia correr sem voltar com os pés todos esfacelados, na parte interior. Embora tenha feito, há muitos anos, uma análise de passada que me definiu como neutro, desconfio que haja uma pronação, mesmo que subtil, que acaba por causar este problema.
Quando me queixei do assunto, a Dalila sugeriu que os meus sapatos actuais estivessem velhos. Não parecem estar, de facto, porque têm ainda óptimo aspecto. Mas a verdade é que os Nike Air Zoom Pegasus 36 Hakone (granda nome), já ultrapassaram os 600 km. Isto da durabilidade dos sapatos de corrida tem muito pouco a ver com o aspecto com que ficam e muito mais a ver com o desgaste que não se nota, nomeadamente no que toca í perda de elasticidade ou de amortecimento da sola.
Bom, altura de encontrar substitutos. Como não sou nenhum pro, gosto de procurar sapatos bem cotados, que me pareçam adequados a mim e não custem 200 euros. Isto porque gastei 160 e picos em cada um de dois pares de Asics, um rendeu-me 1000 km, mas o outro era insuportável para correr, dando-me sempre dores nos tornozelos e só consegui fazer 98 km com eles.
Decidi também, desta vez, optar por uns sapatos com mais suporte interno, para tentar compensar a ligeira pronação de que suspeito. Foi assim que cheguei aos Saucony Liberty ISO.
Eize-lios:
Existe uma nova versão destes sapatos, os ISO 2, mas este é um dos melhores truques para comprar sapatos mais baratos: esperar pela versão nova e comprar a anterior. Estes Saucony custaram €95, na Amazon espanhola e chegaram num instante.
O que mais me surpreendeu nestes sapatos foi o conforto imediato, quer ao calçá-los, quer a começar a correr. Assim que arranquei, foi quase como se sempre tivesse corrido com eles e embora tenha sentido diferença para os Nike, não foi um choque.
Senti bastante apoio em todo o pé, bem como uma resposta simpática, na passada. Sem dúvida, fruto de serem novos, mas também por serem leves e simples. A tracção é excelente, o que me ajudou a fazer mudanças de direcção e subidas com mais facilidade a que tenho estado habituado.
Os atacadores são, talvez, um pouco curtos, sobretudo usando o nó do corredor, mas como tenho pés muito estreitos, não me incomodou. Poderá ser um problema para quem tenha patinhas mais largas. Finalmente, pareceu-me ter corrido com menos pronação, com o pé a assentar mais direito, graças ao apoio mais rígido no arco do pé, mas não garanto que não tenha sido placebo.
Seja como for, senti-me super estável e cheguei a casa, em cada uma das três saídas que já fiz com eles, sem qualquer dor, bolhas ou feridas na parte interna dos pés, como já era hábito. Por menos de 100 euros e para um corredor como eu, que corre nas ruas, 2/3 vezes, 10/20 km por semana, não podia ter pedido melhor.
Lembro-me, vagamente, de ter começado a fazer música no meu computador, em casa dos meus pais, usando o Cakewalk e uma SoundBlaster AWE32. Antes disso, umas experiências com Amiga mods, mas sem nunca ter tido um Commodore… Ao longo dos anos, fui sempre brincando com música e as ideias foram-se acumulando e sendo transferidas de computador para computador, de software para software, sem grande objectivo.
Algures nos finais de 2019, decidi investir mais a sério em terminar e lançar músicas. Comprei a versão 11 do Reason, o meu software de eleição para produzir música e, ao longo dos meses de 2020 fui também adicionando í minha colecção vários plug-ins da Waves. A certa altura, tinha 25 músicas em diversos estados de desenvolvimento e comecei a pensar seriamente em lançar um álbum.
Hoje em dia, é fácil lançar um álbum para os serviços de streaming. Coisas como o Distrokid (que acabei por usar), pegam na nossa música, descrições, letras, capa e disponibilizam a milhões de pessoas, praticamente de um dia para o outro. No fundo, tal como publicamos fotos ou textos, podemos publicar música com o mundo, sem agentes, representantes e editoras. É óbvio que o alcance é muito diferente, mas se eu fazia música para partilhar com três amigos e agora consigo partilhar com 100… já é bastante entusiasmante.
O álbum chama-se, então, “Throwing Rocks at a Wall” e está publicado sob o nome “The Insolent”, um throwback aos anos 90 e ao cognome que o meu amigo Paco me pí´s e do qual me lembrei quando comecei a publicar NFTs (uso o mesmo nome para arte digital). O título surgiu como a música: por acaso, a brincar; começo quase sempre com acordes, depois vou experimentando melodias, í s vezes adiciono guitarra, outras, não chego a sair do computador. Mas foram todas feitas com muito gozo, muitas horas passadas a experimentar coisas, muitas mais a misturar e remisturar, a ouvir no telemóvel, no carro e nas colunas da sala a tentar aprender vários novos skills para tentar que tudo ficasse a soar bem.
Acho que consegui, gosto de ouvir a minha própria música e acho bestial que algumas pessoas me digam que gostaram muito da Lost Abilities (parece a preferida até agora), ou de outra música que lhes saltou mais ao ouvido. Mas também acho piada a receber dislikes no YouTube, ou haver pessoas que não gostem particularmente de nada. Sinto uma ligação muito pessoal com estas músicas e sei que vieram todas do prazer de as fazer. Literalmente, amadoras.
As músicas
O álbum tem nove faixas, embora originalmente tivesse 11. Achei que ficava mais composto com estas nove, que me parecem fazer um bom fluxo de umas para as outras. Passei algum tempo a ordená-las e reordená-las para me fazerem sentido em sequência. São 57 minutos de música instrumental, com algumas samples de voz e duas intervenções minhas. Mas não se preocupem, não canto.
As três primeiras músicas, Handmade, Rising e I Walk Alone incluem guitarra e um final de bateria tocada por mim (com horas e horas de correcções í unha :P). Rising é também a faixa mais recente de todas, sendo que já tinha 10 músicas alinhadas quando uma manhã de um fim de semana qualquer comecei a produzir esta, que acabou por ficar no álbum em detrimento de outras duas.
Na faixa I Walk Alone, o breakdown de piano é acompanhado por uma gravação que fiz num passeio a pé e í chuva, no dia 20 de Agosto de 2020, na Serra da Estrela.
De férias com a família, em pleno Agosto, choveu o tempo quase todo e a certa altura já ninguém queria ir a lado nenhum. Portanto, eu fui fazer uma caminhada pelos montes em redor de Linhares da Beira. A certa altura, lembrei-me de pegar no telefone e gravar o som dos meus passos e da chuva. É mais uma demonstração de como, nos nossos tempos, basta ter um telemóvel no bolso para capturar som que pode servir para um projecto. Não é uma gravação super mega profissional, mas funciona.
Da mesma forma, a faixa Silver Dust termina com passarinhos. Foram gravados há não muito tempo, dia 7 de Março de 2021, num passeio a pé por Almada. Já o discurso de Sir Winston Churchill é mais famoso que qualquer passarinho.
Em Lost Abilities e The Female Form, ouve-se a minha voz. No primeiro, um discurso improvisado, com tudo o que isso implica de pensamentos cruzados e hesitações; no segundo, um poema de Walt Whitman, retirado da sua obra “The Body Electric” e livre de copyright (ajuda).
Para The Female Form, tinha uma melodia de trompete, tocada num sampler, mesmo para dar aquele toquezinho chique-piroso, mas soava tão falso que me irritava, sempre que o ouvia. Então decidi ir até ao Fiverr, mais um serviço incrível dos tempos modernos. Aí, o trompetista Oli Parker gravou-me umas melodias que acabei por usar de forma completamente diferente, na música. Por pouco mais de €30, tinha trompete na música.
This Here Drum Machine nasceu de ter comprado uns packs de samples e não saber o que fazer com eles. Comecei a brincar e acabei por fazer uma coisa í volta de sons de bateria programados. Nenhum deles veio do sample pack, mas o break de flauta sim!
Finalmente, as duas últimas faixas fazem uma espécie de conjunto para fechar o álbum: Black Stone e Walk. A primeira refere-se ao voo até í Lua e a segunda, aos primeiros passos na mesma. São faixas mais “espaciais” e incluem gravações dos astronautas, disponibilizadas pela NASA no seu arquivo. Tal como no caso do discurso de Churchill, fiz os contactos possíveis para me certificar que as samples podiam ser usadas, mas não obtive resposta.
Resta-me convidar-vos a ouvir a música, partilhar com amigos, deixar likes, ou mesmo dislikes. Espero que algumas pessoas por aí achem piada porque a mim deu-me muito gozo fazer e, sobretudo, publicar.
Está também disponível em vários outros serviços que nem conheço, portanto se não usam nenhum dos acima, é pesquisar pelo título e ver o que aparece. :-) Também me podem seguir nas novas contas The Insolent, no Twitter e Instagram.
Há muitos anos que uso a Actifry, da Tefal, para várias coisas. Mas, sobretudo, para fazer batatas fritas congeladas sem ser preciso lidar com uma fritadeira cheia de óleo — onde a guardar, onde deitar fora o óleo velho, etc. Mas nunca tinha realmente investido em fazer as melhores batatas fritas na Actifry… usando batatas cruas.
Não quero estar com demoras, portanto o truque é este: cozer as batatas primeiro. Mas não é só cozer, í balda, o processo é o seguinte:
Lavar e/ou descascar as batatas (eu gosto com casca e ainda por cima, poupo tempo).
Cortar as batatas em palitos, o mais consistentes possível em termos de grossura.
Lavar as batatas até a água deixar de ficar turva.
Ferver uma panela de água com sal (eu ponho três “montinhos”) e uma ou duas colheres de sopa de vinagre (eu vou para o mais do que para o menos). — O sal vai salgar as batatas “por dentro”, em vez de só superficialmente e o vinagre vai ajudar as batatas a ficarem flexíveis, em vez de se esborracharem todas.
Deitar as batatas na água e, quando levantar fervura novamente, contar 8 minutos. Tirar uma batata e verificar se se consegue pegar numa ponta e abanar levemente, sem partir — quando estiverem assim, estão boas.
Escorrer as batatas e deixar evaporar o máximo possível de água (enquanto estiver a sair vapor í bruta… esperar).
Colocar as batatas na cuba da Actifry e regar generosamente com óleo. As batatas cruas não têm óleo nenhum ao contrário das congeladas/pré-fritas, portanto convém que tenham o suficiente para as envolver todas e ainda deixar um filmezinho no fundo da cuba.
Ligar a Actifry e ir vigiando. Varia muito consoante a quantidade, mas uns bons 20 minutos a meia hora, costuma ser o mínimo.
E pronto, tá feito. No fim é secar com papel de cozinha, pí´r sal por cima e comer. Claro que há muitas variantes a considerar, tanto depois de cozinhadas, ou quando são colocadas na fritadeira, as batatas vão bem com alho em pó e paprika fumada, por exemplo. Ou com alho esmagado e alecrim. Ou com o que vos apetecer experimentar!
De há umas semanas para cá, não conseguia correr sem voltar com os pés todos esfacelados, na parte interior. Embora tenha feito, há muitos anos, uma análise de passada que me definiu como neutro, desconfio que haja uma pronação, mesmo que subtil, que acaba por causar este problema. Quando me queixei do assunto, a Dalila […]
Lembro-me, vagamente, de ter começado a fazer música no meu computador, em casa dos meus pais, usando o Cakewalk e uma SoundBlaster AWE32. Antes disso, umas experiências com Amiga mods, mas sem nunca ter tido um Commodore… Ao longo dos anos, fui sempre brincando com música e as ideias foram-se acumulando e sendo transferidas de […]