Elephants on Acid
Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Nos últimos dias do Verão de 2018 caiu-me esta coisa no colo, inesperadamente. Não que eu seja um grande especialista em Cypress Hill, mas Elephants on Acid saiu oito anos depois do último álbum da banda de hip-hop californiano (será a banda que é californiana, ou o hip-hop?)
Embora sempre tenha mantido um olho na música deste tipos, nunca sou capaz de citar mais do que “Insane in the Brain”, pelo que a surpresa deste Elephants on Acid foi ainda maior: é um granda álbum!
Permitam-me que a idade me conceda a veleidade de dizer que “no meu tempo”, o hip-hop não era a merda que é hoje. Pois, nem o hip-hop, nem os homens de barba comprida, que na altura eram pescadores ou lenhadores e agora são betos do Chiado de suspensórios e sapatos sem meia.
Num estilo em que gajos que parecem ter acidentes em que se estamparam por uma montra da Gucci adentro, como Soulja Boy, Lil’ Pump ou Tekashi Sixtynine (recuso-me a usar a grafia da street), Cypress Hill entram pela membrana timpânica adentro com os pés juntos e botas de biqueira de aço old school.
Depois de uma intro em árabe com muita insistência na palavra ‘hashish’, a casa começa a estremecer com “Band of Gypsies”, que foi também o primeiro vídeo que encontrei no Tubo, saído deste álbum. Para os preguiçosos, aqui fica:
O álbum continua entre “intervals”, típicos do hip-hop e faixas que não perdoam os vizinhos e pedem um sub-woofer jeitosinho para acompanhar as frequências tão baixas que desalojam pedras renais sem intervenção cirúrgica. O problema é depois fazê-las sair pela uretra.
Em suma, este disco é um malhete do cacete, lento mas certo, com MCs como deve ser, letras muito orientadas í ervanária e batidas a condizer. Basta ouvir uma coisa como “Falling Down” para perceber o que eu quero dizer: isto pede mesmo um almofadão no chão e alguma forma de entretenimento recreacional de carácter lúdico-alucinatório. Toca a sintonizar esses streams, meus irmãos! (E irmãs!) E ide ouvir música da boa!