O Novo Macaco
Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Quando o Tiago nasceu, refiz o blog. Na altura, tinha um tema a puxar para o construtivismo soviético, um layout de três colunas, tudo muito confuso e desactualizado em termos do que a web era na altura.
Sentei-me no sofá da sala nos momentos em que o meu filho dormia placidamente na espreguiçadeira í minha frente e refiz o template de WordPress todo. O novo tema chamou-se Helveticus, era simples, despojado e ficou com a promessa suspensa de vir a ter umas ilustrações que imaginei na altura mas que nunca fiz.
Passaram-se oito anos, muita coisa mudou na minha vida, na web, no meu trabalho. O site estava desactualizado, eu já não me revia numa coisa tão minimalista, tinha saudades do sabor a CCCP do meu template antigo e já não escrevia código há uns tempos valentes. Também estou, confesso, cansado desta web bonitinha que temos. É tudo lindo, com imagens estupendas, blocos direitinhos e alinhados, tudo muito bem pensado, planeado e implementado. De tal maneira que em muitos casos se perde o gozo, se perde a essência, um certo cambalear típico dos miúdos que parece que se vão desmanchar todos, mas acabam por dar dois passos e nós ficamos com os olhos a brilhar. Sim, estou a ficar mais velho e mais saudosista, sue me.
Juntei então todas as minhas pequenas frustrações e comecei a redesenhar o blog, aos bocadinhos, para responder í quilo que eu sentia que me apetecia ver e usar. Aproveitei para voltar a pegar em código, para experimentar (finalmente), SASS, para usar o Ink e para de uma vez por todas devolver o gozo aqui ao já vetusto estabelecimento.
Trabalhar com o Ink foi um descanso e é tão simples e intuitivo que só um macaco morto seria incapaz de o utilizar com rapidez e eficiência. De resto, o Ink veio potenciar a minha forma usual de trabalhar o blog, que é por pura improvisação: agora isto, agora aquilo, experimento aqui, mudo ali e a coisa vai-se compondo aos poucos.
Portanto, não esperem uma coisa bonita e refinada, bem pensada e sem falhas. Mas sim uma coisa que, antes de mais, devolve o Macacos Sem Galho a uma estética que ostentou durante anos e que me agrada í brava e que nasceu sobretuto de um projecto de gozo pessoal.
Nada disto implica que eu não queira que as coisas funcionem como deve ser pelo que, se derem por bugs e cenas partidas, não hesitem em avisar. Fiz a coisa para correr em três larguras de ecrã e tentei não ser demasiado rígido com espaços, larguras e alinhamentos. No entanto, claro, por favor não me chateiem com problemas de Internet Explorer, façam simplesmente um favor a vocês próprios e mudem de browser. Chrome ou Firefox servem perfeitamente.
Alterei também ligeiramente a publicidade, porque, convenhamos, esta merda não me dá um tostão e era porreiro que pelo menos me pagasse o domínio, caso contrário, mais vale não ter nada. Portanto, agora há um banner maior e banners adaptados para as várias larguras de ecrã e vou ver se a coisa melhora. Se não melhorar, é possível que simplesmente desista.
E pronto, não há muito mais história a contar. Este é o Macacos Sem Galho, começou em Março de 1999 e ainda aqui está, agora com 120% mais UX, quase inteiramente responsive e multiplataforma, baseado em extensa user research (mostrei í minha mulher) e completamente disruptivo. Agradeço sinceramente a todos os que, ao longo dos anos, por aqui têm passado e de uma forma especialmente carinhosa aos que ainda cá vêm com alguma regularidade, até mesmo aos trolls. Isto é o que é, porque há pessoas desse lado.
Dou então assim inaugurado o novo tema deste blog, de seu título Constructivist Ape. Que a produtividade do proletariado chova sobre todos nós em gloriosas gotas de liberdade e igualdade. Viva o comité central! Viva o Povo! Vivam os macacos!