Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Foi no dia 30 de Março de 1999 que comecei a escrever este blog. Na altura, chamávamos-lhes ainda Weblogs ou mesmo, simplesmente, diários online.
A comunidade era pequena, liamo-nos uns aos outros e editávamos directamente em ficheiros de HTML, alojados em servidores pessoais, onde colocávamos ficheiros por FTP.
Não haviam plataformas de blogging, nem software de gestão de conteúdo, nem sistemas de comentários, nem redes sociais. Mas a essência da coisa permaneceu a mesma: escrever e soltar os textos na web e assistir, com gozo, aos seus ocasionais encontros com estranhos de várias partes do mundo.
Tudo se transforma e parece que nada se perde, mas não é verdade, perde-se sempre algo, mesmo que se ganhem coisas novas. Perdeu-se o deslumbramento de estarmos aqui e entrarmos em contacto com alguém na Nova Zelândia, com descobrirmos, por acidente, um gopher com GIFs de Lamborghinis ou simplesmente de termos quatro e-mails novos… E serem todos para nós, escritos por alguém, para nós. Agora, tudo é conteúdo social repartilhável, vídeo viral monetizável ou startup tecnológica disruptiva e, sinceramente — e perdoem-me o cliché do gajo quarentão que acha que dantes é que era bom — acho que já não tem tanta graça.
É por isso que mantenho este blog. Porque ainda me lembro de quanto resisti a chamar-lhe blog, porque isso era uma moda idiota (ainda alguém se lembra de quando este site e outros diziam, orgulhosamente, “Ceci n’est pas un blog”?) e porque, no fundo, sinto algumas saudades do tal deslumbramento da net, da novidade, de quando isto era nosso, era artesanal, era aprendizagem e era aberto, era partilhado porque nós queríamos e não porque uma enorme empresa americana guardava todos os nossos dados pessoais numa gigante base de dados com a qual não sabe ainda muito bem, exactamente, o que vai fazer.
Portanto, parabéns ao Macacos Sem Galho e a mim, por 16 anos disto. E a quem por cá também já andava no fim dos anos 90, mas acabou por desistir — e aos que ficaram, claro. Parabéns aos fóruns, í s mailing lists moderadas, í s diskettes cheias de porno com menos resolução que um telemóvel barato de hoje em dia, ao pesadelo do RealAudio e até í quele GIF animado do homenzinho a trabalhar nas obras.
Eu acho que está na altura de começarmos a pensar como é que a web pode ser das pessoas, outra vez.
Parabéns, penso que o teu blog seja o mais antigo ainda em actividade em Portugal, sou leitor com mais ou menos frequência desde 2005. Desde essa altura acompanhei bons e maus momentos aqui, antigamente vinha aqui com mais frequência, mas de vez em quando ainda dou um click por aqui, o link para aqui continua a ocupar o primeiro lugar na pasta de Blogs na barra de marcadores. Esperemos que daqui a 16 anos este blog continue online e que estejamos aqui para o continuar a ler.
Obrigado. Vamos ver o que o futuro nos reserva…
Não ando por cá há tanto tempo como tu mas já celebrei os 11 anos. E apesar das inúmeras alterações no layout, conteúdo e mesmo no tipo de textos continuo a sentir a necessidade de partilhar experiências. São sem dúvida tempos diferentes, talvez menos interessantes mas enfim eu como bom português sou um saudosista.
Parabéns e cá continuarei a marcar presença.
Obrigado!
Parabéns, Pedro. Sou um leitor regular desdo o início. :)
Obrigado, um abraço!
Comparado contigo ainda sou um menino, fiz os meus 9 anos há 2 meses e sigo-te desde a saudosa altura em que pertencíamos ao Prt.Scr, tal como sigo o blog do Hugo Cardoso já há vários anos. Sim os blogs cada vez passam mais de moda, mas não ando cá pelas modas, continuo a acreditar que posso partilhar e ajudar alguém com as minhas experiências. E das coisas que mais gosto, revisitar posts que fiz há anos atrás…que pérolas, conviver comigo no dia a dia não dá para perceber alterações, mas lendo o que escrevi há tempos atrás claramente se vêem as alterações de gostos e personalidade.
Eh, o Print Screen, de onde fui corrido pelas minhas convicções (não) religiosas. Bons velhos tempos. Parabéns pelos teus 9!
Viva!
(sou o ‘troll’ que não aceitas como ‘amigo’ no Facebook – mas também não venho para te criticar, óbvio)
Venho para te agradecer, porque me revi em muitos dos teus textos que publicaste no início do teu blogue (sim, recordas-te daquele ‘troll’ que andou a ler este blogue de trás para a frente? – deu mesmo muito gozo! Muito bom mesmo, e o agradecimento há de ser para sempre.)
Infelizmente é como se disse acima: ‘modas’! Também não sou delas e ainda bem que procuro quem também não as defenda. Calhou a tropeçar por aqui e, volta e meia, cá venho dar uma vista de olhos. (ainda não comentei no artigo sobre as festas de aniversário, mas digo-te: que PÉROLA!)
Posto isto tudo, deixo um pouco do que dizem os ditames da moda:
http://thenextweb.com/opinion/2015/04/14/r-i-p-blogging-killed-by-screenshorts/
Abraço e obrigado.
Viva, Vitor, antes de mais, obrigado pelo comentário.
Eu parei de aceitar pessoas no Facebook há uns tempos… tenho uma lista de espera já razoavelmente longa, é um assunto que não sei bem como resolver, porque já tenho conhecido pessoas bestiais e também tido alguns dissabores. No entanto, nunca é nada pessoal, mas no teu caso nem sequer tenho pedido pendente.
Ainda outro dia, procurando por velharias na net, encontrei este post: http://www.macacos.com/1999/07/16/hooooooooooooot/
Recordo também termos feito um «video chat» com uploads de JPGs a partir das webcams e texto escrito em folhas A4…
Obrigado.
Obrigado, João!
Parabéns e essas cenas todas e depois, aquilo que realmente interessa: sim, está na hora de começar a pensar como é que a web pode ser das pessoas outra vez… Tenho uma ideia. Continuares a escrever posts destes… É um bom começo.
Um grande braço (perdi o A da minha viola).
Agora já entendi o comentário “do outro lado”, não tinha percebido que tinhas estado a ler isto. :)