Publicado em , por Pedro Couto e Santos
O problema da insónia é o medo.
Na primeira noite, está tudo bem, é só um glitch, dormes pouco, mas dormes, logo se vê.
Na segunda noite dormes menos e preocupas-te um bocadinho. Então mas isto agora deixou de funcionar?
Na terceira noite estás exausto, já são duas a pouco dormir, mas começa o nervoso miudinho quando se aproxima a hora de apagar a luz e puxar as cobertas e quando os olhos começam a focar o tecto, í procura de alguma coisa no escuro, o pânico instala-se. Alguma coisa partiu, algures e nem sabes bem onde se muda a peça… Nem sequer que raio de peça é.
E aí, vais ao armário dos medicamentos e tomas qualquer coisa, com aquela noção de que não podes tomar sempre qualquer coisa, mas com a nítida sensação de que, de alguma maneira estranha e incompreensível, te esqueceste como se dorme.
Não há nada que nos corroa tanto como esse medo/nervoso miudinho. no meu caso a peça que partiu foi arranjada mas deixou mazelas.. é uma merda.
Bem, pelo menos sempre estás com a Sónia… Eu cá, nem por isso e acredita, não sei o que será pior. Para todos os efeitos, passo a noite a dormir mas ao acordar de manhã a sensação é a de que passei metade da noite acordado, a tentar dormir e a não conseguir. Passo as manhãs a bocejar… Já lá vão 4 dias… E não há nada para tomar (detesto tomar o que quer que seja). E diz a Susana “mas dormiste a noite toda”… Pois. Não me parece.
Estamos a ficar velhos…
Epá, pois. Não conseguir descansar… já nem sei que fazer, um gajo começa a convencer-se que acabou essa cena de descansar, não é? Durmas, não durmas, não parece fazer diferença.