Dicas para novos pais – o recém-nascido

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Como tenho dois filhos sou mais especialista em parentalidade do que pessoas com apenas um ou mesmo nenhum e menos especialista do que pessoas com três ou quarto, vulgarmente conhecidos como malucos do caraças.

Não sou um especialista internacional, porque, ao contrário do que o nosso Governo parece desejar, ainda não fugi do paí­s (emigração é um eufemismo), devo portanto contentar-me em ter alguma experiência acumulada no campo da parentalidade bi-partida nas idades compreendidas entre os zero e os cinco anos de idade.

Para crianças mais velhas e/ou mais novas, sugiro que se refiram a outros especialistas de renome (por exemplo, pessoas que se chamavam Alberto e mudaram de nome para Francisco).

Para quem vai ter o primeiro filho em breve, deixo-vos então um aviso importantí­ssimo sobre recém-nascidos e que praticamente nenhuma literatura da especialidade refere. De facto, dos vários manuais e especialistas com que tive contacto (ou seja, aturei muitas dicas e li meio livro), nunca encontrei referência a esta informação que é de sobremaneira valiosa:

Um recém-nascido não é um bebé. Um recém-nascido não se parece nada com um bebé e serve apenas de engodo para que o mais próximo par de adultos (chamemos-lhes “pais”), os levem para casa.

A esmagadora maioria dos recém-nascidos são muito calmos, dorminhocos, comem regularmente e cheiram muito bem. Sujam poucas fraldas e as que sujam não cheiram a nada de especial e passam cerca de 16 horas por dia a dormir, fazendo inveja ao gato mais dedicado.

Dezasseis horas, façam as contas: o dia tem 24, pelo que a maioria dos putos estará acordada cerca de 8 horas por dia – é uma espécie de turno na fábrica. Grande parte dessas oito horas são passadas de mama na boca o que, diga-se, não é uma forma nada má de passar o tempo.

Mas resistam, novos pais, í  tentação de olhar para o vosso rebento, pací­fico numa das suas dezasseis horas de sono diárias, pensando “afinal, isto não custa nada”.

É que, se um recém-nascido não é um bebé, rapidamente se transforma num! É assim, uma espécie de meta-bebé que depois desenvolve num de múltiplos tipos de bebé possí­veis.

Generalizando uma vez mais (apenas para manter o teor altamente cientí­fico deste artigo), os bebés são a antí­tese do recém-nascido anteriormente descrito. Os bebés fazem muito barulho, comem muito mal (ou demais, ou de menos), dormem apenas quando lhes apetece (coisa que raramente coincide com o sono dos adultos), cheiram mal í  brava e, nalguns casos mais graves, roubam dinheiro da carteira dos paí­s para gastar em drogas leves (legalize!). Além disso, as fraldas, oh as fraldas!

Mas não há problema. Existe uma forma de lidar com isto, chamada compartimentalização. É um exercí­cio de auto-decepção praticada pela maioria dos pais que vão classificando os comportamentos cada vez mais aberrantes das suas crias como “fases”.

A fantasia da fase coloca os pais numa falsa sensação de esperança de que “isto passe” com o tempo. Caso contrário, a maioria dos pais acabariam por ser forçados a chegar í  conclusão, por volta dos dois, dois anos e meio, que os seus adorados filhotes são uns reais filhos da mãe.

Em suma, novos pais: ser pai ou mãe é duro, mas é uma bonita e inesquecí­vel experiência de vida… bom, inesquecí­vel não é, porque há muitos casos de pessoas que depois do primeiro ainda têm mais um ou dois. Aliás, se ainda não engravidaram, esta é provavelmente a altura ideal para considerarem comprar um Maseratti e acções da Durex.

Hey, o Maseratti é porreiro para dar umas voltas.

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Matadora

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Hoje ao fim da tarde, a cozinhar como é habitual, entra-me a Joana na cozinha, de passo apressado: “pai! Abraço!”.

Ajoelhei-me no chão, ela atirou-me os braços ao pescoço e encostou-me a cabeça ao ombro durante uns segundos. E depois fez-me um enorme sorriso e voltou para a sala para ver Tom & Jerry com o irmão.

Esta miúda mata-me.

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Fajitas com Pico de Gallo

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Fajitas com Pico de Gallo

O Fernando pediu a receita e como tive que parar um bocadinho para pensar o que fiz, achei que, já agora, punha isto num post.

Aviso já que recorri a um molho de frasco, mas acho que o molho é bem bom e vale a pena. Portanto, aqui fica a receita para fajitas de frango com pico de gallo

Para o frango

  • 1 kg de peito de frango cortado em pedaços pequenos
  • sal grosso
  • pimenta preta
  • uma cebola grande
  • um pimento vermelho
  • um frasco de molho para fajitas Old El Paso
  • óleo vegetal (pode ser azeite, eu usei girassol)
  • queijo ralado í  escolha (usei uma mistura de 3 queijos daquelas para massas)
  • tortilhas de trigo

Para o pico de gallo

  • dois tomates médios
  • uma cebola roxa
  • uma malagueta vermelha ou verde
  • um molhinho de coentros
  • duas limas
  • sal e pimenta

Fajitas com Pico de Gallo

Aquece-se o óleo vegetal uma frigideira de 28 cm (óleo suficiente para cobrir o fundo) e coloca-se a cebola, cortada em rodelas de forma a que não se sobreponham, salgando todas as rodelas com sal grosso. A temperatura deve ser média-baixa (4 e meio/5 na indução). Deixa-se a cebola amolecer, devagarinho e quando já estiver quase toda transparente, junta-se o pimento vermelho cortado em pedacinhos. Mantém-se a temperatura baixinha e deixa-se cozinhar, mexendo ocasionalmente, uns bons 15 minutos, o pimento vai começar a desfazer-se.

Junta-se o peito de frango e sobe-se a temperatura para média-alta. Deita-se sal e pimenta preta a gosto. Quando o óleo voltar a ganhar temperatura depois de ter levado com o frango frio, deixa-se a coisa ali pouco mais de meio gás (7 na indução) e deixa-se cozinhar o frango muito bem.

Primeiro o frango vai cozer um bocado e depois vai dourar por fora. Quando estiver bem douradinho, tira-se do fogão e adiciona-se o molho, envolvendo-se bem o frango no mesmo. Volta-se a por a meio-gás no fogão e deixa-se cozinhar 10 minutos.

Finalmente, coloca-se uma porção de frango numa tortilha, cobre-se com queijo ralado e leva-se ao microondas 1 minuto e meio para derreter o queijo, junta-se pico de gallo bem geladinho e come-se.

Pico de Gallo

Pico de gallo é a melhor salada do universo e mais além. E é tão fácil de fazer que um gajo até fica a olhar para aquilo e a pensar como é que algo tão básico pode saber tão bem.

Abrem-se os tomates e tiram-se as grainhas, cortando depois tudo em pedacinhos pequeninos. Segue-se a cebola, toda em pedacinhos pequeninos e a malagueta, também em pedacinhos; quem não gostar de picante, pode usar pimento verde, vermelho, laranja, whatever, tem é que ser em pedacinhos pequeninos. Finalmente, os coentros bem picadinhos. Junta-se tudo numa tijela.

Para terminar, o essencial: espremem-se as duas limas e junta-se o sumo. Tempera-se tudo com sal e pimenta, mistura-se bem e refrigera-se, que o pico de gallo quer-se fresquinho.

O contraste entre o quente da fajita e o frio do pico é fenomenal.

Espero que gostem.

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Este blog tem treze anos

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

O Macacos Sem Galho faz hoje treze anos.

Embora haja um buraco no arquivo, nunca houve um buraco na sua existência. Tem-se mantido activo desde 30 de Março de 1999, ininterruptamente. O buraco no arquivo é só preguiça de copiar coisas antigas feitas í  mão em HTML para o WordPress (mas já não falta muito).

Fica a efeméride e a intenção de continuar. Obrigado por me lerem.

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A tortura de ver um filme

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

A minha filha Joana gosta de subir para cima do móvel da sala e escolher um filme da estante bookworm que temos na parede.

Este sábado de manhã, optou pelo Despicable Me.

É um dos meus filmes animados preferidos, cheio de humor e com uma história invulgar e divertida.

No entanto, colocar o filme para os miúdos é uma espécie de tortura chinesa que nos é propiciada pelos editores. Antes do filme surgem uma quantidade infindável de logotipos, avisos, informações, promoções e outras idiotices que, no caso particular do blu-ray deste filme, duram mais de cinco minutos.

Para uma criança de ano e meio que acabou de pedir um filme, cinco minutos é uma insuportável eternidade e para um pai que está a tentar deixar a criança entretida para poder ir beber um café, é uma irritação digna de vendetta sobre os responsáveis, daquelas que mete cabeças de cavalo.

Mas eu fiz uma lista, para ser mais claro. Vejamos, antes do filme arrancar temos:

  • Loading bar
  • Logotipo da Universal
  • Logotipo da Universal animado
  • Promoção ao blu-ray (inútil, visto que eu estou a ver um blu-ray, porque já tenho um leitor de blu-ray e compro filmes em blu-ray, estão a vender-me algo que eu já tenho)
  • Logotipo
  • Promoção a outro filme (skipable)
  • Logotipo
  • Promoção a outro filme (skipable)
  • Promoção a um parque temático (skipable)
  • Logotipo
  • Menu de linguagem
  • Aviso legal
  • Informação sobre as opiniões dos intervenientes não reflectirem as do editor
  • Aviso sobre capacidades do blu- poderem requerer um update de software
  • Mensagem de agradecimento a quem comprou o disco
  • Promoção a outro filme (not skipable)
  • Logotipo
  • Outro logotipo
  • Menu principal
  • Filme!

Com os skips que pude fazer, consegui reduzir a experiência a apenas 3 minutos. O processo pára duas vezes, uma para se escolher a lí­ngua e outra, no menu principal onde se escolhe arrancar com o filme ou outras opções, pelo que não se pode deixar a correr e esperar que mais tarde ou mais cedo o filme arranque, não: é mesmo preciso estar a monitorizar a coisa.

O que é que apetece? Apetece ripar o filme para um disco rí­gido de forma a poder aceder-lhe sem demora quando os miúdos o quiserem ver.

Mas depois, vem a Canavilhas e lixa-nos!

Numa época em que se fala tanto de UX que até já há tipos que são especializados na coisa, este é um excelente exemplo de uma péssima experiência de utilização, em que o utilizador é castigado por ter comprado um produto original em que o editor se acha no direito de impingir produtos e marcas porque, nessa altura, tem o espectador na palma da mão.

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Como tenho dois filhos sou mais especialista em parentalidade do que pessoas com apenas um ou mesmo nenhum e menos especialista do que pessoas com três ou quarto, vulgarmente conhecidos como malucos do caraças. Não sou um especialista internacional, porque, ao contrário do que o nosso Governo parece desejar, ainda não fugi do paí­s (emigração […]

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