Esta dieta está a dar cabo de mim

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

No iní­cio do mês recebi os resultados do meu teste de intolerância alimentar, A200. Como expliquei, na altura, resolvi começar a seguir uma dieta que respeitasse os resultados do teste, durante um mês, para ver que alterações poderiam surgir no meu dia a dia que justificassem a eliminação de tantos alimentos.

A dieta é extremamente difí­cil de seguir. Se me focar em apenas três dos alimentos a que sou intolerante: leite de vaca, clara de ovo e trigo, já estou a limitar a minha alimentação de tal forma que me é praticamente impossí­vel comer como habitualmente comia.

Num café, por exemplo, não posso comer nada. As sandwiches são feitas com pão, que é í  base de trigo, levam fiambre, que tem leite na composição, ou queijo que… tem leite na composição; muitos bolos são feitos com leite, manteiga ou outro derivado do leite, os que não são, muitas vezes têm ovos e mesmo não tendo, praticamente todos, senão mesmo todos, são í  base de farinha de trigo.

Almoçar é mais fácil, mas não linear. Posso comer carne e peixe (excepto bacalhau), posso comer batatas e arroz. Mas não me livro de receber um prato com um molho que leva cerveja (também sou intolerante a cevada e levedura de cerveja), ou que leva natas, ou de uma salada com maionese (que leva ovo).

De manhã, estou a comer um pão de centeio integral alemão, da Mestemacher, que se vende no Pingo Doce. Mesmo assim, o último que a Dee me comprou, tinha cevada na composição e o outro que existe í  venda, o Fitness Bread, leva germen de trigo.

O pão não é mau, passo-o pela torradeira e depois barro-o com doce de maçã que também compro no Pingo Doce, acompanho com um café e í s vezes, uma maçã.

Mas não é uma torradinha ensopada em manteiga como eu gosto de comer.

Quando me dá a fome lá por casa, vou mastigando umas coisas da Bicentury, como bolachas í  base de milho ou de batata, que não são maus de todo, mas são mais uma obrigação do que um prazer.

Entretanto, como fruta. E também como Lay’s Gourmet, porque, felizmente, não contêm nada dos ingredientes proibidos. Mas podiam conter, porque o que não falta no mercado são batatas fritas de pacote que levam trigo e soro de leite.

Aproximando-se o fim da segunda semana, caí­ de 65 para 63 kg. e desde que comecei a tentar manter um registo do que como e de quantas calorias consumo, tornou-se evidente porquê esta perda de peso, tendo em conta que o meu corpo precisa de qualquer coisa entre 1500 e 2000 kcal só para se manter vivo durante o dia e que, no primeiro dia em que contei calorias, cheguei í s 9 da noite com apenas 1300 consumidas, o mistério dissipa-se.

Se juntarmos a isso o facto de que, ainda por cima, ando a fazer exercí­cio e a queimar calorias extra, a coisa é óbvia.

Mas até aqui, nada de errado.

Não posso dizer que sinta uma horrí­vel vontade de comer bolos ou uma profunda tristeza por não poder comer lacticí­nios – apesar de tudo, posso comer mozzarella de búfala, por exemplo. Não me custa particularmente não comer pão, embora o pão seja de facto muito prático em termos alimentares.

No máximo, posso dizer que tenho pena de não comer ovos, porque são das minhas comidas preferidas.

O que realmente me chateia é que não noto nenhuma melhoria em absolutamente nada de especial no meu quotidiano mas noto uma clara pioria no meu funcionamento intestinal. Ora, se eu já tinha cólicas e algumas emergências casadebanhí­sticas, a coisa estava dominada e passava-se praticamente tudo de manhã, ainda antes de eu sair de casa e depois não havia mais sobressaltos.

Agora, não.

Na terça-feira, entre levantar-me, í s 7 da manhã para fazer exercí­cio e sair de casa í s 8:40 para levar o Tiago í  escola, tive que ir í  casa de banho quatro vezes. Passo o tempo todo com dores de barriga e com a sensação de que as minhas entranhas vão explodir.

Não compreendo que horrí­vel intolerância í s claras de ovo, lacticí­nios ou outros produtos, tenho eu que me causavam… nada, aparentemente, quando os comia; ou pelo menos, nada que me incomodasse por aí­ além. Talvez a urticária que me apareceu no fim de Maio fosse causada por um desses alimentos e isso, de facto, foi uma reacção nova, que nunca tinha tido e que nunca mais tive, desde que comecei a dieta.

Se calhar, se voltar a comer pizza, pão e bolos, um dia destes tenho uma crise de urticária daquelas que a minha mãe tem, desde que me lembro e depois arrependo-me.

Chamem-me céptico, mas para mim, voltar a ter que abandonar os meus colegas í  mesa de almoço para ir a correr feito idiota, pelo centro comercial, í  procura de uma casa de banho limpa, não é uma vantagem; é, aliás, um retrocesso a outros tempos, em que bebia leite – isso sim, posso garantir que me faz um mal dos diabos.

Faltam duas semanas para terminar o ensaio, depois, terei que reexaminar tudo isto e decidir que mudanças ficam e quais vão pela janela fora.

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Coisas que aprendi em 38 anos

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Completei 38 anos.

Como vem sendo habitual de há uns anos para cá, mais ou menos ano sim, ano não, “ignoro” o evento. Ou seja, não ignoro que faço anos, mas não faço questão de fazer uma grande festa. Um ano não ligo nenhuma, no ano seguinte faço um picnic no Parque da Paz, outro ano não ligo nada, no ano seguinte convido toda a gente para um luau com 40 strippers e bar aberto… varia.

Este ano foi off. Não bastando estar esgotado e só me ter realmente lembrado que fazia anos no sábado, na terça ou quarta feira dessa semana, estou também a cumprir um regime alimentar que não me permite, sequer, comer bolo de anos.

Mas fui almoçar com os meus pais, os meus avós, a minha irmã e o meu cunhado e, claro, a minha mulher e os meus filhos e depois, voltámos para casa e os putos adormeceram os dois, portanto estive esparramado no sofá a jogar GT5. Não me queixo.

Estou agora no meu 39º ano de vida, caminhando inexoravelmente para os 40 e, como dizia ontem a minha irmã: já custa um bocadinho a crer.

Como é que saltámos de putos ranhosos para os 40 anos, assim, quase sem aviso?

Não me preocupa, a idade, pelo contrário, sinto-me melhorar com os anos. Acho que o tempo faz bem í s pessoas, pelo menos até certa altura, depois, acredito que comece a fazer mal, ao corpo, í s vezes í  cabeça e as coisas não acabem bem.

Ainda estou para descobrir se manter o corpo activo e a mente alerta ajudam a manter a saúde e a sanidade quando os anos avançam, mas lá chegaremos.

Provavelmente, a lição mais importante que aprendi, nos últimos anos, foi que a melhor maneira de perceber o mundo que me rodeia é olhar para mim mesmo de fora. Fazer parar o Universo, uns minutos todos os dias e olhar í  volta, depois dar dois passos atrás e olhar para mim mesmo.

Estar sempre pronto a reavaliar tudo, estar sempre disposto a mudar de opinião, aceitar a dos outros, discordar da de alguém, deixar de gostar de coisas, passar a gostar de outras e verificar, desapaixonadamente ou não, que as coisas essenciais estão todas lá, intocadas, no mesmo sí­tio de sempre: as pessoas que mais amo, a música, as palavras, as cores, os cheiros e algumas ideias, alguns sonhos e até algumas ilusões e fantasias mais ingénuas, que convém sempre guardar e revisitar com frequência, porque é isso que me separa dos outros.

Gosto de me lembrar, permanentemente, que não sei tudo, mas gosto de provocar as pessoas, gosto de discutir com elas e gosto de chegar ao fim e ver que mudei de ideias ou fiz alguém mudar de ideias. Tento nunca me esquecer de rematar uma discussão com “mas se calhar estou enganado”, mas sinto satisfação em dizer “eu bem te disse”.

Dou valor ao respeito, particularmente quando o mesmo está presente entre pessoas que não estão de acordo.

Respeito pessoas que se esforçam, que tentam, que não desistem. Prefiro, de longe pessoas que se levantam e fazem alguma coisa, í s que ficam sentadas a protestar. Admiro pessoas que ajudam e se deixam ajudar, pessoas que colaboram, que se apoiam. Há poucas, mas há.

Pessoas que enfrentam coisas que deixariam qualquer um sentado no chão a soluçar e se levantam no dia seguinte prontos para continuar são pessoas que envergonham quem pouco mais enfrenta que o quotidiano e passa a vida na mesa do café a lamentar-se.

Gosto de dar voz a algumas pessoas, quando posso, mesmo que poucas. Quando escrevo algo e alguém diz, “era mesmo isso que eu queria dizer”, sinto-me realizado, que não estou só a dizer parvoí­ces avulsas, mas que consigo, a espaços, passar mensagens que ajudam as pessoas a organizar as suas ideias.

Também gosto muito quando alguém faz isso por mim.

Nada disto me impede de escrever muitas parvoí­ces avulsas que me dão muito gozo escrever e dizer e espero continuar a fazê-lo durante mais 38 anos. Ou mais.

E em jeito de conclusão, uma ideia que me parece fulcral: tristes dos que só têm certezas.

A certeza é estéril. A dúvida é a mãe de todas as coisas.

 

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Pimentos recheados

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Fiz hoje, pela primeira vez, pimentos recheados e ficou tão bom que decidi partilhar. É muito simples de fazer e ainda por cima, não quebra o meu novo regime alimentar.

Ingredientes:

  • 2 pimentos laranja
  • 8 tiras de bacon
  • uma cebola branca pequena
  • uma malagueta verde grande
  • uma bola de mozzarella de búfala
  • molho BBQ HP Classic

Execução:

Ligar o forno para 250 graus.

Cortar o bacon aos pedacinhos e colocar num frigideira ao lume médio/alto. Picar a malagueta e a cebola com a faca e, quando o bacon estiver a ficar douradinho, juntar í  frigideira.

Mexer frequentemente, deixando cozinhar uns minutos até a cebola ficar transparente. Juntar umas boas bisnagadelas de molho BBQ e misturar bem. Deixar cozinhar mais dois minutos.

Cortar o topo dos pimentos e remover as entranhas.

Cortar o mozzarella em rodelas e colocar uma no fundo de cada pimento. Encher os pimentos com o bacon, cebola e malagueta, tapando com mais rodelas de mozzarella.

Dar o que sobrar do mozzarella a uma criança de quatro anos, para comer.

Colocar as tampas nos pimentos e levar ao forno cerca de 20 minutos, até a pele dos pimentos começar a fazer bolhas.

Não pus sal nenhum e não lhe senti falta, mas estejam í  vontade.

Comer.

Agradecer ao Pedro.

Os pimentos, acabados de sair do forno

O primeiro pimento esventrado e pronto a ser devorado

 

 

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Estou quase a fazer anos

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

É já no dia 11.

Se me quiserem oferecer alguma coisa, escolham daqui.

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Quando tinha 11 anos, tinha um gira-discos

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Era este:

Philips 22AF 200 Stereo

Por causa de um post da Daniela hoje no FB, lembrei-me dele.

Agora que estou a 2 dias de fazer 38 anos, estas merdas começam a emocionar-me.

Puta da idade.

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Esta dieta está a dar cabo de mim

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