Publicado em , por Pedro Couto e Santos
As coisas não andam fáceis, para o lado do bloguismo. Não é que não queira escrever, bem pelo contrário, tenho muita coisa para escrever aqui e muita, também, para escrever noutro lado (até o template é default… enfim…)
Preciso de actualizar o próprio Macacos, com ideias que nunca pus em prática, de reorganizar as categorias e estabelecer uma navegação mais amigável para as toneladas de conteúdo que já aqui tenho.
Mas dizer que “não tenho tempo”, é uma tentativa de concentrar num só cliché uma série de questões interligadas que incluem a tal falta de tempo, mas não se resumem a esta.
Tenho parado cerca de quatro ou cinco horas por dia para dormir e pouco mais. Nos fins de semana em que os meus pais ficam com os miúdos (dádiva impagável), tento descansar mais um bocadinho, mas é raro, porque geralmente arranjo sempre qualquer coisa para fazer.
Além do trabalho, que ultimamente tem voltado a extravasar para o fim de semana, há outros projectos que, í beira da conclusão, exigem o esforço extra e depois, claro, tudo o resto, normal, para quem tem uma casa, miúdos, coisas para tratar.
Nada que seja o fim do mundo, mas ando cansado e no fim, vão sofrendo aquelas coisas que se adiam para fazer naquele bocadinho que nunca existe.
Por exemplo, hoje de manhã, o despertador tocou í s 7:20, desliguei-o mas tocou imediatamente a seguir. Fiquei confuso, porque sabia que o próximo alarme, de segurança, era í s 7:45.
E era, de facto. Mas entre as 7:20 e as 7:45, sou completamente incapaz de me lembrar da minha existência. Esses 25 minutos desapareceram e só depois de algum tempo a pé, a olhar-me ao espelho com ar incrédulo, é que percebi que tive um blackout completo entre o primeiro e o segundo alarme.
Pelo trabalho estamos em frenética fase de Codebits (btw, já fizeram o vosso bot?) e depois de ter estado duas semanas com uma equipa de cinco pessoas reduzida a duas (sendo eu uma delas), digamos que os meus post-its já me tapam o ecrã inteiro…
Em casa, a novidade mais significativa foi a entrada da Joana para a creche. À beira dos 14 meses, juntou-se ao Tiago, na mesma escola e adaptou-se razoavelmente bem, com algum choro í chegada, mas já com um apego que se vai fazendo notar, pela educadora.
Tem comido bem, dormido a sesta, brincado e dançado com os outros miúdos. De facto, nesta fase, já só lhe falta andar; ou melhor, andar já ela anda, de mão dada, mas falta-lhe a confiança para andar sozinha, dando apenas dois ou três passinhos de vez em quando.
Continua divertidíssima, sempre a sorrir e a desfazer-se em gargalhadas í mínima brincadeira. Solta grandes olás quando vê alguém e começa a articular razoavelmente bem outras palavras, como água, mais, dá ou adeus. Razoavelmente bem, claro, para nós, que a percebemos, já que adeus é, por exemplo “ada”. Depois, de vez em quando, imita uma palavra na perfeição, como, recentemente, “papel”, mas não volta a repetir.
O Tiago mantém-se fully verbose com discursos cada vez mais imaginativos, sempre fiéis aos seus temas favoritos: robots, naves, lasers, canhões e minas, zombies, ninjas, monstros e super-poderes.
Embora ainda brinque muito connosco, já tem grandes períodos em que prefere fechar-se no quarto de onde se ouvem efeitos sonoros e diálogos complicadíssimos entre personagens que inventa com a sua panóplia de brinquedos.
Recentemente, começou aulas de Judo na escola, para explorar a sua motricidade implacável. Conto, daqui a mais dois ou três anos, poder levá-lo comigo para o Gongfu e parece-me que o Judo é uma excelente porta de entrada para ele aprender a mexer nos outros, ser mexido, cair e levantar-se e aprender a aplicar a energia de forma saudável, com um bocadinho de competição í mistura.
Enfim, este post demorou 20 vezes mais tempo a escrever do que demorará a ler, mostrando que, de facto, isto não está fácil. Sei que devo uma série de posts aos leitores mais assíduos, nomeadamente, um sobre o ASX ou mais detalhes sobre nutrição e exercício, mas, não se podendo ter tudo, fica este registo e a promessa de que farei os possíveis para voltar ao teclado com brevidade.