Descubra aqui em quem votar nas eleições

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Cavalgamos inexoravelmente para eleições legislativas e acho que é chegada a altura de fazer uma intervenção ao paí­s.

As pessoas estão confusas. Quem sabia sempre onde votar, agora não sabe. Quem estava quase certo que depois do PS, votaria PSD, já não tem a certeza. E, no geral, muita gente está a gostar imenso dos ví­deos do Paulo Portas de camisa aberta e já ninguém se lembra dos submarinos, porque ele é tão videogénico.

Existem inúmeros equí­vocos em circulação.

Por exemplo, algumas pessoas acham que o PS é culpado da situação do paí­s – pois se eles estiveram 6 anos no governo… E para isso, contribui, claro, os outros partidos que estão sempre disponí­veis para dizer a alto e bom som que José Sócrates e a sua mafia deu cabo disto.

Mas não é verdade.

Outras pessoas ainda, com uma visão um pouco (mas não muito), mais abrangente dirão que não, que a culpa não é do PS – ou não só; a culpa é de todos os partidos polí­ticos. Confesso que cheguei a pensar assim e andei por aí­ a apelar ao voto em branco e essas coisas.

Depois, felizmente, passou-me.

Há quem defenda que os problemas do paí­s são inteiramente culpa da globalização e das polí­ticas capitalistas do mundo ocidental em que vivemos e que não dá hipóteses a um paí­s pequeno, com poucos habitantes, como o nosso.

Também não é verdade.

Mas não vos deixo mais em suspenso: ninguém tem culpa de nada, não foi cometido nenhum crime senão o de existirmos e sermos portugueses. Aqui ninguém faz nada, aqui somos assim. E somos todos assim, uns mais que outros… uns abusadoramente mais que a maioria, outros, vá, aceite-se, muito menos “assim”.

O nosso mal não é termos tido seis anos de Governo Sócrates, não é termos sempre um conjunto de partidos de oposição que acham que não têm que governar, como se ninguém tivesse votado neles – que acham que oposição é ser do contra.

O nosso mal não é termos reeleito para Presidente da República um tipo que, quando foi Primeiro Ministro, foi incapaz de fazer ‘pugredir’ o paí­s como podia, um paí­s pequeno, com poucos habitantes e com dinheiro a jorrar como se fosse chuva no Bangladesh.

Nem é termos uma esquerda radical sem ideias, uma esquerda moderada que é de direita, uma social democracia que ninguém percebe ou uns conservadores cujo único objectivo é estar n Governo, seja com quem for, mesmo que sejam Estalinistas, desde que tenham um ministériozito para dirigir.

Os portugueses não sabem o que querem.

Não gostam de nada, mas fingem. Estão sempre chateados. São amorfos e rezingões. São preguiçosos. Queixam-se, mas não reclamam. São mal educados, pouco cí­vicos e egoí­stas.

Eu acho que a maioria dos portugueses estava bem antes do 25 de Abril. Gostavam daquilo. E não venham para aqui agora protestar e dizer “eu não! eu não”. É claro que “eu não”. Mas o paí­s é feito de uma massa muito grande de gente, não se arroguem í  convicção de que representam o paí­s.

Não representam.

O paí­s não toma banho. O paí­s estaciona atravessado em dois lugares. O paí­s foge aos impostos e queixa-se quando tem que pagar um euro e meio por uma consulta num posto médico. O paí­s faz manifestações sobre o quão mal anda de dinheiro e divulga-a aos amigos por SMS no seu iPhone. O paí­s senta-se no escritório no dia 2 de Janeiro e a primeira coisa que faz é pegar no calendário para ver quando calham os feriados desse ano, para poderem marcar o máximo de pontes possí­vel.

O paí­s quer direitos sem deveres. Quer benefí­cios sem contribuir. O paí­s, a grande maioria do nosso paí­s, do nosso povo, quer ver a bola, beber cerveja e comer leitão assado e querem ir para a praia três ou quatro meses por ano e que não os chateiem.

Por isso é que o paí­s culpa o Governo. Porque se a culpa é do Governo, o Governo que resolva. Porque os portugueses não têm culpa de nada. Diz-se que são os que mais horas passam por dia no escritório, mas não se diz quanto produzem enquanto lá estão.

Não olhem para mim, que ando a escrever este post há que tempos, no comboio.

Mas muitas vezes, mesmo as pessoas que se queixam de que há pouca iniciativa, de que se produz pouco, de que não se anda para a frente, também passam a vida a escarafunchar o nariz enquanto pensam em nada.

Querem saber em quem votar nas eleições? Não querem. Claro que não querem. Porque até a polí­tica o português vê como futebol; há equipas, uma ganha as outras perdem e no fim, vamos para a rua buzinar.

É igual. Não interessa. Só voltam a ligar ao Governo, quando houver bronca. Quando, de repente, o facto de vivermos num paí­s em que toda a gente faz favorzinhos e jeitos aos amigos, dá uns toques ou faz uns arranjinhos nos faz perceber que andamos todos a pagar para isso, que todos contribuimos para institutos que não servem senão para dar emprego a ex-ministros, que pagamos salários a gestores de empresas para quem ninguém olha (porque estão distraí­dos com o Presidente e não reparam que todo o conselho de administração recebe 300 vezes mais que um salário médio); nessa altura é o caos. O paí­s está como está, por causa do Primeiro Ministro!

É claro. É culpa do Primeiro Ministro.

E assim é fácil, porque vai-se mudando de Primeiro Ministro e nunca se vai mudando o paí­s. Não se mudam os valores das pessoas, não se educa, não se civiliza.

Não somos civilizados por andarmos de carro e termos telemóveis no bolso. Nâo somos civilizados por termos os maiores centros comerciais da Europa ou o melhor treinador de futebol do mundo.

Somos civilizados se nos respeitarmos uns aos outros. Se percebermos que os impostos não são um castigo. São um contributo. Porque se não percebermos isso, nunca vamos exigir que o nosso contributo seja bem aplicado.

Porque as pessoas falam da Islândia e acham que deví­amos fazer o mesmo cá. Mas não percebem que cá isso não funciona, porque cá, mais de metade de nós estão-se borrifando. Mais de metade, independentemente de quão fantástico, democrático, justo e competente for qualquer Governo que possamos ter, vão continuar a não contribuir, a aldrabar, roubar, enganar, desviar e tratar da sua vidinha enquanto, nas mesas de café se queixam de que “isto vai mal”.

E se calhar é bem mais de metade.

Não vai ser o PS, o PSD, o CDS, Bloco, PCP ou o raio do Partido Pirata que vão salvar Portugal. Não vai ser o FMI, nem o FEEF, nem a Comunidade Europeia, nem a Finlândia que vão salvar Portugal.

Quem pode salvar Portugal, se é que sequer de um salvamento se trata, são os portugueses. E os portugueses não querem saber. Porque isso é demasiada responsabilidade. Isso implica não aldrabar, não dar a volta, não fazer jeitinho, do assalariado mais vulgar ao mais poderoso Presidente de um Banco. Isso significa que em vez da maioria de nós serem umas bestas egocêntricas e apenas uma mão-cheia de gente ser competente, dedicada, honesta e altruí­sta, a tendência tem que ser precisamente a oposta.

Temos que ser maioritariamente responsáveis, cí­vicos, adultos. E deixarmos que, pelo menos uma vez, a corja seja apenas uma fracção da nossa gente.

Portanto, querem saber em quem votar?

Não faço a mais pequena ideia. Mas sei uma coisa: não fará diferença.

Absolutamente nenhuma.

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75 comentários a “Descubra aqui em quem votar nas eleições”

  1. artur says:

    1º Claro que tens razão
    2º Os portugueses são um povo que não se governa nem quer ser governado
    3º Os nossos polí­ticos são medí­ocres, mas são a emanação do povo
    4º Este povo não presta
    Dito isto, apesar de tudo, faz diferença em quem votamos.
    Em última instância, votar é escolher alguém que vai fazer um frete por nós, isto é, governar esta malta ingovernável.
    Apesar de tudo, prefiro que seja o Sócrates.
    Ou, caso não seja possí­vel, o Garcia Pereira, por favor.

    • Votar pode ser escolher quem faz o frete, por isso eu defendo o voto versus a abstenção, sempre. Mas quem faz o frete vai sempre fazer pouca diferença, na minha opinião, para mudar o paí­s.

    • Avassaladores says:

      Ó Artur, são pessoas como tu que contribuem para a merda de paí­s em que temos, se um governo deixa a taxa de desemprego nos 7% e outro deixa a taxa de desemprego nos 12%, penso que é bastante ÓBVIO que, dizendo mal dos portugueses í  vontade, quem deixou a taxa de desemprego nos 12% É INCOMPETENTE E MERECE SER CASTIGADO! Que merda de lógica, “se é para governar o ingovernável ao menos que seja um gajo mentiroso, aldrabão, incompetente, convencido, pouco sério, corrupto e que não sabe fazer contas”! Assim não…

      • O Artur é meu pai e se há alguém que contribui activamente para melhorar o mundo í  sua volta, é o meu pai. Quer pelo que contribui com o que trabalha como médico num bairro social, com os impostos que paga e sempre pagou, como por ser um homem culto, inteligente e extremamente divertido (e com genes irrepreensí­veis).

        Se fazes favor, pedes desculpa ao meu pai.

        Obrigado.

        • António Marques says:

          Tens aqui mais dois problemas (ou caracterí­sticas) a acrescentar í  lista: o paí­s, como tu próprio espelhas, é demasiado pequeno e demasiado emocional. Confunde-se crí­tica a argumentos com crí­tica a pessoas, escolhe-se não ver a verdade se isso contrariar as convicções de amigos ou parentes. Parece que tudo se pode relativizar e distorcer em Portugal, que simpatia é sinónimo de razão e outros disparates. Se um dia Sócrates decidir que o PI é 4,13 veremos até matemáticos portugueses a contorcerem-se para relativizar o assunto, se forem simpatizantes do PS. E se vierem pessoas de vasto curriculum defender o mesmo mudam-se os livros escolares e encerra-se o assunto.

  2. Arzebiu says:

    Não haverá um governo que possa mudar esta mentalidade? A começar logo na educação dos mais pequenos?

    Os meus pais contam-me que antigamente os Portugueses poupavam, trabalhavam, e esforçavam-se para ter a sua reforma com segurança. Sabiam que não podiam depender do governo e por isso precaviam-se nas curvas.

    Hoje é o contrário, toda a gente se quer reformar aos 50 anos e viver í  conta do estado. Se possí­vel a receber a reforma e ainda a trabalhar on the side.

    Eu concordo com tudo o que dizes, tal como também concordo que as coisas nunca vão mudar… pelo menos se depender da nossa geração.

  3. Fosga-se Pedro, muito bem! Tudo verdade, muito bem escrito e fizeste um diagnóstico certeiro da nossa condição. Resta saber é se somos capazes de engolir o remédio e trabalhar para a cura. Todos e não apenas só alguns. Não vale a pena dizer muito mais, disseste tudo – fica aqui a esperança que, como disseste, um dia “a corja seja apenas uma fracção da nossa gente”.

    Obrigada Pedro, a sério.

    • Foste í  raí­z do problema. Agora resta que os outros 10 milhões (ou lá quantos somos) cheguem í  mesma conclusão. Já ouvi que para se recuperar de uma ditadura são precisos os mesmos anos que se perderam. Só nos faltam uns 15 anos… e talvez aí­ as mentalidades mudem, a justiça funcione e os polí­ticos façam por merecer o que ganham.

  4. Joaquim Muchaxo says:

    Olá, eu concordo com muitas coisas que disseste, é verdade que só os Portugueses podem mudar Portugal e é isso que nos estão a pedir, que sejamos nós a pagar o endividamento sucessivo que os ultimos governos fizeram para continuar a “crescer” com grandes obras públicas (que criam emprego sobretudo para os imigrantes), o FMI e o empréstimo da UE representam mais dí­vidas – a cereja no topo do bolo. Foram essas politicas que nos colocaram na situação actual e mesmo que os Portugueses fossem os mais competentes do mundo o resultado seria o mesmo.
    Um dos problemas é portanto não sabermos em quem votar, pois temos escolhido dar força í s pessoas que defendem estas politicas.
    Eu diria o inverso do que disseste, que não faz grande diferença ao paí­s sermos competentes, pois os nossos lideres governam de forma desastrosa.
    Cumprimentos,
    Joaquim

  5. RAA says:

    como diria o Almada: «Coragem portugueses, só vos faltam as qualidades!»

  6. Amen! Na mouche caro Pedro.

  7. Rui Moura says:

    Se houvesse um prémio ou um record do Guiness para a maior verdade alguma vez dita, estava ganho.

    Não importa quem lá esteja, o problema do paí­s é o “TUGA” chico esperto que só quer saber dele. Eu tenho a profunda convicção que um dia a mentalidade tuga possa começar a mudar, mas não é certamente com governos socialistas que compram o tuga com subsí­dios.

    Eu quero acreditar que o tuga pode mudar. Mas também quero acreditar que me vai sair o Euromilhões …

  8. Warl0rd says:

    Podemos repartir as culpas por todos, mas acho que uns acabam por ter mais responsabilidades que outros. Quem está em posições de relevo dentro de uma empresa ou governo (e ganha por isso) tem de assumir mais responsabilidades e ser responsabilizado quando as coisas correm mal (da mesma forma que recebem prémios chorudos quando correm bem), isto porque as suas acções (ou muitas vezes a falta delas) têm consequências na vida de outros que pouco ou nada podem fazer.

    • Ter responsabilidade e ter culpa são duas coisas diferentes.

      Se todos contribuí­ssemos consistentemente, podí­amos dizer que éramos cumpridores e honestos e se o paí­s estivesse na fossa, a culpa tinha que ser, sem dúvida, de quem administra o nosso contributo, pelo menos no que í  parte financeira toca.

      Se não damos todos para o mesmo bolo, nunca vamos saber se há falta de dinheiro porque o dito é esbanjado e mal empregue, ou porque muitos de nós não cumprem. Mas a primeira reacção de muita gente, é culpar quem governa, como se esses tivesse todas as condições perfeitas para governar… e não é bem assim.

      • Warl0rd says:

        Mas alguém aqui ainda duvida que existe dinheiro a ser esbanjado e mal empregue? Tanto publico como privado (e que por vezes obriga o estado a intervir e todos nós a pagar).

        A questão é que ao contrário de outros paí­ses ninguém é responsabilizado quando as coisas correm mal, a culpa morre solteira e o prejuí­zo divide-se por todos.

        E pior, todos dizem “isto é uma vergonha!!! não pode voltar a acontecer!!!”, mas nada é feito para garantir que não volta a acontecer. Não se criam ou mudam leis para garantir que daqui para a frente se fica protegido contra certos abusos.

        Sim a culpa é do “chico esperto” que faz porcaria, ele não devia fazer isso, está a lixar todos nós. Mas em última analise a culpa não é também de quem é responsável por legislar e garantir que a sociedade funciona da forma correcta?

        O que acontece nos outros paí­ses é que depois de um escândalo vir a público são imediatamente tomadas medidas de forma a impedir a repetição do mesmo. Impondo novas regras, aumentando a fiscalização sobre as mesmas e responsabilizando (com penas a sério) quem não as cumprir.

        Enquanto isto não acontecer não vamos a lado nenhum, porque já vimos que “eles” sabem dar a volta ao sistema fazendo trafulhice de forma legal de modo a não poderem ser acusados de nada.

        Para mim a culpa não é apenas de quem foge ao sistema mas de quem devia agir e nada faz para que isso não aconteça.

        Sim o “zé povinho” só olha para a sua barriga, e mete mais 50€ nas despesas de farmácia no IRS para lixar o estado… mas é por isso que o paí­s está como está? ou é por alguns porem milhões ao bolso em esquemas?

        Sim somos todos culpados, mas uns são pagos para amassar o pão e outros são pagos para garantir que a sociedade é justa e funciona. Alguém não está a fazer o seu trabalho, e olha que não é o padeiro (que até não passa faturas de tudo o que vende :p)…

  9. Manuel Pinhão says:

    Uma palavra: BRAVO!

  10. Concordo e muito com o global do que disseste. Mas há alguns detalhes que não concordo.

    Toda a gente (minimamente letrada) sabe que se ninguém fugir aos impostos é melhor para a comunidade pois todos precisarí­amos de pagar menos impostos. Há uns anos atrás todos se gabavam que fugiam aos impostos com grande orgulho. Hoje (embora muitos o ainda façam) já não é tanto assim. Mas o assunto fuga aos impostos é uma questão de educação em primeiro lugar e parte dessa educação também tem a ver com a legislação e fiscalização. Se a fiscalização for eficiente e a punição pesada, as pessoas “aprendem” quer queiram quer não. E isto é responsabilidade dos governantes e legisladores e não do povo. Quem fala em impostos, fala em tachos, fala em crimes económicos, etc. Estes trends só podem mudar quando alguém for para o governo com vontade de os acabar. Num paí­s onde a justiça não funciona, crimes que envolvam ganhar muito dinheiro compensam e bem!

    • Miguel says:

      Mas a fuga aos impostos é muitas vezes “justificada” pela corrupção no topo e pelos sucessivos maus exemplos polí­ticos. Por isso é um circulo vicioso. Há que atacar tudo ao mm tempo. Revolucao! já!na fiscalização e na justiça! Transparência!

    • Nuno, percebo o teu ponto de vista mas tenho algumas ressalvas:

      Primeiro, não pretendia com isto fazer qualquer espécie de manifesto. É o meu sentimento actual, nada mais.

      Segundo, “E isto é responsabilidade dos governantes e legisladores e não do povo.” Mas os governantes e legisladores vêm de onde? Estou cansado desta separação em que uns se sentam í  espera da governação e não fazem valer os seus direitos e exigências, limitam-se a fazer manifestações programadas por outras organizações polí­ticas que, no fundo, são iguais í s que detêm o poder.

      E finalmente, não sei onde foste buscar a ideia de que as pessoas já não fogem aos impostos.

      • Os governantes e legisladores vêm do povo e são eleitos pelo povo. Daí­ ser importante votar, nem que seja voto em branco para manifestar o desagrado com a classe polí­tica actual.

        Eu não disse que já não fogem aos impostos. Disse que fogem menos ou gabam-se menos. Há 7 ou 8 anos atrás todos se gabavam de fugir, agora nem tanto.

        • Não incito ninguém a abster-se.

          Eu pretendo votar.

          Acho que se as pessoas se gabam ou não de fugir aos impostos é uma observação tua, gostava de saber se tem significado estatí­stico.

          • says:

            Segundo os dados do banco de portugal, desde 2005 que a cobrança de impostos “fugitivos” tem aumentado bastante. pelo contrário, de 2001/2002 até 2005 essa cobrança foi quase nula.

        • Um voto em branco de protesto é completamente inconsequente. É muito mais interessante pegares num dos pequenos partidos (um qualquer) e votares neles. Se todos os votos de protesto fossem num dos pequenos partidos, aí­ sim, poderias mandar uma mensagem e abalar o status quo do alterne polí­tico actual.

          • robsan says:

            Exacto. É o que precisamos de certa forma: dar mais voz aos partidos pequenos, para que (ao contrário que afirmou o PPC) todos os partidos tenham que se entender. Vamos lá fazer uma “salada russa”. :P

  11. Pedro Santos says:

    Acabei de receber uma carta do arquivamento de um assalto ao meu carro, onde levaram variadas coisas, num valor superior a 1000eur, porque nao conseguiram notificar um dos assaltantes que foi apanhado.
    o tal tipo ja é conhecido das autoridades, ja cometeu assaltos diversas vezes, continua a andar por aqui por estas bandas a fazer o mesmo, mas os processos vao-se arquivando pois o tipo vai dando as moradas falsas, ou nao aceita as notificações, ou porque vive na rua (sei la). em vez de o prenderem de vez ate ser julgado pelos varios crimes, preferem mete-lo ca fora, pois o delito é algo insignificante.. talvez para eles o seja, mas eu nao reavi as minhas coisas, tive de pagar o prejuizo, vidros partidos e arranjo do carro.. fazer queixa na PSP, prestar declarações, perder o meu precioso tempo e o assaltante anda ai todo contente a fazer o mesmo, o que mais sabe fazer e tao bem conhece, sem nunca ser levado dentro. tenho pena de um dia nao ter a sorte de presenciar um assalto deste tipo a um carro, pois certamente iria levar uma boa ensaboadela e uns dentes novos… (enfim… desabafo)… exemplos como estes, tenho as dezenas ao longo da minha curta vida, em diversas areas, como financas, empresas, estado, e sei la que mais… este pequeno exemplo é apenas para fortalezer a minha posição quanto a este artigo e ao comentario do Nuno Loureiro, com quem concordo plenamente. Parabens pelo Post.. esta 5 estrelas, na mouche, a refletir algo que tenho partilhado com os meus amigos e no trabalho ha muito tempo.
    so tenho pena de termos a capacidade de falar, criticar e apontar os principais defeitos, e depois nao termos como passar a acção, pois é algo que está muito acima das nossas capacidades. e quem deveria ler isto e tomar a atenção devida, nunca o fara :(
    Isto é portugal, isto é a realidade espelhada, isto é o pais em que vivemos…
    Obrigado pelo tempo que tiveste a escrever esta perola. :)

    PS: tambem tenho uma empresa e sou daqueles que paga todos os impostos a tempo e horas, que os percebo a todos, e quer goste ou nao, faço o meu dever, que é pagar e contribuir para um pais melhor (sim, ainda acredito que um dia ha-de compensar não fugir aos impostos).

    • Lamento não apresentar soluções.

      Creio que tenho o direito de fazer a minha análise do que me rodeia sem apresentar soluções – mas não é porque não queira, é porque não as tenho.

      Ou se as tenho, são coisas como: renove-se toda a classe polí­tica, invista-se primeiro que tudo, na educação – não é no ensino, é na educação; aposte-se num sector terciário forte, sobretudo no turismo e na alta tecnologia; reduza-se o peso do estado para 50% do actual durante a próxima década (só aqui seriam precisas umas 10 ou 20 medidas gerais, partidinhas em mais umas dezenas de medidas especí­ficas); em suma, faça-se de Portugal, um daqueles pequenos paí­ses europeus que se transformaram em oásis de civilidade, riqueza e prosperidade, precisamente por serem pequenos e, tendo pouca gente, ser fácil distribuir mais riqueza por todos.

      • Pedro Santos says:

        As soluções andam por ai algures.. basta olhar para os outros paises que estão “bem”, ou pelo menos aparentam estar melhor que portugal. nao sou uma pessoa muito viajada, mas estive recentemente 2 semanas na escocia e inglaterra. sem apresentar soluções concretas, foi incrivel o numero de coisas “boas” que vi por la e que podiam perfeitamente aplicar-se a portugal para fazer um pais melhor. ate escrevi algumas delas num caderno de apontamentos que tinha, tais eram as diferenças. nao digo que a galinha da vizinha é melhor que a nossa, mas tambem nao precisamos de inventar a roda, e nao custa pormos os olhos nos outros, triar o que acharmos melhor para nos e implementar. nao sei se o meu comentario foi mal interpretado, mas concordo a 200% com o que disseste e nao pedia soluções, ate porque eu tambem nao as tenho, ou nao as quero ter, ou nao me quero dar ao trabalho de tentar mover um pais inteiro so com a força das palavras. para isso ja basta as reclamaçoes que por vezes me vejo obrigado a fazer em serviços publicos e nao so, na esperanca que alguma coisa mude. talvez me sinta impotente, ou seja egosita, nao sei… faço a minha parte, pago os meus impostos, reconheço e agradeço aos serviços que funcionam bem e dou o meu feedback positivo e negativo das coisas.. mas fico-me por ai…talvez tambem por ter esta atitude e muitos outros iguais a mim é que estamos como estamos, talvez por falarmos sempre no “Eles” as coisas pareçam distantes.. é sempre Eles que resolvam, Eles é que sabem, Eles é que tem o poder, Eles é que foram eleitos, Eles e quem responsabilidade… enfim.. isto daria panos para mangas, se analisarmos o pais e as situações do lado do ze povinho, do real povo que vive dia a dia com tudo isto e com tudo o que muito bem descreves. :)

        • Não interpretei nada mal, estava só a explorar o outro lado da questão.

          Eu olho para o nosso paí­s e vejo um paí­s como alguns dos mais pequenos e mais ricos da Europa. Os nórdicos, ou alguns dos paí­ses do centro da Europa, mas precisamos de outra mentalidade para fazer isso acontecer.

    • José Amado Gomes says:

      Enquanto uns andam í  sombra da bananeira, sim, conheço casos de gente que se esforça e luta por fazer algo melhor. Gente que tem conhecimentos, grandes ideias e um bom currí­culo e que já contribuiu com a criação de postos de trabalho no paí­s, com atrair empresas estrangeiras para investir cá e que agora anda a tentar criar empresas do zero para afirmar Portugal como um paí­s capaz de criar e exportar boa tecnologia. Só é pena a dificuldade que é todo este tipo de processos pois enquanto os investimentos são difí­ceis e não chegam, andam limitados a fazer as coisas í  base de pro-bono e a tentar arranjar donativos. Mas que pouca vergonha é esta? Um paí­s com pessoas tão capazes e que já investiram todo o seu dinheiro em tentar criar algo indubitavelmente bom para o paí­s serem limitadas por falta da aposta do próprio paí­s? Sabem o que acabaram a fazer? A escrever livros para, com o lucro, poderem financiar as actividades de pesquisa que andam a fazer. Mas nada disso passa de esmolas. Gente com tanto potencial que está subaproveitado.

  12. MB says:

    Já chega de bater no português… Esse discurso de “somos um povo que não presta e não há nada a fazer” já enjoa. Não acho que seja verdade que a grande maioria dos portugueses sejam chicos-espertos que só querem benefí­cios sem contribuí­rem. Essa visão generalizada que temos de nós próprios não me parece correcta.

    Quando diz que é fácil condenar o governo porque não queremos olhar para as nossas próprias falhas, então eu respondo que também é fácil condenar um povo inteiro porque supostamente é preguiçoso e chico-esperto e ficarmos assim, com essa noção, de que o todo o paí­s é uma vergonha e nós é que temos a atitude correcta.

    O português “médio”, na minha opinião, é como outro qualquer, quer trabalhar, ganhar o seu dinheiro e ter a sua vida sem andar a pensar em esquemas. Mas como foi pobre a vida toda, como não tem oportunidades porque não nasceu em berço de ouro, lá tem mesmo de os arranjar porque tá fartinho de andar a trabalhar no duro o dia todo para receber uma porcaria de um salário. Sim, os portugueses trabalham duro. E ganham mal. Não estará aí­ a origem da tal atitude “eu quero é que isto se fo*a tudo!”?

    E digo mais: em Portugal, para mim, vejo mais falhas nas chamadas elites (essencialmente constituí­da de lideres partidários e gente que tem muito dinheiro ou que nasceu no bercinho de ouro), que estão mais preocupadas em manter o seu status-quo e poder do que propriamente em apresentar soluções para os problemas. E para essa elite convém mesmo que se passe a mensagem de que o português tí­pico é preguiçoso e estaciona o carro atravessado em 2 lugares. Porque assim podem desculpar os seus próprios abusos e podem continuar alegremente no seu blá-blá de como o Tuga é um desgraçado irresponsável, feio porco e mau que só olha para o seu umbigo.

    Deixem o Português em paz e dêem-lhe condições para trabalhar e ser recompensado e ele trabalhará. Façam uma boa gestão dos impostos e ele pagará sempre. Façam regras justas e ele irá cumpri-las.

    • Todos temos direito í s nossas opiniões.

      Este texto não é resultado de 10 minutos. Diria que é resultado de 38 anos, mas não me parece correcto afirmar que ando a pensar nisto desde pequeno, mas a sensação que tenho é que é um culminar da minha observação das pessoas e da minha experiência de vida até aqui – que é muita ou pouca, não interessa, é a minha.

      A ideia de que o português trabalha no duro “se lhe derem condições” só reforça a minha ideia. O português é subserviente. Está sentado í  espera que lhe criem condições para trabalhar.

      O mundo já não é assim. Agora e cada vez mais, as pessoas levantam-se e criam condições para si próprias. Seja porque fazem pela sua vida, seja porque fazem pelas dos outros, criando negócios que geram empregos, quer pelos que fazem pela vida de todos – como alguém que se meta na polí­tica para levar em frente melhores ideais.

      Mas não, o português não trabalha mais, porque “não há condições!” e ficam aqui, sentadinhos í  espera que as condições cheguem, porque a responsabilidade é de outrém…

      Há muitos anos atrás, o meu pai contou-me uma história do Mário-Henrique Leiria chamada A Nêspera, que parafraseio:

      “Era uma vez uma nêspera, que estava sentada, sossegada, quietinha í  espera de ver o que acontecia.

      Veio uma velha e zás: comeu-a!

      É o que acontece í s nêsperas que ficam sentadas, sossegadas, quietinhas í  espera de ver o que acontece.”

    • José Amado Gomes says:

      Aconselho-o a ler a minha resposta ao post anterior ao seu.

  13. Filipa says:

    Já se dizia “Um lí­der forte faz fortes as gentes fracas, um lider fraco faz fracas as gentes fortes”… se não sabemos em quem votar é porque nos fazem falta muitos valores (seja na economia “doméstica” seja na empresarial e nacional), mas também porque de alguma forma estamos acordados para o que se passa…. Talvez por isso, nem tudo esteja perdido….

    • Temo que muitas das pessoas que estejam realmente acordadas para o problema leiam este blog. Temo… porque sei que são poucas.

      Algumas mais andam nas redes sociais e noutros blogs, mas no geral, são uma minoria no paí­s.

      Muita gente sente algum optimismo, acham que vem aí­ mudança, mas esquecem-se de olhar í  volta e contar cabeças e perceber que são poucos, como sempre foram.

      • Andre Torgal says:

        600 e tal likes é muita pessoa, Pedro e assim chega ainda a muito mais pessoas

        acho que deves estar orgulhoso de ter feito este teu trabalho bem feito, parabéns.

  14. Está um excelente post, e concordo com praticamente tudo, mas acho que o “não fará diferença” não é verdade (podia sê-lo se estivesses a referir-te í  questão de que ninguém ganha ou perde por 1 voto, mas pelo contexto não é o caso).

    Sem dúvida que o maior problema que temos não é quem está no governo, mas sim a mentalidade “tuga” (termo que detesto e só uso como insulto — para mim engloba todo o chico-espertismo e mediocridade que os piores de nós parecem idolatrar). Mas a economia não é a única questão no mundo (e mesmo aí­ não acho que seja tudo igual). Em questões sociais, a “esquerda” e a “direita” têm polí­ticas opostas, e para mim é óbvio em quem votar.

    • Honestamente, acho que fará mesmo muito pouca diferença.

      Por outro lado, posso perfeitamente estar enganado.

      • Pedro Santos says:

        Nesta coisa de politicas eu nao gosto de dizer que gosto de A ou de B. ja votei socrates, ja votei cavaco, ja votei PSD, as tantas ate posso votar CDS (ou em branco, ou garcia pereira)nas proximas eleições.. como ja alguem disse, tanto faz.. o que me irrita mesmo é quando fazes entrevistas as pessoas e qual o partido ou pessoa em que vao votar e ouves respostas como estas:
        “voto no PS pois foi assim toda a vida”
        “sempre votei PSD porque ja o meu pai era do PSD”
        “sou da CDU, o meu pai teve no 25 abril e é comunista, nao lhe posso faltar ao respeito”
        “oh meu amigo, aqui toda agente vota sempre nos mesmos. no PS”
        As pessoas votam por tradição, se é que lhe podemos chamar isso. gostava que fosse possivel alterar o nome aos partidos ou meter o PS a chamar-se CDS e o PSD a chamar-se CDU. gostava de ver o resultado eleitoral disso.
        as pessoas nao votam nas pessoas e nao olham para o curriculo que elas tem quando estao a concorrer a politicos. nao interessa.. chegam la por cunha ou com tacho..
        achas que se o PPC e o socrates estivessem os 2 na CDU ganhavam? ou sera que o PS e o PSD sao sempre os mesmos a ganhar seja quem la esteja.
        sera que se nao fizeres campanhas politicas antes das eleições e fores as urnas votar o resultado é muito diferente?
        se calhar estas questoes interessam, para uma pequena maioria, para quem vem ler este BLOG, para quem se preocupa.. mas para o grosso da população, interior, idosos, incultos, despreocupados.. so interessa o nome..
        e enquanto isto for assim na politica, dificilmente mudara o que quer que seja de fundo.
        é a minha opiniao pessoal, critiquem como entenderem, pois o resultado será o mesmo: nada do que digo conseguiremos provar :)

      • Andre Torgal says:

        entretanto, por causa de um outro post no teu fb dei por mim a postar uma nota que me parece ser exactamente a pergunta em aberto no meio das tantas verdades que, entretanto, já havias postado aqui: que diferença faz o teu voto?

        mais diferença menos diferença, pelo sim pelo não, não faças como a nêspera! continua escada acima escada abaixo, a informar-te!! e a informar!!! e vai votar!!!!

        mais ! menos !, dude: parabéns pelo post

      • Como disse, não estou obcecado pela economia. Estás a ver o PSD a discriminalizar o aborto ou legislar o casamento de homossexuais? Eu não.

        O que é triste é que se falar disto, vem logo gente dizer que isto são preocupações ridí­culas, como se a única coisa que contasse fosse a economia. Eu não penso assim. Questões como igualdade de direitos e ausência de discriminação são, para mim, bem mais importantes do que mais ou menos 0.01% no défice. E não preciso de ser gay ou mulher para me importar com os direitos de ambos (muito triste é uma sociedade em que se acha que quem se importa com a não-discriminação de gays é porque deve ser um…).

        Junto mais uma: proibição de fumar em lugares públicos. O PSD faria isto? Duvido.

        Nestes 3 exemplos, a direita acha que maiorias podem legitimamente prejudicar / oprimir minorias (ou, no caso do aborto, que se deve legislar de acordo com a religião e não com o conceito de direitos individuais), e a esquerda não.

        E por isso eu digo: nas questões que mais interassam *a mim*, a esquerda e a direita são completamente opostas. E por isso *faz* diferença quem está no poder. Para quem veja tudo em termos de défices (não estou a dizer que seja o teu caso, Pedro, mas parece ser o caso de quase toda a gente nos dias que correm), já não será o caso.

        Nada disto invalida o teu post; o nosso problema é, sem dúvida, o “tuguismo” (chico-espertismo e idolatração da mediocridade) generalizado, e não o governo que temos. Só não concordo que é indiferente quem está no governo, pelos exemplos que dei (que estás í  vontade para considerar irrelevantes, obviamente, mas tenho-te em melhor conta. :) )

  15. Sérgio Silva says:

    Noto aí­ uma intenção de minimizar o efeito dos partidos da esquerda, que estão sempre do contra e não querem governar. Isso não é verdade. O que é verdade é que os partidos da esquerda seriam capazes de governar se realmente houvesse uma polí­tica forte e de esquerda que pudessem apoiar. Os partidos da esquerda são sempre do contra porque têm que ser do contra porque as medidas que são propostas vão contra os seus ideais e por isso nunca as poderão apoiar. Se querem que esses partidos não sejam do contra que lhes dêem o seu voto de confiança para implementar as medidas que estes defendem. E não me venham dizer que têm que ser flexí­veis e negociar com os outros quando não pode e nunca poderá haver negociação, não pode e nunca poderá haver um mal menor nas medidas mais decisivas.

    • says:

      vai ver o que os membro desses “partidos de esquerda” andam a fazer e vais ver q são um bando de criminosos. fraudes, “favores”, apropriação de dinheiros publicos, etc. sei de vários casos onde o PCP está envolvido e, se a justiça funcionasse, estavam presos.

      • Eu vivo num Concelho dominado pelo PCP desde 74 e, sinceramente, parecem-me exactamente iguais a quaisquer outros polí­ticos, aliás, em termos autárquicos têm outros problemas, como a mania de dar nomes de membros do seu partido í s ruas das cidades ou de construir enormes praças cimentadas como se fosse a Praça Vermelha.

      • Aposto que tudo o que disseste é válido para esses partidos de direita. De qualquer forma, esses favores, fraudes, etc. tens apenas nos partidos grandes. Tipicamente as pessoas nos partidos pequenos (estou a falar dos sem assento parlamentar), sejam eles de direita esquerda, cima ou baixo são pessoas mais convictas e que estão na polí­tica por ideais mais do que por interesses.

  16. Miguel Marques says:

    Concordo. Subscrevo. Parabéns! Tenho vindo a dizer o mesmo desde há muito. Parece ridí­culo dar os parabéns por dizer o que parece óbvio, mas em terra de cegos quem tem olho é rei!

  17. ze do pipo says:

    pois…ke brilhante analise….realmente melhor é não votar , desligar do Paí­s e dos problemas. problema somos nós não á volta a dar e pronto nao vale pena votar !!

    Clap Clap ó pseudo!!!

    então talvez uma guerrinha ou vamos entregar isto aos espanhois ou uns que queriam, ou gaseificar a malta em camaras ( mas só os mauzinhos tugas) aki a malta do blog toda pseudo nepes…esses ficam pk esses sabem logo onde estºão os problemas e tal, mas é nice sacar estas conclusºoes ainda mais espectaculares assim do nada .

    Nice vamos la deixar tudo como está que não vale pena fazer nada que isto fika sempre igual …cla… clap….

    • Ouvi dizer que nas novas oportunidades ensinam a escrever português básico. Talvez também ensinem que “pseudo” é um prefixo sem sentido a menos que acompanhado de, pelo menos, um adjectivo.

      E já agora, interpretação de textos também é um curso que aconselho, visto que em lado nenhum sugeri que não se votasse.

  18. lutar é ser intelectual é encontrar um grupo de pessoas civilizadas com interesses em comum para um povo, lutar com as mesmas armas politicas ,1 criar um grupo 2 um movimento , 3 um partido 4 acordar a consciencoa confusa do povo um a um 5 ganhar as eleições 6 somos um povo no poder ! isto nao é filosofia , é energia bem empregue, agora falta juntarmo-nos , tu de onde és ?

  19. Muito bom.

    Quantas viagens de comboio isso levou?? É um bom local para ficar inspirado para escrever o post, de certeza :)

  20. Jorge Moura says:

    Viva

    Concordo com muito do que indicas no teu post. Se há alguém com culpas é sem dúvidas alguma os Portugueses, não a UE, o FMI, as Agências de Rating, o sismo no Japão ou o buraco do Ozono.

    E confesso que estou bastante surpreendido por ver cada vez mais pessoas a sentir e a discutir a situação do paí­s e de que temos mesmo que mudar, e mudar já a partir do dia 5 de Junho.

    Concordo plenamente contigo quando dizes que quem pode salvar a situação é o povo Português. Mas discordo contigo quando dizes que estes não querem saber. Eu quero, tu queres (ou não terias escrito este post), muitos dos que aqui comentaram também querem, e todos nós conhecemos imensas pessoas que também querem mudar as coisas.

    Se se acha que já não há nada a fazer, que o mal está enraizado no ADN das pessoas, que mesmo que viesse um conjunto de governantes da Europa do Norte, que isto não mudava nada, então só há uma de duas coisas a fazer. Quem gosta do estado das coisas (do xico-espertismo, dos esquemas, das cunhas, da subsidio dependência, da falta de justiça, da falta de segurança, da falta de responsabilização de quem quer que seja que tenha um pouco de dinheiro para contratar uns advogados conhecidos da nossa praça, etc.) fica cá e é super feliz, quem não gosta pega na trouxa e vai trabalhar e viver para um paí­s onde se sinta bem.

    Eu acho que se pode mudar. Quero acreditar que a maioria das pessoas são honestas, trabalhadoras e que tem condições para melhorar o paí­s. Agora, como referes num comentário atrás, claro que os Portugueses são muito subservientes e que só trabalham no duro “se lhe derem condições”. Eu tenho familiares meus que cá eram patrões e outros que trabalhavam q.b., passavam a vida no café e que lá fora tem 3 empregos, andam nas limpezas, trabalham que se fartam. Qual a razão desta mudança? Não sei. Mas se calhar eles sentiram que num paí­s com outras regras, valores, justiça, leis, mão podiam continuar com a mesma atitude de cá. E mudaram de atitude. Logo, se o fazem lá, também o podem fazer cá.

    Na minha opinião, a primeira acção a fazer para melhorar isto é reflectir, no dia 5 de Junho, este sentimento de frustração, de revolta sobre toda esta situação.

    Discordo quando dizes que mudando o governo não é suficiente porque o povo trata logo de “minar” a sua acção (greves, manifs, etc). Basta olhar para o caso do Brasil. Ainda não há muito tempo andavam com inflação a 800% ao mês. Onde se matava primeiro para roubar depois 5 euros. Onde a policia, os polí­ticos eram (alguns ainda são) altamente corruptos. Mas o paí­s consegui andar para a frente e hoje é um exemplo em vários sectores. Agora, não é fácil, o governo teve que lutar contra muito poder instalado. Temos é que ter um governo forte, de convicções, com um rumo, que faça mudanças, mesmo que essas mudanças doam a muita gente.

    Tal como tu, também não sei em quem votar. Mas sei em quem não votar. E esse é o PS.

    E é aqui que começo a ficar realmente estupefacto com o paí­s. Então depois de andarem, não 6, mas
    14 dos últimos 16 anos a governarem-nos da maneira desastrosa que o fizerem, será que ainda há 37% da população que diz que vai votar nestes senhores?!?!?!!?

    É simplesmente inacreditável.

    Noutros paí­ses, quando o povo está descontente com a governação castiga o partido ou os partidos que tem governado o paí­s, fazendo com que pequenos partidos ganhem protagonismo. Foi assim que partidos de extrema direita subiram muito na França, Austria e Finlândia. Ou os Sociais-democratas no Reino-Unido, ou os independentistas em algumas regiões de Espanha, na Escócia, etc.

    É apenas a minha opinião.

    • Obrigado pelo comentário lúcido e interessante. Achei especialmente interessante as pessoas que referiste que cá passavam o dia no café e “lá fora” trabalhavam que nem cães… porque será? Sentir-se-ão mais justiçados noutros paí­ses?

      Também pode acontecer que estejam a tentar ganhar o máximo de dinheiro no mí­nimo de tempo para depois voltarem para cá de bolsos cheios, não sei – mas gostava de descobrir.

      Eu já votei no PS, aliás, é fácil descobrir isso no meu blog e até tenho descritas algumas das razões que me levaram a isso. Mas repara, saber em que não votar, não ajuda. Porque isso nunca nos traz í  conclusão de quem é que pode mudar o paí­s, quem pode correr com os tais “interesses instalados”, quem é que pode melhorar a economia, reduzir o peso do Estado, reformar as infraestruturas sociais. Quem?

      É que os mais í  esquerda, não devem ser, são adeptos da nacionalização. Os mais í  direita, não devem ser, são exí­mios em saltitar entre a governação e as administrações de empresas privadas.

      Quem?

      • Andre Silva says:

        Saber em quem não votar, no mí­nimo, demonstra a quem lá estava que o seu trabalho devia ter sido feito doutra forma. O teu voto pode não ser naquele que vai “mudar o mundo”, mas sem dúvida que vai fazer com que os outros que lá estavam melhorem.

        Ou não foi assim toda a evolução do ser humano?
        O Homem quando fez a primeira fogueira não sabia o fogo que queimava, mas depois de lhe tocar, queimou-se e aprendeu a não voltar a fazer o mesmo.

        Não achas que a competência deve ser recompensada, assim como a incompetência deve ter “castigo”?

        Só assim o mundo vai “mudar”.

        • Em suma: não.

          O nosso paí­s está de tal forma minado de norte a sul por membros ou simpatizantes dos dois principais partidos que a governação mais não é que um jogo de cadeiras.

          Ainda hoje falava com amigos sobre o Cavaco. O Cavaco Silva é um dos grandes responsáveis de vários erros governativos no nosso paí­s: esbanjamento de fundos europeus, aumento brutal do peso do Estado, etc.

          Acabou por perder o poder, mas agora, o que é ele? Presidente da República.

  21. Há anos que digo que enquanto matéria prima de um povo, somos podres. A partir daí­, é muito difí­cil as coisas correrem bem. Excelente post, Pedro.

  22. João says:

    Olá Pedro. Grande verdade excepto na parte do 25 de abril. nao sou comuna nem nada mas (nao vivi nessa altura) acho que até com 15 fmi a entrar aqui a liberdade de expressao, boa ou má, é obviamente importante.

    Assino tudo o que disseste. Também tenho vindo a pensar no assunto e como sou engenheiro, estou treinado a encontrar soluções…

    ficam só aqui umas sugestões que eu acho que faria realmente diferença neste pais. Umas podiam ser realizadas amanha e outras realmente só com algum tempo.

    1a – 1 ano obrigatório de tropa para homens e mulheres.

    (digo já que também não fiz mas graças a deus os meus pais deram-me uma educação que continha disciplina, coisa que falta bastante neste paí­s)

    não me venham com coisas como “nos paises mais desenvolvidos não existe” porque nos paí­ses mais desenvolvidos eles já são disciplinados e eu sei isto porque vivi nalguns e visitei muitos destes paí­ses.

    2a – educar os mais novos que viajar é das coisas mais importantes que se tem que fazer.

    Sim parece muito estúpido… o que se faz num paí­s que precisa de progredir? mandam-se pessoas desse paí­s a paí­ses mais desenvolvidos para ver como é que se faz neles… uma prática bastante antiga. E não só a mais desenvolvidos. Ao visitar alguns paí­ses como moçambique, í­ndia,vietname,camboja, burekinaface, ukrania, romenia, etc, aprendi uma coisa que também faz falta a muito boa gente neste paí­s. A estar contente com o que tenho. A ambição continua aqui, simplesmente custa-me muito mais queixar-me. Engraçado que nestas viagens MUITO raramente encontrei outros portugueses. (“ah fala o menino com dinheiro que pode viajar”, para esses digo que part time a tirar eng no tecnico não é pêra doce. paguei as minhas viagens todas e esquisitamente todos os escandinavos, franceses, espanhóis, holandeses, austrí­acos ,etc que conheci faziam o mesmo nos seus paí­ses. Aliás disseram-me que aos 18 anos os pais lhes deixavam de dar dinheiro não porque não podiam mas sim porque eles próprios queriam ser independentes. “Ah, mas não há trabalho em portugal” Ainda não vi mc donalds que não tivesse um placar a dizer “vem trabalhar conosco” )

    3a – Acabar com os quadros fixos no estado.

    Acho que se deve proteger o trabalhador obviamente, mas não assim. A quantidade de funcionários que se encosta á sombra da bananeira mal vê o ordenado garantido é simplesmente inaceitável.

    • Obrigado pelo comentário. Todos somos livres de ter as nossas ideias e é sempre bom ter propostas. Devo dizer que discordo com a ideia da tropa.

      Há muitas maneiras de ensinar disciplina, mas í  força não é uma delas, é, aliás, a melhor maneira de criar um rebelde.

  23. Miguel says:

    Queria começar por cumprimentar o autor do post e todos os que aqui o comentaram. Como alguém já disse, “é a falar que a gente se entende”.

    Não sou um regular leitor de blogues, e raramente comento um post, mas não pude ficar indiferente a este. Por uma simples razão: o retrato que o Pedro Couto e Santos fez do “tuga” não podia ser mais correcto.

    Citando:

    “O paí­s senta-se no escritório no dia 2 de Janeiro e a primeira coisa que faz é pegar no calendário para ver quando calham os feriados desse ano, para poderem marcar o máximo de pontes possí­vel.”

    Curiosamente (ou não), esta consciencialização da real mentalidade do tuga tornou-se mais evidente quando há cerca de três anos consegui o meu actual emprego.

    Foi-me apresentada a possibilidade de fazer a leitura dos contadores de gás em alguns bairros de Lisboa. Receberia conforme a minha produtividade, ou seja, quanto mais trabalhasse, mais ganharia, tendo um número mí­nimo de leituras diárias para fazer. Seria um trabalho fisicamente exigente, pois implicaria andar muito a pé e subir/descer muitas escadas. Paralelamente, seria igualmente um trabalho de responsabilidade, pois as leituras dos contadores que eu recolhesse iriam gerar as facturas a pagar ao consumidor final, pelo que não me poderia enganar e registar um 3 em vez de um 8. Não teria contrato de trabalho (recibos verdes). As despesas de deslocação e alimentação seriam suportadas por mim.

    Perante este cenário nada condizente com o ideal de trabalho de qualquer português, fiz a pergunta que igualmente qualquer português faria: ” – Mas afinal quanto é que eu vou ganhar??” Ao que me responderam: ” – Os que mais trabalham e fazem mais leituras do que as exigidas diariamente, chegam a levar para casa 1500 euros mensais; os que apenas cumprem o exigido diariamente raramente passam dos 600. Só depende de si…”

    Eu aceitei, como outros já tinham feito, e como outros o farão no futuro. Mas o curioso é que, durante estes 3 anos, já vi muita gente entrar e sair da equipa de 18 pessoas que são necessárias para levar a bom termo esta tarefa. É raro o mês em que alguém não se vá embora, e apesar do crescente número de desempregados não é fácil arranjar substitutos. Quer os que saem, quer os que vão í s entrevistas e depois fazem a formação (dada por quem diariamente está no terreno), dão sempre as mesmas desculpas para não continuar:

    “Porque não gosta do trabalho”
    “Porque diz que é cansativo”
    “Porque implica levantar cedo”
    “Porque tem de se andar na rua faça chuva ou faça sol”
    “Porque tem de se fazer uma rua com 40 prédios de 4 andares que não têm elevador e custa muito subir escadas”
    “Porque é a recibos verdes, e se o despedirem não tem subsí­dio de desemprego”
    “Porque não gosta de não ter um ordenado certo todos os meses”

    O rol de desculpas continuaria…mas acho que não são necessárias mais para chegar í  mesma conclusão que eu, o Pedro e outros já chegaram (salvaguardando as devidas excepções):

    – o tuga não quer um trabalho, quer um emprego
    – o tuga não quer ter de acordar cedo, e quer poder sair a horas de ir beber umas minis antes de ir ver a bola
    – o tuga não quer ser “controlado” diariamente pelo seu superior para lhe prestar contas da quantidade e da qualidade do trabalho efectuado
    – o tuga não quer um emprego onde o seu salário seja proporcional í  quantidade e í  qualidade do trabalho efectuado

    Esta missiva já vai longa, mas quero terminar com outro exemplo. O conhecido humorista Bruno Nogueira, numa das edições do seu programa televisivo “Lado B”, foi para a rua e lançou um desafio aos portugueses: que escrevessem, numa folha de papel, aquilo que mais queriam para a sua vida. E as 3 primeiras respostas foram:

    – Um “trabalhinho” e dinheiro para gastar ao fim do mês;
    – Ganhar no Euromilhões;

    E a última, que não deixa dúvidas a ninguém:

    – Ter dinheiro sem trabalhar

    Eu sei em quem vou votar no dia 5 de Junho…vou votar em MIM, pois sou eu que faço pela minha vida, não os outros!!!

  24. Cmbelo says:

    Primeiro que tudo, deixem-me dizer-vos que subscrevo a tese de que não importa em quem votamos individualmente, que no final não fará qualquer diferença (tal como conclui o Pedro no final deste post). Não sei se pelas mesmas razões por ele apresentadas, mas o facto é que chegamos os dois í  mesma conclusão.

    Da frase: “Temos que ser maioritariamente responsáveis, cí­vicos, adultos. E deixarmos que, pelo menos uma vez, a corja seja apenas uma fracção da nossa gente.”, devo concluir que, na opinião do Pedro, a maioria dos portugueses são efectivamente irresponsáveis, não civilizados e que se comportam como crianças/adolescentes (dependentes, portanto…) e que, por isso, são uma “corja” que faz com que não faça diferença em quem votamos?

    Se a resposta a esta pergunta for afirmativa, tenho que dizer-vos que não estou de acordo, ainda que existam certamente muitos portugueses que sofrem dessa “doença”, não acho que o mal esteja nos Portugueses enquanto povo (que esta faça parte do nosso código genético, como creio ter lido antes), antes este deriva sobretudo da falta de “consequências” que esta atitude individual tem habitualmete para o individuo que a adopta no dia-a-dia. Acredito mesmo que o ser humano (em qualquer parte do mundo) se não for devidamente enquadrado por um conjunto de regras que o “obriguem” a ser responsável, civilizado e independente/empreendedor, irá comportar-se de acordo com o retrato traçado pelo Pedro, que é afinal, não o retrato da mentalidade Tuga, mas sim o da cultura vigente no sul da Europa, na América Latina e na ífrica em geral.

    Assim, faria diferença se “alguém” identificasse e implementasse as regras necessárias, sendo que estas não estão no segredo dos deuses, encontramo-las escritas neste blogue e pelos blogues em geral, e até o cidadão irresponsável, não-civico e preguiçoso/subserviente/dependente (ou que se comporta de acordo com este retrato) é capaz de identificar meia-dúzia de regras e de medidas para as implementar. Faria diferença, se existisse esse “alguém” em quem pudessemos votar no dia 5 de Junho que nos garantisse ser capaz de governar Portugal segundo essas regras e não segundo aquelas que nos governam actualmente.

    Infelizmente, estou convencido que esse alguém não existe, nem vai existir enquanto continuarmos a votar em partidos, em que as pessoas que iremos eleger só são elegiveis (candidatos a serem esse “alguém”, portanto) por pertencerem a um partido politico, um entre muitos que se regem invariavelmente pelas mesmas regras do instituí­das que podemos sintetizar numa só palavra (tambem esta latina): status-quo. Democracia, tendo os partidos como intermediários representa isso mesmo: status quo e por isso entendo que não importa em qem votamos nas próximas eleições.

    Pessoalmente, votarei em branco, querendo com isto significar que das opções disponí­veis não acredito que nenhuma delas possa governar Portugal no sentido de sermos um paí­s mais próspero e justo, e apelo a que todos aqueles que não se revejam nas pessoas que lhes é dado eleger, não vote no “menos mau” mas sim exija que venham outros “melhores”, a única forma de veicular esta opinião (obedecendo ao sistema politico vigente) será com o votando em branco.

    Poderão dizer que este voto não terá consequências, que os que viriam a seguir certamente nos suscitariam a mesma desconfiança, que, no limite, cada um de nós em consciencia gostaria de poder votar em sim proprio e nas suas ideias ou naqueles que partilhem as mesmas ideias… pois é esse mesmo o meu ideal de democracia e acredito que a sociedade da informação permitiria implementar este modelo. Na minha opinião, bastaria que cada um tivesse disponivel um “forum” em que pudesse expí´r as suas ideias e que todos pudessem expressar a sua opinião sobre as ideias dos outros (uma espécie de “like” das redes sociais) e que fossem implementadas as ideias que contassem com mais “likes”. É claro que precisariamos de gente séria para supervisionar este modelo, mas quero acreditar que para alguém ser sério basta, primeiro acreditar no modelo, e depois que este produza efectivamente resultados…

    Este comentário apenas veicula a minha opinião e apresenta uma solução em que pessoalmente acredito e que, portanto, pode ser utópica e até pode estar errada :)

  25. Elso Lago says:

    Com tanta verdade por parágrafo Pedro, até merecias ser tu a ganhar as eleições… :-D Houvesse sequer espaço na polí­tica portuguesa para gente culta e séria.

  26. Sérgio Nunes says:

    Eu até acho que nestas eleições a escolha está facilitada por já termos o programa fixado pelo FMI. Tendo em consideração que o programa do FMI é de direita, parece-me fundamental termos um parlamento de esquerda para que várias questões sociais sejam devidamente defendidas.

    Como alguém disse, o FMI para a direita é apenas um ponto de partida.

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