Já tenho dito várias vezes que 2010 tem encaixado impecavelmente na proverbial maldição chinesa “que vivas em tempos interessantes”. Se olharmos um bocadinho para além do que de positivo tem viver acontecimentos interessantes, percebemos rapidamente que com interesse vem sempre uma dose extra de caos.
Este ano já foi, para mim, marcado por várias mudanças: casa nova, obras, novas rotinas diárias e até mudanças de carreira (mais sobre isso aqui).
Foi tanta coisa que, provavelmente, foram coisas a mais. Embora saiba que estou a fazer o melhor que consigo, há dias em que não consigo ver a Joana. Espreito para o berço í s sete e pouco, antes de ir tomar banho e outra vez depois de conseguir dar banho e meter o Tiago na cama, já depois das dez da noite.
A Joana está com três meses e meio, rechonchuda como o irmão não foi, muito palradora e sorridente. É dorminhoca e além da ocasional dor de barriga, o sono é o que a mais faz chorar; isto contribui para as ocasiões em que não chego a vê-la muito bem: dorme quando saio de manhã e já dorme quando chego a casa de noite, depois, dorme a noite toda, acordando duas vezes para mamar, mas sempre sem choros.
O Tiago já envolve a irmã nalgumas das histórias que gosta de contar e ocasionalmente lá tem uma crise de ciúme, mas nada de grave.
Enfim, não tem sido fácil gerir todas a mudanças, responsabilidades e ainda um lista de tarefas significativa, mas em breve terei a segunda parte da minha licença parental e pretendo aproveitar o tempo para arrumar o máximo de pontas soltas possível, ver terminadas as obras cá em casa, dar andamento í venda da outra casa, arrumar, limpar e organizar o novo espaço e passar o máximo de tempo possível com os miúdos.
Vamos ver quão depressa ou devagar passam 30 dias.
Desde já umas boas semanas que o Wall-e é um dos melhores amigos animados do Tiago. O filme é visto cá em casa quase todos os dias e apenas há uma semana, o Planet 51 tomou o seu lugar, mas sem demérito para o robot da Disney que continua a ter um lugar especial nas brincadeiras e imaginação do meu filho.
Há uns tempos, prometi-lhe que lhe comprava um Wall-e, pensando tratar-se de tarefa fácil.
Fui ao Corte Inglés, í Disney Store, í Toys’r’us e nada. Ou melhor, encontrámos um Wall-e pequenino que foi dando para o gasto, mas que não era o que eu tinha em mente.
Claro que nada como a internet para encontrar… seja o que for, na verdade; começo a perguntar-me porque é que ainda perco o meu tempo a entrar em lojas.
Veio então, via Amazon, da Argosytoys um Wall-e articulado, que se fecha todo num cubo e se volta a abrir por meio de botões e molas.
Chegou hoje e a Dee deu-se ao trabalho de tirar os atilhos todos e depois guara-lo de volta na caixa e escondê-lo numa gaveta para poder ser eu a dá-lo ao Tiago quando chegasse a casa.
Foi um gozo, depois de receber o meu abraço da noite, vê-lo de olhinhos a brilhar, a brincar com o seu novo Wall-e. Está agora a dormir, com o Wall-e todo recolhido num cubinho, ao lado dele na almofada.
A nossa mudança tem sido gerúndia. Embora tenha havido um grande transporte de muitas coisas de um lado para o outro, os fins de semana têm sido preenchidos com tarefas ainda relacionadas com a mudança, sobretudo a vazar a casa antiga da montanha de coisas que ficaram para trás e a limpar o melhor possível aquilo.
A cozinha tinha ficado cheia, a despensa também. Havia móveis para deitar fora, juntamente com pilhas de lixo inacabáveis. Dormimos pela primeira vez na casa nova no dia 9 de Outubro e hoje, dia 23, deixámos finalmente a casa antiga quase completamente vazia.
Digo quase, porque sim, ainda falta um ou outro pormenor. Depois, provavelmente vamos reparar paredes onde havia buchas e parafusos e se calhar dar uma pintura.
A hora de por a casa í venda começa a tardar e não podemos esperar muito mais. Já temos ideias de valores ideais e, claro, de valores mínimos e também sabemos que, se tudo o resto falhar, a opção de arrendar tem que estar em cima da mesa.
Não é algo que queiramos fazer, como não devemos muito ao Banco, mesmo que vendamos a casa pelo valor mais baixo, ainda encaixamos algum dinheiro – mesmo que depois levemos uma chapada do IRS por causa das mais valias, que funcionam de uma maneira tão confusa que ainda não consegui perceber exactamente como são calculadas. Mas sei que eu, um pelintra de classe média vou ser considerado um especulador imobiliário e taxado como tal.
E é claro que, o facto das relações com a vizinha de baixo terem azedado de vez no dia da mudança, não ajuda.
É claro que o cansaço é muito, etc, etc. A ajuda, preciosa, tem vindo dos meus pais e sogros que ou tomam conta dos miúdos, ou ajudam a carregar coisas e a limpar – ou ambos. O Range Rover do meu sogro então, tem sido providencial para trazer o máximo de tralha possível.
Este fim de semana teria ido para o Alentejo, num fim de semana de retiro do SAPO, para comemorar o 15º aniversário. Até fazia parte da banda e andei a ensaiar quase todas as noites em casa e algumas vezes com o pessoal todo, no escritório, mas tive que desistir e ficar para trás, porque as coisas estão realmente muito confusas por aqui para eu me estar a ausentar um fim de semana.
Fico com alguma pena, but a man’s gotta do, what a men’s gotta do.
O meu pedido de instalação de fibra óptica PT, AKA meo fibra, teve um percalço o, mas quando isso foi resolvido as coisas começaram a correr muito bem, muito depressa.
Os técnicos chegaram a horas e cheios de pica para trabalhar; mal sabiam eles que a coisa não ia ser fácil.
No prédio, a coluna de telecomunicações termina no 4° andar e nós vivemos no 5°. A hipótese de fazer uma ponte para a coluna eléctrica no quarto para subir a fibra óptica andar que faltava era não só ilegal como perigosa. E apesar de haver um cabo de telefone a subir para o nosso andar, não havia maneira de perceber onde é que ele entrava no apartamento.
O tecnico, sub-contratado a três niveis, mostrando que isto deve ser um bom negócio, injectou sinal no cabo de telefone e depois de andar í procura, lá encontrou a coisa… algures dentro da parede e sem sinais de passar para dentro de casa.
Felizmente, o Sr. Augusto e os seus homens estavam por lá, trabalhando no sótão. Umas porradas aqui, uma brocada acolá e a coisa resolveu-se.
Ao fim de mais de quatro horas, tinha, finalmente, fibra no armário.
Mas a fibra não tinha sinal.
Seguiu-se a caça ao problema, que acabei por nem saber bem qual era, mas ficou reparado e tudo a funcionar. Os técnicos deixaram a box a fazer update de firmware e foram almoçar.
Estive a ver um pouco de TV. E depois a box pifou.
Trocaram-me a box e pronto, foram-se. A box ficou sem funcionar muito bem, não gravava, basicamente, mas depois de uma chamada para o apoio técnico, a coisa resolveu-se rapidamente e fique com o serviço totalmente funcional.
Optei pelo pacote 100 que tem 100 Mbps de download (já consegui 89 Mbps no Speedtest) e 10 Mbps de upload (mas geralmente obtenho í volta de 20; 22 foi o máximo que já vi), o pacote tem ainda 100 canais de TV na box e 70 canais analógicos que têm sido excelentes para pí´r uns desenhos animados de manhã na cozinha enquanto o Tiago toma o pequeno almoço.
Também tenho telefone e uma pen 3G que inclui, se não me engano, 100 MB de tráfego por mês, grátis.
O armário onde vai ficar o bastidor, já com a instalação de fibra feita
A instalação demorou cerca de sete horas e só ficou feita porque eu tinha um empreiteiro com ferramentas pesadas por perto e no processo, os técnicos partiram o meu intercomunicador que agora funciona mal. Mas no geral, diria que não correu mal, tendo em conta as adversidades.
O meu veredicto do serviço meo fibra 100 é que, sem sombra de dúvida, para quem usa intensivamente internet vale mesmo muito a pena. Alguns downloads que faço acabam mais depressa do que o Firefox consegue abrir a janela de downloads e aceder a sites tornou-se uma questão de esperar um ou dois segundos pelo DNS e depois pim: página completa de uma só vez.
Acho que o bottleneck agora é mais o renderer do browser do que a rede.
Hoje de manhã, o meu sogro foi comigo e com o Range Rover até í nossa garagem e trouxemos para a casa nova tudo o que lá estava e que não era para ir fora.
Infelizmente, o meu magnífico Sony G500 que custou mais de 1500 euros no final de 2000 não passou no teste. Avariado há largos meses, sinceramente, já não consigo justificar andar com aquele bacamarte atrás. Apesar de, sem dúvida, continuar a ser o melhor monitor que já tive.
Mas adiante.
De tarde, deixámos os miúdos com os meus pais e fomos para a casa antiga. Demos uma limpeza rápida no ex-quarto do Tiago e começámos a acumular aí as coisas que ainda por lá estavam e que eram para levar para a casa nova.
Ao fim de três horas de trabalho concluímos que provavelmente não vamos conseguir terminar a mudança dentro do prazo que temos na cabeça. Gostávamos de iniciar o processo de venda da casa em Novembro, mas não está fácil.
Não parámos, mas o que conseguimos foi ter um quarto completamente cheio de coisas para levar, o hall cheio de lixo para deitar fora e ainda metade da casa por triar. Isto, claro, partindo do princípio que triar é um verbo.
Ao fim da tarde trouxemos o Mercedes carregado e a casa nova está a transformar-se rapidamente num labirinto de caixas, móveis enrolados em filme e objectos soltos sem destino.
Temos ainda o resto do fim de semana e o próximo para tentar resolver isto, porque temos que por a casa í venda o mais depressa possível para percebermos quais são as reais hipóteses de efectivamente a vendermos. Quanto mais depressa soubermos como a coisa corre, mais depressa podemos tomar uma decisão, mas o fulcral aqui é mesmo parar de pagar duas vezes água, luz, gás e, claro, hipoteca.
Já tenho dito várias vezes que 2010 tem encaixado impecavelmente na proverbial maldição chinesa “que vivas em tempos interessantes”. Se olharmos um bocadinho para além do que de positivo tem viver acontecimentos interessantes, percebemos rapidamente que com interesse vem sempre uma dose extra de caos. Este ano já foi, para mim, marcado por várias mudanças: […]
Desde já umas boas semanas que o Wall-e é um dos melhores amigos animados do Tiago. O filme é visto cá em casa quase todos os dias e apenas há uma semana, o Planet 51 tomou o seu lugar, mas sem demérito para o robot da Disney que continua a ter um lugar especial nas […]
A nossa mudança tem sido gerúndia. Embora tenha havido um grande transporte de muitas coisas de um lado para o outro, os fins de semana têm sido preenchidos com tarefas ainda relacionadas com a mudança, sobretudo a vazar a casa antiga da montanha de coisas que ficaram para trás e a limpar o melhor possível […]
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Hoje de manhã, o meu sogro foi comigo e com o Range Rover até í nossa garagem e trouxemos para a casa nova tudo o que lá estava e que não era para ir fora. Infelizmente, o meu magnífico Sony G500 que custou mais de 1500 euros no final de 2000 não passou no teste. […]