Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Hoje praticamente não comi, passei o dia todo com a pulsação no dobro do usual e sinceramente já não tinha qualquer saudade deste tipo de ansiedade.
Felizmente, com o tempo (e a idade?), consegui aprender a controlar o meu stress muito bem, mas hoje a coisa descambou.
Tal como previsto, o empreiteiro começou a montar andaimes logo de manhã para colocar um algeroz a tirar as águas da fachada do prédio. Como de seria imaginável, ainda a manhã não ia a meio e eu recebi uma chamada da administradora do condomínio.
Que não podia ser, que tinha que haver reunião e que ainda por cima aquilo interferia com uma obra de arranjo da junta de dilatação entre os dois prédios que está para breve.
Com razão, digo eu. Embora não precisasse deste stress para nada, ainda por cima junto ao de ter o telhado a meter água por todos os lados, a senhora tem razão.
Dei-lhe razão, mas pedi-lhe que me desse algum tempo, que me deixasse instalar o tubo temporariamente e que depois, em reunião de condomínio, discutiríamos as hipóteses.
Não que me pareça haver outra hipótese, de momento. Porque é que o prédio só tinha algerozes nas traseiras, usando dois enormes tubos a passar na placa para levar as águas de frente para trás, não compreendo. Suponho que um algeroz na fachada comprometa o aspecto estético do edifício.
As if.
E foi assim que, a poucos dias de fazer cinco meses que começaram as obras em que praticamente tudo correu í s mil maravilhas, na véspera da mudança: levanta-se um temporal daqueles de alerta laranja em todo o Continente, chove copiosamente pelo telhado em vários sítios e arranjei problemas com a administração do prédio que ainda não sei como resolver.
Tentei o melhor possível manter a calma durante o dia. A visita que lá fiz ao fim da tarde, ajudou. Um dos empregados do construtor já tinha andado no telhado a ver o que se passava com os sítios por onde entra água e concluiu, basicamente, que alguém trocou algumas telhas por outras que não são iguais í s que lá estavam.
Também ajudou saber que durante uma das maiores chuvadas de hoje, o empreiteiro esteve lá e viu onde entrava água e já sabe o que vai fazer para resolver esses problemas.
Também foi bom perceber que a senhora que administra o condomínio é simpática e razoável e que é fácil falar com ela.
Infelizmente, a confusão já mete o prédio do lado e tudo, porque parte do algeroz, no nosso terraço, está preso í parede que é, na verdade, a empena do outro prédio. Embora tenha sido rebocada, isolada e pintada. Mas claro, isso não interessa, o que interessa é o parafuso que lá espetaram.
E se calhar com razão, sei lá.
Sei que eram duas confusões de que não precisava. Sei também que a casa pode ser porreiríssima e estar renovada, mas que se estivermos em guerra com o condomínio e/ou os vizinhos de uma maneira ou de outra, a nossa vida ali vai ser um sem-fim de chatices que nunca serão compensáveis por nenhum factor de ‘fixeza’ da casa em si.
Passámos ambos o dia tão stressados que chegámos í s 8 da noite completamente sem energia. Sim, desta vez, a palavra ‘exaustos’ aplicou-se. Quando se chega a um ponto em que levantar da cadeira é quase impossível, a palavra aplica-se. Quando a Joana, nesse preciso momento desata a chorar, enquanto o Tiago insiste “anda brincar comigo!” (novamente, com razão), e os gatos lutam por entre as torres de caixas de cartão que tornam a circulação cá em casa quase impossível, um gajo sente-se entre a espada e a parede. O caos? Ou a casa em obras onde a administração quer ter uma conversinha connosco?
Essa decisão, no entanto, foi tomada por os nós-passados. Os nós-passados que na quarta-feira decidiram marcar a mudança para amanhã. Felizmente, quem vai ter que estar por aí no dia da mudança propriamente dita, são os nós-futuros, porque os nós-presentes vão mas é para a cama.
Força nisso! Mudança de casa é terrível.. imagino agora com este tempo :/ e domingo vai estar pior, por isso, amanhã lá terá de ser :)
Deixem o tiago e a joana aos avós pelo menos este sábado í noite, senão vai ser a desgraça.
Boa sorte.