Ideias para salvar o paí­s

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Ontem, na conferência de imprensa onde foram anunciadas novas medidas de contenção económica, uma espécie de “PEC II – Desta Vez É Que É, Não, A Sério, É Mesmo”, o Senhor Ministro das Finanças disse que o Governo está aberto a outras ideias para melhorar a economia.

Em espí­rito de grande serviço público, este blog chega-se í  frente. Aqui vão 13 medidas para melhorar a economia, para dar sorte:

Montar um show itinerante de ‘stand-up comedy’ em que o Paulo Portas tenta justificar a compra dos submarinos: o povo paga para assistir e ri-se um bocado. Podia actuar no estrangeiro e tudo.
Retirar a todos os membros do Governo e funcionários do Estado, o direito a viaturas, excepto, claro, as que sirvam estritamente para trabalho. Isto é, nada de carro oficial do Ministro, do Presidente da República, do PM, dos Secretários de Estado, Presidentes de Câmara, nada.

Transportes públicos para os funcionários públicos deverão servir perfeitamente; querem carro? Comprem.

Implementar um imposto especial de 300% sobre polos Lacoste, sapatos de vela e caquis Timberland; criar um imposto de 500% sobre todo e qualquer equipamento de golf, todo e qualquer equipamento de velejamento de lazer e, claro, sobre Porsches.

Todas as famí­lias com filhos chamados Santiago, Salvador, Constança ou qualquer rapaz com Maria no nome, terão obrigatoriamente que cobrir os custos de abono de famí­lia de pelo menos 10 crianças portuguesas com nomes normais.

Todos os portugueses que usem uma pulseira PowerBalance, passarão imediatamente para um novo escalão de IRS; 75%. Se não se importam de pagar 30 e tal euros por um bocado de plástico, não se importarão de contribuir para equilibrar as finanças do paí­s.

Cobrança de uma multa de 500 euros a cada deputado que falte ao trabalho. Só aqui, deverão recuperar-se vários milhões de euros.

Parar de arrastar os pés em processos que tragam dinheiro aos cofres do estado, nomeadamente: obrigar os espertalhões que fogem ao fisco, a pagar os impostos implementando uma regra simples: a porra dos processos nunca prescrevem!

Integrar todos os jogadores e treinadores de futebol, a actuar em Portugal, no sistema fiscal do resto dos seres humanos. Ter os plantéis dos três “grandes” (e o do FCP também, vá), a pagar IRS como o resto da malta, devia dar para equilibrar o buraco da Segurança Social.

Instituir um plafond de salários para toda a função pública, tornando impossí­vel que o salário bruto de seja quem for ultrapasse, vá, os 10 mil euros. Sinceramente, continuar a viver em contenção enquanto o Presidente da Galp ganha 150 milhões de contos por semana é um nadinha irritante.

Aplicar uma taxa de IVA de 80% nos seguintes produtos: calças para adolescentes descaí­das abaixo do cú, telemóveis que tocam música alto, bilhetes para concertos do Tony Carreira, jipes a gasolina, daquelas sandálias para mulher que depois têm um bocado de bota na parte do calcanhar (WTF is that?!), trajes académicos, férias no Brasil, livros do Paulo Coelho e carrinhos de bebé maiores do que pequenos rinocerontes.

Nacionalizar, í  força, a TVI e a SIC. Desmantelar então todos os canais de televisão nacionais e vender as peças í  China, para uso no fabrico de telemóveis ZTE. Vender os apresentadores de programas como cobaias para testes laboratoriais diversos.

Multar todos os portugueses que vêm o ídolos em 300 euros… por programa; aplicar uma sobretaxa de IRS de 20% a toda a gente que gosta do José Cid (porque agora é contra-cultura), de 30% aos leitores do Correio da manhã e 35% a quem ache o Malato “muito apessoado”.

Finalmente, uma medida que não é senão justa: cobrar um imposto especial de sobre a falta de gosto a todos os Portugueses que não sejam do Benfica. Sugiro 32%… vá-se lá saber porquê!

Tags

Deixar comentário. Permalink.

37 comentários a “Ideias para salvar o paí­s”

  1. dextro says:

    Apoiado, Pedro a presidente desta república das bananas!

  2. Rui Mac says:

    Concordo com quase tudo, Pedro.

    Acrescentaria a cobrança de um imposto de 50 euros a todos os que usam a palavra “arroba” quando dizem um endereço de correio electrónico ou usem a expressão “í  séria”. De facto, creio que bastava cobrar um imposto de 10 euros que, mesmo assim, já se encheria muito os cofres do estado.

    Se se cobrassem 5 euros por cada vez que alguém usa a letra “k” em vez de um “c” ou um “q” ou a letra “x” em vez de “s” ou “ch”, poderiamos pagar a dí­vida externa toda em menos de uma semana.

  3. Nuno Cardoso says:

    Esqueceste-te da tal lei que proí­ba o FCP de ganhar o campeonato, para manter a moral dos milhões artificialmente elevada, e contribuir para a produtividade. Melhor, uma lei que relega o FCP para o campeonato espanhol.

  4. pfig says:

    Ha’ anos que defendo que o FCP devia ir jogar para o campeonato espanhol, deve ser muito frustrante para os rapazes jogarem contra os atrasados no campeonato tuga.

  5. Pedro, sê o nosso Primeiro Ministro! :)

  6. LOL muito bom!!!

    Aproveito só para acrescentar que lá para a próxima Primavera o imposto sobre quem não é do Benfica deve ser aumentado em mais 1%.

    E já agora também criaria um imposto especial para quem perde tempo a ver as telenovelas da TVI, acrescentando um imposto exponencial a quem vê mais do que uma de seguida.

  7. tatas says:

    AHAHAHHAHAAHHAHAHAHA

  8. Elso Lago says:

    Só pecam por tardias!! :-D

  9. Natacha says:

    AHHHH! Adorei, sobretudo porque pouca coisa me iria afectar, tirando as sandálias modelo “WTF is that”, o ídolos (do qual me descarto sem qualquer problema) e o José Cid (desculpem lá mas a minha avó gosta e eu levei injecções de Cid quando era pequena). Assim, sim!
    Pagava-se a crise (pagar a crise existe!?!?!?) e a mim passava-me tudo ao lado. Boa Pedro!

  10. Rui Moura says:

    A definição de *épico* no dicionário da lí­ngua Portuguesa devia ter um link para este post. Brilhante :p

    ps: menos a parte do FCP, vá … ;p

  11. Teresa lago says:

    Eu diria mais …cortar as reformas ao papões deste Paí­s que recebem 4 e 5 reformas de passatempos que tiveram e de quantias abultadas e passavam a receber ums só…que os restantes portugueses que trabalharam arduamente durante 40 anos recebem uma.. e essa tem que ser bem esticadinha..

  12. José Mota says:

    Pedro, foste brilhante.

    Agora pergunto eu: porque não criar um site sério, em que as pessoas votassem em certas ideias? Fazia-se chegar ao PM e ao MFin. Ia ser lindo.

    O imposto sobre quem vê telenovelas da TVI foi de génio! Muito bem, Tiago!

  13. Filipe Pereira says:

    Concordo com uma grande parte dos disparates sérios referidos atrás.
    Retirava apenas o imposto sobre quem não gosta do Benfica ou criava um imposto do tipo Acerto-de-Contas para quem escreve ou não a expressão “vá”. Quem é do Benfica e escreve “vá” leva com os 32%. Quem não é do Benfica e não escreve ‘vá’, o imposto fica ela por ela e vamos para casa com 0%.

    De resto, lamento não haver uma vontade de resolver isto tudo í  paulada e ao linchamento. Três décadas de democracia fizeram de nós uma geração mole.

  14. asturmas says:

    Acrescenta ai um imposto de 100% de IVA para o tabaco..

    Pedro Couto e Santos (nome fino) a presidente! lol

  15. Lisete says:

    Oh Pedro… não vendias os submarinos?? esses estão-me aqui atravessados!!! ainda rendiam uns milhõezitos (isto existe??) Já estás no poleiro.. com os votos dos seguidores desta página :-) obrigada por me fazeres sorrir no fim desta semana de “boas” notí­cias!!! bom fds e boas mudanças

    • Eu não vendia, já os temos, há que rentabilizá-los. Fazia deles clubes de Sado Masoquismo para clientes de luxo. A servir í s mesas e actuar em palco, de parafernália S&M, incluindo coleiras, espigões, cabedais diversos, mordaças e, claro, ‘nipple clamps’: o Governo.

  16. Bino says:

    Um comentário sem nada a ver com futebol, nem com o post.
    Talvez devido ao adiantado da hora, quase jurava que li a palavra “mangalho” no cabeçalho deste magní­fico blog. Ilusão de breve instante, pois rapidamente voltei a ler “Macacos sem galho”.
    Fiquei descansado, já posso ir dormir.
    Bom fim de semana :-)

  17. Lisete says:

    viagens de turismo como faziam com os helicópteros dos incêndios.. viagens de luxo e visitas.. tudo bem cobrado.. se calhar tinham mais movimento e sempre se recuperavam uns trocos :)

  18. Marcelino de Sousa says:

    Boa, Pedro ! Assim é que se fala ! Medidas adequadas e todas elas equilibradas. Quanto í  alusão ao futebol,
    de facto, o FCP é capaz de ser o primeiro a seguir aos três grandes;
    sim, porque o Belenenses apenas está de férias, mas ainda aí­ está.
    E, para quem não gostar dos “pastéis”, um impostosinho de 3 euros e
    50 cêntimos. Que tal ?

  19. NS says:

    Eu é que não votava em ti.. Vai lá vai, ia í  falência..

    :D

  20. Cee says:

    Concordo com quase todas, os problemas financeiros deste paí­s desapareciam sem duvida, mas acho que te estas a esticar nalgumas coisas ..
    Polos Lacoste e bla bla, entao e quem tem um Mercedes nao?

    Ferias no Brasil? Entao e as ferias em Nova Iorque e Londres nao contam? Se calhar ate ficam mais caras! Nao te esqueças da malta que tem piscinas em casa, esses entao nem lhes quero pensar no que se faria nas contribuiçoes autarquicas, era a triplicar o que ja pagam. E se fossem no Alentejo ainda mais lhes carregava!

    Os nomes das criancinhas por favor, e os carrinhos de bebe que parecem rinocerontes, nao sei se era mesmo com o tamanho que embirras ou com o preço deles, mas com as marcas do supermercado a imitarem as outras nao estou a ver bem o desfalque .. nao sei se fazer compras na Imaginarium fica mais barato ou mesmo o Trio da Chicco fica mais em conta.

    Ahhh e o pessoal que tem 30000 pc´s em casa, playstation ultimo modelo e afins para esses tambem criaria uma taxa especial ;))

    • Cee, quem tem um Mercedes é certamente pessoa de bom carácter. Sobretudo se for um bom e fiável modelo antigo, assim tipo táxi. Claro que se forem modelos novinhos em folha e desportivos, concordo plenamente.

      Férias no Brasil só porque sim, porque tinha que escolher um destino qualquer, não? O Brasil é um paí­s grande onde os portugueses são, na generalidade, mal vistos – são tema de anedotas; mas gostam todos muito de lá ir. Pimba, imposto.

      Piscinas em casa não, que tenho um grande amigo que tem uma e não lhe quero dificultar a vida.

      Os nomes das criancinhas, por favor, o quê? Não percebi e carrinhos de bebé? Bom, é que há uns que praticamente nada fazem pela criança, servem apenas para os pais ficarem contentes por terem um Stokke ou algo do género e depois nem no corredor do super-mercado cabem. Mas são grandes, caros e vistosos e isso é que é importante. Aliás, são os SUVs e pickups dos carrinhos de bebé.

      Quanto a pessoas com muito equipamento electrónico, esses já têm uma taxa especial, chama-se “conta de electricidade” :-)

Deixar um comentário

Redes de Camaradas

 
Facebook
Twitter
Instagram