Publicado em , por Pedro Couto e Santos
É-me quase impossível neste momento recordar com clareza como há um ano atrás o meu filho praticamente não falava. A maneira fluida e já algo complexa como comunica hoje em dia faz esquecer que inicialmente era preguiçoso para falar.
Passou de poucas palavras, mal roçando o limite mínimo aceitável para as várias idades para conversas como: “Oh, partiu-se! Não te preocupes pai, eu arranjo, prometo”, enquanto me dá palmadinhas no ombro para me reconfortar.
Apercebendo-se de que a gravidez da mãe a vai tornando menos capaz de fazer grandes esforços, faz-lhe festas na barriga e diz: “mãe, tu não podes, tens uma barriga muito grande; só o pai.”
E dentro da barriga da mãe está “a Joana do Tiago” que já é tratada com algum mimo; aliás, cá por casa, há um helter skelter emocional que varia entre aquela noite em que sem mais nem menos ele atirou com um copo cheio de sumo para o chão com tanta força que o partiu apesar de ser de plástico (essa não acabou bem), e as vezes em que se agarra a nós aos beijos e abraços soltando “ooooh, paizinho” (ou mãezinha, consoante o caso).
Mas embora as fúrias espontâneas do Tiago já sejam lendárias, a afectividade tem-se evidenciado nos últimos tempos.
Recentemente, tendo começado a época em que nós entramos em pânico porque a Joana não se está a mexer muito, fomos pegar no doppler para ouvir o batimento cardíaco e o Tiago subiu para cima da cama e ao primeiro som do coração chegou-se í barriga, como que para falar lá para dentro e disse “olá Joana!”, com um enorme sorriso.
Hoje, depois do banho, sentado na sanita enquanto eu o secava, agarrou-se-me ao pescoço e disse: “oh, és tão querido”.
E os episódios vão-se repetindo. Tento lembrar-me de alguns para registar, mas é quase impossível lembrar tudo o que diz, a maneira irrepreensível como conta até 11 ou as re-encenações dos seus desenhos animados com que nos brinda frequentemente.
E para juntar a tudo isto, como se não fosse já bom o suficiente, há cerca de três semanas que perdeu o hábito de vir para a nossa cama dormir, a meio da noite. Vamos acordá-lo de manhã, para tomar o pequeno almoço e vestir e ir para a escola comigo, a pé.
Pois é, não falava mas agora diz com cada uma que até te espanta. :)
Eu bem o ouvi no outro dia, a filosofar sobre o mar e as ondas!
eles crescem…… tão rápido……
ele tem um ar de reguila que apetece agarrar e encher de beijinhos :)))))
E apetece mesmo, até porque ele próprio faz isso :-)