Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Hoje, por atribulações matinais diversas, tive que ir de carro para Lisboa. Como já não era cedo, não apanhei trânsito e a coisa correu de feição. Ao regressar, porém, chovendo copiosamente há várias horas (águas de Março?), e aí por volta do quarto-prás-oito, vi-me confrontado com a realidade de tanto português que habita fora da Capital mas que lá labuta.
A chamada bicha.
Que hoje em dia se chama fila, porque, aparentemente, bicha é uma daquelas palavras que eram normalíssimas, passaram a insulto e foram tomadas pelos insultados como sua, retirando-a, ao que parece, ao uso comum do resto de nós.
Mas estava eu onde? Ah, na bicha.
Desde a saída do túnel do Marquês até í avenida da Ponte foram, seguramente, uns 40 minutos. Ora, mais uns 10 em cima disso e, de transportes públicos, já eu estava em casa.
Mas assim não foi. Entre trânsito e uma chuva tão densa que mal se via a ponta do nariz, cheguei a casa quase duas horas depois de ter saído “do serviço”.
Bom, está bem que ainda fiz serviço de entregas ao domicílio de dois colegas, vulgo, boleia, mas o grosso do tempo foi mesmo perdido na maldita da bicha da ponte.
Como é que há pessoal que, tendo transportes disponíveis, opta pelo carro e atura esta trampa todos os santos dias? Haja paciência!
Se um dia descobrires a resposta para esta tua pergunta, diz-me, pois é algo que eu também não consigo compreender – e eu não trabalho em Lisboa! :)
Quanto ao comentário da fila vs. bicha, 100% de acordo, muito bem dito! :)
Como eu te percebo…
Não consigo compreender as pessoas que dizem que vão de carro para Lisboa por ‘comodismo’. 1 ou 2 horas parado no transito é comodismo?
Uma coisa engraçada para reparar nos dias que vamos/voltamos de carro é o número de pessoas dentro de cada carro, é ridículo.
Citando o ‘Pedro Santos’ do primeiro comment, ‘Quanto ao comentário da fila vs. bicha, 100% de acordo, muito bem dito! :)’
É só para dizer que o meu nome não contém “Pedro Santos”. Se o meu nome aparecer, por acaso, parecido com Pedro Santos é porque há um problema grave nas internets.
…hein?
Ah, curiosa coincidência… eu sou o Pedro Couto e Santos, o Raul é Pedro Santos e o Pedro é Santos. De certeza que tu não és Bruno Rodrigues… Pedro Santos?
Não podia estar mais de acordo (em ambos os comentários: o comodismo e o da bicha).
Claro que quando pergunta a pessoas que conheço porque é que o fazem elas dizem-me que preferem vir sentadas no carro a ouvir musica do que a aturar o gajo com o telemóvel a berrar uma coisa-que-supostamente-é-musica-mas-não-parece e fico sem argumentos…
Infelizmente eu sou um dos coitados que estou horas parados ou na 25 de Abril ou na Vasco da Gama. Não é porque quero, mas porque tem que ser – Trabalho + aulas até í s tantas da noite (pós laboral). Felizmente só apanho trânsito no sentido Sul – Norte e tento sempre sair de casa a horas que teoricamente já não são horas de ponta.
Mas não te esqueças que existe muita gente que atravessa a ponte para ir para fora de Lisboa onde os transportes públicos são para esquecer, mas também há casos de “comodismo” e em certas situações de “status”.
Tenho saudades de vir a ler uns bons livros no comboio.
Pois, repara que eu disse “Como é que há pessoal que, tendo transportes disponíveis, opta pelo carro”… tendo transportes disponíveis é essencial, claro.