Depois de alguns meses de aceitarmos que o Tiago viesse para a nossa cama todas as noites e de fazermos uma rotina de deitar em que eu chegava a ficar mais de uma hora no quarto com ele até que adormecesse, decidimos que era chegada a altura de começar a modificar estes comportamentos.
Não acredito muito que valha a pena reagir agressivamente a quase nada, no comportamento dos miúdos, pelo menos nesta idade. Se não come muito bem, dá-se tempo, se não dorme muito bem, dá-se tempo, se não se porta bem no banho… dá-se tempo.
E í s vezes, esse tempo serve mesmo para lhes dar uma pequena vitória numa altura em que procuram impor a sua independência e desafiar a autoridade dos pais. Não sei se funciona com todos os miúdos, porque todos são diferentes e por isso mesmo é que já desisti de ler livros sobre educação de crianças.
Com o Tiago tem funcionado. Em coisas não muito graves, deixamo-lo vencer – mas durante um tempo limitado; depois, começamos a explicar-lhe que não pode ser bem assim como ele quer.
Não sei se por força deste “método”, se por puro acaso de personalidade emergente do miúdo, a verdade é que se tem mostrado teimoso… mas razoável.
Hoje de manhã, depois de uma semana doente em casa, voltou í creche. Não queria ficar e fartou-se de chorar, mas quando percebeu que não ia mesmo voltar para casa decidiu chegar a um acordo: pediu para ficar, mas sentado í beira do seu cacifo, o seu “home away from home”, na escola. E assim já aceitou que nos fossemos embora e acabou por ter um dia bom na escola, de tal forma que quando a mãe o foi buscar, não queria ir-se embora.
Fascina-me ver um miúdo tão pequeno começar a compreender os mecanismos do compromisso.
Mas voltando í s noites: há cerca de duas semanas que comecei a ficar cada vez menos tempo com ele (mas não prescindo de ficar, porque é do pouco tempo que tenho para estar com ele); depois, explico-lhe o que vou fazer (lavar a loiça, tomar banho, trabalhar), e que mais tarde passo por lá para ver se está tudo bem. Nem uma única vez, desde que comecei a fazer isto, se queixou, fez fita ou tentou levantar da cama. Tapo-o, saio e volto uma ou duas horas depois para ver se está tapado, ver se o quarto está frio, ligar/desligar o vapor, enfim, fazer qualquer ajuste antes de me deitar.
A primeira semana desta nova rotina foi também acompanhada de uma mudança do comportamento nocturno. Continuou a acordar a meio da noite, mas em vez de subir para  nossa cama ia simplesmente buscar-me ao quarto e pedir-me para ficar ao pé dele mais um bocadinho. Cinco minutos e estava novamente a dormir na sua cama.
Nos últimos dias tem sido ainda melhor: só acorda de manhã, dormindo a noite inteira no seu quarto.
Não é uma grande vitória. É uma pausa num comportamento que pode regressar. Já aprendi que com os miúdos estas coisas não são fixas – comer, dormir ou portar-se bem não são sinais de comportamentos regulares daí para a frente. A qualquer momento poderá a ter mais stress ao deitar novamente, ou a vir para a nossa cama a meio da noite. Nessa altura, logo se vê, mas por agora… vou aproveitar para dormir cinco horinhas seguidas!
“Der Untergang”, é um filme de 2004, realizado por Oliver Hirschbiegel e em que Bruno Ganz interpreta de forma absolutamente fantástica o antigo ditador Nacional Socialista Alemão, Adolf Hitler.
Há muito que queria ver um filme assim: um filme sobre a Segunda Guerra Mundial em que os Alemães não fossem retratados como meros manequins de tiro-ao-alvo para as Garands Americanas.
O filme consegue mostrar o lado Nazi, sem ceder a paternalismos ou tentar apresentar desculpas ou defesas do que aquilo foi. O III Reich era abjecto; a Guerra, o genocídio, a completa ausência de compaixão pelo ser humano, incluindo pelo próprio povo Alemão pareciam ser uma preocupação secundária para um homem que vivia numa realidade alternativa dentro da sua cabeça.
O Hitler que é retratado em Der Untergang está velho, cansado e confuso. Contradiz-se, exalta-se, tanto parece saber o que faz como dá ordens impossíveis de cumprir pelos seus exércitos destroçados e/ou cercados por Soviéticos.
Até ao fim, defende que em breve, dois dos seus Generais entrarão em Berlim de surpresa, esmagando o inimigo. Muito provavelmente nunca chegou a aperceber-se que os cerca de 760 mil soldados Alemães que defendiam a capital lutavam contra uma força de 2, 5 milhões de russos, um milhão e meio dos quais terão entrado na cidade para a ofensiva final, na zona de defesa de Berlim, onde restavam 40 mil soldados alemães e mais uns tantos voluntários.
O filme é bastante aplaudido pela sua credibilidade Histórica e esse é sem dúvida um dos seus pontos mais fortes. Juntamente com um elenco irrepreensível, liderado por um actor que me fez acreditar tratar-se realmente de Hitler, a história daqueles últimos dias mostra um povo que também era humano, que tinha filhos, que estava assustado e em fuga, liderado por uma elite militar desumana que os culpava pelo seu próprio destino, como diz Goebbels a certa altura: ninguém forçou os alemães, a culpa é deles… deram-nos um mandato, agora estão a pagar o preço.
Ainda assim, no meio de Generais e Coronéis das SS, havia quem tentasse minimizar as coisas, fazer algo mais razoável e, acima de tudo, ajudar os civis e os feridos.
Acima de tudo, Der Untergang é um filme que me fez pensar, como outros antes dele, no que foi a Segunda Guerra Mundial, o Império Nazi, o III Reich e a absurda confusão que foi a Europa na primeira metade do Século XX.
Como nota final, a referência ao famoso meme de internet: é deste filme que vem a cena em que Hitler, confrontado com o avanço dos Russos sobre Berlim se enfurece com os seus Generais sobre a sua incapacidade de rechaçar o inevitável avanço do Exército Vermelho. A cena foi já legendada com os mais diversos textos sobre coisas tão díspares como o iPad ou as escutas do apito dourado e existem umas 50 versões no YouTube.
“Cloudy with a chance of meatballs”, é um filme de animação da Sony Pictures cujo o trailer me tinha deixado curioso há uns meses atrás. Este fim de semana tive oportunidade de o ver e gostei tanto que fui acabar de o ver depois do Tiago ir dormir já que eu estava bastante mais interessado do que ele neste desenho animado.
Este filme é diferente da maioria dos filmes de animação dos últimos anos, sobretudo aqueles produzidos pela dupla Pixar/Disney. Gosto muito dos filmes da Pixar, mas cheira-me sempre que podiam ser um bocadinho mais interessantes sem o peso da pastelosa moralidade Disney em cima.
Este “Cloudy with a chance of meatballs”, começa logo por anunciar que é “a film by… a lot of people” dando logo um cheirinho alternativo í coisa e depois vai por ali fora, quase sem parar.
As cenas lamechas são mantidas a um mínimo indispensável e praticamente só no fim é que há um momento mais emocional. Até a cena do beijinho é diferente do habitual.
E há um macaco. O macaco, Steve – interpretado por Neil Patrick Harris – tem ao peito um tradutor de pensamentos de macacos que me pos a rir várias vezes. Aliás, o filme fez-me rir, que é mais do que a maioria destes filmes costuma fazer; normalmente obtêm um sorriso, mas pouco mais.
Não surpreendentemente, o Steve não pensa grande coisa, afinal de contas é um macaco obcecado com gummy bears…
Este filme entra para a minha lista de favoritos, com grande distinção. Gostei da música, os bonecos são fantasticamente desproporcionais, as cores são fantásticas, a história é invulgar e divertida e os personagens são estupendos, incluindo um cameraman Guatemalteco cheio de surpresas, um Mayor avarento interpretado por Bruce Campbell (that should be enough, shouldn’t it?), e um fantástico polícia ultra-zeloso com a voz e atitude desse icon da minha juventude: Mr.T.
Aconselho vivamente, sobretudo em HD, mas com um aviso: vão ficar com fome.
Depois de alguns meses de aceitarmos que o Tiago viesse para a nossa cama todas as noites e de fazermos uma rotina de deitar em que eu chegava a ficar mais de uma hora no quarto com ele até que adormecesse, decidimos que era chegada a altura de começar a modificar estes comportamentos. Não acredito […]
“Der Untergang”, é um filme de 2004, realizado por Oliver Hirschbiegel e em que Bruno Ganz interpreta de forma absolutamente fantástica o antigo ditador Nacional Socialista Alemão, Adolf Hitler. Há muito que queria ver um filme assim: um filme sobre a Segunda Guerra Mundial em que os Alemães não fossem retratados como meros manequins de […]
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