Há software… e depois há o Melodyne

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Poderei, enfim, tomar um duche?

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

No passado dia 4 de Dezembro, depois de estarmos há uns dias stressadí­ssimos com a crise do gás na cozinha, apareceu lá em casa a vizinha de baixo a queixar-se que tinha água a escorrer na parede da casa de banho, proveniente da nossa.

A coisa afectava não só o andar de baixo como o seguinte e era mesmo o tipo de problema que precisávamos para acrescentar í s várias coisas que já se passavam.

Depois de muito avançar e recuar, da seguradora metida ao barulho, de orçamentos para trás e para a frente, hoje, dia 5 de Fevereiro, precisamente dois meses depois, chegaram os tipos que vão reparar a nossa banheira para que deixe de passar água para os andares de baixo.

Desde há dois meses que não tomamos duche, para evitar que a água passe nas rachas entre a parede e a banheira. Andamos a tomar banho de banheira cheia, ou a lavar-nos cuidadosamente, com o chuveiro, numa ponta da banheira, cheios de frio, porque não há forma de estarmos permanentemente debaixo de água quente.

Se a obra ficar completa hoje ou amanhã, ainda fica a ser preciso deixar tudo secar bem, claro, mas não imaginam a satisfação que é para mim, neste momento, pensar que é possí­vel que para a semana possa finalmente tomar um duche.

Ah, entretanto a situação com o esquentador, a chaminé e os gases queimados que retornam para a minha cozinha, mantém-se, desde dia 20 de Novembro… ficará resolvido antes da Primavera?

Aceitam-se apostas.

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Tiálogos XX. Tialogando

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Temos esperado que fales, puto. Já sabemos a coisa dos ritmos diferentes e mesmo assim, quando escrevemos sobre o assunto, a tua a mãe e eu, lá recebemos os conselhos (sempre bem intencionados), do costume: cada um tem o seu ritmo, fala quando estiver pronto, vais ver que depois diz tudo.

Não temos grandes stresses sobre o assunto, o que nós temos é muita vontade de te ouvir falar! Não só porque é giro, mas também porque dá imenso jeito.

Agora a coisa começa a compor-se. Já dizes “mamã” e “papá”, esses dois pilares básicos da conversa de qualquer criança e também começaste a dizer “ná”, acompanhado de veemente abano de cabeça, significando, evidentemente, “não” essa peça-chave do arco ogival do discurso de qualquer puto de dois anos.

E o jeito que isso dá! Saber quando não queres qualquer coisa é-nos extremamente útil, nem imaginas. Espero que daqui até a “deixas-me levar o carro?” ainda passe tempo suficiente para todos podermos gozar a tua nova capacidade de comunicação sem conflitos complicados de resolver.

Embora em termos de palavras que nós compreendamos ainda só vamos nestas três e num ou outro “olá”, “água”, “xixi”, enfim, umas assim soltas, em termos da lí­ngua oficial da Tiagolândia, a coisa vai lançada. Raramente te calas e nós raramente compreendemos o que estás a dizer.

“Tá p’tá”, é uma das expressões favoritas, geralmente dita com diferentes entoações enquanto apontas para objectos desenhados nos teus livros favoritos. Desculpa lá não perceber a tua lí­ngua, se houver algum curso rápido em que me possa inscrever, avisa aí­ a malta… manda-me um tá p’tá, que a gente combina.

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Sensei’s Lost Castle: good riddance

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Depois de muita discussão sobre o LBP e a sua dificuldade ou facilidade, venci finalmente o ní­vel que me andava a chatear.

Já agora, uma amostra recolhida ao acaso, na net, sobre este ní­vel:

“The red spinning wheels on the wall move at varying speeds, and you’ll have to quickly let go of them when your sackperson is near the top of the wheel, then leap over (and/or up) to the next one. We won’t lie: the average person may need a few dozen tries before getting to the top — we certainly did!”

Umas quantas dúzias de vezes, dizem estes rapazes… e não se referem í  secção mais difí­cil do ní­vel…

Mas pronto, já está. NEEEEEEEEEEEXT!

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Uma mensagem inútil para os senhores que fazem jogos

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Esta mensagem é inútil porque, como é óbvio, nunca chegará aos ouvidos de quem faz jogos; nem me vou dar ao trabalho de a escrever em inglês.

Mas preciso de libertar as minhas frustrações.

Isto é muito simples: eu não tenho 15 anos, tenho 35. Eu não tenho tempo para perder – horas e horas a fio sem parar -  para jogar até dominar todas as nuances dos vossos jogos.

Eu gosto muito de jogar e de me divertir com jogos e até mesmo (pasmem-se), de comprar bons jogos (em vez de piratear, por exemplo).

Quando me sento em frente í  minha Playstation durante a meia hora que tenho, de vez enquando, durante a semana, quero-me divertir um bocado e não passar meia hora a lutar contra uma coisa que me irrita.

Vou ser claro: o LittleBigPlanet, por exemplo, foi a razão principal para eu comprar uma PS3. Quem diria que teria que esperar mais de um ano para ter o jogo, mas isso é outra conversa.

Agora, que tenho o jogo, sento-me na sala para passar uns ní­veis, apanhar uns goodies e divertir-me. Em vez disso, sou presenteado com um ní­vel subitamente muito mais complicado que todos os que o precederam, sem razão aparente e tudo o que consigo fazer no pouco tempo que posso dedicar-me a jogar é frustrar-me.

Só uma dica: frustração é praticamente o oposto de diversão.

Isto poderia dever-se a falta de jeito da minha parte, mas a verdade é que há muitos anos que jogo; já joguei toda a espécie de jogos, com bastante sucesso e sei distinguir os que são difí­ceis mas um gajo chega lá dos que são tão fáceis que não dão gozo, dos que sao tão obtusamente difí­cieis que apetece dar o jogo e nunca mais pensar nele.

O ní­vel japonês do LBP é assim. Já uma vez meti o jogo na prateleira, irritado, mas ainda assim, resolvi voltar a tentar, ainda agora. O resultado foi que meia hora do meu (pouco), tempo, voou para não mais voltar e meti o jogo na prateleira sem qualquer vontade de o voltar a meter na consola.

Ao princí­pio ainda achei piada a vencer um obstáculo mais complicado, mas depois segue-se outro… e outro…. e outro… e o ní­vel parece nunca mais acabar, com obstáculos que, inevitavelmente, acabam por nos vencer, quanto mais não seja, pelo cansaço. São daqueles de calcular saltos, que têm que ser feitos no momento exacto, na direcção certa, a que se segue outro que tal e outro e outro e em que dezenas de vezes vimos parar cá abaixo quando í­amos a meio… í s vezes, quando já estávamos quase lá em cima. E repete. E repete. E repete outra vez!

E o que mais me irrita é que alguns obstáculos são difí­ceis por falhas no jogo. Sendo um jogo de plataformas a coisa poderia facilmente ser bidimensional, mas como não é, precisava de um sistema fiável de saltar para o fundo ou para a frente nos ní­veis. Esse sistema é, literalmente, uma real bosta. É completamente imprevisí­vel e muitas vezes o boneco salta para onde muito bem lhe apetece, com resultados trágicos.

Depois há os checkpoints que vamos atingindo durante o percurso e aos quais regressamos quando morremos. Podemos voltar a um checkpoint umas quatro ou cinco vezes antes deste esgotar as nossas “vidas” após o que… game over.

Então… e todos os checkpoints anteriores? Não poderiamos simplesmente voltar a um mais atrás? Só isso reduziria brutalmente o factor frustração nos ní­veis mais difí­ceis!

Sei que não sou o único que pensa assim e pergunto-me, honestamente, como é que os tipos da MediaMolecule, tão brilhantes e imaginativos conseguiram ser tão burros com uma feature tão simples.

Já não é a primeira vez que escrevo sobre este assunto, o mesmo surgiu quando andei a jogar GranTurismo4 (que literalmente não me deixa jogar partes enormes do jogo que eu comprei, porque tenho que fazer um idiota de um slalom com um BMW, num tempo quase impossí­vel), e a minha conclusão é sempre a mesma: quando eu pago para ver um filme, não estou í  espera de ter que fazer o pino numa só mão, seguido de flexões de pernas para poder ver a história até ao fim. Igualmente, um jogo deve ser divertido de jogar e oferecer desafio para não ser uma banhada, mas não deve nunca castigar os jogadores com ní­veis completamente imbecis que exigem horas e horas de tentativas para que se possam vencer.

Nem toda a gente tem horas e horas para gastar e assim, a única coisa que acontece é que um jogo, em todos os aspectos brilhante, vai para a prateleira apanhar pó porque os seus criadores decidiram armar-se em parvos.

E se falo do LBP, posso falar do Resistance 2, um dos jogos mais divertidos que meti na consola nos últimos tempos, mas que, a meio, tem um ní­vel com uma porra de umas ameijoas voadoras das quais é preciso fugir, por um percurso pré-estabelecido, enquanto se corre, de costas!

Epá, vão bardamerda! Se até na vida real é difí­cil correr de costas, que dizer de uma porra de um jogo de consola em que não temos qualquer noção fí­sica das coisas.

E assim, sempre que ligo a Playstation, acabo por ir jogar PixelJunk Monsters, um jogo que oferece uma dificuldade do caraças, mas que é possí­vel, puxando pela cabeça, vencer e é assim que cada vez mais me sinto atraí­do pelos Singstars e Buzzes da vida. Aí­, pelo menos, o foco é a diversão.

Enfim, sinto-me muito frustrado com o LittleBigPlanet, um jogo a todos os tí­tulos notável, mas que me irrita quando me devia divertir. Fica para a próxima… a atribuição do tí­tulo de melhor jogo de sempre.

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