Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Batman Arkham Asylum é um jogo que merece destaque, uma review no Macacos e, sem dúvida, um lugar na prateleira de todos os gamers. Este é, sem sombra de dúvida, um dos melhores videojogos dos últimos tempos e praticamente todas as suas características roçam a perfeição daquilo que é possível fazer hoje em dia neste campo.
Joguei a versão PS3 e é a ela que me posso referir, embora creia que as restantes versões sejam em praticamente tudo semelhantes.
Atrevo-me a dizer que tive mais gozo a jogar este jogo do que a ver o Dark Knight que, tendo sem sombra de dúvida, o melhor Joker de todos os tempos não tinha, por exemplo, uma pinga de sangue – o problema do costume dos estúdios americanos de quererem fazer filmes bons e intensos, mas sem palavrões nem sangue, porque tem que ser PG-13. Enfim, disperso-me.
No jogo somos, claro, o Batman e acabámos de capturar o Joker que levamos – uma vez mais – para o Asilo Arkham na ilha homónima. A intro do jogo mostra-nos isto e pouco depois temos controlo do personagem, mesmo que apenas para andar pelos corredores escoltando o demente criminoso até ao interior do asilo.
Muito rapidamente a acção inicia-se, com o Joker a escapar aos guardas e nós a não ter outro remédio senão segui-lo, asilo adentro, naquilo que parece, claramente, uma armadilha cuidadosamente planeada.
A história é simples e não daria um filme, mas funciona e está sólida. A jogabilidade é sensacional e os gráficos muito bons (tenho pena que continue a faltar anti-alias na PS3, algo que não compreendo tendo em conta a capacidade do hardware).
Um grandessíssimo destaque vai para o design do som. O som neste jogo está verdadeiramente épico – envolvente, constante, muito bem contextualizado – todos os sons que esperávamos ouvir estão lá e soam reais e depois há toda uma atmosfera sonora que cola toda a experiência do jogo e o torna na obra prima que é.
Em termos práticos e sucintos jogo tem três modos principais que vão surgindo í medida que avançamos pela história. O primeiro é o modo de exploração em que percorremos os diversos edifícios e túneis da Ilha Arkham em busca da próxima pista, sempre atrás do Joker, pelo caminho vamo-nos deparando com os capangas do dito com que podemos lidar com os outros dois modos: porrada e mau viver, ie, modo de combate ou sacaninha, ou seja, modo “silent predator”.
Se o primeiro modo é comum em jogos na terceira pessoa – andar, correr, saltar, etc. os outros dois são agradáveis surpresas que trazem um prazer e uma jogabilidade que ainda não tinha visto num jogo (certamente não joguei todos os jogos do mundo, claro, mas já joguei alguns).
O combate é simples e mais uma questão de ritmo e reflexos do que de uma lista aborrecida e infindável de combos que só miúdos de 12 anos têm tempo e paciência para aprender e decorar. Vai-se saltando, atacando e bloqueando e quando mais se acerta, mais o Batman se torna eficaz, mais forte, mais rápido. Se conseguirmos manter o ritmo certo de ataques e defesas, a dada altura estamos a fazer flic-flacs pela sala para ir pontapear os queixos de um inimigo de um lado, seguido de um duplo mortal para ir partir a cabeça a outro no canto oposto.
Isto não significa que seja automático – longe disso. Se não estamos bem envolvidos na luta, um dos capangas vai acabar por nos dar com um tubo de aço na mona e acaba-se o flow e os nossos ataques voltam ao normal.
O terceiro modo é, para mim, a melhor parte do jogo.
Acontece em certas salas, geralmente cheias de perigosos assassinos armados e nós – sem armas, claro (excepto os bat-gadgets) – temos que arranjar uma forma de os por KO (o Batman não mata ninguém) sem sermos abatidos com cães… ou… morcegos, neste caso.
E assim vamos andando, pelas sombras, escondidos, silenciosamente. Podemos subir para as gárgulas que enfeitam algumas salas (não sei porque haveriam gárgulas dentro de um edifício, mas aparentemente, o Asilo Arkham, há) e com o grapple vamos balançando de gárgula em gárgula e definido a nossa estratégia para derrotar os capangas.
Aqui o modo de detective é muito útil, pois permite ver através de objectos sólidos e identificar os inimigos facilmente, sem ser visto. A partir daqui temos que ir isolando os inimigos para os derrotar um a um, sem atrair os outros que rapidamente disparam sobre nós, matando-nos, evidentemente – que o Batman não é í prova de bala.
Podemos pendurar-nos de cabeça para baixo e apanhar um gajo, podemos lançar-nos, planando com a bat-cape, aterrando de bota de combate na tola de outro, podemos deixar gel explosivo numa parede e esperar que passe algum incauto, podemos apenas aproximarmo-nos sorrateiramente de um daqueles trolhas e apertar-lhe o pescoço só um bocadinho, para que desmaie.
E logo depois de limparmos cada um deles, temos que voltar para um esconderijo seguro, porque os outros vão vir ver o que se passou.
A certa altura, quando já sobra um ou dois, estão aterrorizados, já disparam ao acaso, í s esquinas e nós lá em cima, sentadinhos numa gárgula, í espera.
Existem ainda as sequências do Scarecrow em que somos transportados para um mundo alucinado graças aos ataques químicos do Dr. Crane. Mais uma vez, Batman Arkham Asylum brilha naquilo que noutros jogos poderia ser uma “mini-jogo” banal. As sequências mudam a lógica do jogo – passamos a ver o Batman de lado em vez de de trás – e temos que correr por um mundo bizarro enquanto tentamos evitar o olhar do demente Espantalho que – na minha opinião – é o personagem mais bem conseguido deste jogo.
Muda a perspectiva, mudam as cores, muda o som, mas mantêm-se os controlos e os gadgets para nos ajudar a superar o desafio e voltar í realidade.
No jogo estão ainda incluídos os famosos “secrets”, mas mais uma vez, feitos de uma forma integrada: tratam-se de desafios do Riddler que temos que ir resolvendo. Uns envolvem encontrar troféus, outros, resolver enigmas. Navegar o mundo do jogo em busca destes “extras” dá tanto gozo que depois de terminar a história não parei enquanto não os resolvi todos – e o jogo deixa-nos continuar a jogar ad nauseaum.
Costumo dizer que quero jogar jogos para me sentir o maior – um herói. Quero jogar porque é uma fantasia onde posso conduzir Lamborghinis a 300 í hora, posso matar velhinhas a tiro de 12-gauge porque é a fingir, posso voar, saltar, trepar a prédios, ganhar combates contra 20 gajos, levar tiros e não morrer.
Mas são raros os jogos que nos fazem sentir como super-heróis – na maioria dos casos os jogos fazem-nos sentir como tipos comuns que por acaso estão numa situação incrível e acabam por se safar. Safar. E não dominar completamente.
Em Batman Arkham Asylum o jogador é um dos maiores super-heróis de sempre. E isso nota-se. Quando os inimigos se começam a borrar todos de medo quando percebem que eu venho aí… então sim, I’m having fun!
Isso da falta de AA na PS3 é natural e é meramente fruto da falta de VRam da máquina e do chip que tem. O chip gráfico da PS3 é baseado na arquitectura G70 da Nvidia (aka GeForce 7900) que já em si nunca foi tão forte em AA como o é em outros campos como efeitos de luz por exemplo mas juntas a isso o facto de ter apenas 256mb de video ram e tens a desculpa perfeita para ser difícil colocar anti-alias (uma técnica que requer muito vram) na maquina.
Mas deixando de lado o discurso geek é um fdp de um jogão. Ainda só tive oportunidade de jogar a demo mas já está na minha lista de jogos a arranjar e se não fossem o Forza 3, AC2 e afins andarem a roubar o orçamento já o tinha açambarcado.
Não sabia isso mas tinha ideia que o Cell ajudava nisso, pelos vistos não.
Acho que a ideia era meter o Cell a fazer processamento gráfico mas ou não conseguiram prepara-lo a tempo ou não conseguiram coloca-lo com performance suficiente por isso meteram lá o RSX (a tal grafica nvidia). O Cell provavelmente pode ajudar mas isso é mais trabalho para os developers.
Trabalhem developers, trabalhem! :-)
e por falar em Lamborghinis. ja viste o novo documentário do Clarkson?! oh yeah!
cumps
Ainda não! Como se chama?
é o Duel.
ora, tenho de comprar isto!