Fado Positivo

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

O Gus mandou-me hoje um link de um daqueles blogs que foi directo para a minha lista de leitura, mesmo sem precisar de o ler a fundo. Só a ideia bastou.

Aqui há uns tempos pus-me a escrever posts para dizer bem de Portugal e escrevi umas coisas, mas nada de profundo. Felizmente, existe o Miguel Carvalho, do Fado Positivo, capaz de cavar mais fundo e mostrar razões pelas quais realmente vale a pena viver no nosso paí­s.

Ao deitar uma vista de olhos rápida pelo blog, a primeira coisa que me ocorreu foi: mas porque é que eu não vi isto nas manchetes? Porque andam os jornais a publicar a trampa que imprimem nas primeiras páginas em vez disto?

Fiquei a saber que o nosso desemprego é metade do Espanhol e contraria a tendência da UE (aposto que Jerónimo de Sousa culpa o Governo), que Lisboa é a capital mais segura da Europa (aposto que Paulo Portas culpa o Governo), que as vendas e remunerações no retalho estão a subir, que o preço de um crédito a habitação nunca esteve tão baixo, etc., etc.

Onde andam estas notí­cias? Onde param estas manchetes?

Suponho que “Sócrates responsável por diminuição do desemprego”, “PS acusado de melhorar poder de compra” ou “Governo alegadamente promove indústria Portuguesa aumentando o seu volume de encomendas” não sejam tí­tulos interessantes.

Toca toda a gente a subscrever o blog Fado Positivo e a cultivar algum optimismo. Para múmias pessimistas, já basta o PSD.

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11 comentários a “Fado Positivo”

  1. Acho que é positivo destacar o que de bom se faz em Portugal, e como Portugal não é assim tão mau quanto isso.
    Ao ler este teu post, pensei… ok, aqui está um blog que tem vindo a acompanhar o que de bom se faz em Portugal, desde há muito tempo, o que me parece muito interessante e merecedor de destaque.
    Mas depois de consultar o dito cujo, verifico que o blog só existe há cerca de 2 meses… e portanto as intenções do mesmo parecem-me óbvias.

    • Só porque um blog é recente e se aproximam eleições é imediatamente um blog de propaganda?

      E mesmo que seja… não estamos fartos de propaganda negativa? Se os dados são fidedignos e as informações verdadeiras, devemos repudiá-las porque além de positivas têm intenções eleitoralistas?

      Se for tudo mentira… é mau. Se for verdade, qual é o mal?

      • Acho que devemos sempre destacar o que de positivo o nosso paí­s consegue… doa a quem doer. Seja crédito desta ou daquela pessoa, desde ou daquele governo, deste ou daquele partido.
        Isso é extremamente positivo, e os nossos media não levam isso em conta… ou não levam muito.
        Mas como te disse, esta iniciativa teria muito mais credibilidade, se fosse uma iniciativa com mais tempo de duração, e não centrado exclusivamente nos dois últimos meses.

        • Vamos esperar para ver se dura, ou se acaba após as eleições.

        • Sérgio Lopes says:

          Insisto no que o Pedro disse: Que mal tem – independentemente da proximidade de eleições – de se dizer o que de bem se passa neste paí­s? São factos, não são propaganda politica. Mesmo que se diga o que de bom se faz e fez neste paí­s (só me ocorre Sócrates) para explicar ao paí­s que tivemos a melhor governação desde o 25 de Abril e que corremos o risco que uma tal dita de “Politica de Verdade” chegue ao poder, suspendendo a democracia? É importante que se ajude o paí­s a escolher em quem votar, mostrando o que de bom foi feito (e os “frutos” que ainda vamos colher futuramente desta governação).

          • E estás a dizer isso de um governo que durante 4 anos foi aquele que mais investiu em marketing e publicidade daquilo que fazia e prometia?
            É preciso lembrar o célebre episódio dos Magalhães numa escola a norte?
            Pronto… é um bom blog porque dá destaque a coisas positivas, pronto.
            Isso é sempre bom.
            Ponto final.

  2. “Onde andam estas notí­cias? Onde param estas manchetes?”

    Todos nós sabemos que as más notí­cias e os escândalos vendem melhor que boas notí­cias, por paradoxal que possa parecer í  primeira vista. ;)

    • Sim, nós sabemos isso… mas será que isso é assim porque os leitores assim o desejam, ou porque os jornais cultivam essa ideia?

      • Creio que li algures nas interwebs (infelizmente não consegui encontrar um link) que a nossa mente tende a assimilar mais eventos negativos do que positivos, o que estaria relacionado com uma certa vantagem evolutiva (evitar situações potencialmente perigosas).

        A meu ver, os jornais simplesmente aproveitam-se desta tendência para vender mais e exploram-na ao máximo. Portanto, o que disseste é uma falsa dicotomia: ambas as proposições são verdadeiras.

  3. cristina says:

    Lá está o que dizia há sei lá quantos meses atrás neste mesmo blog. O link já está adicionado nos meus favoritos também. Obrigado Pedro.
    O facto de eu viver fora de Portugal há tantos anos fez-me relativizar as coisas: se por um lado sou mais exigente e apanho grandes desgostos com a cretinice nacional, por outro lado também consigo fazer comparações pela positiva. E continuo a insistir: vocês sabem lá as chatices de viver em paí­ses que se dizem civilizados mas onde uma pessoa nem consegue carregar um telemóvel pelo multibanco…

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