Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Há cerca de três semanas atrás, o SAPO entregou-me um HTC Magic, a pedido do projecto em que estou a trabalhar actualmente. Não tinha qualquer experiência com ‘smartphones’ e precisava de desenhar para vários, pelo que simplesmente olhar para um iPhone ou um Magic emprestados por uns minutos não era suficiente.
O Magic vem na sua caixinha preta com uma bolsinha maricas, um carregador AC (com terminal mini-USB), um cabo USB, a bateria e o manual.
Tal como Fernando Pessoa disse da Coca-cola, o Magic primeiro estranha-se e depois entranha-se. Ou devo dizer o mesmo de qualquer device do género? Provavelmente, devia, mas a minha primeira experiência foi mesmo com este.
Chamamos-lhe Android, mais do que HTC Magic porque o que está no centro deste smartphone é o sistema operativo do Google. Para quem não está interessado em ler muito mais, adianto já um veredicto que é o que tenho dito a quem pergunta: não, não é um iPhone, mas se nunca mexeram nem nunca tiveram um aparelho deste género, vão achar muito bom; se já mexeram num iPhone é possível que fiquem levemente desiludidos, mas não pensem que é como da noite para o dia. Não é.
O Android é bastante bom e se tem uma grande falha em relação ao iPhone é a sensação de falta de polimento que a Apple é exímia a eliminar. No iPhone temos a ideia que tudo aquilo é uno, que tudo é bonito, feito por unicórnios cor de rosa em salas decoradas com paz e amor onde o almoço é arco-íris e camisolas de gola alta ficam bem a toda a gente.
No Android temos mais a sensação que muita coisa foi feita na sala ao lado da dos unicórnios, por pequenos duendes com a barba por fazer e problemas de pele que mantêm em segredo das namoradas mas que apesar de tudo se esforçaram bastante por fazer um bom trabalho.
Em ambos os sistemas suponho que hajam aplicações que parecem ter sido feitas por tricéfalos vesgos que acham que um martelo é uma excelente ferramenta de precisão.
Mas disperso-me.
O Android é composto de duas áreas principais: o desktop ou home screen e o menu de aplicações.
O primeiro tem três ecrãs onde podemos colocar o que quisermos, desde shortcuts para aplicações, contactos, acções rápidas, até widgets com diversas funções. O segundo é um menu com todas as aplicações instaladas no telefone.
O home screen vem vazio excepto por quatro icons e um relógio. Os icons são shortcuts para o dialer, contactos, browser e google maps e o relógio é analógico, feio e despropositado num aparelho desta natureza e acho que apenas foi colocado ali para servir de exercício í funcionalidade de remover widgets.
Desde logo se percebe que a grande vantagem deste sistema é a integração com o Google. Percebe-se, porque temos o Google maps como um dos quatro shortcuts iniciais e um pouco de exploração mostra que o GMail está ali facilmente configurável e o mesmo se passa com o Google Calendar e Address Book.
Infelizmente, a Apple não gosta muito que os seus utilizadores sincronizem os seus Macs com outros serviços que não o Mobile Me, pelo que por o Address Book e iCal a sincronizar com os serviços correspondentes no Google foi uma dor de cabeça.
Consegui, mas não foi bonito de se ver.
Depois da integração com o Google vem o Market, que é onde podemos adquirir aplicações novas. Infelizmente não se consegue comprar aplicações em Portugal (ou pelo menos não na TMN), pelo que estamos limitados í s grátis. Mesmo assim “limitados” se calhar não é a palavra certa, já que há centenas de aplicações grátis no Market.
Existem aplicações para tudo e mais alguma coisa, inclusivamente algumas que são versões de aplicações que também existem para iPhone, como a primeira que instalei: Lightsaber, claro.
Em termos de funcionalidades de hardware, o Magic tem – obviamente – 3G; tem Wi-fi e tem GPS e bússola. Tem um touchscreen que não é multitouch mas que responde bem e tem uma imagem porreira. Tem uma máquina fotográfica que, sinceramente, não acho muito boa – tira fotos muito esbatidas e é extremamente lenta tanto a arrancar como a disparar.
Não tenho aqui a caixa para saber os detalhes, como a resolução, o processador e etc, mas isso também interessa pouco – acho eu. É mais a experiência do que os números, que cativa o pessoal.
Este gadget não tem teclado físico. Algumas pessoas já me perguntaram como se acedia ao dito, porque estão a pensar nos primeiros modelos de Google Phone que viram, mas o Magic usa um teclado virtual.
Dito isto, o teclado tem sido o principal obstáculo para mim, neste ‘telefone’. Embora funcione muito melhor usando os dois polegares com o écrã na horizontal, não deixa de ser uma dor de cabeça escrever um simples SMS. No entanto, o problema não é do teclado de todo, mas sim da ausência de um dicionário Português.
Escrever em Inglês é rápido e eficaz, porque o dicionário funciona muito bem e é raro um texto ter um único erro, no fim. Mas sem dicionário em Português, mesmo depois de 3 semanas a adicionar palavras, é complicado escrever umas linhas sem vários erros.
Um problema que o teclado tem efectivamente e que é independente da existência de dicionário, é a colocação da tecla de backspace imediatamente acima da de enter. Sei que é a posição delas na maioria dos telcados, mas com teclas tão pequenas teria sido boa ideia separá-las de alguma forma.
Finalmente, o Android tem um sistema de multitasking em que podemos ter várias aplicações a correr (não tenho a certeza que seja o caso no iPhone), o que é bom e mau ao mesmo tempo. A maioria das aplicações não tem uma opção “quit” e o Android não tem um task manager (embora tenha um task switcher, uma espécie de cmd-tab).
Nem vale a pena falar das vantagens do multitasking, basta olharem para os vossos computadores, mas ao mesmo tempo í s vezes queremos fechar aplicações por qualquer razão e não o poder fazer nativamente é bizarro, de início.
A situação mais comum é correr um cliente de uma aplicação de internet qualquer e passar o resto do dia a receber updates – que consomem tráfego – porque não temos como fechar a aplicação. Felizmente existem soluções para isto e basta ir ao Market buscar o TasKiller para se poder pelo menos ter a opção de, limpar as apps que estão a correr de vez em quando.
Dito isto, nunca tive problemas de memória e com o tempo já me habituei que as aplicações ficam simplesmente ali até o Android decidir que precisa de correr outra no seu lugar (se é que o faz, sinceramente não percebo como funciona a gestão – mas funciona).
Quanto í bateria… nem sei, ponho-o a carregar sempre que posso. Duvido que dure 24 horas.
Esta review é menos estruturada do que contava fazer, mas sinceramente, era isto ou nada, porque ando com pouco tempo e menos paciência. O melhor mesmo, é deixarem perguntas nos comentários – se as tiverem – que eu tento responder.
kthxbai!
Não é a melhor das reviews, pois denota falta de conhecimento no sistema android, mas como dizes no fim, não tens tempo para mais. É melhor isto que nada.
Para te dar uma ajuda, vê estes vídeos, se tiveres tempo e paciência.
http://www.youtube.com/profile?user=androiddevelopers&view=videos
O video que fala do ciclo de vida das apps no android é este:
http://www.youtube.com/watch?v=fL6gSd4ugSI&feature=channel_page
É bastante simples o método de funcionamento.
Aconselho-te também a veres o que é ter acesso ROOT ao telefone e também o que é colocar ROM’s. Porque nelas está incluído dicionários, multitouch, backup total do telefone, entre outras pequenas maravilhas.
Em suma, é um telefone para Geek’s, para pessoal que gosta de personalizar o seu telefone e estar sempre com as ultimas novidades, que gosta de resolver os principais BUG’s em menos de 24H e não desesperar que uma empresa esteja 6 meses a um ano a lançar novas funcionalidade e correcções. Digamos que é um estilo de vida e não apenas usar um “telefone” inteligente.
O iPhone é o passado e presente, o Android é o futuro e disso não temos ( utilizadores de android ) a menor duvida.
Eu acho que o grande problema é que ninguém quer saber disso para nada: roms e root e o diabo. As pessoas estão-se marimbando para isso – aliás, *não* querem isso nos seus devices, querem simplicidade, fiablidade e uma boa experiência de utilização.
A minha review é para essas pessoas e não para quem sabe exactamente como o Android gere memória – eu não sei e mais: não quero saber.
Acho que aparecerão reviews melhores para esse público, a minha é para o resto das pessoas.
pois não querem saber não :D
Só como post informativo:
A Apple definiu que os softwares vendidos no AppleStore não podem funcionar em background(ao contrario do, por exemplo, ipod app). No entanto, o iphone permite isso.
Exemplos:
– usar o backgrounder (instalado através do cydia)
– num pwnd iphone acedemos por ssh onde percebemos que se trata de um linux, logo multitask :D e executar :
My iPhone :~ mobile$ ls &
[1] 1039
My iPhone:~ mobile$ Applications/ Documents/ Library/ Media/
Boas PF, sabes-me dizer como se pode instalar dicionário em português? Já tive oportunidade de experimentar o telemóvel (mesmo que por uns minutos numa loja) e tudo me pareceu perfeito (touchscreen com a sensibilidade ideal, criação de atalhos, ambiente com 3 “ecrans”, ter uma trackball que evita o uso constante do screen, etc.) excepto o facto de ter de andar a introduzir palavra a palavra no dicionário. Vi que falaste em algo de aceder ao ROOT e colocar ROM’s. Podes-me esclarecer um bocado acerca disso pf? Gracias
Já agora, para alguém que tenha este terminal, podem dizer alguma coisa acerca da autonomia da bateria (o que vem em catálogo é sempre bonito demais para ser verdade)?
Dicionário português para Android, não há. E sim, é uma seca.
A minha bateria é carregada todos os dias, caso contrário ao fim de cerca de 24 horas está nas últimas.
Quanto ao resto, deixo a resposta para quem sabe sobre isso.
Pedro Couto e Santos, menos verdade!
O dicionário existe na ROM JACHeroski 2.7.4r2 Port *32A only* *+Super Optimized Rosie* e na ROM do Cyanogen 3.9.9.1 32a . Podes encontrar ambas no XDA Developers.
Já existe uma outra ROM com quase tudo em Português, mas ainda está um pouco mal concebida.
Em breve vai sair um telefone, pela TMN, que vai com o software já em Português. Para breve também estará disponível a versão Donut do Android.
Em suma, tudo caminha para o melhoramento de um sistema que tem apenas um ano, mas é promissor.
Não querendo fazer publicidade, vai a http://www.androidpt.com e encontras o que procuras.
Olá a todos, eu tambem comprei um HTC Magic, por isso e como devem calcular gostei dos vossos comentários e ajudas. O meu está bloqueado í Vodafone, continuo por isso sem ter a certeza de que posso actualizar a ROM acima indicada pelo Pedro assim como o update para instalar o sense UI igual ao usado pelo HTC Hero.
Obrigado e não deixem este forum acabar, vejo que a última entrada foi em Agosto o que não me parece ser bom sinal… ou já todos trocaram de telemóvel ou então isto do HTC é mesmo um caso perdido, também não lembra a ninguém por í venda um Telemóvel em Portugal sem diccionário em português! enfim mais uma bizzaria desta nossa terrinha.
antonio f.
De facto, aqui estamos ainda sem dicionário em Português. Conheço pessoas com Android 1.6 e mesmo 2.0 e com Sense UI, mas nada disso é oficial. Eu continuo pacientemente í espera dos upgrades e do dicionário, mas sinceramente já com pouca esperança.
À primeira oportunidade, compro um iPhone.
Pois o iPhone neste momento é também a minha ideia, comprei o HTC Magic há 8 dias e por isso ainda posso trocá-lo, acho que é o que vou fazer amanhã, a Vodafone só tem o 3GS-32GB, achei caro e por isso hoje não me decidi, mas acho que amanha vou lá e passo o contracto best para o contracto iPhone com vinculação de 24 meses, desta forma custa “só” 409 euros.
No entanto fui ao androidpt.com e instalei uma aplicação que eles lá têm, o AnySoftKeyboard, aquilo funciona, quer dizer passamos a ter um teclado diferente do original e com dicionário em português (entre outros), o que me parece é que o sistema operativo fica ligeiramente mais lento, mas pode ser do facto de eu ter muitas aplicações abertas.
obrigado pela respota.
antonio
boas amigo, o meu telem htc magic vem com o softwer em ingles, e gostava k me dissesses como posso passa lo para portugues.!! outra coisa, ele estava ligado a rede vodafone entretanto um amigo a kem o comprei desblokeou o! isso podera ser um obstaculo para o passar para portugues?? ja tentei faze-lo atravez dum site na net mas nao consigo, diz me k o softwere nao é op indicado p o meu htc.
obrigado pela atençao
Com a ROM que é distribuída em Portugal pelas operadoras, não existe língua portuguesa, portanto a solução é mesmo mudar a ROM. No entanto esta operação pode “destruir” o telemóvel e apenas é aconselhada a quem tenha experiência com este tipo de operações.
Pronto,
Lá tenho de intervir. LOL
Aqui tens a solução: http://androidpt.com/index.php?option=com_content&view=article&id=80:sabia-que-hoje-e-uma-surpresa&catid=7:android&Itemid=10
O kim mandou a resposta por mail para mim, mas creio que o objectivo dele era responder ao comentário do PF, portanto aqui vai:
ola amigo, obrigado pela força, mas nao consigo , o primeiro video nao abre, e o segundo nao consigo perceber nada é mt rapido…no fundo segundo me informei o k tenho k fazer é mudar a rom, é isso nao é? para poder ter o menu em portugues?
htc magic 32A, este é o meu telem
obrigado na mesma
bom domingo
Procura no Market por MoreLocale 2. Após instalada, é correr e seleccionar a linguagem PT.
O SQ10, apenas explica esse processo.
amigo o k é o market!!!!! pediu me k procurasse aí, mas nao sei o k é isso!!
ob
Vem com o teu telefone. Abre as aplicações e procura o icon do saco de compras verde.