A minha bússola polí­tica aponta sempre para o mesmo sí­tio

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Já fiz este teste algumas vezes e o resultado é sempre muito parecido. Parece que mesmo com o passar dos anos, as minhas ideias polí­ticas mantêm-se.

bússola polí­tica

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Artigo no Outlook

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

O Outlook, suplemento do Diário Económico Weekend, traz hoje um artigo que assinala o décimo aniversário do Blogger. Para o escrever, o jornalista António Sarmento falou com alguns bloggers e usou essas conversas como ponto de partida para falar sobre blogs e as pessoas que os escrevem.

Eu estou lá, no iní­cio do texto, acompanhado de foto e tudo, mesmo ali ao pé da esplanada do Valentinos e gabo a capacidade da fotógrafa Paula Nunes  de me tirar uma foto em que não pareço um robot totalmente desprovido de emoções, já que esta é a minha pose número um quando estou em frente a uma câmara.

O artigo fala ainda da Ana Garcia Martins, popular autora d’A Pipoca mais doce e com o José Reis Santos, editor do Simplex. Está nas bancas hoje.

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Porque votava nulo

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

O Pedro Timóteo perguntou, nos comentários do meu post sobre o Sócrates e as eleições, porque votara eu nulo ou branco durante os últimos anos e eu comecei a responder-lhe, mas o comentário ia tão extenso que decidi promovê-lo a post.

Aqui vai:

A minha motivação para começar a votar nulo foi o estaladão da realidade, sob a forma não só de um IRC absolutamente absurdo para a minha micro-empresa de 4 pessoas, como também dessa magní­fica invenção o pagamento por conta e havendo maneira de não pagar este por evidente falta de fundos (tipo, dinheiro para pagar salários e rendas e contas), o pagamento ‘especial’ por conta ao qual não se pode escapar.

Quando tudo apontava para um futuro brilhante – estando a minha empresa a safar-se bem, mesmo apesar do fim da .com bubble – fui confrontado com esta realidade e senti uma raiva indescrití­vel. Um pouco contra mim mesmo, por ser novo e não saber o suficiente para evitar perder metade do dinheiro que tinha tão arduamente ganho no ano anterior (o que, em Portugal acho que implica ser aldrabão e fugir ao fisco, quem me manda ser honesto?) e muito contra o Estado, contra a maneira como as coisas se fazem, contra a frieza de um sistema que não distingue quatro jovens a tentar fazer pela vida de 10 ou 20 magnatas a dirigir impérios económicos.

Passei a votar em branco porque acredito na Democracia e por isso, para mim, não votar não era opção e os meus votos inúteis eram uma forma de expressar a minha raiva e desilusão por, basicamente, ter visto a resposta a “o que queres fazer quando fores grande”, esmagada assim de um só golpe.

Não sei quem:

a) acabou com o regime especial de micro empresas que permitia que estas pagassem significativamente menos IRC que as outras;

b) estabeleceu uma taxa de IRC perto dos 40%;

c) inventou uma coisa fantástica chamada “derrama” que é um pagamento de mais 2 ou 3 pontos percentuais em cima do IRC e que vai para a Autarquia onde a empresa tem sede;

d) decidiu que o IRC pago sobre os lucros das empresas independentemente deste ser re-investido (só um ano depois é que este investimento tem impacto e entretanto, onde está o dinheiro para manter a empresa a funcionar?);

e) inventou o pagamento por conta, uma medida tí­pica de fazer pagar o justo pelo pecador – como muita gente foge ao fisco, obriga-se toda a gente a pagar pré-impostos sobre um valor de lucro que o Estado imagina que a empresa vai fazer (depois se não fizer, logo se devolve o dinheiro, mas até lá… está do outro lado);

f) inventou o pagamento especial por conta, porque o anterior podia ser “perdoado”, mediante um pedido especial por, basicamente, a empresa estar í  rasca; este, o especial, é obrigatório e se a empresa apresentar prejuí­zo pode reaver o pagamento… mediante processo burocrático complicado e submetendo-se a uma inspecção fiscal – isto é, somos castigados e tratados com desconfiança por requerermos que o Estado nos devolva dinheiro que nos pertence;

g) implementou, em Portugal, o IVA e a sua forma de pagamento completamente absurda em que as empresas são obrigadas a entregar ao Estado o valor de IVA que eventualmente irão receber e não que já receberam, visto que este imposto é cobrado sobre facturas emitidas e não sobre pagamentos efectivamente recebidos o que faz com que muitas empresas tenham que pagar o IVA do seu bolso (ficando coisas como subsí­dios de férias e mesmo salários ou pagamentos a fornecedores em atraso), uma vez que os prazos de pagamento entre empresas é absurdo (60, 90, 180 dias…).

Quando percebi todas estas coisas, tarde demais, senti-me num sistema feudal. Incapaz e impotente contra o Senhor. Obrigado a pagar para trabalhar, a pagar para fazer negócio nas Suas terras, a pagar para simplesmente ter sede em determinado Ducado.

Não sabia quem tinha feito nada disto, quem tinha feito estas leis – pareceu-me que tudo isto só podia ser produto de todos os partidos, uns por terem feito, outros por terem deixado de fazer. E portanto… deixei de votar em qualquer deles.

Ingenuidade? Certamente. Mas tinha 25 anos na altura, o que se podia esperar? Foi falta de jeito minha e pus-me mesmo a jeito para levar a mocada. Mas para mim, tudo o que disse acima continua válido; a mocada é grande demais.

Acrescento que a questão do IVA é de tal maneira imbecil que quase me faz duvidar da minha decisão de votar no PS. Segundo o movimento cí­vico “IVA com recibo“, sobre a discussão em plenário da sua proposta, em Julho passado:

Todos os grupos parlamentares da oposição estão assim dispostos a trabalhar para uma alteração da lei existente. Apenas o PS, cujo governo tem maioria parlamentar, afirma através do seu deputado Vitor Baptista:, «Para além de o IVA não ser uma razão dos problema que as PME atravessam, é uma pura demagogia polí­tica», afirmou. Aquando do encontro em 21 de Maio com o Movimento, já o deputado do PS dissera que «as empresas deveriam procurar vender apenas para aquelas que pagam atempadamente»

Este deputado não pode estar a falar a sério: ou é ignorante ou está a cumprir agenda. Dzer que o IVA não é problema para as PME é mau e nem é preciso pensar muito: Se eu arranjar um cliente em Janeiro e efectuar o trabalho durante esse mês, passando uma factura de 50 mil euros, tenho que cobrar ainda 10 mil euros de IVA, num total de 60 mil; chegado, creio, a 15 de Maio, tenho que ter entregue ao Estado os 10 mil euros. Imaginemos que o cliente ainda não me pagou, nem pretende pagar tão cedo. Que eu tenho uma empresa de 5 pessoas, todas as quais estiveram envolvidas no projecto porque um trabalho de 50 mil euros assim o exige e mesmo que tenha surgido mais um ou dois clientes neste perí­odo, dificilmente os projectos estarão concluí­dos ou sequer pagos (com sorte, facturados, o que significa mais IVA). Eu chego ao fim do primeiro trimestre, sem ter recebido um tostão dos meus clientes – não é invulgar – mas tendo que entregar 10 ou mais mil euros ao Estado.

De onde vem esse dinheiro? Talvez dos salários que os meus funcionários não vão poder receber.

Em segundo lugar, sugerir que as empresas apenas trabalhem para clientes que pagam atempadamente é completamente absurdo! O que é suposto uma pequena empresa fazer? Adivinhar? Pagar a uma consultora para investigar o cliente de antemão? Desistir de um trabalho que pode viabilizar a empresa por 3 ou 4 meses só porque o pagamento em vez de chegar amanhã, chega em Outubro? É de facto, um fartar de rir… e depois admiram-se de eu votar nulo.

O Estado devia proteger as empresas mais pequenas, geralmente são locais, captam pequenos grupos de pessoas e dão-lhes emprego; quando as empresas lidam em negócios de novas tecnologias devem ser ainda mais cuidadas. Não falo em protecção activa do Estado, não acredito em subsí­dios e ajudas directas mas é tão simples como:

  • Criar regimes especiais para micro empresas ou empresas muito recentes; uma carência de 5 anos ou um valor crescente ao longo de um perí­odo idêntico era uma grande ajuda – cinco anos não é muito para o Estado, mas para um grupo de pessoas a tentar montar um negócio pode significar a diferença entre ser ignorante e já ter aprendido umas coisas sobre como melhor a gerir
  • Acabar completamente com os pagamentos por conta e especiais por conta para este tipo de empresas. Tais pagamentos não passam de um castigo – apliquem-no a empresas que chegam ao fim do primeiro trimestre com milhões de lucros… não a empresas que chegam ao fim do ano sem saber o que são subsí­dios de natal e férias, seguros de saúde ou complementos de refeição
  • Alterar a forma de pagamento do IVA. Este imposto deve ser sobre o recibo e não sobre a factura; este assunto então é crasso: qualquer ser humano com um mí­nimo de capacidade cerebral compreende isto, portanto o Governo e os Deputados compreendem isto – negam-se a implementá-lo porque sabem que provavelmente receberiam muito menos IVA, tendo em conta a vergonha que são os atrasos de pagamentos entre empresas. É daquelas situações tí­picas que faz apetecer deixar de votar: estão claramente a gozar com a nossa cara quando dizem que a medida não é viável.
  • Montar um sistema de acompanhamento das empresas que não as torne anónimas aos olhos do Estado. O Estado não sabe quem trabalha nas empresas, não sabe o que elas fazem e trata-as todas por igual, quando umas são claramente diferentes. Uma pequena empresa de ar-condicionado não é igual a uma pequena empresa de investigação cientí­fica. A primeira se calhar tem grande volume de negócio, especialmente no Verão, mas pode sofrer mais com desequilí­brios na economia, a outra tem muito mais dificuldade em fazer dinheiro porque não tem um produto de médio/grande consumo, mas uma vez bem financiada pode manter-se mais estável. Aos olhos do Estado, ambas são iguais.

Já lá vão mais de seis anos que não me meto nisto. A empresa existe ainda – nem sei bem como – e a Dee trabalha para a manter e todos os anos ficamos í  rasca com o pagamento especial por conta porque temos muito pouca actividade e pouco volume de negócios mas continuamos a ter que entregar esta dádiva feudal, sem falha.

Como já não ando nisto há muito tempo, corrijam-me se algo do que está acima está incorrecto, mas porra… que vontade de não votar em ninguém que eu tenho!

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A Bo I’ta

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

A Mona Lisa, a sua nova predilecção.

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Fui í  Luz ver futebol e rebentou um concerto de apito

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Nos últimos dois anos tenho andado um bocado arredado de ver futebol. Em parte porque prefiro passar o tempo com o Tiago, em parte porque me recuso a pagar para ter SportTv.

Mas sei que o Benfica andava a jogar mal.

Este ano acompanhei a pré-época que já toda a gente sabe que foi excelente e gostei muito. Devo sublinhar no entanto que eu não acho que o Jorge Jesus seja o maior e não ando para aí­ numa de “agora é que é”. A única coisa que sei é que gostei de ver os jogos da pré-época; não foram uma seca, como de costume e tiveram até momentos que me fizeram lembrar porque gosto de futebol.

Foi muito por termos gostado de ver a equipa jogar que o Artur sugeriu que voltássemos í  Luz este ano, como já não fazí­amos há algum tempo. E fomos, oito de nós, depois de bifanas, caracóis e imperiais.

E divertimo-nos í  brava, é verdade. Mas…

Bom, sejamos francos: o Benfica não jogou muito bem; certamente não tão bem como na pré-época. Mas coloquemos isso de parte, por um momento e sejamos absolutamente pragmáticos.

Mais de 54 mil pessoas pagaram o seu bilhete para estarem naquele estádio hoje a ver um jogo de futebol mas a sensação com que ficámos foi que não se chegou a ver cinco minutos de jogo corrido.

O rapazito do apito interrompeu o jogo dezenas atrás de dezenas de vezes. E isto não é de agora, sabemo-lo bem. Mesmo que não falemos de beneficiados ou de paranóias de corrupção e afins de uma coisa podemos falar com alguma certeza: estes árbitros dão completamente cabo dos jogos de futebol.

Não há jogada que não seja interrompida. Esta noite vi faltas assinaladas que só mesmo um árbitro português assinalaria e tudo por – aparentemente – um desejo de se agarrarem a uma certa autoridade que o portuga tanto gosta.

O “representante da autoridade”, como muitos polí­cias gostam de se intitular é uma figura amada da mentalidade Nacional; é o velho “quem manda aqui sou eu”, como cantava o J.M.Branco e quem manda é que… bom, manda.

Já conheci pessoas assim um pouco por todo o lado, em empresas nomeadamente. De vez em quando lá preciso atirar um “quem manda sou eu!”, ou, no caso do árbitro, nada como apitar constantemente, nada como marcar faltas de caca, nada como impedir os jogadores de por a bola em jogo “porque eu ainda não apitei”.

Pronto, tendo dito isto posso entrar em modo Benfiquista.

Meteu-me, como me mete há muitos anos, nojo o Marí­timo. Bom, não é o Marí­timo que me mete nojo há muitos anos, mas equipas como eles. Equipas que não jogam. O Marí­timo mal passou do meio campo 3 ou 4 vezes. Teve 25% da posse de bola, apenas. E passaram 90 minutos a atirar-se para o chão (e o rapaz do apito, lá apitava).

Isto já não é novidade para ninguém e certamente que adeptos de outros clubes de topo da tabela sentem o mesmo: estes gajos vieram para empatar. E se no sofá um gajo percebe isto, no estádio é exasperante!

Durante hora e meia estivemos ali sentados a ver a defesa do Benfica a jogar a meio campo, a passar a bola para os lados, a tentar arranjar um espaço para jogar ou uma forma de desmarcar alguém porque pela frente tinham os onze jogadores do Marí­timo sem qualquer intenção de disputar a bola, correr ou atacar.

O guarda redes, a cada oportunidade, demorava mais uns segundos a repor a bola. Qualquer jogador que podia, atirava-se para o chão. E muitos dos que se atiravam para o chão fingiam lesões graví­ssimas que passavam assim que eram retirados de campo.

E não bastando tudo isto, o cabrão do guarda-redes do Marí­timo defendeu quatro golos certos, um deles um penalty do Cardozo que mais valia ter ficado em casa hoje.

Em contrapartida, juntou-se a famí­lia para comer e beber e ver a bola e gritar impropérios indescrití­veis (creio que enriqueci amplamente o vocabulário de uma criança de oito anos que estava sentada í  minha frente), e, pelo menos uma vez, gritar golo do Benfica!

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A minha bússola polí­tica aponta sempre para o mesmo sí­tio

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