Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Hoje acabei por dormir um bocado desde as 5 da manhã, de casaco vestido, tapado com um edredão no segundo quarto. A Dee ficou com o Tiago no quarto principal e ainda apanhou umas estaladas durante a noite.
Acordei por volta das nove e meia e eles já estavam os dois na piscina. Decidi que era a minha oportunidade para comer um pequeno almoço mais substancial, sentado no alpendre, como gosto de fazer quando vou para ali passar uns dias.
Uma grande chávena de nescafé (há alturas em que me apetece mesmo uma grande chávena de café, em vez de uma bica), uma grande torrada de pão alentejano, um ovo estrelado, umas tiras de bacon. É uma tradição que tenho comigo mesmo e sempre um momento alto destes dias.
O resto do dia foi passado novamente í beira da piscina a apanhar Sol, que esteve particularmente forte. O Tiago foi lentamente aventurando-se mais até que a meio da tarde já andava a flutuar sozinho agarrado a um tubo de espuma que os meus sogros tinham para lá e que flutuam vigorosamente.
O problema é mesmo que aquele corpinho sem uma grama de gordura para amostra fica muito frio, muito depressa e lá começa o Tiago a bater o dente.
Fomos gerindo a brincadeira, entre a água e uns minutos ao Sol para aquecer e acabou por ser mais um dia bem passado. Descansado, não diria, mas divertido, sim.
A certa altura, porém, o Tiago começou a parecer um bocado farto e quis ir para dentro de casa ver televisão… decidi que era altura de o distrair com uma mangueira ao que ele aderiu com entusiasmo, pelo que levei mangueiradas na tromba de meia noite. Mesmo quando eu tentava reduzir a pressão, o gajo percebeu rapidamente como funcionava a válvula e lá ia por no máximo novamente.
Foi um gozo, pelo menos até o Tiago ter um momento Wille E. Coyote e apontar a mangueira í sua própria cara. ígua pelo nariz a cima e… correr para a mamã, que é sempre quem trata os doi-dóis.
Ao fim da tarde, a Dee já estava muito impaciente e lá foi ela arrumar tudo e fazer as malas para partirmos. Eu, confesso, ainda estive a grelhar o chouriço mais uns minutos que o Sol estava óptimo e um gajo precisa de se bronzear em todo o lado.
Foram três dias, que para mim souberam a dois e meio, por causa do azar da mala na terça-feira. Pode parecer pouco para quem está habituado a uma ou duas semanas de férias em sítios exóticos (ou na Brandoa, tanto faz), mas para nós chegou.
O sítio é porreiro, isolado e calmo, o Sol é forte e a piscina sabe muito bem e é uma diversão para o Tiago; pronto, não há 3G, mas não se pode ter tudo. No entanto nunca conseguimos ficar muito tempo. Eu não consigo dormir; mesmo antes do Tiago nascer, quando iamos ali passar uns dias eu tinha quase sempre dificuldade em dormir descansadamente. E a Dee fica incomodada com a bicharada. Bom, não é que eu também não fique um pouco… acaba por ser um bocado chata, tanta natureza: montes de vespas perto da piscina (havia um ninho dentro do braço de uma das espreguiçadeiras), moscas a tentar pousar na comida, formigas que atacam rapidamente qualquer migalha que se deixe cair e, claro, as melgas durante a noite. O céu visto dali é deslumbrante, mas infelizmente, sair de casa depois do por do Sol é como entrar na caverna dos ursos disfarçado de salmão.
Três dias costuma ser o equilíbrio perfeito entre a parte boa e as partes que não nos agradam tanto e também é o mais seguro porque com duas noites sem dormir, ainda consigo conduzir até casa, mas mais que isso já não gostava de tentar descobrir.
No regresso, ainda digna de nota foi a paragem na estação de serviço de Alcácer. Como estava com fome, decidi parar para comer algo. Entrei na loja de conveniência e trouxe dois chocolates e um pacote de donuts.
E paguei €6,80.
Eu repito: seis euros e oitenta cêntimos.
Perdoem-me os que andam muito na estrada e conhecem esta realidade (claramente alternativa), mas um Twix, um Kinder e quatro Donuts não cusam €6,80 em mais parte nenhuma do mundo. Bom, tirando aeroportos, mas isso já nem é considerado “mundo”, é mesmo uma dimensão paralela.
O Tiago dormiu o caminho todo, nós pagámos para andar numa auto-estrada em obras e estamos todos estoirados e prontinhos e mortinhos… para ir de férias.
E eu que pensei que “as noites infernais” eram do calor! Não saíste í mana, que dorme sempre, em qualquer lado…
Pois não, aliás, aí somos mesmo opostos: tu dormes em qualquer lado e eu não durmo em lado nenhum.
Bem disseste que os Aeroportos são um mundo í parte, recentemente fui numa viagem a Marrocos oferecida pela Fidelidade-Mundial e antes de embarcar junto de uma porta de embarque comi um Panike de Chocolate e um Santal de laranja e paguei 4,5€, foi no Aeroporto Sá Carneiro, o qual depois das obras ficou muito bom, o mais luxuoso aeroporto português, o mal é que depois abusam nestes preços.
Pois, ora aí está. Eles nos aeroportos vivem numa realidade í parte, só pode…
pois eu ainda tenho uma mais gira…a ultima vez que andei de avião (vai fazer agora 2 anos em outubro), comi no aeroporto mais o gustavo, dois galões, um pão com manteiga e um croissant misto e paguei (impossivel esquecer) 11euros certinhos. Olhei para o empregado e disse ” deve ser engano”, ao que do outro lado me responderam em brasileiro “não, é mêmo caro pá car*alh*”. Isto em pleno aeroporto…Espectacular!!!