Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Há pouco menos de três horas atrás fui-me deitar. Mais valia ter-me deitado num esticador medieval, daqueles que a Inquisição usava para obter ‘confissões’, não que a cama fosse desconfortável, mas tentar dormir provou ser tortura.
Completamente incapaz de adormecer, estive a primeira hora e meia a ouvir a minha mulher e o meu filho a dormir.
A cama em que o Tiago estava a dormir é tão desconjuntada que faz uma barulheira infernal, quando ele deu uma volta, acordou com o barulho e acendi uma luz mesmo a tempo de o impedirmos de se atirar da cama abaixo já que esta é alta, mas tem umas grades minúsculas. Não sei quem desenhou esta cama, mas é claramente do tempo em que a preocupação com a segurança das crianças era menor.
O Tiago lá passou para a nossa cama e voltou a adormecer. A Dee também. E eu também não.
Ao fim de mais uma hora e tal de tortura, desisti e como o Tiago já ocupava grande parte de metade da cama, decidi levantar-me para dar mais espaço í Dee para dormir.
A minha grande esperança agora é que não falte muito para o Sol nascer.
Part deux – 7 da manhã
A noite foi passada em claro. Por volta das 4 ficou um frio do caneco, tive que me vestir—felizmente a minha mulher convenceu-me a trazer um casaco e usei umas toalhas para me tapar de deitar-me no sofá, mas não dormi.
Quando o Sol começou a levantar-se estive quase a sucumbir ao cansaço, mas o sistema de rega entrou em funcionamento e embora não oiça os asperssores, o quadro de controlo daquilo faz um estalo bastante alto a intervalos irregulares.
Os meus olhos começavam a fechar-se e “Tlack!”, lá vinha o estalo. Desisti de vez.
Ah, o idílio das férias no campo…!