O dilema da concorrência leal
Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Já me cansei de discursar sobre o assunto. Gostava apenas que as pessoas que legislaram o encerramento de grandes superfícies aos Domingos e feriados me resolvessem este dilema:
Estou a pintar o meu quarto, infelizmente, duas demão não chegam e vou precisar de mais tinta. É feriado. Vou: a) a uma loja de tintas “tradicional” que está fechada porque é Páscoa e têm mais que fazer ou b) ao Leroy Merlin, que é uma grande superfície e está fechada porque é Páscoa e a lei assim o dita?
A solução do dilema tem que terminar comigo com um balde de tinta na mão sem ter que me deslocar mais de 3 km.
Go.
A suposta “lei da concorrência leal” é uma grande treta. Ou, dizendo mesmo tudo uma GRANDE MERDA.
Supostamente pretende proteger o comércio tradicional que, excepto raros caso, nada fez para se adaptar aos novos tempos. Como resultado obrigam as grandes superfícies a fechar aos domingos í tarde e feriados para proteger algo que não aproveita esse horário.
A verdade é que aos domingos não há nenhum sítio onde fazer compras. Mais valia deixar os hipermercados abrir, pois se o comércio tradicional não quer aproveitar pelo menos não prejudiquem os consumidores.
“Concorrência leal”? Pois… grande treta…
É uma coisa que nunca compreendi e normalmente as pessoas respondem-me com: os funcionários das grandes superfícies também têm direito aos feriados e domingos. Válido, mas isso é outro problema: tem a ver com as ditas grandes superfícies terem que cumprir o código de trabalho, planear turnos adequados e etc.
Uma coisa não invalida a outra.
A verdade é que se o comércio tradicional não abre ao Domingo e o outro… também não, quem se lixa é quem precisa de uma caixa de parafusos, meia dúzia de ovos ou um pão de ló, a meio de uma tarde de Domingo.
Muitos dos funcionários dos hipermercados que fazem o fim de semana são part-time. O poder trabalhar mais um dia só lhes traz vantagens pois sempre é mais algum dinheiro que conseguem com o que por vezes é um segundo emprego.
Já trabalhei em sítios que estão abertos 365 dias e as coisas estavam feitas para se trabalhar por turnos. E tinha a minha folga como qualquer outro trabalhador (durante a semana) e ganhava mais por trabalhar ao Domingo. Nunca me queixei.
em boa parte dos paises civilizados (la fora, portanto) fecha TUDO ao domingo. siceramente acho que preferia isso ao que temos agora.
e quando se fala em adaptar aos novos tempos…vão í s “loja da ti maria” deste país dizer í dita que ela tem q ser adaptar aos novos tempo e vão ver o que ela diz…e para onde vos manda…
Eu preferia ter acabado de pintar o meu quarto. :-P
Já eu tenho saudades das lojas de conveniência abertas 24 horas. Claro que como estavam sempre a ser assaltadas, em vez de se melhorar a segurança, fecharam-se as lojas. Bravo.
Aconteceu-te a ti a situação da tinta e a montes de portugueses que pretendiam, hoje, fazer compras – eu por exemplo.
Pelo que li num jornal on-line a ASAE fechou hoje diversos hiper por estarem abertos ilegalmente. As lojas da cidade estavam quase todas fechadas, tirando as lojas dos chineses que se adaptam í s necessidades do consumo.
Não concordo com “tudo fechado” como foi referido num comentário anterior, acho sim que deve ser opcional, tanto para grandes superfícies como para pequenas lojas de comércio tradicional estarem abertas ou não.
“Estou a pintar o meu quarto, lembro-me que é Domingo e decido ir descansar ou passear com o Tiago. Volto a pintá-lo no próximo Sábado”.
O teu argumento não faz sentido até porque tambem podias ter dito:
“O Tiago acorda-me í s 4 da manhã, Estou a pintar o meu quarto, infelizmente, duas demão não chegam e vou precisar de mais tinta. Onde a compro í s 4 da manhã? Ergo, os centros comercials deviam estar abertos 24/7!”
Bruno, o que não se aplica aqui é o teu argumento, lamento, já que é puramente académico.
Eu planeei pintar na sexta-feira por uma série de condições se apresentarem favoráveis. Nomeadamente, os meus pais poderem ficar com o Tiago para pintarmos.
Passear com o Tiago não se aplica, porque está mau tempo e ele está doente.
Pintar í s 4 da manhã também não me passaria pela cabeça. Mas não é anormal as pessoas planearem este tipo de coisas para dias em que podem, eg, feriados e Domingos.
Se tivesse tudo pintado ontem, hoje podia montar os móveis e dormir no meu quarto, adiar a pintura obriga-me a dormir no chão da sala, o que é desconfortável.
Como ves, isto não é só uma “rant” sem sentido. Estava tudo muito bem planeado… bom… muito bem, excepto a quantidade de tinta, tá visto :-)
acabas de pintar noutro dia…. LOL :P
Pois… e entretanto durmo onde? :-)
na cama… ahahahahahah
…hilariante. :|
Ora, ora… o chinês mesmo ao pé da nossa casa tem tudo o que tu precisavas para acabra de pintar…
Bom… o chinês é capaz de vender tinta, mas eu preferia tinta que se agarrasse efectivamente í parede.
Ainda há pouco tempo levantei essa questão (http://mygpslostitself.blogspot.com/2009/03/sobre-os-comentarios-ao-meu-post-sobre.html).
Concordo plenamente contigo e, sim, também gostava que as coisas estivessem abertas 24/7!
É que as pessoas (egoístas de merda) esquecem-se que neste mundo em que vivemos há MUITA gente que trabalha ao contrário (leia-se, enquanto os outros dormem) e são tão cidadãos como os outros…
Embora isto já fuja um bocado ao tema, a verdade é que me enoja o facto das lojas fecharem aos domingos e feriados…
Comércio tradicional MY ASS! :o\
Hugz,
Luís
Ai como eu te percebo… humpf….
Também nunca percebi essa treta. E esta é para o Manel: diz antes que os países civilizados DA EUROPA costumam fechar o comércio ao Domingo, porque nos Estados Unidos há MONTES de coisas abertas 24/7. Aqui no UK onde estou a lei é um pouco mais flexível. Qualquer estabelecimento comercial pode abrir apenas 6 horas ao domingo, mas são livres de escolher o horário. Normalmente o que acontece é que abrem das 11h í s 5h o que é um horário simpático.
Em Portugal sempre há os Pingo Doce grandes (ex Feira Nova) para safar. Têm praticamente tudo o que um hiper tem mas menos uns m2 para poderem abrir ao Domingo. Seja como for, eu gostava é que acabassem com essa lei estúpida.
Se o comércio tradicional precisa disso como defesa, então lamento mas devia era morrer de uma vez por todas. Em vez de apostarem em dar um atendimento personalizado (que não se consegue ter num hiper) sou sempre brindado com comerciantes antipáticos que acham que me estão a fazer um grande favor a venderem-me porcarias que a maioria das vezes estão quase a passar do prazo. Lamento mas se é para ser assim, prefiro passar sem eles. Adapt or die!
Tocaste num ponto que para mim é fulcral.
Eu apercebo-me que í s vezes me sinto um pouco hesitante quando tenho que ir a uma loja. Raras vezes me sinto lá confortável, tenho a impressão que sou um empecilho para os comerciantes, que os vou incomodar, chatear, aborrecer com perguntas.
Não devia ser o oposto?
Essa lembra-me uma vez que estive quase 1h(!!!) a discutir com um pequeno comerciante que não queria aceitar um produto que se desmanchou sozinho de um dia para o outro uma semana depois de o comprar. O sacana insitia que o tinha deixado cair ao chao e eu insisitia para que ele me mostrasse o menor sinal de queda. No fim virei-me para ele e disse: ouça, eu sei perfeitamente que quem troca estas coisas não é mesmo você, é o fornecedor, exponha-lhe o caso e veja o que ele diz. Ele la resmungou e aceitou. Uma semana depois tinha la um produto novo, que claro, o fornecedor trocou sem hesitar. Era preciso aquele escarceu todo? E depois ainda se admiram que o comércio tradicional está a morrer.
Ainda mais outro exemplo: a minha mãe insiste em comprar coisas em lojas dessas e depois se precisa de trocar ou devolver (bens não pereceveis, claro) diz-me que não pode que eles só aceitam trocar por outra coisa (devolver o dinheiro é que nunca).
Antipáticos, lentos a atender, careiros, vigaristas, com um suporte ao cliente inexistente, a venderem produtos ultrapassados ou de qualidade duvidosa, etc… o que é incrível é como é que ainda conseguem sobreviver.
Hehe, pois… a loja chinesa aqui perto diz bem claro na montra: “não devolvemos dinheiro, só trocamos por outro produto”.
Mas os chineses nem são modernos nem tradicionais, estão ali num limbo semi-medieval qualquer. Lojas sempre abertas, produtos que não se percebem bem como passaram na alfândega e empregados desconfiadíssimos que nos seguem pelas lojas fora.
Mas é o melhor sítio para comprar uma cabeleira afro com as cores do arco-íris… lá isso é.
Só aqui uma para ti, Pedro. A maioria das pessoas acha sempre que é precisa mais uma demão do que é efectivamente necessário. O que acontece é que a tinta até secar pelo menos 24h não tem ainda a opacidade completa. LOgo muita gente por ainda conseguir ver um laivo da outra tinta por baixo, da mais uma demao. Mas a maioria das vezes não é necessário.
Pois, é verdade e eu sei isso, mas não era o caso: a tinta estava mesmo muito transparente e tínhamos vários sítios onde se notava o cut-in feito a trincha e a diferença para a passagem com rolo era significativa, mesmo ao fim de mais de 12 horas.
Isso e tudo mto bonito eu sei que a coisas que fazem falta ir comprar aos domingos ou as tardes, e era mto bom que as lojas tivessem sempre abertas, e que os funcionarios nao se deviam queixar pq ganham mais, pois mas nao e bem assim infelizmente nem todas as empresas pagam essas horas pq dps existe os bancos de horas pq a quantidade de vezes que os funcionarios la ficam a trabalhar aos domingos dps de as lojas fecharem em que chegam a fazer mais de 14h la dentro e nao as recebem, e é claro que podem apresentar queixa mas como isto anda nem todas as pessoas se podem dar ao luxo de arriscar o emprego principalmente quando tem familia e filhos pequenos para criar. dps ao que disseram sobre os part-times fazerem os domingo, lamento mas nao e verdade sao poucas as empresas que o fazem, e os desgraçados dos funcionarios la andam com folgas separadas sem consiguirem estar com as familias aos fins de semana, e tudo isto por uns miseros 500€ nos melhores casos 600€ por mes… Mas pq n, mas isto não devia ser só pros funcionarios do comercio era bom que fosse para todas as empresas publicas e privadas, e fazerem horas nocturnas, garanto que mudavam de opiniao num instante…