Tangas e Mitos Urbanos

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Se há coisa que me amofina são tangas e mitos urbanos. Especialmente tangas ditas com um ar sério e convicto. Coisas que as pessoas aprenderam desde pequenas e que se tornaram pilares da sua vida pelos quais se seguem.

É como acreditar em deus: se nascem numa famí­lia católica são católicos, se nascem numa famí­lia muçulmana são muçulmanos e muitas vezes não se apercebem da ironia dessa realidade.

Adiante.

Aspirina com Coca-cola, ou qualquer comprimido com Coca-cola, na verdade, “é droga”.

O gozo que me dava, puto imberbe no liceu, ir para o bar da escola tomar medicamentos com Coca-cola. Se estivesse doente e andasse a antibiótico, por exemplo, não resistia. As senhoras do bar e os meus colegas quase que entravam em histeria e eu, divertidí­ssimo, lá tomava o meu comprimido com a Cola.

Não, tomar comprimidos com Coca-cola não faz mal nenhum. Alguns medicamentos podem interagir com álcool, mas não com Coca-cola. E mesmo a interacção com o álcool implica que se beba alguma quantidade e não apenas o golo necessário para engolir o comprimido.

Tomar banho depois de comer faz mal e/ou pode matar.

Ainda há pouco tempo, ao almoço, ouvi uns tipos nos seus 60/70s a conversar sobre o assunto e dizia a senhora: “eu quando era nova, almoçava e depois ia tomar banho!”. E respondia-lhe um dos amigos: “Nem sabe do que se safou!”.

Então… mas a senhora não é a prova provada do que se safou? Safou-se, por exemplo, de ficar toda porca e a cheirar a suor, bem como ficar com fome.

Tomar banho depois de comer não faz mal nenhum. E isto inclui banhos de mar, portanto deixem-se de palermices de esperar 3 horas depois de almoço antes de irem ao banho, tanga esta que me parece inventada pelas pessoas para não terem que se preocupar em vigiar os filhos quando vão ao mar… sempre são 3 horas de descanso.

Juntar água a uma bebida alcoólica “corta” o teor alcoólico da bebida.

Não há grande volta a dar: se beberem um whisky, beberam um whisky. Não é pelo dito estar águado que é menos alcoólico do que quando saiu da garrafa. Aqui podem juntar a ideia de que um café curto é tem mais cafeí­na que um café normal. Não tem… tem menos água e portanto o sabor do café é mais acentuado, mas como menos água passa pelo café, menos cafeí­na passa para a chávena.

A asma é uma fraqueza espiritual.

Esta não conhecia, apesar de ser asmático. Como a asma só se manifestou já depois dos 25 anos, fiquei surpreendido ao aperceber-me que muita gente tinha esta ideia da asma, que é uma fraqueza de espí­rito (seja lá isso o que for); basicamente uma espécie de depressão curável por “pensamentos positivos” e coisas assim.

A asma é uma doença respiratória crónica com várias causas possí­veis, mas fraqueza de espí­rito não é uma delas.

No entanto, quase de certeza absoluta que é necessária alguma fraqueza de espí­rito… para acreditar nestas tangas.

Para quem gosta deste tipo de coisas, aconselho este ví­deo.

Tags

Deixar comentário. Permalink.

103 comentários a “Tangas e Mitos Urbanos”

  1. Diogo says:

    Este post é parvo! :>

    Lembras-te de verificar os factos minimamente ?
    Vou só falar dos 2 primeiros pontos:
    – A coca cola não é uma bebida alcoólica mas é uma bebida ácida que como tal pode interagir com a absorção de medicamentos (melhorando ou piorando, mas definitivamente não é inerte…), há estudos cientificos!
    – Tomar banho é uma actividade que afecta o fluxo de sangue no corpo, nomeadamente aumenta a pressão sanguinea nos membros. O processo digestivo requer também ele um aumento de pressão no estomago, se o sangue for para um lado não vai para o outro e pode provocar a paragem da digestão. Situações em que se faça um almoço leve ou se tome banho com temperatura amena aliviam a situação.

    Isto são factos cientí­ficos, não são tangas…

    • “Este post é parvo” é sempre uma boa abertura a uma discussão saudável, mas ok.

      Quero ver os estudos cientí­ficos que demonstram a interacção de uma Coca-cola com um medicamento. Especialmente Aspirina, que é o mais citado.

      • Diogo says:

        por alguma razão havia um witty smile “:>”, but don’t take it personal :)

        Um quick search no google tens logo um desses estudos: http://aac.asm.org/cgi/reprint/39/8/1671.pdf

        Ha mitos e mitos, mas não custa nada pesquisar um pouco antes de criar outro :)

        • Há limites para o que os smileys desculpam. :-)

          E acho que devias ler o estudo que publicaste, não vejo lá qualquer significado estatí­stico na toma da medicação com Coca-cola e certamente nada que indique que a combinação tenha efeitos alucinogénos ou neurológicos de qualquer natureza.

          • Diogo says:

            Eu não escrevi no comment nada sobre pseudo efeitos alucinogénicos da Coca-Cola…

            O que eu enunciei foi que a coca-cola não deve ser usada para tomar medicamentos, porque não sendo uma bebida inerte como a água pode influenciar a sua absorção para o bem e para o mal…

            O estudo que deixei no comment anterior fala exactamente de uma dessas situações em que a coca-cola até melhora a absorção do medicamento.

            • Eu não digo que tu falaste sobre nada disso, mas é sobre isso que eu estava a falar. Ou seja, sobre o mito de que tomar medicamentos com Coca-cola “dá moca”.

              O mito não é que pode ou não influenciar de forma significativa a absorção de um medicamento prejudicando ou facilitando a sua acção. O mito é que “dá moca”. E é apenas isso que eu refuto.

              Entendidos? :-)

  2. Marco says:

    nos banhos de mar não é bem assim, depende do que comeste da temperatura da água. o problema é o choque térmico que pode parar a digestão e por consequência ter-se um ataque cardí­aco, porque o estí´mago qd está fazer a digestão está a 30 e tal graus se a água do mar estiver mt fria a digestão pode parar.

  3. Carlinhos says:

    Tangas enfias tu…

    Se uma pessoa, durante a digestão, entrasse para dentro de água, especialmente água bastante fria, as zonas molhadas estariam a uma temperatura bastante inferior í  do corpo e haveria então uma rápida chamada de sangue í  periferia dessas zonas a fim de compensar o desequilí­brio da temperatura, originando um enfarte neurótico (vulgarmente designado por congestão).
    http://www.marinha.pt/Marinha/PT/Extra/ISN/Seguranca_praias/regra_4.htm

    Está lá mas é calado.

    • Carlinhos, vai mandar calar a tua prima.

    • JP says:

      Ah grande marinha.

      “Além disso, a ingestão de bebidas alcoólicas, ao contrário do que é voz corrente, retarda a digestão, pelo que se desaconselha a sua ingestão nas praias.”

      Quer dizer, se tiver a mamar cervejas e piroscas a tarde toda na praia, posso ir tomar banho que não há problema. No site da marinha não alertam para uma das principais causas de morte nas praias: IR PARA A íGUA BíŠBADO.

    • Gus says:

      “Está lá mas é calado” é o tipo resposta que perde qualquer valor seja qual o conteúdo.

      A teoria do “chamar do sangue í  periferia” parece-me falaciosa, até porque o corpo quando sujeito a uma súbita descida de temperatura transfere o sangue para dentro e não para fora (por isso é que ficas com as mãos adormecidas pá).

      As diferenças súbitas de temperatura soa-me mal também, porque o ní­vel de perigo é demasiado similar entre estares cheio ou não. Os factores principais invariavelmente são outros ( se a ví­tima tiver mais de 50 anos e é morbidamente obeso, se calhar não devia ter mergulhado em água de 12 graus num dia de 30 )

  4. Finalmente, alguém que fala do mito que existe em Portugal sobre tomar banho depois de comer…

    Na minha famí­lia havia uma história sobre alguém que tinha morrido porque tinha, depois de ter almoçado, decidido fazer a barba!!!

    Exageros í  parte, há muita gente que acredita nisto com toda a dedicação, e que nem toma nem deixa os outros tomar banho depois de uma simples sandes ou de um chocolate…

    • Nelito Carrapito says:

      Essa da barba contaram-me í  pouco tempo e foi uma coisa que nunca respeitei. Pergunto-me se fazer a barba com máquina ou há gillete terá alguma influência?

  5. Engenheiro says:

    Eu já vi mais de uma dezena de mortes no mar por paragem da digestão. Uma deles até estava mesmo a olhar para a pessoa directamente. Não sei é se morrem mesmo por paragem da digestão ou afogados devido í  paragem da digestão.

  6. A da asma é engraçada, gostava de saber quem disse tal barbaridade!

  7. Paulo says:

    Oi Pedro

    devo dizer-te, como médico, que tomar banho depois das refeições pode mesmo matar e explico-te o porquê. Durante as 3 horas que se seguem a uma refeição (pode variar em relação í  quantidade que se come e aos tipos de alimento) o fluxo de sangue aumenta para os orgãos responsáveis pela digestão. No caso da praia, quando entramos na água fria, o fluxo de sangue diminui para os orgãos digestivos e aumenta para as zonas que entram em contacto com a água (com o intuito de aquecer esses orgãos). É esta a causa da vulgar “paragem da digestão” que pode causar a morte.

    Não quer isto dizer que aconteça sempre, mas pode acontecer. E se estivermos a falar de crianças e idosos, a probabilidade aumenta significativamente.

    Ah! E já agora… no ISN está uma estatí­stica interessante com as mortes por congestão… vale a pena ver. Uma das recomendações do ISN é mesmo a de deixar passar as 3 horas da praxe.
    http://www.marinha.pt/ISN/

    Espero ter sido esclarecedor… alguma dúvida é só perguntar…

  8. Nunomdc says:

    Acho que questão dos banhos pode ter diversas variantes, mas se calhar o principal é que tal não para a digestão por si só. Se calhar pode acontecer por outros factores (penso que ingerir demasiados alimentos…) Aliás, na escola aprende-se que existe uma temperatura óptima para o funcionamento das enzimas (temperatura corporal, acho), mas existe sempre a regulação da temperatura por parte do organismo (não sei até que limites).

  9. jorge says:

    esqueceste-te de uma : SEXO depois das refeições também mata…… :P

  10. JP says:

    O macaco tem razão!

    A maior ironia de todas é que se és filho de católico és católico, e se és filho de português tens de esperar três horas, mas os filhos de americanos só esperam uma hora. Varia de paí­s para paí­s a “tanga”.

    Perguntas para os senhores médicos:

    – Quantos casos médicos conhecem – de facto, não por ouvi dizer – de mortes causadas por tomar banho a seguir ao almoço.

    – Quantos casos médicos conhecem de mortes causadas pelo consumo de alcool?

    A minha mãe deixa-me beber, mas se lhe digo que vou para a água depois de comer vira paranóica..

    Engraçado como a tanga chega ao meio cientí­fico. Procurem lá documentação cientí­fica para comprovar o que dizem.

    O link do site da marinha.pt então é do mais lindo que há. Se as mamãs querem três horas de descanso, imaginem os nadadores-salvadores que querem o seu descanso de controlar as águas.

    Fact checking:
    http://www.snopes.com/oldwives/hourwait.asp

  11. JP says:

    Mais factos:

    Em 2005 não é indicada qualquer morte relativa í  paragem de digestão neste estudo

    http://www.cdc.gov/HomeandRecreationalSafety/Water-Safety/waterinjuries-factsheet.htm

    No entanto:
    “Alcohol use is involved in up to half of adolescent and adult deaths associated with water recreation and about one in five reported boating fatalities”

  12. Rui Moura says:

    No que diz respeito í  água, tomo banho í  vontade *em casa* a seguir í s refeições, nunca matou ninguém, e nunca vai matar (partindo do pressuposto que não se toma banho com água gelada).

    Na praia, como já foi referido acima várias vezes, uma diferença brusca de temperatura *pode* provocar anomalias no corpo, sendo que a mais frequente é a paragem cardí­aca. Depois um gajo está dentro de água, e uma coisa que até podia não ser muito grave se estivesses em terra torna-se rapidamente numa morte estúpida e perfeitamente evitável. Ninguém morre com uma congestão, no sentido directo do problema. As mortes acontecem, todos os anos, nas praias, não são um mito :)

    A minha posição é simples, no que diz respeito a isto. Se for para tomar banho de água morna/quente, seja criança, idoso ou não, pode-se tomar banho í  vontade, seja quando for. Numa situação em que o corpo vá sofrer um choque térmico acentuado, prefiro não arriscar, porque sei que apesar de não acontecer todos os dias uma desgraça, elas acontecem, e não há necessidade nenhuma de um gajo andar a arriscar a vida por causa de uma patetice …

    No caso de uma criança, jamais a deixaria tomar banho na praia a seguir a uma refeição.

    • JP says:

      No caso de uma criança, jamais a deixaria tomar banho na praia a seguir a uma refeição.

      Só se for por causa do sol. Mas se estiver numa zona com sombra – a água até estaria mais fria – não estou a ver qualquer problema.

      Se tiverem um amigo do norte da Europa, Alemanha serve, não é preciso ir muito para norte, experimentem falar sobre temperaturas de água e ir para o banho depois do almoço. Mudam logo de ideias ;) Mas se calhar só morrem afogados católicos..

    • O meu problema é com a diferença de temperatura. É que parece que a dita é tal, que o teu problema vai ser mais a hipotermia do que qualquer outro.

      Afinal, qual é a diferença de temperatura entre o ar e a água que tem que existir para que hajam riscos fisiológicos?

      Quanto ao resto, é evidente que ter um “chilique”, seja de que natureza for, dentro de água, é sempre mais perigoso. Uma vez tive uma cãibra numa perna a nadar fora de pé e fiquei um bocado í  rasca para voltar para trás… óbvio.

      • Rui Moura says:

        Penso que há um consenso a ní­vel médico que uma mudança brusca de temperatura, com o estí´mago a trabalhar, pode provocar algo como uma paragem cardí­aca.

        Claro que tem a ver muito com as pessoas, há indiví­duos mais propensos a sofrerem disso, outros que nem por isso, e só uma conjunção de algumas variáveis poderá levar a isso, mas que acontece, acontece.

        Não estou, portanto, a dizer que alguém pode morrer de *congestão*, isso acho que é bastante claro, porque uma congestão não mata ninguém, mas em conjunto com outras variáveis, naquele momento, pode potenciar um mau estar repentino e forte, o que na água não dá muito jeito.

        Depois há a questão de muitas pessoas que aparecem afogadas estarem com vómito, o que contribui para esse belo mito da morte por congestão.

        Pelo que já pude ler, e por conversas que tive (tenho 5 médicos na famí­lia “directa”) não é uma questão consensual, precisamente devido ao facto de a congestão, por si só, não matar ninguém.

        Daí­ nos registos dos afogamentos aparecer a maioria das vezes “doença súbita” …

        De qq modo, em resumo, eu já o fiz, e cá estou, mas é algo que não me agrada muito fazer, não pelo medo de me acontecer algo, mas porque não gosto de estar dentro de água e sentir o estí´mago cheio, provoca-me algum desconforto (não fí­sico). Já com uma criança não o faria, num assunto que não é muito claro e consensual mesmo entre os médicos, prefiro não arriscar :)

        • Rui Moura says:

          Erm, primeiro disse que havia um consenso, para rematar a dizer que não havia consenso. Wow … Não é uma contradição, no entanto, primeiro estava a referir-me ao consenso que existe em relação a ter que haver algumas precauções, e que pode haver uma ligação, em alguns casos.

          Quando acabei, estava a referir-me ao facto de não haver, apesar de tudo, uma certeza *absoluta*, uma regra, como em tantas outras situações.

      • A diferença são as conduções térmicas do ar e da agua. Para a pele o ar é isolante e a agua é condutora. Por isso é que sentes a agua mais fria que o ar, a agua consegue retirar calor da pele com mais eficiência que o ar (pele -> agua -> ar, pensa suor). Na praia em que tens 35C no ar e 15C na agua basicamente tens o vasos na pele totalmente constritos, se entrares na agua de chapa tens uma quebra quase instantânea de 20C na pele o que provoca um afluxo rápido de sangue í  pele como alguém já disse. Como alguém já disse também a digestão é blood intensive porque é um processo muito muscular, se faltar o sangue os musculos param e tens uma congestão.
        Isto varia de pessoa para pessoa obviamente. Tu provavelmente não és muito susceptí­vel. A minha mulher por exemplo toma banho quando lhe apetece sem problemas de digestão. Eu por outro lado tive um episodio curioso em que fiquei umas 6 horas deitado porque molhei a camisola depois de comer e não liguei.

        A paragem de digestão *não mata*, aí­ tens toda a razão. O perigo no mar é o afogamento do mesmo modo que caimbras e hipotermia ligeira são perigosos.

  13. Carlos Rodrigues says:

    Há mitos e mitos. Uma coisa é dizer que beber coca-cola e comer petasetas faz rebentar o estí´mago. Outra coisa é dizeres que têm de te provar por A+B que o choque térmico durante a digestão é um problema.

    Uma coisa é cepticismo, outra é ignorância.

    • Não se percebe bem qual é a tua posição. O que eu não encontro são dados concretos que suportem a existência de mortes por tomar banho depois de comer. É ignorância pelo facto de que não conheço tais estudos, caso eles existam, cepticismo… porque dúvido seriamente que existam.

  14. MJ Valente says:

    Mais uma achega: já a minha avó dizia que as senhoras, quando com o perí­odo, não deveriam tomar banho porque fazia mal. (Pois. Tá-se mesmo a ver! Logo numa altura que o que mais apetece é tomar 5 banhos por dia.) Podes juntar aos mitos, neste caso do mundo feminino.

    Outra achega, por experiência pessoal: não gosto de tomar banho frio após uma boa refeição, mas sempre tomei banho (quentinho, de banheira ou de chuveiro) quando faço a digestão. Ainda estou viva e nunca me senti mal.

  15. Como ninguém pegou nesta:

    Juntar água a uma bebida alcoólica “corta” o teor alcoólico da bebida.

    O álcool ingerido é sem dúvida o mesmo, sem dúvida. Mas se estivermos a falar de má disposição, ressacas e afins, estas são causadas em geral pela desidratação. Beber 5 whiskys e 5 copos de água é bem mais seguro do que beber só os whiskys. :)

  16. Sobre o whisky cortado, dois dedos de scotch + 4 dedos de í gua têm o mesmo scotch que dois dedos de scotch. Dois dedos de (scotch + í gua) não :)
    O “mito” vem do erro de linguagem.

  17. Dirk Diggler says:

    No caso de interacção medicamentosa da Coca-Cola o que posso dizer é que a cafeí­na e o gás usado na bebida impedem a absorção do cálcio por parte de quem bebe Coca-Cola. Quem sofre de Hipoparatiroidismo e toma comprimidos de cálcio todos os dias não pode beber Coca-Cola regularmente porque os formigueiros em todo o corpo seriam insuportáveis. Eu sei do que falo, sofro de Hipoparatiroidismo e sempre que bebo Coca-Cola em duas refeições seguidas no dia seguinte os formigueiros e caí®bras regressam em força.

    • Gus says:

      Sim, mas nada de “apanhar uma moca”. E comprimidos para o Hipoparatiroidismo não são aspirinas…

      Coca-cola tem efeitos secundários, claro, tal como água (lembram-se do resultado do concurso “hold your wee for a wii” ? )

      Simplesmente não os descritos no mito.

  18. Dirk Diggler says:

    Já agora experimenta beber Diet Cola com Mentos.

  19. José says:

    esqueceste-te daquela tanga dos 6 milhões de benfiquistas..

  20. Rui Moura says:

    Já agora, faltou o “mito” (este sim, tem uma explicação médica) de não se dever comer laranjas í  noite.

    Ainda há coisa de 2 dias vi a explicação na tv, e tem a ver com os sucos ácidos que vêm dos citrinos. Se uma pessoa se for deitar, como o estí´mago abranda o seu funcionamento, pode acontecer, em pessoas mais sensí­veis do estí´mago, que esses sucos se colem í  parede estomacal, o que pode desencadear uma valente de uma má disposição, mais conhecida por “azia”.

    Já agora, cito o ditado popular:

    Uma laranja de manhã é mel, í  tarde farta e í  noite mata.

    :-)

  21. Jonas says:

    @Pedro Couto e Santos:
    Tive uma ideia. Creio que boa. Porque não este Verão comeres uma bela feijoada e passado uma hora ires dar um mergulho? Podia ser que estivesses enganado. Digo eu…

  22. joao says:

    E isto para não falar da quantidade imensa de meninos que ficaram ceguinhos depois de se masturbarem!

  23. eu costumo receber muita treta é por e-mail, principalmente reencaminhada por raparigas do meu curso.. será que custa assim tanto pesquisar antes de mandar aquilo para a toda a gente? depois lá tenho de responder com factos e mesmo assim muita gente não acredita que tenho razão.. estes são os subjects dos meus últimos dois mails do género recebidos:

    “GARRAFAS DE PLíSTICO DEIXADAS NO CARRO – EXTREMAMENTE PERIGOSAS”

    “FRANí‡A E DINAMARCA acabam de proibi-la por ser um cocktail de morte … RED BULL”

  24. João says:

    Essa da digestão tem-me acompanhado em quase 1/4 de século de vida e nunca me convenceu muito…. este artigo do NY Times (http://www.nytimes.com/2005/06/28/health/28real.html) fala é de afogamento resultado de ir enpaturrado para dentro de água e com o esforço ficar com cãimbras ou “dores de burro” como já ouvi chamar.

    • Curioso mesmo é que essa misteriosa e inexplicada “congestão” aparece nesse relatório com nove anos que linkas… e depois, lentamente, começa a desaparecer dos relatórios até que, em anos recentes, é inexistente.

      Então?

      Deixaram de haver congestões, ou começou-se a dizer aos nadadores salvadores e bombeiros para não se porem a adivinhar causas de morte antes da autópsia?

      Porque estes relatórios não são relatórios de autópsias. Convém ter isso em atenção.

  25. Ena pá! Esta malta não tem mais nada para fazer, carago!
    Tenho que meter a minha colherada, sobretudo num assunto como este e depois de ter lido o comentário do meu colega médico Paulo. Claro que, se eu tiver o estomago cheio com feijoada, três talhadas de melancia e um litro de vinhaça e, logo a seguir, for dar uma mergulho nas águas do Lago Baikal, corro o risco do sangue fugir todo para as extremidades, mãos, pés e pilinha, ficando o estomago sem sangue para a digestão. Vai daí­, o estomago não trabalha, a melancia continua í  porrada com o feijão, tentando sobreviver ao tintol, eu começo a ficar mal disposto como o carago, tento vomitar, engulo água do Baikal, que acho que sabe mal í  brava, fico ainda mais mal disposto e… em resumo: morro.
    O mesmo se passa com a aspirina e a coca-cola. Experimenta 5 litros de coca-cola e três embalagens de aspirina, tudo em 10 minutos. Faz mal, claro.
    Mas não é disto que tu estavas a falar. Tu estavas a falar é de tangas – e os teus exemplos são tangas do tempo de Jesus Cristo (outra tanga) e dos seus apóstolos (mais 12 tangas). Quando eu era puto, já essas tangas eram clássicas. Agora há outras, talvez de sentido contrário: comer beringela faz descer o colesterol; beber água de lavar tremoços é bom para a diabetes; o aloé vera, então, dá para feridas ulceradas, falta de tesão, tosse espasmódica e até cancros diversos.

    • Prova-se que a minha comparação com a educação religiosa era, de facto, acertada. O pessoal que cresceu com a liturgia do mergulho mortal post-refeição fica chocadí­ssimo com o meu post e vão todos ao mesmo site da marinha buscar relatórios de afogamentos muito provavelmente escritos por um gajo que olhou para o corpo e, não vendo sangue, decidiu que a morte era essa tal “congestão”.

      Mas isto foi interessante porque, como foram publicados relatórios desses desde o ano passado até í  década passada, acabei por me aperceber que essa tal congestão foi lentamente desaparecendo das estatí­sticas. Porque será.

      E, claro que eu estou a falar de engolir uma aspirina com um copo de Coca-cola e não tomar uma caixa inteira… aí­ provavelmente nem interessaria ser com Coca-cola.

      E gosto das novas tangas, queria ter incluí­do algumas, mas não as conheço tão bem. Mas suponho que a água que faz emagrecer é um bom ponto de partida.

    • JP says:

      A agua do baikal nao sabe mal! É um mito dos americanos que querem ficar com o maior lago do mundo de agua n salgada.

  26. Pedro says:

    O melhor é tomar uma aspirina com cola antes de ir ao banho depois de rapar o tacho na tenda. Pode-se também despejar uma garrafinha de Eno na pocinha e em caso de emergência é só dar umas goladas.

  27. novo mail recebido hoje: “Rodela de LIMíƒO no copo”

    Desta forma, pude descobrir que, apesar de tudo estar sendo abafado pelos fabricantes de cerveja, o problema está nos limões fatiados que não são utilizados prontamente, e muitas vezes eles são fatiados antes mesmo dos bares e restaurantes abrirem, durante a tarde. ícido cí­trico do limão ‘velho’ em ação com os conservantes estabilizantes excessivos presentes na cerveja são um paraí­so para micro organismos já existentes naturalmente nas cervejas (Sacarovictus Coccus Cevabacillus ativus) tipo draft. O resultado é a produção de uma toxina altamente nociva ao nosso organismo.

    aquele raio de microrganismo nem existe, na fermentação da cerveja é (quase) sempre utilizado Saccharomyces cerevisiae.. e qual é o stress do ácido cí­trico? como ácido, diminui o pH do meio, mas numa rodela de limão não há lá acido cí­trico suficiente para reagir com nada… muito menos para criar “um paraí­so para os microrganismos”, a grande maioria dos microrganismos nem gostam de pH baixo.. aliás, um dos objectivos da fermentação (seja na cerveja ou em qualquer alimento) é tornar o meio bastante ácido de forma a que não cresçam lá bactérias.

    está-me a passar pela cabeça criar um blog sobre tangas.

  28. tozé says:

    vou ter que meter a colher no que percebo mais, que é a ‘tanga’ do mergulho depois de comer. pratico bodyboard há 15 anos ou coisa que o valha e durante uns 5 fui nadador salvador na Póvoa de Varzim. como tal, já vi morrer pessoas que morreram depois de terem comido e terem ido nadar. como sou um gajo relativamente curioso, perguntei ao médico mais í  mão e ele respondeu-me que a teoria diz que, como já muita gente disse aí­ atrás, a digestão leva ao fluxo do sangue ser dirigido para a zona do estí´mago, para ajudar nos movimentos musculares que ajudam í  digestão, o que leva a que o trabalho que os músculos estão a fazer ao nadar seja anaeróbio. Um dos sub-produtos deste trabalho é o ácido láctico, que ao acumular-se nos músculos provoca caimbras. ora, para um nadador experiente, isto é chato mas ultrapassa-se. para um nadador maçarico, que se calhar o normal é flutuar, torna-se complicado…
    tem o seu quê de verdade, mas indirectamente

    • tozé says:

      “… morrer pessoas que morreram…” é obviamente um pleonasmo acidental. sorry. é da hora.

    • Tozé, aí­ está… indirectamente não é o mesmo que ir dar um mergulho depois de almoço e voltar com os pés para a frente.

      No capí­tulo do indirectamente, conseguimos provar praticamente todas as tangas. Até a da asma, já que podemos postular que um acontecimento grave que perturbe emocionalmente um asmático pode desencadear uma crise.

  29. gnü says:

    Canéco.

    Desde muito novo que faço tudo o que essas tangas descrevem como fatal e não compreendo porque é que se gerou uma discussão tão grande. Estou atónito.

    Eu já bebi muitas vezes coca-cola para empurrar aspirinas para baixo e só uma dessas muitas, muitas vezes apanhei uma valente moca mas suspeito que terá sido da cocaí­na que snifei antes. Não tenho a certeza.

    Na praia nunca houve uma refeição que me tivesse impedido de me atirar para dentro de água. Vezes houve até que, para não perder o precioso tempo balnear, levei a feijoada, a belêncí­a e o garrafão de tintol para depois da rebentação. Sentir-me mal…? Claro que senti mas é só porque não suporto vinho tinto. E Pedro, é claro que congestões e essa história do fluxo de sangue fugir para onde não devia estar durante a digestão são realidades que afectam sobretudo os animais de sangue quente. ( mais um facto completamente inútil, que não refuta absolutamente nada do que referiste no post, que ninguém se lembrou de referir e por isso, aí­ está ele )

    Em primeiro primeiro lugar isso de aguar o uisque… enfim, não sei se é sequer discutí­vel que o teor de alcoól é precisamente o mesmo com muita água ou sem ela. Depois, em segundo lugar, não me lembro do que ia escrever. Ah, já me lembrei. Há ainda a hipótese muito verdadeira de o teor de alcoól aumentar bastante caso se use, desta feita, água ardente na diluição. Diminuir é que não. Segue um link que, apesar de não comprovar nada do supra-exitado, é, de longe, mais interessante do que qualquer outro link de todos os comentários:

    http://gladlybang.blogs.sapo.pt/

    Honestamente (muitas vezes não sou honesto mas desta estou a ser) e em relação í  asma ser uma fraqueza espiritual posso apenas dizer que me parece ser um mito criado por não-ateus na vã tentativa de não só mostrar-lhes o verdadeiro caminho do Senhor (do Sr Silva do rés -do -chão por exemplo ) para uma espiritualidade mais sã como uma bela maneira de gozar com a saúde dos fiéis que, já por sua vez, faz furor na engorda da caixa de esmola. No fundo, é uma tanga com boa intenção. (leia-se com o tom mais condescendente possí­vel)

    Enfim.

    Respeitosamente:
    das gnü (falecido – Ví­tima de congestão derivada da ingestão de coca-cola com ácido acetilsalicí­lico enquanto nadava nas frias águas da praia da Amália. Os parentes suspeitam de fraca espiritualidade como causa adjuvante e relembram o ente não-muito-querido como “alguém que não era de águár o uisque”)

  30. Daniel Fernandes says:

    Carago! O meu primeiro testamento neste blog! :D Eu sei que venho quase um mês atrasado, mas gostava de dar a minha opinião sobre a tanga do mar, se me dão licensa.

    -O teu corpo é aquecido através de fluxo sanguí­neo, o que se pode perceber bem quando uma pessoa morre ou quando ficas simplesmente com um membro dormente.

    -A digestão de alimentos implica um aumento do fluxo sanguí­neo (que depende da quantidade e tipo de comida, claro) no estí´mago por razões simples como o que acontece com qualquer máquina que precisa de combustí­vel para funcionar. O estí´mago e os órgãos secretores têm de produzir sucos incessantemente para que tudo corra bem, para além dos movimentos do próprio estí´mago.

    -As enzimas têm sim uma temperatura óptima de acção. Algumas até mudam a sua “função” consoante a temperatura, coisa para a qual uma diferença de 2ºC é suficiente. Se a função não muda, elas simplesmente ficam inactivas e a comida fica no estí´mago a “ganhar rugas”.

    -Qualquer anomalia detectada pelo nosso organismo é combatida com um maior fluxo de sangue para essa zona, quer seja para alterar a temperatura para os seus ní­veis normais, quer seja para combater um virus ou o que quer que seja que tu tens. Se temos uma ferida a zona fica vermelha e por vezes mais quente porque há maior fluxo sanguí­neo.

    Ora, o corpo detecta esta “paragem” da digestão. Tenta combater a mesma com maior fluxo sanguí­neo, seja para melhorar a temperatura de acção das enzimas, seja para combater qualquer coisa que se possa vir a passar lá proximamente. Como o teu sangue é sempre o mesmo, algumas zonas do teu corpo terão de ficar com menor fluxo sanguí­neo (cérebro, coração, membros, bla bla bla…). E acho que o resto é obvio… Pensa em quando estás com uma grandessí­ssima gripe ou afins. Tens a cabeça a ferver porque o sangue anda maioritariamente lá a combater a mesma, e sentes-te extremamente fraco pelo corpo todo. :) Ou quando comes alta(s) pratada(s) até ficares cheio/empanturrado/satisfeito e já não caber um feijão na barriga. O que acontece?? SONO! O sangue anda “todo” pelo estí´mago. Daí­ a famosa “siesta”! :D
    Por alguma razão a temperatura corporal de um ser humano em estado normal é sempre sempre a mesma. O nosso corpo é um excelente “termostato”. Qualquer anomalia na temperatura de certa zona corporal tem de ser “combatida”. Quando tens frio tremes, aumentas o fluxo saguí­neo; quando estás a congelar podes morrer de hipotermia porque o teu corpo não tem a temperatura necessária aos processos quí­micos mais básicos, nem que o sangue seja bombeado a 100 í  hora; se o teu corpo precisa de continuar a digestão (penso que poderá ser considerada a grande prioridade do corpo humano, a comida) mas possui os alimentos lá parados em abiente ácido, constantemente mais ácido, sim pode ser um problema! A comida ingerida não deixa de ser um agente externo ao corpo humano, é urgente que ela seja degradada!

    Uma paragem de digestão não mata ok, mas podes começar a ter cãibras (explicado pela falta de oxigénio nos músculos), o teu cérebro pode começar a dar em maluco e a controlar mal as coisas; o teu coração pode começar, literalmente, a bater mal por falta de estí­mulo nervoso e o bombeamento começar a ser deficiente…

    Mas eu já fui para a água depois de almoçar óbvio! Já fui para a banheira, já fui para a piscina, mas para o mar só vou quando sentir que não tenho o estí´mago pesado! Quais 3 horas qual quê?! Às vezes hora e meia de comer uma cena leve já ando a nadar com os tubarões.

    • Nada disto invalida que seja um mito urbano que ir para a água antes de deixar passar três horas, pode matar, assim sem mais nem menos.

      Parece-me tudo isto uma enorme racionalização e gostaria de ver as pessoas a usar todo este cuidado, por exemplo, quando conduzem! Que bom seria se fossem sempre a pensar que se forem demasiado depressa e a falar ao telemóvel, então o cérebro estaria distraí­do e com menos atenção, as reacções são sempre significativamente mais lentas e portanto, na necessidade de fazer uma travagem súbita, o mais certo será espetarem-se e acabarem por matar alguém.

      E isso… não é tanga.

  31. Joaquim Trancoso says:

    Não podia deixar de comentar.
    Os “gajos” que declaram morte por congestão (ou qualquer outra) na praia são os médicos legistas depois da confirmação do óbito pelo Delegado de Saúde… não são nem os nadadores salvadores, nem os bombeiros nem sequer a marinha que, certamente, têm mais que fazer. A publicação no sí­tio da marinha das causas da morte é apenas feita após exame pericial pós mortem por quem de direito… e foi, porque a própria marinha não vai em “tangas”, que assim sem mais nem menos e depois de alguma controvérsia sobre o assunto nos meios da medicina forense, que passou a atribuir a designação de doença súbita quando a medicina legal não tem uma conclusão plausí­vel da causa dessa morte. Explicação que me foi dada por quem, da marinha, está por dentro do assunto.

    A designação de “enfarte neurótico”… penso não estar errada e acredito dever-se í  lógica de o nosso organismo querer resolver todas as situações emergentes ao mesmo tempo. O equilí­brio da temperatura corporal é prioritário sobre uma série de funções do nosso organismo; se durante uma função que requer um grande fluxo sanguí­neo, levarmos o organismo ao extremo de ter de responder com mais sangue – que não há, – aumenta-se o fluxo via maior batimento cardí­aco, chegará a um ponto que o coração “a trabalhar a esse ritmo vai lá tu” e tem-se um enfarte… neurótico… porque esse aumento de fluxo sanguí­neo, essa enorme pressão sobre o trabalho do coração foi despoletada pelos sensores do nosso organismo, os neurónios, que fizeram ao cérebro a solicitação de sangue í  periferia das zonas que se molhou (com água bastante mais fria que o corpo) para equilí­brio da temperatura corporal, que por sinal até tem prioridade sobre a digestão. Quanto a ser uma bruta feijoada ou uma refeição leve, evidentemente que há algumas ligeiras diferenças mas, apesar de alguma pequena controvérsia sobre o assunto, num ponto fundamental os especialistas estão de acordo: no choque térmico! Quantos já não morreram por entrarem intempestivamente na água depois de uma boa hora (ou mais!!!) deitados ao sol? O processo é, essencialmente, idêntico ao da congestão, apenas mudam alguns termos do “contrato” com o organismo.

    Só uma pergunta: alguém diz aqui qual é exactamente o tempo que demora a digestão? No total claro, que é bem mais de 3 horas…

    E não, tomar banho logo depois de comer, não mata… pode é ir moendo, mas isso é outra história que não mito.

    Drogas e álcool na praia? Tudo bem, os peixes até nem se importam da eventual má vizinhança, que são de boa boca e não se negam a nada, só não gostaria mesmo nada era ter de comer um peixe que se empanturrou alarvemente com um drogado ou um bêbado, parece-me promiscuidade a mais, caramba!
    Na verdade, tenho é pena das famí­lias que sofrem porque os seus rebentos não tiveram discernimento suficiente para perceberem que num meio ambiente hostil ao ser humano como é o mar, a combinação é do mais explosivo possí­vel… água fria, (muitas vezes bastante agitada e com correntes) com cabeça quente, músculos em baixa rotação e descoordenação motora associada a dificuldades de controlo respiratório, juntando a tudo isto uns litros de água do mar… que coktail magní­ficamente mortí­fero para uma morte horrí­vel!
    O mar já cobrou muito tributo de sangue em vidas humanas exactamente desta forma mas, pelo que parece e aqui se lê, ainda há muitas vidas humanas desejosas de pagarem tributo de sangue ao mar… exactamente desta forma. Enfim, menos uns contribuintes mas, em compensação – pensarão os governantes a esfregar as mãos de contentes – menos umas pensões de reforma…

    Não acrescento mais nada, o que Daniel Fernandes aqui deixou escrito é do mais lúcido que já vi sobre o assunto… excepto essa de nadar com os tubarões mas era, evidentemente, em sentido figurado.
    Saudações democráticas.

    • Caro Joaquim, comentário democrático de bom calibre. Mas não deixo de estranhar que algumas das causas de morte que figuram no tal site da marinha sejam coisas como “encontrado morto na toalha”. Ora, isto não é uma causa de morte e nenhum médico legista que se preze escreveria isto num óbito.

      Quanto ao enfarte neurótico… bom… algo que é “dos neurónios”, diz-se “neuronal”, tanto quanto sei. Pelo que ficarei a aguardar que alguém explique o que é um “enfarte neurótico”, ainda não me dou por satisfeito.

      • Joaquim Trancoso says:

        Caro Pedro, a frase “encontrado morto na toalha” soa-me como uma designação genérica que evita precisar qual o verdadeiro motivo do óbito pois este pode dever-se a diversos factores, ter causas variadas (hipertermia, doença súbita ou c rónica, ataque cardí­aco por variadas razões, AVC, etc.); muitas vezes a pessoa deita-se a dormir na toalha (devia ser proibido, mas… como controlar isso? É uma utopia, claro), e “esquece-se” de acordar e “quando dá por isso” (em sentido figurado, evidentemente), está cadáver! Sabe-se que a prolongada exposição ao sol leva a esse tipo de mortes e (cá vai mais uma para a polémica) a própria digestão de papo para o ar (ou para baixo) ao sol também. Acontece que, por vezes, o delegado de saúde que confirma o óbito não dá um esclarecimento cabal sobre a causa da morte, limita-se a confirmá-la e como a lei não exige uma autópsia, desde que não existam sinais evidentes de violência ou dúvidas razoáveis – afogamento, por exemplo – ou seja requerida por familiares, a declaração “encontrado morto na toalha” parece-me razoável para quem não se quer meter em áreas fora da sua competência como, pelos vistos, aconteceu com o caso do “enfarte neurótico” que parece suscitar alguma polémica (eu afirmei, no meu comentário anterior, que tal me parecia dever-se a uma certa lógica, nada mais, além de que a coisa poderia mesmo ter origem nalgum mal-entendido por via de tradução de lí­ngua estrangeira, o que não é nada invulgar).
        “Encontrado morto na toalha” pessoalmente não me choca em nada e é, talvez, uma forma discreta e airosa de evitar publicar alguma inconsciente inverdade além de que, claro, a tutela deve esforçar-se ao máximo evitar meter-se em alhadas e tentar fazer o seu trabalho tão bem feito quanto possí­vel que é para isso que vai o “pilim” dos nossos impostos…
        Mas, digo eu, sem querer assumir o papel de advogado do diabo nem para tal tenho alguma procuração :-), se publicam uma coisa que “supostamente se considerava correcta” e depois publicam outra que se considera “vaga”, não será o caso de se aplicar aqui o ditado ” preso por ter cão e preso por não ter”?
        Se formos a ver, existe muita gente em sectores fundamentais do estado – e não só – que publicam ou dão pareceres sobre assuntos que parecem perfeitamente claros e, passado algum tempo, alguém vem demonstrar que não é bem assim ou mesmo que está totalmente errado… são coisas que acontecem, mesmo nas ciências supostamente mais precisas, há sempre alguém que, de repente, descobre (ainda bem, tudo na vida tende a evoluir, o objectivo é melhorar) uma fórmula diferente e aí­, quem de direito, só tem de aceitar humildemente a nova realidade e passar a adoptar essa mesma fórmula… até que venha outro alguém que demonstre novamente que a coisa, afinal, também não é bem assim e apresente nova fórmula… está sempre a acontecer e, se fossemos a situações factuais e actuais em diversas áreas que afligem a população e afectam o paí­s, havia pano para mangas, peitilho, costas, gola e até mesmo para umas lapelas e uns bolsozitos.
        Pessoalmente, que sou do tempo em que, na minha adolescência, ainda só havia o “banheiro” que, com a sua experiência de mar, tentava o seu melhor, de acordo com os conhecimentos da época, penso que esta designação “encontrado morto na toalha” é apenas sinal dos tempos concatenado a fruto da experiência e que, de modo algum, reflectirá qualquer forma de desleixo sobre a informação a passar. A meu ver – e referindo-me í s praias – há bastante mais com que nos preocuparmos: os polí­ticos, se tiverem “pulsos” no sí­tio respectivo, bem podem tirar partido de certas regulamentações no que concerne ao domí­nio público marí­timo e criar legislação bem mais completa, quiçá restritiva nalgumas situações, sobre a atitude do banhista nessas zonas… que, sendo de todos, não são, simultaneamente, de ninguém senão do estado e por tal, tuteladas e regulamentadas por este!
        Saudações democráticas e uma boa semana a todos.

  32. Acordem says:

    Parabens pela tua logevidade enquanto bloguer.

  33. Albano says:

    Pedro,

    Sugeria-te que não confundisses a liberdade de expressão com aldrabice. Antes de publicares um dado médico-cientí­fico no teu blogue, informa-te para não induzires as pessoas em erro.
    Tomar banho com água a temperatura muito diferente da normal no nosso organismo (cerca de 37 graus), pode provocar paragem de digestão sim. Basta fazeres uma pesquisa mais cuidada e vês que isso é verdade. O choque térmico pode provocar a paragem digestiva. A opinião de um médico não chegou? Por favor, corrige as afirmações que fizeste em cima, seria de bom senso.
    Obrigado.

    • Caro Albano, não tenho melhor informação que o meu pai, médico há mais de 20 anos e em quem confio inteiramente e já agora, a minha mãe que idem aspas e idem aspas.

      Não vou continuar a discutir este assunto com argumentos que já lancei e que ninguém soube responder ou rebater: que temperatura é essa, assim tão diferente da do nosso corpo? A água do Oceano Atlântico na nossa costa tem essa temperatura? É que se a temperatura é 5 graus, ou 10, ou zero, então a hipotermia é um problema bem mais premente nessa altura do que uma paragem de digestão.

  34. Albano says:

    Pedro,

    Depois de estar certo do que escrevi, encontrei um texto que é interessante para a questão…diz um médico que não faz bem ir para a água com a barriga cheia mas não diz que isso pode matar. Diz sim que o choque térmico (de que eu falei) o pode fazer…ou seja, a pessoa não morre por parar a digestão mas sim de paragem cardí­aca provocada pelo choque térmico. Mas não vejo maratonistas a comer antes de correr, e os jogadores de futebol almoçam í s 12h se tiverem jogo í s 15h…será que todos os médicos que aconselham assim estão errados?
    Temos de ter muita calma ao falar de saúde…

    • Cá estamos novamente a falar de choque térmico sem referir temperaturas! Qual é o choque? Qual é a diferença de temperatura necessária para o causar?

      Quanto a correr ou jogar í  bola de estí´mago cheio, não vejo o que isso tem a ver com entrar em água… não tem nada a ver com o assunto! É óbvio que se eu encher o bandulho e for correr ou andar aos saltos, o mais provável é que vomite. No entanto, também duvido que morra disso…

  35. Joaquim Trancoso says:

    Caro Pedro
    Pela sua longevidade – conforme “acordem”, deduziu (;-)), creio, que também seja do tempo do “banheiro” -,vai daqui, igualmente, com a devida vénia ao autor, um acréscimo aos “parabéns” propostos pelo signatário atrás referido, pese embora o facto de sempre ter acreditado que essa coisa da longevidade, especialmente nos dias que correm e graças aos avanços na medicina, mesmo não se sabendo a verdade sobre o “elixir da vida” (se é que alguma vez existiu), seja algo tão natural que não mais careça de felicitações pelo facto… mas, na minha mais humilde atitude cí­vica e democrática, não queria deixar passar em claro esse factor determinante duma merecida pensão de reforma (que seja tão longa, doirada e merecida, quanto o é, imerecidamente, o de muita gente neste paí­s, especialmente em certas áreas da governação, autarquias e outros delapidadores do erário público).

    Para o tema da controvérsia digestão/choque térmico, deixo apenas uma sugestão:
    Quando algum dos aqui participantes passar por essa experiência, encarecidamente agradecia que, do além, me enviasse um mail (a evolução tecnológica é lixada e não pára, está já em todo o lado – TODO mesmo!)a explicar como se deu a coisa, penso que tal iria contribuir bastante para melhor esclarecimento e, quiçá, evitar situações futuras aos que por cá andam neste vale de lágrimas e lamurias, qualquer que seja a sua longevidade ou perspectiva da mesma.

    Correr ou andar aos saltos com o depósito atestado não provoca a morte, claro, mas sempre vai dando um empurrãozinho nessa direcção; é como aquele ditado do cântaro que vai í  fonte, que até se pode aplicar aos demais temas… só nunca consegui entender porque arriscar tudo (especialmente numa coisa sem pés nem cabeça, que não demonstra nada a ninguém – na minha óptica, claro)numa única cartada… quando se tem apenas uma carta para jogar – a vida -, o mais precioso de todos os bens terrenos!

    Quanto í s temperaturas, até se podia fazer alguma ironia sobre o tema, pegando, por exemplo, no próprio significado de temperatura: se a compararmos, a tí­tulo excepcional e apenas em sentido figurado, com uma bebedeira! Por exemplo, posso dizer que, para ficar bêbado, basta-me um copo – geralmente o último! Ponha agora isso em termos de diferença de temperaturas e tem a resposta. Pessoalmente não estou interessado em experimentar, tenho uma forte aposta na minha longevidade, quanto mais não seja só para ter o prazer de chatear os nossos polí­ticos.

    Saudações democráticas e uma boa e soalheira semana a todos. Ah, e já agora, cuidado com o depósito atestado e a água fria do mar… e não só!

  36. miguel says:

    Fonix oh couto e santos… até estava a gostar de ler alguns posts mas depois deste já nem leio mais algum. Também odeio a ignorância das pessoas a fazerem destes mitos uma lei suprema. Pior que isso só alguém que com essa tua jactância se julga melhor mas na realidade se demonstra ainda mais ignorante. Concordo com o outro quando diz que devias pesquisar um pouco mais antes de pensar. E quando pensares, pesquisa um pouco mais antes de escrever. Já temos muitos ignorantes í  moda antiga, não venhas adornar o mundo com ignorância dos tempos modernos…

    • Acho impressionante é como todos vocês falham em compreender o que aqui está escrito e mesmo depois de muita discussão continuam completamente brainwashed pelo que vos foi martelado desde miúdos. E depois vêm aqui com grande eloquência chamar-me ignorante a mim e dizer-me que tenho que pesquisar… como se eu não tivesse pesquisado.

      Mas no fundo, não me devia admirar: é assim que se fazem cristãos devotos (e outros tipos com amigos imaginários). Se eu escrever um post sobre a inexistência de divindades, suponho que receba montes de comentários a chamar-me ignorante e sobre como devia pesquisar.

      Pois. The truth is out there.

  37. MiraSintra says:

    Boa noite

    Até hoje era completamente abstrato as causas de paragem digestiva por diferenças de temperatura, cheguei a este site pela busca de informação sobre este tema mas não relacionado com o tempo de digestão ideial para entrar na agua. Eu sou um dos brainwashed, desde puto e que acredita piamente neste “mito” mas sinceramente nunca comprovei que de facto seja verdadeiro.
    Que as paragens digestivas existem isso não há menor duvida até pq eu ando á guerra com uma desde a passada quarta feira e infelizmente ainda hoje ando meio azamboado, talvez pq desta vez não consegui mandar carga ao mar no dia. Já agora, a razão das tonturas quando temos uma paragem de digestão estará relacionado com a deslocação do sangue para o estomago? É algo que não compreendo e como aqui existem varios entendidos no assunto agradeço explicação.

    Boa noite e parabens pelo magnifico local de discusão

  38. rss says:

    Deixo-te mais um mito:
    Não se deve comer melancia e beber vinho tinto.

  39. Vitor says:

    Pedro, mais uma pequena ideia que poderá (ou não) ser aproveitada para colocares na tal lista de posts/marcos do blog! Ou seja, o ‘post’ (raios que não gosto da palavra!) com mais respostas!

    (e são agora 8h04… Deitei-me há pouco pelas 6h00… os teus blogs – pois, agora já descobri o das tirinhas de cartoon – são MESMO viciantes!) ;)

Deixar um comentário

Redes de Camaradas

 
Facebook
Twitter
Instagram