Quando o nosso esquentador começou a apagar-se, na segunda-feira e eu comecei a ouvir a ventilação do novo esquentador do vizinho de cima pensei logo que os gases de queima de lá estavam a vir parar í nossa cozinha.
O ar quente é suposto subir, portanto algo tinha que se passar.
No entanto fomos comprar um novo esquentador e preparar-nos para renovar as tiragens todas. Depois de muito trabalhinho e dores nas costas, hoje obtive, como é óbvio, confirmação do que já tinha suspeitado há três dias.
Tirei o tubo flexível da saída do nosso esquentador e, quando o vizinho de cima abriu a água para lavar a loiça, levei com um bafo quente de gases queimados na tromba.
Já lá fui, já liguei para o senhorio deles, já tapei as minhas tubagens com alumínio e agora aguardo, sem água quente nem poder usar o fogão, que se descubra porque raio a saída do esquentador do andar de cima… está a vir parar ao andar de baixo.
E com isto são mais 15 cabelos brancos esta semana…
Ando, há uns tempos, a escrever sobre Design. Muito porque acho que preciso de por as minhas ideias em ordem. O primeiro artigo está finalmente online, no DFL. Está em inglês, por favor não chamem a polícia da língua. :-)
Quem ainda não viu “24: Redemption”, abstenha-se de ler.
Foi assim: vinham uma data de jipes carregadinhos de guerrilheiros africanos, armados até aos dentes em direcção a uma escola cheia de crianças que pretendiam raptar para usar como soldados.
Na escola, Jack Bauer, sozinho com duas 9 mm, uma faca e algumas barras de dinamite.
Quando os jipes pararam e os guerilheiros saltaram cá para fora eu disse: “Vão todos morrer!” (e disse mesmo, tenho uma testemunha).
Alguns minutos depois, o chefe dos guerrilheiros, último sobrevivente, recebia um pescoço partido, cortesia das coxas do Jack Bauer, ainda pendurado pelos braços e acabadinho de torturar com um machete em brasa.
É por estas e por outras que alguns tristes acham que 24 é uma série de merda… e eu sou Jack Baueriano até ao tutano! Ou por outras palavras: Jack Bauer, FUCK YEAH!
Foi em Julho de 2007 que se rompeu um cano de esgoto da coluna do nosso prédio, logo por azar, no nosso apartamento. Bom, não foi azar, foi uma montagem feita í parva de um esquentador que cuja tiragem de gases foi tão metida í pressão que, com o passar dos anos, foi derretendo o esgoto.
Vieram cá uns tipos que partiram a parede da cozinha toda para chegar ao esgoto que repararam, apenas para rebentar novamente, pouco tempo depois.
Vieram outros que repararam a coisa melhor, mas meteram amianto a proteger o cano.
Finalmente, veio cá um gajo reparar uma torneira na casa de banho que acabou a mudar a banheira e, depois de lhe pedirmos para reparar o buraco na cozinha, mostrou-se incapaz. Apesar de ser, aparentemente, pedreiro, construtor, especialista e o caneco.
A coisa ficou por fazer.
Ontem, apercebemo-nos que os pedaços que betão que tinham sido deixados a escorar a cabeça de cavalo onde encaixavam os tubos de saída do esquentador e exaustor, tinham caído. As tubagens moveram-se, a do exaustor soltou-se e o esquentador estava a apagar-se durante o uso.
Isto indica, normalmente, que os gases de saída do esquentador estão a voltar para trás e que a válvula de segurança do dito corta o gás. Ou isso, ou o esquentador estava a ficar sem pilhas.
Mas nós estávamos fartos e isto foi a gota de água. Monóxido de carbono não tem piadinha nenhuma e não estávamos dispostos a deixar passar nem mais um dia.
De manhã fomos ao Leroy Merlin, onde torrámos 500 euros. Grande parte dos quais num novo esquentador Vulcano, não por paranóia, mas porque o esquentador que cá temos já andava debaixo de olho para ir para o lixo há uns meses e resolvemos aproveitar.
Depois de almoçarmos no Forum, voltámos para casa e metemos mãos í obra. O processo ficou documentado em dez fotos que tenho num set no flickr.
Mas o resultado final é este:
Era tão complicado para o pedreiro que estava a preparar-se para tapar o buracão com dois pedacinhos de contraplacado que nós, novatos nisto do cimento e dos tijolos, tapámos o buraco numa tarde.
Usámos tijolos refractários, lã de rocha para separar o tubo que aquece do que derrete, madeira para fazer uma cofragem para iniciar a cimentação e, a estrela da festa, um fantástico cimento de secagem rápida da Aguaplast, chamado “Rapiduro”.
Sim, é possível que Rapiduro também seja um nome de um medicamento para a disfunção eréctil.
O buraco está tapado. Resta estucar e pintar, o que devemos fazer até ao final da semana, após o que poderemos montar o novo esquentador.
Gostava de saber o que se mete na cabeça das pessoas que as faz achar que a privacidade da vida dos outros se torna alternativa quando há uma criança envolvida.
Já não bastam todas as senhoras que vêm ter connosco, no meio da rua, para nos avisar que o Tiago está com frio, ou que está desconfortável com a luz, ou que precisa de um chapéu. A presença do Tiago invalida, aparentemente, a nossa privacidade enquanto família.
Acho curioso porque quando se vê (e ainda se vê), pais a assentar estaladões nos filhos, ou mães a fazer desabar 3 ou 4 tabefes sobre a trombinha do seu rebento, ninguém se mete, ninguém diz nada, ninguém intervém.
Mas para pequenos detalhes, como o agasalho ou a protecção craniana, toda a gente tem uma opinão que deseja transmitir. Sinceramente, acho que sei vestir e proteger o meu filho; presto-lhe atenção, tento perceber se está confortável e certificar-me que não tem um casaco a menos ou a mais, não está a levar com o Sol na cara sem os seus óculos escuros e que, de uma maneira geral, tem um certo estilo e pose dignas que um Couto e Santos.
Ou por outras palavras: metam-se na vossa vida, muito obrigado.
Mas há alturas em que a situação adquire um colorido tal que honestamente me faz duvidar da sanidade colectiva deste povo.
Hoje de manhã íamos os três a caminho da escola, para deixar o Tiago quando um… chamemos-lhe “bacano”, se acercou de nós com um ar preocupadíssimo. E vai o bacano:
“Oh Sócio!” (excelente começo)
“Olhe que as crianças que andam viradas para a frente [no carrinho], ficam traumatizadas!”, exclamou. “Vire a criança para trás! Olhe que é verdade!”
Eu duvidei, honestamente, quando ele disse que as crianças que viajam em carrinhos, viradas para a frente, ficam traumatizadas. Tendo em conta que, digamos, 99% de todas as cadeirinhas de passeio para crianças com mais de um ano têm o assento virado para a frente e que o Tiago tem tudo menos aspecto de recém-nascido (os que, por vezes, viajam de facto virados para trás), duvidei…
Mas quando ele disse “Olhe que é verdade!”, reavaliei toda a minha vida. Afinal, se calhar, todos os meus problemas se cingem a um só: ando sempre virado para a frente.
A decisão ficou tomada imediatamente: a partir de amanhã, só ando virado para trás.
Quando o nosso esquentador começou a apagar-se, na segunda-feira e eu comecei a ouvir a ventilação do novo esquentador do vizinho de cima pensei logo que os gases de queima de lá estavam a vir parar í nossa cozinha. O ar quente é suposto subir, portanto algo tinha que se passar. No entanto fomos comprar […]
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Quem ainda não viu “24: Redemption”, abstenha-se de ler. Foi assim: vinham uma data de jipes carregadinhos de guerrilheiros africanos, armados até aos dentes em direcção a uma escola cheia de crianças que pretendiam raptar para usar como soldados. Na escola, Jack Bauer, sozinho com duas 9 mm, uma faca e algumas barras de dinamite. […]
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