É com grande prazer que anuncio que os Especialistas têm uma nova casa, no SAPO Developers. Podem ir ao site buscar o vosso fix de tecnologia SAPO e aproveitar para ver o novo cartoon semanal que sairá, em princípio, todas as segundas-feiras.
Tenho que agradecer ao Celso pela oportunidade e por ajudar a manter vivos os Especialistas. Agora vamos ver se eu e o Nelson conseguimos manter os olhos abertos por mais umas horas durante a noite para bombar uma tira todas semanas. :-)
Ao fim do dia da terça-feira passada, 24 de Junho, os meus adorados vizinhos de cima tinham ambos os elevadores ocupados. Na escada, uma barulheira infernal de vozes e objectos sendo arrastados. Tudo levava a crer que estavam a carregar e descarregar os elevadores que viajavam incessantemente para cima e para baixo.
Fiquei furioso porque estava a tentar ir levar o lixo para despejar e não conseguia ter elevador tal era o frenesim com que estes subiam e desciam, sempre de e para o nono andar. Mas depois ocorreu-me: estarão a mudar-se?
Fiquei tão contente com a possibilidade de se estarem a mudar que voltei para casa e deixei o lixo para ser despejado no dia seguinte.
Na quarta, quinta e sexta, seguiram-se barulhos diversos, ao final do dia: arrastar de móveis, atirar de objectos pesados para o chão, marteladas. Fiquei desanimado e convenci-me que tinham estado a deitar fora mobília na terça, para passar o resto da semana a montar novos móveis.
Na noite de Sexta para Sábado, acordei sobressaltado í s três e meia da manhã. Era o vizinho de cima a falar ao telefone em altos berros – como habitual – provavelmente ligando para o Brasil (para compensar o fuso horário), cena habitual, portanto. Mas a voz dele ecoava como se estivesse num salão vazio.
Convenci-me, sem sombra de dúvida, que o quarto por cima do meu, onde o vizinho falava ao telefone, estava completamente sem mobília.
Sábado veio e foi, a noite de Sábado para Domingo seguiu-se-lhe; depois foi Domingo o dia inteiro (dia habitual das festas lá em cima com música e samba de salto alto) e a noite de Domingo para Segunda.
Nem. Um. Pio.
Não vos sei explicar a sensação que é, depois de mais de um ano de barulho constante vindo do andar de cima, a qualquer das 24 horas do dia, seja de manhã, tarde, noite ou madrugada; fosse música, conversas animadas, risos, cantorias, danças, portas a bater, móveis e cadeiras a arrastar, camas a agitar-se ritmicamente (apenas duas vezes num ano, felizmente!) e, claro, as gritarias, choros, corridas e insultos violentíssimo. Havia sempre barulho a vir daquele andar. Incessante, imparável, insuportável.
E agora parou. Parou e eu estou na expectativa… ter-se-ão mudado? Terão simplesmente partido de férias para o Brasil? Será que voltam? Se não voltarem… se forem substituídos por novos inquilinos, estes serão ainda piores?
Ontem pareceu-nos ouvir movimento no andar de cima e vimos água a pingar do ralo da varanda. Ouvi falar, mas sem sotaque Sul-Americano. O ruído era normal: o esperado quando se vive em gavetas empilhadas, nada de perturbante… seria o senhorio a limpar a casa para a re-alugar?
Disse que ia apoiar a Alemanha, mas não consegui. Entenda-se que também não apoiei a Espanha. Estive a brincar com o Tiago enquanto o jogo passava em background e não consegui sentir qualquer entusiasmo pela final.
Creio que desde 1998 que não me entusiasmo com uma final em que não participe Portugal. Foi quando a França deu três na pá ao Brasil na final do Mundial, foi um grande jogo, com Zidane em grande forma e deu-me gozo ver.
A final de hoje foi uma trampa que apenas sublinha o quão pleno foi o falhanço da nossa Selecção neste Europeu. A Alemanha praticamente não jogou. Aquilo que eu confundi com superioridade tática dos germânicos contra Portugal foi, afinal, inferioridade Portuguesa: um mau treinador e um péssimo guarda-redes.
Estava enganado e admito-o: a Alemanha não é nenhum portento táctico e fiquei aparvalhado, no fim do jogo, a pensar como foi possível os Alemães terem chegado í final.
Espanha é, então, campeã europeia de futebol, após o que foi uma grande campanha: 9* pontos na fase de grupos e zero golos sofridos na fase eliminatória. Uma lição, portanto, para quem diz que “só precisamos ganhar dois jogos para estar nos quartos”.
Não. Nunca é preciso ganhar “só” dois jogos. É preciso, sempre, ganhar todos os jogos. Todos.
A final interessou-me pouco, mas fez-me pensar que a nossa selecção poderia perfeitamente ter estado ali a jogar com Espanha e, mesmo perdendo, teria sido um melhor jogo e uma sensação de dever cumprido.
Hoje é a final do Euro 2008. É uma final pouco interessante, para ser sincero. Preferiria um Holanda vs. Rússia, por exemplo. Mas é o que se arranja e neste caso, decidi, sem grande hesitação, apoiar a Alemanha.
Parece-me que a Alemanha tem um dos melhores treinadores deste Euro, capaz de se adaptar aos adversários e derrotá-los, por diferentes que sejam uns dos outros. No final do Portugal-Suiça, o comentador da TVI quase que tinha orgasmos a sublinhar que Portugal teria 8 dias para se preparar e a Alemanha apenas 3.
À Alemanha, bastaram 3.
E eu sou Português. Os Portugueses, Historicamente, são avessos aos Espanhóis. Não mudo de opinião só por causa do futebol. Aqui estou, esperando que a Alemanha esmage a Espanha, esse bando de gordurosos, ocupacionistas!
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Ao fim do dia da terça-feira passada, 24 de Junho, os meus adorados vizinhos de cima tinham ambos os elevadores ocupados. Na escada, uma barulheira infernal de vozes e objectos sendo arrastados. Tudo levava a crer que estavam a carregar e descarregar os elevadores que viajavam incessantemente para cima e para baixo. Fiquei furioso porque […]
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