Sunday night fever

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Eu bem digo que o puto é de ferro…

No Domingo passado estavamos todos doentes. E com doentes quero dizer engripados: eu, a Dee e o Tiago. Ao fim do dia, o puto estava mesmo a ficar em baixo; os avós foram vê-lo e não encontraram nada de especial, mas enquanto lá estavam a temperatura dele subiu para perto de 38 e ele ficou mesmo aborrecido.

Pusemos-lhe um ben-u-ron, deitámo-lo e ele dormiu uma hora.

Depois jantou e foi para a cama novamente, com a temperatura í  volta dos 3 e picos.

Quando nós fomos para a cama, umas horas mais tarde, passámos pelo quarto para ver como ele estava e a temperatura tinha subido para 40.1 graus. Ligeiro pânico dos pais que nunca tinham visto o miúdo assim.

Depois de um telefonema para os meus pais, os médicos da famí­lia, lá tratámos dele: despir, ben-u-ron e a parte mais chata: molhá-lo com água fria para baixar a temperatura. Todo ele fervia e não achou piadinha nenhuma ao tratamento.

Lá o voltámos a por na cama, só de fralda e esperámos.

Por volta da uma e picos vestimo-lo com roupas levezinhas e depois, í s duas, ele acordou, encharcado em suor. Bom sinal: a febre estava a baixar. Depois de lhe trocarmos a roupa, secarmos o cabelo e mudarmos a cama, ele voltou a dormir e ficou bem o resto da noite.

E no dia seguinte estava visivelmente melhor e na terça ainda ficou em casa just in case, porque na verdade já estava bom.

Porque é que eu digo que, apesar deste episódio, ele continua a ser “de ferro”? Porque tanto eu como a Dee ficámos piores desde Domingo. Hoje é quinta e eu estou de rastos; há praticamente uma semana que não durmo mais de duas ou três horas por noite e hoje nem isso – noite em branco. Dói-me a garganta, estou todo entupido e mal consigo falar sem soar como o Darth Vader.

O Tiago? Está óptimo.

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As bolvitas perdidas

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Hoje em conversa com o Gnü, perguntava-me ele por produtos que me lembrasse de miúdo que tivessem embalagens potencialmente interessantes. Sem pensar muito nas embalagens fui-lhe dizendo alguns produtos: presto, farinha 33, sabão clarim, bolachas campechanas.

E depois, como é habitual nestas sessões de recordação, as bolvitas. Ainda lhes sinto o sabor, na Rua Mateus Vicente de Oliveira, em Queluz, da mercearia da esquina para casa da minha avó. Bolvitas.

Nunca conheci ninguém que soubesse o que são bolvitas, mas eu sei que elas existiram! E sabiam mesmo bem. Curiosamente, esta minha dificuldade em encontrar quem se lembre de tal iguaria está patente nos resultados do Google pela palavra “bolvitas”. Apenas dois e um deles vem, precisamente, do meu blog.

O outro, um Urso Polar, com mais um ano que eu, também fala em bolvitas e descreve-as como eu penso que terão sido: um cereal de pequeno almoço. Possivelmente umas bolinhas de milho.

Nada mais encontro sobre bolvitas online.

Mas o meu post que menciona as bolvitas, escrito com base numa ideia que li no livro “Microserfs” de Douglas Coupland, fez-me sorrir e não resisto a republicá-lo, cinco anos depois:

Ficheiros do inconsciente

Leram o microserfs? Não faz mal… viveram nos anos oitenta? Já ajuda.

format c:
Tubular Bells
Graphical User Interface
intel inside
loading please wait
calvin and hobbes
Jimi Hendrix
ESBAL
SoundBlaster
“may the force be with you”
móveis baratos
“pulp fiction”
joysticks
sinclair zx spectrum
gravadores de cassettes com botões “save” e “load” em vez de “rec” e “play”
“CorelDRAW!”
“reservoir dogs”
o que é que significa pi?
“doom”
colecções de cromos de animais
cartão da Biblioteca Nacional
Autodesk “3D Studio”
Sega Mega Drive
mouse click
CTRL+ALT+DEL
“wish you were here” dos pink floyd e “stairway to heaven” dos led zeppelin
guerra do golfo em directo
relógios digitais í  prova de água
cassettes de audio sonovox
Betamax
gangs
Fiat Uno
revivalismo do revivalismo dos anos 60
linguas de gato e bolvitas
pacotes de papel das antigas mercearias
a revista “photo” com mulheres nuas
teclados HCESAR
teclas dos jogos do spectrum: q-a-o-p-m, respectivamente, cima-baixo-esquerda-direita-disparar
fonts bitmap com 8X8 pixels
andar de baloiço
os tubos de plástico para transportar desenhos afinal não servem para nada
“worms”
aparos de desenho e tinta da china
beavis and butt-head
software pirateado
os troubleshooters só resolvem problemas que não nos acontecem
os que nos acontecem temos que ser nós a resolver
Coca-Cola
favas com sal e tremoços
herpes nasal
“Generation X”
Indiana Jones
James T. Kirk, Spock, Bones, Scotty, Sulu, Checkov e Uhura
lápis de cor viarco
James Bond 007
supino plano
union jack
Cindy Crawford
orgãos Hammond
16 Mb de RAM
vomitar durante a noite
halls mentho-lyptus
grandes lojas de discos em Londres
bolachas belgas com leite condensado
vaca frita com cebola e arroz chao-chao
preservativos rebentados
ren and stimpy
aparelhagens hi-fi de 43 cm.
John, Paul, George e Ringo
auscultadores com múscia em altos berros até í s quatro da manhã
o McDonald’s foi a única coisa que me maravilhou em Paris
tudo me maravilhou em Londres
sandes de atum do subway, com cebola, alface, pimento e mayonnaise
“the crow”
comics do batman, “dark knight”
compras de natal
sintetizador Roland D-50
calças Levi’s 501 azuis
parques de campismo atulhados de gente
concertos no estádio de alvalade
world wide web
o apple macintosh não é assim tão bom
imagens pornográficas no computador
rock sinfónico dos anos 70
Lamborghini Countach
SONY
tablatura para guitarra
MTV
o dinheiro é que traz a felicidade
som dolby stereo surround no cine-teatro monumental
LA lakers e Chicago bulls/Magic Johnson e Michael Jordan
“battlestar galactica”
filmes pornográficos com a Traci Lords, menor de idade
“Monty Python’s Flying Circus”
Asterix, o gavlês e Obelix
Ciclopedix, a hiena e Ogordix
aulas de Geometria Descritiva í s oito da manhã
caças F-14 TomCat da McDonnel Douglas
telefones de botões
quando achamos que está tudo bem, é porque provavelmente nos esquecemos de alguma coisa
cartão multibanco
InterCapping
Adobe “PhotoShop”
renovar o computador de seis em seis meses
aguarela lí­quida ecoline
romano, plaeo-cristão, românico, gótico, barroco, maneirista, neoclássico e romântico
o design existe?
pedais de efeitos para guitarra
passear o cão í s três da manhã
.ZIP files
o que é arte?
X-Wings e TIE Fighters
televisores nokia 9X16
snoopy e garfield
desenhos animados da warner brothers
D. Afonso Henriques
canetas bic cristal para escrita normal, bic laranja para escrita fina
o que é o belo?
“The Twilight Zone” e “The X Files”
Freddie Mercury
TV por cabo
“twenty first century schizoid man”
viver num quarto com 3 por 5 metros é um convite í  bagunça
tostas mistas com laranjina “c”
“com capota, sem capota, ele é jipe e camião”
“message in a bottle” dos police
fazer a cama cansa mais do que correr a maratona
colunas de som enormes com quatro speakers
aquilo que nos parece mau é normalmente bom, se observarmos melhor
adaptabilidade ao som de despertadores para não acordar de manhã
o sonic tem muito mais graça que os super mario brothers
jogos role-play point-and-click da LucasArts
point-and-click, drag-and-drop, look-and-feel
user friendly
floppy disk, compact disc, mini disc e digital versatile disc
o VHS é provavelmente um dos piores sistemas caseiros já inventados
máquinas de calcular com células foto voltaicas
walkman
botas de basketball
Freddy Krueger
“I’ll be back”
16.777.216 cores
máquinas de pinball espanholas a uma peseta cada jogo
1ª classe em Moimenta da Beira, 2ª classe em Mourão e Queluz, 3ª classe em Queluz e Mem-Martins, 4ª classe em Mem-Martins e Almada
riffs de heavy metal, palm muting e power chords
dormir até ao meio-dia não é tanto como parece

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IVA com recibo

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Há dez anos que tenho uma empresa e há dez anos que luto por mantê-la viva… contra o Estado.

Já aqui falei várias vezes deste assunto, não vale a pena estar a vir com o choradinho todo outra vez, mas uma das coisas que sempre me enfureceu na maneira como o sistema fiscal funciona em Portugal é o mecanismo do IVA.

Para quem não tenha noção, as coisas funcionam mais ou menos assim: eu, como empresa ou qualquer outro sujeito passivo de IVA, sou obrigado a cobrar 20% mais em cada um dos meus serviços, para efeitos de IVA.

Esse valor, porém, não é para mim: é para o Estado. No final de cada trimestre, os sujeitos passivos de IVA devem fazer uma declaração ao Estado do valor de IVA cobrado aos seus clientes nesse mesmo trimestre e, claro, liquidá-lo pagá-lo (obrigado Nuno Correia).

A perversidade está nas condições para esse pagamento. O mesmo é sempre efectuado sobre valores facturados. Portanto, se eu emito facturas no valor de 5 mil euros mais IVA, no final do trimestre tenho que pagar mil euros de IVA, independentemente das facturas emitidas já me terem sido pagas pelos meus clientes!

Da primeira vez que as pessoas comuns se apercebem disto (pessoas sem conhecimentos de fiscalidade), ficam um pouco confusas… é suposto recolhermos um imposto, em nome do Estado que devemos entregar ao dito, de três em três meses… independentemente de o termos, efectivamente em mãos?!

Sim.

E tendo em conta que em Portugal se pagam facturas a 60, 90 e mesmo 180 dias (ou mais…), já imaginam o problema que isto é para uma PME: chega ao fim do trimestre, muitos clientes ainda nem sequer fizeram tenções de pagar, mas o IVA, que a PME não tem, deve ser entregue ao Estado.

Escusado será dizer que algumas PMEs vêem-se obrigadas a falhar esta obrigação fiscal, sendo posteriormente multadas, com é óbvio, outras preferem deixar salários atrasados ou não pagar certos benefí­cios aos seus funcionários para poderem pagar ao Estado um imposto-fantasma e finalmente, claro, muitas arranjam facturas falsas e gastos inventados para tentarem minimizar o impacto do IVA já que, qualquer IVA pago por um sujeito passivo de IVA a outrém, abate no valor de IVA a entregar ao Estado (como é evidente).

Ao que parece, surgiu um movimento, iniciado por uma empresária, para que seja debatido na AR uma proposta muito mais sensata que é o IVA com recibo. Ou seja, eu pago o meu IVA sim senhor, mas baseado nos recibos emitidos num trimestre e não nas facturas. Sempre defendi esta ideia e custa-me a crer que não seja, de facto, assim.

É claro que a emissão de recibo implica a pagamento de uma factura o que por sua vez implica que sim, já tenho o dinheiro do IVA na minha conta e posso entregá-lo ao Estado sem grandes dramas.

A iniciativa tem um site oficial e está associado a uma petição que necessita de duas mil assinaturas para que o assunto seja levado a plenário na AR. Se são sujeitos passivos de IVA, sobretudo PMEs, não ignorem esta ideia que pode salvar o vosso negócio.

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Third strike…?

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Ainda não passou um mês desde que o Tiago entrou no infantário e foi hoje mordido pela terceira vez.

Quando o meu telefone toca (posso dizer a frase?), entre as quatro e meia e as cinco, fico sempre sobressaltado. É a hora de ir buscar o Tiago í  escola… o que terá acontecido desta vez?

Ao que parece, trata-se sempre do mesmo puto que afinfa e pelos vistos não afinfa só no Tiago embora pareça ter engraçado com ele. Fico irritado.

A Dee diz-me sempre para não ser assim e que tenho que ir lá ver os miúdos para perceber que são todos bebés e que faz parte e que não vale a pena irritar-me. Mas eu fico irritado.

Como é que um gajo é suposto reagir a isto? Em menos de um mês o puto leva três dentadas e ao que parece a última fez ferida e está com mau aspecto; ainda não tem idade suficiente para eu lhe ensinar aquele sí­tio porreiro para enfiar um sopapo com o nó do indicador que põe qualquer matulão a vomitar. O que fazer?

A verdade é que não há grande coisa a fazer. Felizmente o Tiago não morde em ninguém, a não ser no seu ursinho de estimação, caso contrário, confrontado com “o seu filho anda a morder nos outros”, eu também não saberia o que fazer.

Parece que ele não se assusta nem foge do que lhe anda a morder, o que poderá significar que, pelo menos, não lhe ganhou medo, o que também seria chato… estar o miúdo a ir para o infantário com medo. E também continua a portar-se normalmente todo o resto do dia, portanto estas dentadas não lhe estão a causar especial embaraço.

Resta-me aguardar.

Mas porra, fico irritado!

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Para quem tem a mania que sabe tudo sobre o Magalhães

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Aconselho vivamente a que leiam um artigo de quem está, efectivamente, por dentro e sabe do que fala.

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Sunday night fever

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Eu bem digo que o puto é de ferro… No Domingo passado estavamos todos doentes. E com doentes quero dizer engripados: eu, a Dee e o Tiago. Ao fim do dia, o puto estava mesmo a ficar em baixo; os avós foram vê-lo e não encontraram nada de especial, mas enquanto lá estavam a temperatura […]

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As bolvitas perdidas

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Hoje em conversa com o Gnü, perguntava-me ele por produtos que me lembrasse de miúdo que tivessem embalagens potencialmente interessantes. Sem pensar muito nas embalagens fui-lhe dizendo alguns produtos: presto, farinha 33, sabão clarim, bolachas campechanas. E depois, como é habitual nestas sessões de recordação, as bolvitas. Ainda lhes sinto o sabor, na Rua Mateus […]

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IVA com recibo

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Há dez anos que tenho uma empresa e há dez anos que luto por mantê-la viva… contra o Estado. Já aqui falei várias vezes deste assunto, não vale a pena estar a vir com o choradinho todo outra vez, mas uma das coisas que sempre me enfureceu na maneira como o sistema fiscal funciona em […]

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Third strike…?

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Ainda não passou um mês desde que o Tiago entrou no infantário e foi hoje mordido pela terceira vez. Quando o meu telefone toca (posso dizer a frase?), entre as quatro e meia e as cinco, fico sempre sobressaltado. É a hora de ir buscar o Tiago í  escola… o que terá acontecido desta vez? […]

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Para quem tem a mania que sabe tudo sobre o Magalhães

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Aconselho vivamente a que leiam um artigo de quem está, efectivamente, por dentro e sabe do que fala.

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