O SAPO é feito de pessoas
Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Trabalho no SAPO vai para cinco anos e desde 99 que conheço alguma daquela malta, já que a Nitro foi responsável por um dos últimos overhauls gráficos completos do Portal.
Também sou um dos responsáveis pelo SAPO Messenger. Não sendo programador e pouco contribuindo para a enorme infra-estrutura tecnológica do projecto, sei que tenho dado um contributo importante para a sua existência e (não sei se é motivo de orgulho, ou não), sou o único membro da equipa sobrevivente da versão 3. Vamos na 5, caso não saibam.
Isto para dizer que já lidei de muito perto com as críticas ferozes a que o SAPO, como um todo, está sujeito, diariamente. Já recebi mails, já tentei gerir discussões em salas de chat e já cheguei a falar ao telefone com alguns clientes.
É claro que toda a gente falha. É claro que quando se tem uma das maiores empresas do país por trás, toda a gente espera mais de nós. E eu também sei, porque não sou parvo, que a PT não tem muito boa imagem junto de uma boa parte das pessoas.
Mas muitas pessoas esquecem-se de alguns dados importantes quando, enfurecidos, passam um dia inteiro a chamar-nos incompetentes, incapazes ou, como aconteceu a um colega do Messenger há uns tempos atrás: “boi”. Esquecem-se que no SAPO ninguém tem que pagar para aceder ao que fazemos. Das notícias aos blogs, do messenger, ao vídeos, fotos, mail. É tudo absolutamente grátis.
E acreditem que recebemos reclamações da ordem de “ando eu aqui a pagar”. Não, não anda. Se por coincidência o acesso í net é SAPO é mesmo disso que se trata: uma coincidência. Os serviços do Portal SAPO são gratuitos e suportados por uma equipa comercial que, já agora, carrega aos ombros o negócio da publicidade online no nosso país.
Esquecem-se que o que fazemos pode ser comparado com muitos projectos que já existem “lá fora”, mas são todos feitos com uma quantidade muito mais limitada de recursos. Menos dinheiro e menos pessoas.
Esquecem-se que, em Portugal, o SAPO faz coisas. Tirando um ou outro projecto de mérito próprio, a grande parte dos grandes serviços e projectos online e ligados í internet em Portugal foram lançados ou são suportados pelo SAPO.
Esquecem-se, acima de tudo, que no SAPO trabalham pessoas; muitas delas que insistem em marrar contra paredes para levar as ideias para diante. Pessoas que gostam daquilo que fazem e, quando estão insatisfeitas, geralmente sentam-se a pensar no que poderiam fazer a seguir, de diferente, para mudar essa insatisfação.
Decidi escrever este texto muito por causa da transmissão do Benfica vs. Nápoles desta semana. Sei que as coisas correram bastante bem para um punhado de pessoas (um punhado jeitoso, diga-se), e catastroficamente mal para um mar de gente.
Eu sabia, quando ouvi falar em 60 mil streams, que não ia chegar. Mas eu sabia isso porque eu sou benfiquista. O que eu não sabia era exactamente o que o pessoal responsável por este projecto tinha feito para que ele fosse possível.
E mais uma vez, ao ler o post do Celso que explica como tudo se passou, ao mais ínfimo detalhe, lembrei-me: o SAPO é feito de pessoas; e essas pessoas, pela primeira vez em Portugal, conseguiram efectivamente, fazer chegar um grande jogo de futebol, via internet, gratuitamente, a dezenas de milhares de pessoas.
Para a próxima, chegará a mais.