Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Ainda não passou um mês desde que o Tiago entrou no infantário e foi hoje mordido pela terceira vez.
Quando o meu telefone toca (posso dizer a frase?), entre as quatro e meia e as cinco, fico sempre sobressaltado. É a hora de ir buscar o Tiago í escola… o que terá acontecido desta vez?
Ao que parece, trata-se sempre do mesmo puto que afinfa e pelos vistos não afinfa só no Tiago embora pareça ter engraçado com ele. Fico irritado.
A Dee diz-me sempre para não ser assim e que tenho que ir lá ver os miúdos para perceber que são todos bebés e que faz parte e que não vale a pena irritar-me. Mas eu fico irritado.
Como é que um gajo é suposto reagir a isto? Em menos de um mês o puto leva três dentadas e ao que parece a última fez ferida e está com mau aspecto; ainda não tem idade suficiente para eu lhe ensinar aquele sítio porreiro para enfiar um sopapo com o nó do indicador que põe qualquer matulão a vomitar. O que fazer?
A verdade é que não há grande coisa a fazer. Felizmente o Tiago não morde em ninguém, a não ser no seu ursinho de estimação, caso contrário, confrontado com “o seu filho anda a morder nos outros”, eu também não saberia o que fazer.
Parece que ele não se assusta nem foge do que lhe anda a morder, o que poderá significar que, pelo menos, não lhe ganhou medo, o que também seria chato… estar o miúdo a ir para o infantário com medo. E também continua a portar-se normalmente todo o resto do dia, portanto estas dentadas não lhe estão a causar especial embaraço.
Resta-me aguardar.
Mas porra, fico irritado!
Tens que me dizer quem esse puto que quem vá lá dar-lhe uma dentada no nariz, sou eu!
Irrita-te, isso sim, com quem deveria estar a supervisionar as crianças e está a fazê-lo de forma deficiente.
Uma dentada? Acontece, não pode haver uma pessoa a olhar 100% do tempo para a mesma criança. 2 dentadas, ok, são muitos. 3 dentadas e há outros putos mordidos?
Puta que pariu (desculpa-me o francês), há alguém a olhar para as crianças e ver, pelo menos, que não se mordem umas í s outras?
Ao meu só morderam duas vezes. Irritei-me com a educadora (com quem me dava lindamente e continue a dar), e não voltou a acontecer (e o puto já tinha idade para se queixar, já verbalizava, portanto, não voltou mesmo a acontecer).
..eu já só quero saber que “sítio porreiro” é esse, em que apenas com uma polegada – acto de mandar com um polegar em alguém – meto matulões a vomitar!!!
kkthxbye
Pois… mas parece que o “cãozinho” se aproveita das alturas de maior confusão, mudas de fraldas e etc, para agrafar.
Como é evidente, a educadora está preocupada e já nos transmitiu que fazem o máximo possível (e já conseguiram impedir algumas dentadas do monstrinho), chegando mesmo a ter que por o vampiro í parte, em alturas de menor vigilância.
Mas uma dentada… é uma coisa rápida e não me parece que irritar-me com a educadora vá impedir o miúdo de dar ao dente. Também não me parece justo que a educadora passe a estar de vigilância permanente a apenas uma criança.
Mas evidentemente, isto não pode repetir-se muitas mais vezes.
ensina o teu puto a enfiar dentadas maiores vais ver que é remédio santo. eu sei que isso não se faz, yada yada yada, mas por vezes só com o mesmo método é que se consegue obter bons resultados. Se não quiseres ensinar uma dentada, tens sempre o empurrão que também costuma resultar. Acredita que resulta.
Marco, não tenho grande pudor sobre ensinar o miúdo a defender-se com contra-ataques, apesar de preferir que ele aprenda a gerir os seus conflitos de maneiras mais diplomáticas.
Mas ele tem ano e meio, como é que eu lhe vou explicar isso? Ainda por cima tem nuances: morde no menino, mas só se ele te tentar morder a ti, não mordas noutros meninos indiscriminadamente, etc.
É complicado.
Conta lá essa de pí´r matulões a vomitar.
“Mas uma dentada… é uma coisa rápida e não me parece que irritar-me com a educadora vá impedir o miúdo de dar ao dente. Também não me parece justo que a educadora passe a estar de vigilância permanente a apenas uma criança.”
Pedro, tu estás lá! :D
As crianças na primeira infância descobrem o mundo pela boca, é natural que mordam, que lambam e que usem a boca para os satisfazer.
No ano passado, estive na sala dos dois anos e, lembro-me perfeitamente, que ia dando em maluca com tantas dentadas!! Todos os dias ia alguém mordido para casa …
Apesar deste cenário ter acontecido na minha sala, não me considero uma educadora negligente. E mais, as educadoras e auxiliares não supervisionam nada! Integram-se no grupo, brincam com os putos, rebolam com eles, fazem-nos rir, etc etc.
Acho tão injusto os pais ficarem furiosos com os “problemas de desenvolvimento (normalíssimos!)” que acontecem na escola, e em casa é a selva! É porque não conseguem dar a sopa, é porque o menino quer andar de galochas no verão, blá blá blá.
Em relação ao Tiago, nada de grave lhe vai acontecer com as dentadas. É aborrecido, eu sei … Mas é apenas uma fase e não te esqueças que qualquer dia é o Tiago que mete a dentola em acção.
:D
Ah! A sugestão do Marco Batista é um bocadinho infeliz, não a sigas, por favor…
Boas dentadas e até breve! :)
Sim, Pedro, “teach us the ways of the ancient warrior” que há algumas pessoas a quem gostaria de aplicar um truque desses :)
Brincadeiras í parte, eu ficaria como tu, e í s vezes é difícil pensar que são só bébés, mas o Tiago parece estar a resolver as coisas, com a sabedoria dos seus ano e meio de vida, í vontade e continua a sentir-se bem, a brincar, a querer ir para o infantário sem medo. Mostra portanto grande pinta, o que, já que não há mais nada a fazer, te devia fazer sentir pelo menos um bocadito descansado. Tens um miúdo giro, porreiraço e que felizmente não morde ninguém!
pedro tens q deixar o tiago levar o brinquedo mais fixe q exista í face da terra para o infantário…vais ver q não só deixam de lhe morder como vão beijar o chão q ele pisa… hehehe
Subscrevo a intervenção da Moika!
O ano passado também apanhei a sala dos 2 anos e dentadas e arranhões eram uma constante. E é tão rápido, e quase do nada… que é impossível controlar a 100%. Algumas conseguem evitar-se, outras… nem por isso!
Lembro-me do dia em que vi uma lançar as unhas í cara de outra e consegui agarrar-lhe as mãos a tempo. Ainda estava a tentar controlá-la e a outra já lhe estava a pagar na mesma moeda. Juro, só me apeteceu dar-lhe uma valente palmada! Arranhou a que eu segurara para a proteger mesmo ali í minha frente!
As crianças destas idades estão a explorar o meio e defendem-se tal e qual como os animais: com a boca e as unhas. Não é comum vê-los ao pontapé ou chapada porque isso já é um comportamento menos natural e mais “aprendido”. Mas as dentadas e arranhões são instintivos.
Dos arranhões… que dizer dos paizinhos que nunca cortam as unhas aos filhos? (é verdade… muitas vezes era eu a cortá-las o que parece inacreditável num colégio de um meio económico MUITO elevado)…
É chato, eu também não gostaria que o meu filho viesse todo mordido frequentemente, mas porque conheço bem a realidade, sei que é impossível controlar isso e em breve passará… pois aí pelos 3 anos começam os pontapés, as chapadas e os nomes feios, hehehe
Mas aí as coisas são mais fáceis de controlar porque, como o Pedro diz, já se pode dizer “se te baterem, tu defendes-te” e não… também não tenho nenhum pudor em dizer ao meu filho que pague na mesma moeda!