Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Durante muitos anos senti-me algo excluído: sempre fui um dos poucos que nunca partiu a cabeça.
Todos os miúdos contavam as suas histórias sobre partir a cabeça: fiz isto e aquilo e parti a cabeça, caí da bicicleta e parti a cabeça, já parti a cabeça três vezes.
E eu espantadíssimo… porra, é que a cabeça é rija! E como se não bastasse, uma fractura no crâneo não é uma brincadeira, lá está, de crianças. O que andavam a fazer todos estes putos para rachar a moleira a torto e a direito?
Depois de crescer, deixaram de ser as crianças com as histórias de cabeças partidas e passaram a ser os adultos: uns que contavam as suas próprias histórias e outros que falavam dos filhos: O Vicentinho lá partiu a cabeça, a Maria partiu a cabeça outra vez, aquela miúda põe-me doida!
Evidentemente, o ingénuo era eu. E fui-o durante muitos anos e só ao presenciar uma cabeça partida, há uns tempos atrás, me apercebi da verdade.
Pumba, lá foi o puto, de testa ao chão! “Já partiste a cabeça, Cristiano!”, exclamou o papá.
Era, como é evidente, um arranhão, uma ferida. Por vezes um lanho, quem sabe necessitando de alguns pontos, mas nunca, como é evidente, uma cabeça partida. Aprendi então, recentemente, que em Portugal, qualquer ferida ou golpe no corpo é… uma ferida ou um corte; mas na cabeça é uma fractura.
E assim sendo, com a cicatriz na sobrancelha para o provar e tudo… EU Jí PARTI A CABEí‡A!
Foi de grande este post!
Tens toda a razão… e eu, não sou excepção! Também tenho a minha cicatriz na testa! Vi a quina da arca frigorifica de uma outra perspectiva!
EU Jí PARTI A CABEí‡A!
No Vox Populi, partir a cabeça não é sinal de traumatismo craniano :)
Galos grandes com direito a pontos e permanência no hospital para observação, são uma cabeça partida.
Tecnicamente, a cabeça partida está hierarquicamente entre o galo e o traumatismo craniano :)
apesar de ter cicatrizes por todo o corpo continuo a ser um dos tristes q ainda não partiu a cabeça….
isso deve ser segundo o código linguístico lisboeta, porque aqui no algarve quando se parte a cabeça significa que alguém foi de urgência para o hospital e no mínimo teve de levar uns pontos na zona craniana. abrir o queixo não conta. :D
Verdade! E quando se racha ou parte mesmo o crânio, chama-se traumatismo craniano… que parece muito difícil de fazer, mas olha que não é! ;)
Se morasses na minha rua nos anos 80 tinhas ficado a saber mais cedo.. eu parti a cabeça (com pontos) uma mão cheia de vezes
Mas pronto, agora já sabes… e se quiseres esclarecer outras cenas do género tipo “f* o juízo”, etc… eu considero-me um tipo suficientemente informado.
Eu nunca parti a cabeça nem nunca “abri” o sobrolho
Há uns 40anos atrás haviam de me ter visto, com o meu primo Aparício, os dois, cada um com seu granda penso branco na testa, para risota de quem passava por nós na estação dos comboios de Santa Apolónia.
O gajo pegou-me í s cavalitas e caímos os dois, partindo a tola exactamente no mesmo sítio. Espectáculo. Já me esqueci foi de quantos pontos levei…
O meu trauma portanto, foi nunca ter levado uma pedrada na mona, daquelas que quando um gajo rapa o cabelo fica a notar-se a cicatriz. :-(
Ah pois… sempre me disseram que parti a cabeça quando era bébé (tinha 2 anos e conheci a esquina do aparador da minha avó quando decidi colocar-me de pé em cima de uma bola). É a minha memória mais antiga… o enfermeiro a dizer “isto não vai doer nada”. Não me lembro do momento exacto da sutura, mas lembro-me de ter a perfeita noção que doía… e muito! E depois só me lembro de ir aos pulos pela mão de alguém até casa.
Para eles eu parti a cabeça. Para mim, enquanto criança, não! Toda a gente que partia alguma coisa tinha gesso e muletas e coisas assim giras e eu não tive nada disso portanto ainda está para vir o dia em que de facto parti alguma coisa
su
ps-Uma fractura na tíbia que consta de um processo de um acidente de motociclo também não conta porque não levei gesso. Portanto aqui a medida é: levou gesso?