Zoo lógico

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Há umas duas semanas que tinha combinado, assim por alto, com o Fernando, irmos ao Zoo de Lisboa com os putos. Hoje foi o dia.

Chegar de Almada ao Zoo de Lisboa é mais rápido, não havendo trânsito, do que chegar de Almada í  praia do Rei, por exemplo. O caminho é sempre a direito e somos brindados com um parque de estacionamento no fim.

Hunky dory.

A parte menos boa do Zoo são as entradas. E não falo do preço dos bilhetes que, sim é a atirar para o caro, com cada adulto a largar 15 euros, mas justificável dada a qualidade de tratamento e apresentação em que o jardim se encontra. O que é mau mesmo são as bilheteiras.

Existem várias, mas todas estavam entupidas com dezenas de pessoas, algumas em grandes grupos movendo-se muito lentamente. Não se pode comprar bilhete num sí­tio e entrar por outro: a bilheteira é, simultaneamente, a entrada o que dificulta ir uma pessoa comprar bilhetes enquanto outras esperam sem ter que se meter em bichas. Isto só dá bichas ainda mais confusas, cheias de pessoas impacientes.

Depois de pagar os bilhetes e entrar, fica-se num vestí­bulo, de onde se vêem as Zebras, mas onde cabem poucas pessoas e que obriga a uma passagem por uma senhora “pica-bilhetes” para que se possa, finalmente, entrar no zoo.

E complicado, demorado e stressante e totalmente desnecessário. O zoo podia (devia?), resolver este problema com bilheteiras e entradas separadas para grandes grupos e fazendo o bilhete válido assim que é comprado.

Esta coisa da senhora picar o bilhete 10 metros í  frente da senhora que o vendeu, só confunde mais.

Mas pronto, parte má í  parte, visitar o Jardim Zoológico foi divertido. Achei que ia ser deprimente, mas acabou por não ser por aí­ além.

Alguns habitats ainda são os originais (a aldeia dos macacos é de 1927), mas muitos estão modernizados e parecem pensados mais em função dos animais do que do público. Não conseguimos ver tudo, as aves e os répteis ficaram pelo caminho, o que também demonstra que o jardim tem muito para oferecer.

Começámos no show dos golfinhos, que era í s 11 e só repetia í s 15, pelo que achámos que era de aproveitar. Tudo dentro do Zoo está incluí­do no bilhete, o que também justifica o seu valor algo elevado.

Não achei piada ao show e não cheguei a ver golfinhos. É feito para os miúdos – o que eu compreendo – com uma história por trás da actuação dos leões marinhos em que duas piratas lutam entre si e acabam por fazer as pazes. Honestamente, sendo para miúdos ou não, achei a ideia dispensável. Teria a mesma, ou talvez mais piada ver as tratadoras simplesmente interagir com os leões marinhos sem terem que andar com um microfone í  Britney Spears a tentar fazer-se passar por actrizes.

No fim dos leões marinhos houve intervalo em que uns gajos vestidos de personagens dos gelados olá “cantaram” e encenaram uma coreografia. Saí­mos.

Compreendo a necessidade de patrocí­nios para ajudar a manter o Zoo e achei surpreendente que muitos animais sejam já patrocinados por diversas empresas, mas este tipo de publicidade encapotada, disfarçado de “uma grande surpresa para os miúdos”: não, obrigado.

Ah, é verdade: o Tiago não ligou pevide a nada disto. Contorceu-se, esperneou e raramente esteve quieto. Em contrapartida, parece ter-se dado bem com o Miguel, filho do Fernando e da Lena, apesar de ser apenas a segunda vez que o vê.

Seguimos para um tour do parque que foi igualmente desapontante em termos de reacção Tiagal. Ignorou a esmagadora maioria dos animais, achando muito mais interessantes as vedações, rochas decorativas e chão no geral.

A certa altura tivemos que o sentar no carrinho e pronto.

Vimos macacos-aranha, babuí­nos, chimpazés e gorilas, alguns caprinos de que não fixei o nome, rinocerontes, elefantes, girafas, leões e tigres, lemures, focas, pinguins e ursos.

Os meus animais favoritos são, sem dúvida, macacos e felinos. Os macacos-aranha são verdadeiramente fantásticos e os habitats deles são estupendos: sem grades nem vidros, apenas um fosso com água e uma pequena vedação electrificada.

Parece ser o suficiente para os bichos não saí­rem dali e os humanos não entrarem e é imediatamente mais espectacular vê-los balançar-se de corda em corda.

Tirando os macacos, o Jaguar preto foi o que mais me impressionou, pelo tamanho, pela pose e pelo facto de rosnar e eu sentir a vibração do som. É um animal magní­fico.

Gostei muito do Zoo e apenas um ou dois sí­tios me pareceram um bocadinho tristes e apertados para os animais. O habitat dos gorilas e chimpanzés é um dos mais impressionantes, com enorme espaço para os animais andarem, ao contrário do que me lembro, quando era puto, em que os gorilas estavam fechados numa gaiola com um tronco de árvore morto.

Vale a pena visitar o Jardim Zoológico de Lisboa e acho que vou querer lá voltar para experimentar o teleférico, que passa por cima de todo o jardim. Claro que prefiro esperar que o Tiago cresça, para que possa apreciar o passeio.

Tags

Deixar comentário. Permalink.

2 comentários a “Zoo lógico”

  1. Nmerdas says:

    o teleférico é assustador (pior do que alguma vez a montanha russa da feira popular foi) principalmente na altura em que desce e passas por cima dos leões e dos elefantes, mas depois da primeira volta só queres andar mais e mais… vai num dia da semana com pouca gente que dá para ficares na cabine sem teres de sair quando chega ao fim e fazes tipo 2 ou 3 voltas.

Deixar um comentário

Redes de Camaradas

 
Facebook
Twitter
Instagram