Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Bom, não é bem esse o nome do filme, mas de certa forma, podia ser.
Devo confessar que saí do cinema desapontado com o novo Indy. Depois de anos de espera e de três filmes que marcaram a minha juventude, esta quarta aventura sabe a muito pouco.
A história parece retalhada, sem grande fluidez e é muito contada num tom de “vamos ali, tá bem, vamos! agora vamos ali! ok, bora!”; não sei se me faço entender, mas é a sensação com que fiquei.
Senti muita falta das piadas brutas do Indiana Jones: o árabe da cimitarra que leva um tiro, o nazi careca que é decapitado pela hélice… neste filme sorri-me algumas vezes, mas nunca me ri.
Fico com a sensação que a melhor cena do filme é a da vilazinha dos manequins e o frigorífico. Completamente inverosímil, mas com um bom estilo Indy.
No entanto, parece desencaixada do filme e mais uma vez contribui para alguma falta de fluidez da história.
Depois, a maneira como o Jones resolve os puzzles que se lhe deparam é, no mínimo, despachada: identifica rapidamente a língua de uns escritos, decifra imediatamente pictogramas e em cinco segundos está a sacar informação do personagem do John Hurt porque o vê abanar a mão e percebe-se que tenta escrever… fraco.
Mas para mim o mais desapontante no filme foi mesmo que nem por um minuto temi pela vida do Indiana Jones. Excepto talvez na tal cena que já referi e que não vou adiantar mais para não estragar o filme a ninguém, a verdade é que não existe uma cena no filme como a do Temple of Doom em que ele está numa sala com um tecto com espigões que desce sobre a sua cabeça; ou amarrado numa cadeira com a sala toda a arder, como no Last Crusade.
Parece que o Indiana Jones se safa sempre na maior, raramente está em verdadeiro perigo e não precisa de fazer grandes esforços para encontrar o “x that marks the spot”.
Finalmente, o final do filme deixou-me muito “mnhé”. O que raio de coisa rebuscada foram eles inventar. Eu sei que o misticismo e paranormal fazem parte do Indiana Jones, mas a solução do enigma deste filme é, penso eu, levada longe demais. Mais uma vez, não revelo o que acontece, mas deixou-me indiferente, confesso.
Mas é um filme divertido que até vale a pena ver. Está cheio de referênciazinhas pequenas por todo o lado, incluíndo ao Star Wars e tem algum humor, aventura e porrada q.b. Talvez eu estivesse a depositar demasiada esperança naquele que foi o meu herói de miúdo.
Eu já não tenho 11 anos e todos os gajos que fizeram os filmes originais já têm direito ao passe social para reformados…
Concordo com tudo. Aliás tn não gostei nada http://blog.delaranja.com/bad-indiana-movie/
Acho que era muita a expectativa com base na ideia que tinha qd era mais novo.
Ontem perdi um mito.
Não estou de acordo contigo, afinal. Quando me enviaste o SMS, ontem, pensei que o filme era mesmo mau. Não acho que seja mau – tu é que já não tens 8 anos! Em termos de filmes de aventuras, este Indiana é melhor que a esmagadora maioria de filmes que se faz por aí – embora não chegue aos calcanhares do que o próprio Spielberg já fez. E isto quer dizer muito. Quanto a nós, somos uns ingratos: se o homem nunca mais fizesse nenhum filme, que pena, o maricas não teve coragem; o homem faz uma sequela, arriscando, mantendo o meso actor, apesar dos 65 anos (ao contrario do Bond), e a gente acha que é fraco… também eu sou fraco… aos 30 anos, tinha mais pica… É que Indiana é um herói de carne e osso, pá.
Bom, isto sou eu a falar, claro… se calhar, o filme é uma merda… eu é que estou a ficar velho e tenho tendência a simpatizar com gajos da minha idade…
Mas eu não acho que o filme seja mau; eu sei que a minha expectativa é que era alta. Ainda assim, acho que se o filme fosse 10% a mais, era duas vezes melhor.
10% mais complexo, 10% mais cómico, 10% mais violento.
Ou seja, acho que bastava um bocadinho mais para ser muito melhor.
Ainda podes compensar esta desilusão, revendo o Harrison Ford como Deckard. Blade Runner, 26 anos depois, ainda um grande filme. :)
Sem dúvida. Revi recentemente, mas não fui ao cinema ver o “agora é que é, não a sério, é mesmo, este é que é o director’s mesmo director’s cut, sem dúvidas”
Olha eu gostei bué!!